sábado, 27 de dezembro de 2014

23º Capitulo: “Oh mas é o nosso bebé que está aqui dentro…”

- Oh Marco, pára com isso! – Milicent estava deitada na cama, enquanto Marco lhe beijava a barriga – Estamos em casa dos teus pais, no teu antigo quarto e…eles podem entrar aí.
- Oh mas é o nosso bebé que está aqui dentro… - Marco voltou a beijar a barriga de Milicent, pousando a sua cabeça sobre ela com cuidado – estou a ouvir alguma coisa, Milicent.
- Sim…devem ser os meus intestinos a funcionarem…algo que é normal no ser humano, meu amor –
Marco olhou para Milicent com ar de quem não estava à espera daquela resposta – não estavas a pensar que já ouvias o bebé, pois não?
- Não é possível?
- Claro que não, Marco. São três semanas…o teu filho deve ter o tamanho de uma ervilha ou menos até!
- Diz lá isso outra vez... –
Marco sentou-se na cama, perto o suficiente do rosto de Milicent.
- Isso o que? Que é do tamanho de uma ervilha?
- Não…a outra parte.
- Oh meu Deus…estás naquela fase de “Ai que lindo, disseste que era o meu filho”
Milicent riu-se, sentando-se na cama. Levou as suas mãos até ao pescoço de Marco, beijando-o sem pressa de quebrar aquele beijo. Estavam juntos à quase duas horas mas ainda tinham saudades, ainda tinham a necessidade de tocar um no outro, de se beijarem e olharem-se – Isso é muito lindo, deixa-me com uma segurança enorme mas…o teu filho ia gostar mais que desses mais beijos à mãe dele.
- Vais desculpar-te com o nosso filho daqui para a frente?
- Quando estiveres naqueles dias em que não queres nada…é capaz sim, meu amor. Sabes…dizem que a gravidez pode aumentar o desejo sexual…e eu já o tenho em demasia desde que te conheci –
num impulso, Milicent passou para o colo de Marco e os dois entregaram os lábios de um ao outro.
Não estarem juntos à mais de um mês fazia com que percebessem que precisavam de estar juntos. E, este bebé, por muito precipitado que seja, só lhes irá ajudar a compreender esta relação. Um bebé é algo sério. Mais sério que um namoro. Mais sério que um casamento.
É uma nova vida que está dependente deles, um novo ser, completamente indefeso e que não pediu para ser concebido. Aquele bebé poderá ser a estabilidade ou instabilidade que a relação deles precisa para se estabilizar. Milicent e Marco têm noção disso.
- Tens enjoos? E desejos? – Marco tinha deitado Milicent nos seus braços e mexia-lhe na barriga. Milicent sentia que ele estava a criar, mesmo que inconscientemente, uma relação com aquela vida que crescia dentro dela. Também ela já o tinha feito…


- Eu não faço ideia se tu me ouves. É claro que não…ainda nem tens órgãos nem membros, quanto mais orelhas? Mas olha…estás aí no quentinho da mamã, não é? E…dizem que é bom falar com os bebés desde o primeiro momento – Milicent deitou-se na sua cama, levantando a camisola. Via a sua barriga lisa, sem qualquer mudança…obviamente que sabia que nada se notava – bem…eu sou a tua mamã. A Milicent. Deves saber isso…e o teu pai é o Marco. O Reus…ele joga futebol e se fores um menino aposto que vais andar a correr atrás dele. Quem souber que eu estou a falar com um feto de duas semanas vai achar-me doida…mas és meu filho. E eu já te amo, sabes? És fruto de um amor diferente…do meu amor e do teu pai. Tenho medo da forma que ele vá reagir…conhecemo-nos à pouco tempo para falarmos de bebés. Não foste planeado mas, neste momento, a mãe deseja-te muito. E quero acreditar que o pai também.


- Milicent…Terra chama Milicent? – Milicent despertava daquele transe, olhando para Marco. Sentia a sua cara húmida…levou as mãos às bochechas e estava a chorar – Que se passa?
- Oh…olha são hormonas descontroladas. É isso misturado com a conversa que tive com o teu filho.
- Falaste com ele?
- Oh…eu falo todos os dias, mas isso não era para tu saberes!
- Então vês, se tu falas eu também devia falar! –
Marco olhou para a barriga de Milicent, fazendo pequenos círculos sobre ela – Ele vai ouvir?
- Não Marco…mas a mãe dele ouve por ele… -
Marco, por momentos, olhou para Milicent, acabando por se deitar ao lado dela, com a sua cara junto da barriga.
- Isto olha…vai ser estranho – Marco beijou a barriga de Milicent, roçando com o seu nariz sobre ela – sabes que só sei de ti à umas horas mas já te amo muito? – Marco falava quase em sussurro, como se estivesse a ter realmente uma conversa a sós com alguém que lhe respondia e não com o feto que está na barriga de Milicent – eu amo-te, porque amo muito a tua mãe e tu és o resultado de nós dois. Acho que vais ser uma menina, mesmo que nós falemos no masculino. Se fores menina, serás linda como a tua mãe…e eu vou ter de olhar bem para os rapazes à tua volta – Milicent riu-se, fazendo com que Marco parasse e aproveita-se para beijar a barriga, outra vez – a tua mãe ri mas depois também não vai achar piada, eu sei disso. Mas…se fores um menino, depois eu levo-te aos jogos que é para começares logo a jogar. O importante, como se diz, é que venhas com saúde. E amor já o tens…pelo menos aqui destes dois que vão ser os teus pais. Oh meu Deus, quando o tio Mario souber que tu existes vai fazer um escândalo! – Marco riu-se sozinho, voltando a beijar a barriga de Milicent – a mãe está a chorar, já viste? E aposto que vai dizer que é das hormonas…mas olha, vou acabar por hoje que temos de ir jantar e a mãe não pode ir assim a chorar para ao pé dos avós – Marco pousou a cabeça na barriga, ficando a olhar para Milicent.
- Nós não podemos contar isto a ninguém…vão achar que somos doidos.
- Por falarmos com o nosso filho?
- Sim…
- Se acharem isso é porque não sabem o que é saber que vão ser pais. Eu estou tão feliz, Mili –
Marco agarrou a mão de Milicent, entrelaçando-a com a sua.
- Eu amo-te tanto, Marco.
- E eu amo-vos a vocês dois. Amo-te a ti, minha rainha, e a este bebé.



Depois de um agradável jantar onde reinou a boa disposição e sentido de humor entre todos, Milicent, Marco, Manuela e Thomas estavam, agora, na sala de estar continuando a conversar.
- Então tu queres ser Pediatra como a tua avó, não é querida? – Perguntou Manuela.
- Sim…desde pequena que percebi que era o que queria. Os meus pais têm profissões relacionadas com os aviões…pai piloto, mãe hospedeira de bordo…mas eu nunca me vi a fazer algo assim. E como passei mais tempo com a minha avó, a Pediatria acabou por ser o que me fascinou.
- Tu alguma vez foste ao consultório da tua avó? É que, não sei porque, mas eu lembro-me que ela, um dia, tinha lá uma menina com ela. Mas já não me lembro…
- É capaz, sim. Como eu estava sempre com ela, quando não ia para o infantário ia com ela para o consultório.
- Se calhar até brincamos em pequenos e apaixonamo-nos e, por isso, é que hoje estamos aqui… -
atirou Marco fazendo com que todos se rissem.
Milicent estava a sentir-se bem recebida pelos pais de Marco, sentia que estava em família com eles.


- Oh Marlene, vá despacha-te lá! – Mario tentava apressar Marlene já que estavam atrasados para irem ter com Milicent. A jovem tinha regressado a Munique, desta vez com os seus pais, para visitar Mary Alice mas tinha combinado almoçar com Marlene e Mario.
- Olha Mario, se não tivesses deixado tudo desarrumado na casa de banho, eu tinha-me despachado seu gordo! – Marlene aparecia no quarto, já despachada.
- Acabaste de me chamar gordo.
- Eu sei…
- É só isso que dizes? “Eu sei”?
- Oh Mario…Mario –
Marlene aproximou-se dele, sentando-se no colo de Mario – és o gordo mais tonificado de Munique.
- Ou seja, não sou gordo.
- És, mas não é aquele gordo de gordura…oh tu és gordo e ponto. Mas aqui a Marlene gosta da tartaruga gorda –
Marlene roçou o seu nariz no de Mario, sendo interrompida pelo som do seu telemóvel.
- Deve ser a enjoada da tua amiga.
- Mario!

- Ela ultimamente só andava enjoada, Marlene! Vai na volta está grávida…
- Não…o teu amigo não tem capacidades para isso –
Marlene deu-lhe um pequeno beijo, saindo do colo de Mario. Foi até à cómoda, onde encontrou o telemóvel. Era Milicent – Olá, minha flor.
- Vocês decidiram fazer um primo para o meu filho ou decidiram deixar-me plantada?
- Ui, está de mau humor. Estamos a caminho, flor. Está quase, quase… -
Marlene fez sinal a Mario e os dois começaram a sair de casa.
Depois de uma curta viagem, chegaram finalmente ao restaurante onde Milicent os esperava.
- Até que enfim!
- Desculpa, florzinha –
Marlene sentou-se no colo da amiga, abraçando-a – tem calma contigo, olha o meu sobrinho – Marlene falou baixinho para que Mario não a ouvisse. De imediato, Milicent sorriu apertando ainda mais Marlene.
- Se agarra assim a amiga…eu faço ideia o que é que fizeste ao Marco… - Mario pronunciou-se, fazendo com que Marlene saísse do colo de Milicent e se sentasse a seu lado.
- Olá para ti também, Mario. Estás mais gordo, ou é impressão minha? – Milicent, ao dizer aquilo, fez com que Marlene se desmancha-se a rir e Mario ficar a olhar para ela com cara de caso – Disse algo que não devia…é capaz de ser da roupa…
- A tua amiga hoje já me disse que era gordo, agora tu dizes que estou mais gordo…ainda bem que o Marco e a minha mãe me dizem que estou mais magro! Fogo, mulheres de um raio!
- Respeito, Mario, mais respeito pela mãe dos teus futuros filhos e pela mãe dos teus genros e noras!
- Hã?
- Ainda por cima não entende…a mãe dos teus filhos, a Mare, obviamente. A mãe dos teus genros e noras, eu. Porque serei a mãe dos namorados dos teus filhos.
- Tu estás bem? É que não estás a dizer coisa com coisa…

- Olha, vamos comer que eu tenho fome.
- À uns tempos eram enjoos…eu diria que estás grávida.
- E está ali o Brad Pitt… -
Milicent apontou para a porta, fazendo com que Marlene se risse já que Mario não estava a achar piada àquela conversa.
Fizeram os pedidos e continuaram naquela animação os três.
- Os teus pais sempre foram tratar da adopção da menina? – Perguntou Marlene quando já iam na sobremesa.
- Sim. Eles eram para vir almoçar connosco, mas ficaram a preencher mais uns papéis e a falar com alguém para ver se poderiam acelerar o processo. São os únicos interessados na Mary Alice.
- Então isso pode facilitar tudo, ou não?
- Pode…e acho que vai facilitar. Pelo que percebi querem ir a Berlim ver a casa dos meus pais. Vão ter de mostrar, também, a casa deles de Dortmund porque depois vão para lá viver no fim do tratamento.
- Vais ganhar uma irmã, oh cunhada.
- Prefiro não pensar nisso assim…a Mary Alice é muito especial. Mas não quero criar expectativas para mim, nem para ela.

- Sim, isso é o melhor Mi… - concordou Marlene – Vais vê-la hoje?
- Vou. Aliás, vamos! Vocês também vêm…quer dizer, se quiserem claro.
- Vamos a isso! Eu quero ir conhecer a menina –
Marlene, com o seu entusiasmo típico, concordou logo com Milicent.
- E tu…Mario?
- O que é que eu fico a fazer sozinho? É claro que vou, também. Vamos conhecer essa menina linda que é a Mary Alice.
- Obrigada, meus amores. Não se vão arrepender, garanto!

Os três acabaram de almoçar rapidamente para se deslocarem até ao centro pediátrico onde estava Mary Alice. Depressa chegaram ao Centro onde Milicent encontrou Daysi.
- Oh minha querida, que andas por aqui a fazer? – Daysi abraçou Milicent, dando-lhe dois beijinhos.
- Vim ver a Mary…
- Fizeste muito bem! Há imensas novidades que precisas de sabes e ela tem saudades tuas.
- Oh…que bom. E como é que você está?
- Está tudo óptimo, minha querida. E tu?
- Também está tudo bem. Acha, então, que podemos ir os três vê-la?
- Claro, sabes onde é que ela está…estás à vontade.
- Muito obrigada, Daysi –
Milicent deu dois beijos a senhora que começou a andar para outro lado – Vamos? – Perguntou, desta vez, a Marlene e Mario que afirmaram que sim com a cabeça.
Os três começaram a andar, Marlene e Mario sempre atrás de Milicent, até que chegaram ao quarto destinado a Mary Alice. Como sempre, Milicent espreitou pela pequena janela de vidro e viu a pequena menina sentada na cama.
- Ela está diferente… - constatou Milicent.
- Isso devem ser as saudades… - comentou Marlene.
- Não…é algo nos olhos dela. Iria jurar que ela está a brincar mas está a ver aquelas bonecas… - Milicent bateu, ao de leve na porta, abrindo-a de seguida.
Viu Mary Alice virar a cabeça para a direcção dela e esboçar um enorme sorriso.
- Eu tinha saudades tuas, Mili… - Milicent sabia! Milicent tinha percebido e estava correcta. Mary Alice estava a ver, Mary Alice conseguia ver tudo o que havia no mundo à sua volta. Precipitou-se na direcção da menina, abraçando-a.
- Mary…minha querida…oh minha Mary! – Milicent afastou-se um pouco dela, colocando as suas mãos na face dela, limpando algumas das lágrimas que caiam nas bochechas de Mary Alice – Não chores, meu amor. A Mili está tão feliz…
- Tu és…ainda mais bonita, Mili. E eu queria tanto ver-te! –
Mary Alice colocou a sua cabeça encostada no peito de Milicent, abraçando-a.
- Oh meu anjo…não chores. A Mili está aqui, vim ver-te e tu estás a ver-me…eu estou tão feliz.
- Eu só estou contente…é isso –
Mary Alice voltou a olhar para Milicent, limpando as lágrimas que ainda estavam na sua cara – a infecção passou e…eu já vejo desenhos animados! E vejo-te a ti! E todas as pessoas…
- E o que é que o teu médico disse? Que a infecção passou toda?

- Sim…temos de ter cuidado e fazer muitos testes, mas agora passou e eu vejo bem!
- E eu fico tão, tão, tão feliz, meu amor! –
Milicent começou a beijar as bochechas de Mary Alice, uma de cada vez.
- Ai Mili…tantos beijinhos!
- Tinha saudades tuas, sabes?
- E eu tuas…
- Esqueci-me completamente de uma coisa… -
Milicent lembrava-se agora de Marlene e Mario. Virou o seu tronco na direcção deles, fazendo-lhes sinal para entrarem no quarto – Trouxe duas pessoas comigo hoje… - Milicent afastou-se um pouco, permitindo que Mary Alice visse Marlene e Mario – Mary, quero que conheças a Marlene e o Mario. A Marlene é a minha melhor amiga e o Mario é o namorado dela - Marlene e Mario aproximaram-se da cama de Mary Alice e foi Marlene quem deu o primeiro passo.
- Olá querida...a Milicent já nos falou muito de ti, sabes?
- Olá... -
foi perceptível a todos que Mary Alice estava envergonhada - A Mili também já me falou de vocês. Ela falava de vocês todos os dias.
- Aposto que ela disse que eu sou chato... -
disse Mario, tentando colocar Mary Alice mais à vontade.
- Ela disse isso uma vez...por causa do outro Mario. Mas ela sabia que tu querias o bem para ela.
- Oh Mary Alice... -
Mario sentou-se na cama da menina, pegando numa das bonecas dela - Que mais é que a Milicent disse sobre mim?
Marlene riu-se e Milicent começou a mexer no cabelo de Mary Alice que ia tendo uma conversa aberta a tranquila com Mario, explicando-lhe algumas conversas que tinha tido com Milicent e ainda toda a situação que envolvia a infecção e a adopção.
Naquela tarde ainda apareceram os pais de Milicent para visitarem Mary Alice. Obviamente ficaram felizes com o facto de Mary Alice ter voltado a ver, e estavam ainda mais felizes com o facto de os papéis da adopção terem avançado.


- Marco... - Milicent chegava a Dortmund e eram 3 da manhã. Tinha ido a casa de Marco, aquela que os acolheu enquanto eram amantes e aquela que os acolhe enquanto namorados. Marco estava a dormir tranquilamente na sua cama, mas Milicent estava com saudades dele - meu amor...? - Milicent passava com a sua mão pela barriga despida de Marco, que começava a parecer que estava a acordar.
- Oh...que horas são?
- Ainda é noite, meu amor...mas estava com saudades tuas e decidi usar a chave...
- Hum...fizeste bem -
Marco mantinha os olhos fechados, fazendo com que Milicent se deitasse e deixasse a sua cabeça sobre o peito do namorado - estás cansada, Milicent.
- Como é que notas isso?
- Estás a respirar diferente... -
Marco deu um pequeno beijo na testa de Milicent, aconchegando-a nos seus braços - dorme...vocês precisam de descansar.
- Eu amo-te muito, Marco.
- E eu amo-te a ti, minha rainha -
Milicent olhou-o e os dois beijaram-se acabando por se renderem ao sono e cansaço.


- Oh meu Deus, estou tão mal disposta... - o despertador já tinha tocado à alguns minutos mas Milicent e Marco permaneciam deitados agarrados um ao outro quase sem se mexerem.
- É sempre assim de manhã?
- Nem sempre...
- Vai respirando com calma...isso já passa, meu amor -
Marco deu um beijo na testa de Milicent deixando os seus lábios colados na pele dela por algum tempo.
- Está tudo bem, Marco? - Milicent olhou-o...já tinha percebido que Marco não estava bem.
- Também já me percebes?
- É... -
Milicent, com calma, sentou-se na cama agarrando a mão de Marco - Que se passa?
- É a Carolin...e o divórcio.
Milicent via preocupação no olhar de Marco e percebia que ele estava inseguro, com medo até, sobre como falar. 
- Fala comigo, meu amor. Isso faz parte da nossa relação... – Milicent levou as mãos de Marco à sua barriga e, de imediato, viu um sorriso nos lábios de Marco - Nós estamos do teu lado...e nada nos vai impedir de sermos felizes. Eu garanto-te.


Olá meninas!
Espero que tenham gostado e que deixem os vossos comentário. Quero agradecer-vos por todos os comentários tão bonitos que tenho recebido.
Beijinhos.
 
Ana Patrícia.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal

Olá meninas!

Mais um Natal que está mesmo aí à porta, mais um fim de ano se aproxima e eu continuo sempre com aquela sensação de: Ainda me lembro que bem à pouco tempo tinha sido Natal.
 O tempo está mesmo a passar muito depressa...e, por isso, devemos aproveitá-lo da melhor maneira. Para mim, o Natal tem aquele significado especial de estar junto com a família, sentir que estamos unidos e costuma ser uma época onde todos estamos bem dispostos. Digo-vos que este ano será um pouco diferente, circunstâncias da vida...mas mesmo assim terá o mesmo sabor especial.
Eu não vos quero maçar com o meu Natal, ou com pensamentos. Quero, sim, desejar a todas vocês um Santo e Feliz Natal, que o passem junto das pessoas que vos são tudo. E, mesmo que vos falte uma ou duas, lembrem-se delas com um sorriso que, quer elas estejam longe ou a olhar por vocês lá em cima, elas estão a pensar em vocês. 


Espero que esta época natalícia seja muito boa para todas vocês. Deixei-vos prendinhas à uns dias, tanto nesta fic como noutra, mas assim que o Natal passar prometo dar-vos mais um capítulo. 
Que, nas vossas casas, não falte o essencial: amor, saúde, alegria, paz, algum dinheiro que nos ajude e muita felicidade.

FELIZ NATAL!

Muitos beijinhos.
Ana Patrícia

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

22º Capitulo: “agora vais sentir a Mili feliz…”

- Ela é capaz de estar a dormir… - Marco via Milicent super entusiasmada por lhe ir mostrar Mary Alice. Durante o caminho de casa até ao Centro, Milicent contou a Marco quem era a pequena que iriam visitar.
Marco percebia que a sua namorada estava completamente encantada por aquela criança. Ficou fascinado pela forma como ela falava da menina e como os seus olhos brilhavam.
- Então se calhar era melhor não irmos lá, não?
- Não tem mal Marco, a sério. Ela recebe visitas como qualquer menino –
Milicent parou em frente da porta do quarto onde Mary Alice estava, olhando para ela. Contrariamente ao que pensava, a menina estava acordada a brincar com as suas bonecas – afinal está acordada – Marco abraçou Milicent, dando-lhe um beijo na testa. Olhou para Mary Alice olhando, de seguida, para os olhos da namorada. Estavam brilhantes.
- Ela poderá ser tua irmã…e tu ficas com esses olhos a brilhar assim. Faço ideia com um filho.
- A Marlene disse quase o mesmo…
- É porque te conhecemos.
- Melhor que ninguém! Vá…a minha avó talvez me conheça melhor que vocês e, até, melhor que eu mesma.
- Vais levar-me a conhecer a menina, ou não?
- Vou, claro que vou! –
Milicent agarrou na mão de Marco e os dois entraram no quarto de Mary Alice.
- Mili? – de imediato os dois olharam-se e Marco sorriu. Percebeu que, mais uma pessoa a poderia chamar de Mili.
- Olá meu anjo!
- Não me digas que não fizeste as pazes com o teu namorado… -
Mary Alice parecia um pouco decepcionada. Milicent sentou-se do seu lado, pegando nas mãos dela.
- Meu anjo…a Mili agora veio só fazer uma visita.
- Estás feliz –
Mary Alice levou as suas mãos à cara de Milicent, acariciando-a – tu fizeste as pazes com o teu príncipe! Como nas princesas…tu voltaste para o teu príncipe – Milicent sorriu, sendo surpreendida com um abraço de Mary Alice – não gostava de sentir que estavas triste.
- Agora vais sentir a Mili feliz…e olha…eu trouxe uma pessoa comigo.
- Eu já tinha percebido…há cheiro de perfume de homem e eu vejo ali uma mancha…é o teu namorado?
- É…diz-me já cá veio o doutor dos olhos? –
Oftalmologista era uma palavra que Mary Alice não gostava. Doutor dos olhos era melhor para ela.
- Sim. E ele disse que a infecção ficou mais pequenina. É bom!
- É muito bom, meu anjo –
Milicent deu um beijo na testa de Mary Alice, olhando para Marco. Esticou-lhe a mão e ele, de imediato, aproximou-se dela entrelaçando a sua mão com a de Milicent – Mary quero apresentar-te o meu príncipe… - Milicent juntou as mãos de Mary Alice com a de Marco, que se ajoelhou perto da menina – Mary é o Marco, Marco é a Mary Alice, o meu anjinho – Milicent viu Mary Alice ficar um pouco envergonhada e teve de ser Marco a falar primeiro com ela.
- Olá anjinho da minha princesa.
- És tão querido! –
Mary Alice precipitou-se para agarrar a cara de Marco enquanto Milicent e Marco se riram com aquela sinceridade com que ela falou – E és bonito como a Mili disse – a menina ia passando com as suas mãos pela cara de Marco que sorria enternecido a olhar para ela.
- E tu és ainda mais bonita do que aquilo que a Mili disse.
- Ela tem andado triste…mas agora já não vai ficar, pois não?
- Eu não vou deixar ela ficar triste.
- Ainda bem. Já sabes que eu posso vir a ser mana dela?
- Sei sim. Tu gostavas de ser mana dela?
- Sim…a Mili é boazinha comigo e os pais dela vêm cá no próximo fim-de-semana ver-me.
- Vais gostar deles. São assim muito bonzinhos como a Mili.

Milicent deixou escapar uma lágrima, passando despercebida aos olhos de Marco. Via que Mary Alice permanecia agarrada a Marco e o sorriso que o namorado tinha nos lábios era ainda mais bonito do que aquilo que imaginou quando os dois se conhecessem.
Ficaram uma parte da tarde com a menina e só quando ela adormeceu é que foram embora. Tinham de aproveitar o resto do dia para eles…já que Marco se iria embora quando o relógio marcasse as onze da noite.



- A falta do gajo afecta-te o humor todo, oh! – “Reclamava” Marlene.
- É…ele veio cá um dia, fizemos as pazes e depois foi embora. Passamos horas ao telefone e em vídeo chamadas mas falta o contacto físico…tenho saudades dele.
- Isso é falta de sexo! – Gritou Mario descendo as escadas.
- Vocês têm cá uma ideia nossa…ui!
- Foi por aí que tudo começou… -
atirou Mario, sentando-se ao lado de Marlene.
- Olha…nem comento – Milicent começou a sentir umas fortes náuseas que não passaram despercebidas a Marlene.
- Estás, outra vez, mal disposta?
- Estou…e sem paciência para ouvir alguma coisa que esse daí possa comentar! –
Mario olhou para Milicent um pouco magoado pelo que ela disse – Desculpa. Não era suposto falar assim.
- Tudo bem. Eu vou deixar-vos a sós que isso parece-me conversa de rapariga… -
Mario pegou no computador e voltou a subir as escadas. Marlene olhava Milicent um pouco desconfiada.
- Eu e tu sempre fomos certas nos ciclos…o meu período deve chegar para a semana logo, o teu deve ter vindo a semana passada.
- A questão é que ele não veio. Mas eu não estou grávida, isso te garanto.
- Como é que podes ter tanta certeza?
- Fiz um teste, Mare…sabes que essas coisas me assustam. Eu não quero ser mãe agora…está tudo controlado. Isto deve ser os nervos do fim do estágio…

- Se o teste deu negativo…deve mesmo ser dos nervos.
As duas sorriram e Milicent sentou-se ao lado de Marlene, agarrando-se à melhor amiga.
- Tenho tantas saudades dos abraços do Marco.
- Obrigada pela parte que me toca a mim…
- Olha…os teus abraços também são bons. Mas os dele…são dele.

- Dentro de três dias já estarás a correr para os braços dele.
- E tu? –
Milicent afastou-se um pouco de Marlene, olhando para a amiga – Como é que vais fazer?
- Fico mais cinco dias…depois volto para Dortmund e…logo se vê como é que isto fica. Acho que vai ser bom…afastar-me um pouco.
- Eu percebo…eu estou a ver é que, no fim, ainda vais pedir transferência para uma universidade daqui e deixas-me lá sozinha em Dortmund.
- Tens o Marco, olha!
- Então não negas! –
As duas riram-se e Milicent voltou a encostar-se a Marlene. Ficaram a ver televisão até que a hora de jantar tinha chegado.



- Mili…eu tenho tanto orgulho em ti, minha querida – Milicent tinha chegado a Dortmund à cerca de três horas e ainda não tinha saído de perto da avó. Mostrava-lhe os vários relatórios que tinha feito, contava-lhe tudo o que tinha feito e falavam de possíveis cenários para o futuro de Milicent.
- Ai avó…eu sinto-me tão feliz.
- Isso nota-se, minha querida. E, já que o teu pai não quis ir para medicina, é um orgulho enorme que a minha única neta o tenha feito.

- A avó sabe que, desde pequena, me fascino com Pediatria. E só lhe posso agradecer a si! – Milicent abraçou a avó, voltando a olhar para ela.
- Estás nervosa, Milicent.
- Bem…a avó conhece-me mesmo bem…
- Vê-se nos teus olhos. Que se passa? –
Jolandi agarrou nas mãos da neta, aconchegando-a.
- O Marco vem cá ter…mas trás a mãe dele com ele.
- Ainda não a conheces?
- Não…
- Nervosismo de conhecer a sogra…lembro-me como se tivesse sido ontem a primeira vez que conheci a tua bisavó.
- Também estava nervosa?

- Eu? Uma pilha de nervos! – Jolandi riu-se, para contar a história a Milicent de seguida – Foi no inicio do mês de Dezembro, estava a nevar e o teu avô veio buscar-me a casa para irmos beber um chá a casa da mãe dele. Assim que cheguei a porta da casa dela, tive um ataque de riso que, quando fomos apresentadas, só me conseguia rir – Milicent riu-se juntamente com a avó – ela não ficou a achar-me muita piada…mas correu tudo muito bem depois. Por isso, não tenhas medo de conhecer a senhora. E eu vou estar aqui e tens o Marco.
- Se me der um ataque de riso…já sei a quem é que saio… - as duas riram-se e ficaram mais um tempo a conversar só as duas.
Milicent tinha conseguido abstrair-se de que iria conhecer a mãe de Marco e que iria jantar em casa dela…o Marco às vezes tem com cada ideia.


- Então mas já chegaste a Dortmund?
- Já, Marco. Estou quase a chegar a casa da minha avó.
- Desculpa não te ter ido buscar…
- Marco, não tens nada que me pedir desculpa, meu amor. Estás com a tua família toda aí…tens de aproveitar.
- Quando as minhas irmãs forem embora…eu posso passar em tua casa, com a minha mãe?
- Com a tua mãe!? –
Milicent ficou com o coração a mil, sem saber ao certo o que dizer.
- Sim…ela precisa de ir comprar umas coisas…assim conhecias a D. Manuela…e até podias jantar connosco.
- Tenho medo…mas sim, eu aceito esse programa de conhecer os sogros.
- Boa! Eles vão adorar conhecer-te, meu amor.
- Espero bem que sim… -
Ai Milicent…no que tu acabaste de te meter…



Estava perdida em pensamentos, quando o som da campainha soou. Apressou-se a ir até à porta, abrindo-a.
- Boa tarde… - disse um pouco a medo. Viu que Marco sorriu, tal como Manuela – Entrem.
- Com licença –
foi Manuela quem falou, dando o primeiro passo. Marco seguiu-a e Milicent fechou a porta.
- Mãe…é a Milicent, Milicent é a minha mãe, Manuela – ao ouvir a voz de Marco percebeu que ele estava nervoso. Manuela riu-se e Milicent aproximou-se dela.
- Fico muito contente por conhece-la, D. Manuela…
- E eu ainda mais, minha querida –
Manuela precipitou-se na direcção de Milicent, dando-lhe um abraço. Aquele gesto tinha acabado por aproximá-las…foi genuíno e espontâneo – obrigada por fazeres o Marco tão feliz – Manuela tinha falado baixinho e, tais palavras, acabaram por passar despercebidas a Marco.
As duas acabaram por se afastar, cumprimentando-se com dois beijinhos.
- Agora tenho eu direito a um beijo, ou não? – Milicent e Manuela riram-se ao mesmo tempo. Já não estavam juntos à algum tempo…já havia muita saudade.
Milicent sentiu-se um pouco envergonhada, mas Marco acabou por puxá-la para os seus braços, acabando com aquela ânsia de a beijar.
- Que lindo que é o amor! – Afirmou Jolandi ao entrar na sala, vinda da cozinha. Milicent acabou por quebrar o beijo, encostando-se a Marco – Posso cumprimentar o meu neto emprestado ou queres ele só para ti? – Milicent riu-se afastando-se de Marco. Os dois cumprimentaram-se e Jolandi olhou para Manuela – Iria jurar que a sua cara não me é estranha…
- Acredite que o mesmo digo eu… -
Marco e Milicent olharam-se confusos.
- Jolandi Werner…sou avó da Milicent – Jolandi cumprimentou Manuela com dois beijinhos, voltando a ficar a olhar Manuela.
- É pediatra?
- Actualmente não…mas fui, sim.
- Aqui em Dortmund?
- Sim…
- Não me deve estar a reconhecer…eu sou a Manuela…Manuela Reus, mãe da Yvonne, da Melanie e do Marco.
- Eu não acredito…oh meu Deus…este mundo é mesmo pequeno! –
Jolandi voltou a abraçar Manuela – Estás diferente desde a última vez que nos vimos…foi à quanto tempo?
- Então…o Marco tem 24 anos, a última vez que fomos ao seu consultório ele tinha 6. Já passaram 18 anos desde essa altura.
- Não haverei eu de estar velha… - Jolandi olhou para Marco, abanando a cabeça – Ele, realmente, mantém alguns traços daquele menino traquinas…mas não associei.
- A avó foi…pediatra do Marco? – Perguntou Milicent um pouco surpresa.
- Fui. Do Marco e das irmãs dele. Vamos sentar-nos – Jolandi sentou-se ao lado de Manuela, Marco sentou-se no cadeirão em frente delas com Milicent no seu colo – Não te lembras, Marco?
- Não…que dizer, eu lembro-me de uma vez ter ido a uma médica e…não eu não vou contar isso em frente da Milicent!
- Contem! – Pedinchou Milicent, gargalhando com o estado aflito de Marco.
- Acho que ele se está a referir ao dia em que a Jolandi lhe disse que ele não podia ser jogador de futebol…
- Só te lembras disso, Marco? –
Perguntou Jolandi.
- Só…
- O que é que aconteceu? Vá contem-me como é que ele era em pequenino… - Milicent estava demasiado interessada naquelas histórias.
- O Marco não queria que o auscultasse…então tive de lhe dizer que, se ele não me deixasse fazer isso, ele não podia jogar à bola. Fartou-se de chorar, chorou e chorou…até que acabou por levantar a camisola.
- E naquela vez que ele fez aquela birra enorme porque queria um dinossauro para tirar sangue? – Manuela e Jolandi riram-se, fazendo com que Marco encostasse a sua cabeça nas costas de Milicent.
- Como é que estão as tuas meninas?
- Estão muito bem…a mais velha, a Yvonne, casa dentro de duas semanas e a Melanie começou a trabalhar à pouco.

- Desculpem…mas, importam-se se formos só até ao meu quarto um instante? – Perguntou Milicent.
- Vão, vão. Mas não demorem que ainda temos de ir comprar alguma coisa para o jantar, Marco – respondeu Manuela.
Milicent saiu do colo de Marco e os dois foram até ao seu quarto. Assim que a porta se fechou, Marco puxou Milicent para junto de si, enchendo-a de pequenos beijos espalhados pelo seu pescoço, bochechas e lábios.
- Tinha tantas saudades tuas…
- Agora eu não vou a lado nenhum, meu amor…Estás estranha, Mili…
- Começo a ser assim tão transparente…?
- Não…acho é que nos vamos conhecendo melhor. Que se passa?
- Bom…a semana passada…lá em Munique…houve um dia estranho… -
Milicent, na sua cabeça, viajou até aquele dia.


- Mi, já é a segunda vez que vais vomitar em dez minutos...que se passa?
- Eu estou grávida… -
Marlene ficou paralisada por alguns segundos, sem saber ao certo o que dizer – fiz 21 anos à pouco mais de dois meses atrás, tenho um ano de faculdade pela frente e estou grávida. Tenho uma relação…diferente do habitual. De amante passei a namorada, andamos estranhos durante um tempo e agora…estou grávida! Eu estou grávida!
- Ei, ei…vamos lá a acalmar essas hormonas todas descontrolada… -
Marlene riu-se, vendo na expressão da amiga que aquilo não tinha piada – Pronto desculpa. Mas…tens a certeza?
- Tenho. Já fiz montes de testes, já fiz exames e é certo. Duas semanas…o Mario tinha razão…os preservativos de morango deviam estar fora de prazo. E agora estou grávida, Marlene! Eu…grávida!
- Se tivesses uma semana de vida era pior, oh Milicent! Vamos lá a ter calma…já falaste com o Marco?
- Não…só te contei a ti porque…não sei o que fazer.
- Queres abortar?
- Não! Eu sou completamente contra isso. Se não querem bebés não os façam…mas eu não queria isto. Eu não estou preparada para isto.
Marlene aproximou-se de amiga, agarrando-lhe nas mãos.
- Não te preocupes com a faculdade…pelas minhas contas, irás ter tempo para a terminar e depois nasce o bebé…não é?
- Sim…lá para o fim de Julho deve nascer…
- E as aulas acabam em Maio. Irás conseguir conciliar tudo. A tua relação com o Marco era estranha, sim…mas deixou de o ser. E esse bebé…só vem provar que quando há amor…o tempo é uma coisa relativa. Podiam estar juntos à anos e serem infelizes, mas estão juntos à meses e são felizes…esse bebé só vos vai dar mais felicidade ainda.
- E se ele não quiser?
- Tens de falar com ele…só ele te poderá responder a isso.
- Posso pedir-te uma coisa?
- Diz…
- Não digas nada ao Mario…por favor.
- Fica descansada. O tio Mario só vai saber quando vocês lhe contarem.
- Eu estou grávida, Mare…essas coisas não são para se dizer assim! –
as duas riram-se e Milicent acabou por abraçar a melhor amiga – Se não fosses tu…andava eu por aí a fazer montes de filmes marados na cabeça. Obrigada, meu amor…futura tia.
- Não tens nada que me agradecer, futura mamã.



- O que é que aconteceu, Mili? – Marco começava a ficar impaciente com aquele silêncio da parte de Milicent.
- Estou a tentar achar uma maneira de te explicar…mas, Marco, isto pode mudar tudo o que há entre nós.
- Estás a começar a assustar-me… -
Milicent foi até Marco, agarrando na mão esquerda dele.
- Eu também fiquei super assustada…mas tens de me prometer uma coisa.
- Diz.
- Vais ser sincero comigo…depois de te contar o que aconteceu. Vais ter de falar, vais ser muito sincero porque…eu preciso disso.
- Claro…mas fala.

- Bom…ai… - Milicent levou a mão de Marco ao encontro da sua barriga, Marco desviou o seu olhar para a barriga de Milicent que lhe sussurrou, ao ouvido – três semanas.
Milicent jurava sentir o coração de Marco bater na mão que mantinha junto da sua barriga. Era uma sensação estranha…Marco mantinha os olhos presos na barriga de Milicent, estava um silêncio quase assustador mas Milicent sentia-se feliz por estar a contar aquela novidade a Marco. Poderia ele não ter uma reacção muito boa…mas estava feliz.
Milicent não conseguia perguntar nada a Marco…esperou, esperou e esperou. Até que ele a olhou.
- Então…fizemos mesmo um bebé em casa do Mario…
- Fizemos.
- Tens…mesmo a certeza –
Milicent percebia que Marco não fazia perguntas…talvez estivesse a assimilar aquela informação.
- Tenho. E preciso que comeces a falar sem ser assim…por favor, Marco. E é para seres sincero.
- Claro…claro…
- Marco acabou por retirar a sua mão da barriga de Milicent, caminhando um pouco até à janela. Ficou alguns segundos a olhar para o exterior, voltando a olhar para Milicent e a caminhar até ela – Eu não estava à espera disto…não esperava ser pai nos próximos tempo…ainda por cima depois de estar a avançar com um divórcio. Mas tu és a melhor coisa que me aconteceu na vida…e eu quero ser pai, nós vamos ter esse bebé e vamos amá-lo como nos amamos um ao outro, ou mais ainda – Marco rodeou a cintura de Milicent com os seus braços, encostando a sua testa com a dela – nós vamos ser felizes, esquecer o que vão comentar ou dizer…vamos ser pais.
Milicent sorriu, deixando escapar uma lágrima. Rodeou o pescoço de Marco com a certeza de que aquele era o inicio da vida deles enquanto um casal seguro e estável. Beijou-o, beijaram-se completamente apaixonados. Marco pegou em Milicent ao colo, rodopiando com ela.
- Marco…podemos não contar a ninguém…por enquanto?
- Sim…vamos esperar mais umas semanas.
- Mas…a Marlene sabe.
- E o Mario?
- Ela não lhe contou…mas se lhe quiseres contar eu entendo.
- Não…vamos deixar passar uns tempos, vamos ser só nós os três agora… -
Marco levou a sua mão à barriga de Milicent, voltando a beijá-la.





Olá meninas!
Surpresa? Muita surpresa? Quero saber essas opiniões sobre este capítulo e a mudança que está a existir na vida do casal.
Espero que tenham gostado e que deixem as vossas opiniões.
Muitos beijinhos.

Ana Patrícia.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

21º Capitulo: “…quando me abraças…parece que fica tudo só nosso.”

As duas da tarde tinham chegado e Milicent começava a ficar nervosa. Sabia que só Marco iria estar à espera dela. Ela ia entrar em casa e, em vez de ter Marlene à sua espera, tinha Marco por lá.
Chegou à porta de casa, inspirou e abriu-a. Estava um silêncio incrível ali, a televisão estava desligada e não ouvia ninguém falar. Tornou a fechar a porta e, ao virar-se de novo para a sala, viu Marco descer as escadas com ar de quem tinha acabado de acordar.
- Eu sabia que não devia ter ido dormir…agora ninguém fez o almoço surpresa… - Marco aproximou-se do sofá, esperando que Milicent chegasse perto dele. Ela fê-lo…mantendo uma certa distancia.
- Havia almoço surpresa…?
- Havia…
- Lamento informar, mas eu já almocei.
- Perfeito. Assim não me preciso de matar o Mario por não ter telefonado –
Marco reduziu, finalmente, a distância que havia entre os dois, rodeando a cintura de Milicent com os seus braços – o que eu ansiei por este momento… - Milicent não conseguiu dizer nada no momento, já que Marco a abraçou.
Milicent tinha a sua cabeça junto do peito de Marco, que encostou a sua cabeça na da jovem rapariga.
- Não sabes como é bom sentir o meu coração derreter assim…quando me abraças…parece que fica tudo só nosso – Milicent falou, fazendo com que Marco acabasse por afastar um pouco o seu corpo do dela, olhando-a nos olhos.
- Estás tão bonita, meu amor.
- Não digas essas coisas… -
Milicent encostou a sua testa, novamente, no peito de Marco que lhe beijou a cabeça.
- Temos de falar, Mili…
- Tens de almoçar, primeiro –
Milicent voltou a olhar para Marco, vendo os olhos dele demasiado brilhantes.
- Eu comi antes de adormecer. Só quero…falar contigo, resolver tudo isto.
- Vou só lá acima buscar algo que te pertence.
- Está bem… -
Milicent soltou-se de Marco, subindo até ao seu quarto. Precisava de ir buscar os bilhetes que tinha escrito para ele. Assim que os juntou por ordem, voltou a descer até à sala.
Encontrou Marco sentado no sofá, também ele a organizar os seus papéis.
- Estes pactos que tu inventas… - disse ela, sentando-se ao lado dele. Por instinto, colocou as suas pernas em cima das dele, esticando a mão direita com os papéis na direcção de Marco – Estes são os teus…e…bom, uns são pedaços de letras de músicas porque…era a única maneira de eu conseguir dizer tudo. Mas há dois que fui eu que escrevi.
- Estás a brincar…
- Não. Porque?
- Porque com os meus passa-se exactamente o mesmo.
- Vá, então toma lá os teus e dá-me os meus… -
Milicent tinha ficado verdadeiramente surpreendida com o facto de terem pensado no mesmo.
Marco entregou-lhe os dele, aceitando os de Milicent. A rapariga levantou-se, começando a ler aquilo que Marco tinha escolhido como as frases que se adaptavam a eles.
Percebeu que estavam, também, numerados. No primeiro podia ler-se:

“Serei o teu soldado. Lutando cada segundo do dia pelos teus sonhos”
Justin Bieber, As Long As You Love Me


Eu não acredito…ele escolheu músicas do Justin Bieber! Vá…mas oh. Milicent, só de ler o primeiro bilhete ficou logo toda atrapalhada. Aquela simples frase mexia com todo o seu interior. Através daquela frase, Milicent percebia que Marco não queria desistir dela…nem dos seus sonhos. Os sonhos de uma rapariga que tanta coisa ainda pode sonhar.
Passou para o segundo bilhete:


“Nós temos problemas, é verdade, mas eu prefiro trabalhar nisso contigo do que seguir em frente e começar com alguém novo”
Justin Bieber, As Long As You Love Me


Cheira-me que quando o Justin for a Dortmund tenho de ir com o Marco ao concerto…não fazia ideia que letras dele poderiam dizer…estas coisas. Milicent estava verdadeiramente surpreendida. Marco, à segunda frase, conseguiu surpreender, de novo, Milicent. Seria mais fácil, menos doloroso se, ao não ter resultado com Milicent, ter tentado arranjar outra pessoa. Mas não…Marco estava a preferir continuar com Milicent e resolver todos os problemas.
Bilhete número três:


“Amor, eu estou aqui. Aqui para ficar, eu não vou a lado nenhum. Eu sei que estás assustada porque foste magoada, mas está tudo bem. Fico perdido nos teus olhos todas as vezes que olhares para mim. Prometo que serei tudo o que precisas, eu não te deixarei.”
Justin Bieber, Right Here


Quem diria que ias chorar ao ler uma música do Justin Bieber… Milicent começou a chorar ao ler aquele bilhete. Aquilo era como uma declaração de amor com promessas à mistura. Milicent sabia que, se Marco as escolheu, é porque sente cada letra que está escrita. E…saber que o tem para ela, saber que ele percebe que tem medo de sofrer e saber que, o mais importante é que ele nunca a deixará…transmitia-lhe uma sensação de plenitude. Milicent começava a sentir-se, de novo, completa.
Quarto e penúltimo bilhete:


“Se eu pudesse, morreria nos teus braços. Eu não me importaria porque, cada vez que me tocas, eu morro nos teus braços”
Justin Bieber, Die In Your Arms.


A verdade era que o sentimento era recíproco. Cada vez que havia um toque, um abraço, um beijo ou até um simples olhar, Milicent sentia-se a morrer por dentro. Não num sentido mau, ou de sofrimento. Mas era tudo tão simples quando algo entre eles existe que…é como se estivesse num mundo à parte, onde só eles dois existem.


O teu amor, é tudo o que me falta.
Marco Reus


O último bilhete… Com aquele último bilhete…não restavam dúvidas. Estava tudo muito claro na cabeça de Milicent.
Enquanto ela lia os seus bilhetes, Marco fazia o mesmo. Riu-se primeiro ao perceber que eles tinham tido a mesma ideia. Olhou para ela de relance como que absorvendo cada linha do corpo dela. Quando viu que Milicent já lia o primeiro bilhete, começou, também ele, a ler o seu primeiro bilhete:


“Agora estou a pegar em todos os pedaços (…) colocando o meu coração no lugar, outra vez.”
Chris Daughtry, Over You


Percebera porque era o primeiro bilhete. Deveria ter sido o primeiro que Milicent escreveu quando tudo ainda estava muito mal. Para Marco, aquele bilhete representava o que Milicent tinha sentido quando ele não esteve com ela…Marco estava com uma certa raiva de si próprio por tê-la feito sofrer…mas ela também é ciumenta.
Passou ao segundo bilhete:


“Eu não consigo acreditar que és o tal”
Chris Daughtry, Over You


Marco ficava surpreendido com o que lia. Desconhecia o cantor, ou mesmo as músicas, por detrás daqueles excertos, mas começava a perceber que eram algo que Milicent sentia de verdade. E saber que…ela já começa a sentir que ele é o tal na sua vida…só lhe dá certezas de que a mulher que está na sua frente a ler os seus papéis é a mulher da sua vida.
Terceiro bilhete:


“A minha vida contigo significa tudo, por isso não vou desistir assim tão facilmente”
Chris Daughtry. Its Not Over


O sorriso nos lábios de Marco não poderia ser maior. Milicent não escolheria tais frases à toa. Escolheu-as de forma ponderada e daquilo que sentia…e saber que, naquele momento, ela não queria desistir do “nós” entre eles, era o maior motivo de felicidade para Marco.
Uau ela escreveu mais cinco bilhetes…faz oito. Marco passou a ler mais um:


“Tudo o que procuro é uma vida cheia de gargalhadas, desde que esteja gargalhando contigo”
Chris Daughtry, Life After You


Um desejo da Mili? Sorrir…do meu lado? Marco começava a perceber que os bilhetes mudavam conforme o tempo ia mudando. Percebia que era uma Milicent diferente à medida que ia avançando. E ler que, aquilo que ela quer da vida é sorrir e estar com ele…só poderia fazê-lo sentir o homem mais completo à face da terra.
Quinto bilhete:


“A última vez que falamos, queima como um ferro quente no fundo da minha mente”
Chris Daughtry, Life After You



Provavelmente na noite do aniversário dela… aquela noite tinha sido marcante para os dois. Tinham falado mas outro acontecimento os atormentava…ter visto Milicent com Mandzukic. Também para ela não tinha sido fácil…


“Tu e eu, certo ou errado, não há nenhum “outro”, depois deste tempo que passei sozinha”
Chris Daughtry, Life After You



Marco não precisava de nenhuma prova de que Milicent tivesse tido outra pessoa…é verdade que ficou a pensar nisso naquela noite e que ficou com ciúmes, mas nunca colocou a hipótese de que ela pudesse ter avançado para outra pessoa. E a prova disso…estava ali. Naquele bilhete.
Percebeu que os dois bilhetes que se seguiam eram escritos por ela e leu-os de seguida:


Preciso de ti,
Milicent Werner


Amo-te e estou cheia de saudades,
Milicent Werner


Afinal os meus pactos servem para alguma coisa… depois de ler tudo que Milicent tinha escrito para sim, olhou para ela. Milicent chorava a olhar para Marco.
- Mili…
- Marco…espera. Deixa-me só…recompor-me, por favor. Dá-me cinco minutos para absorver tudo isto…
- Estarei lá em cima, no quarto de hóspedes, à tua espera…para falarmos –
Marco levantou-se, indo dar um beijo na testa de Milicent. Subiu as escadas, indo até ao quarto.
Milicent sentou-se no sofá, limpando as lágrimas. Precisava de se acalmar. Caso contrário não iria conseguir dizer nada de jeito a Marco. A verdade é que estava demasiado feliz por estas quatro semanas terem passado…sentiu que cresceu e que clarificou o que sente realmente por Marco.
Recompôs-se, subindo até ao andar de cima. Viu a porta do quarto de hospedes (o outro já que um era onde ela estava a dormir) aberta e decidiu entrar. Marco estava deitado sobre a cama e Milicent percebia que ele estava demasiado sossegado para quem estava acordado.
Chegou perto da cama, vendo que Marco estava de olhos fechado… tu adormeceste quando mais precisamos de falar? Milicent colocou-se de joelhos em cima da cama começando a gatinhar para chegar perto de Marco.
- Marco…Marquinho…? – de imediato, Milicent viu Marco abrir os olhos e ela optou por se sentar, encostada ao corpo dele.
- Diz-me que eu não estou a sonhar e estamos os dois na mesma cama…
- Estamos os dois na mesma cama sim…já estava era a ver que tinhas adormecido.
- Levantei-me cedo…tenho sono.
- Podes dormir depois de falarmos?
- E eu a pensar que a nossa conversa passava por esta cama.

- Marco! – Milicent olhou-o com alguma surpresa…já que não esperava aquela saída da parte dele.
- Eu estou a brincar, meu amor. Eu sei que temos de falar… - Marco sentou-se e os dois ficaram muito próximos um do outro. Milicent gostava daquela proximidade…mas precisou de se levantar e olhar pela janela para começar a falar.
- Marco…quando eu soube que tinha de vir para Munique, foi assim um impacto estranho na minha vida. Estava em Berlim para apoiar o meu pai, para criar uma rotina com eles…e depois já não tinha de estar lá. Depois havias tu… - Milicent olhou para ele, encostando-se na cómoda – Eu pensava que estarias em Dortmund…pensava que me ias apoiar, que ias estar ali do meu lado para mais uma mudança na minha vida. Mas não…tu estavas na Suíça. E disseste que virias cá quando tivesses tempo – Marco baixou a cabeça e Milicent percebeu que ele estaria, talvez, arrependido de o teu feito – eu fiquei com ciúmes dele…mas passou. Passou porque me deixei de preocupar com ele…e pensava em ti. E não entendia como é que poderíamos estar tão afastados como estivemos…
Milicent despejava tudo sem pensar bem como é que as palavras estavam a sair. Estava a dizer tudo o que tinha sentido, aquilo que a tinha magoado de verdade. Viu Marco voltar a olhar para ela, um pouco abatido.
- Eu compreendo os teus ciúmes e tudo o que sentiste depois. Eu não fui a pessoa que te prometi que ia ser. Eu prometi-te ser aquele que iria cuidar de ti…e falhei. Mas, Milicent, está tudo a ser uma nova fase para mim…e acho que não soube lidar com o facto de saber que irias estar ainda mais longe… - Marco levantou-se, caminhando até uma outra janela, um pouco afastada de Milicent – Mas eu sabia que irias ficar bem aqui…eu sabia que o Mario e a Marlene iriam cuidar de ti…quando eu não o sabia fazer. Eu precisava de um espaço e não te soube pedir…eu simplesmente afastei-me sem pensar no quanto isso te iria magoar.
- Estás a dizer que…foste tu que pediste ao Mario para nós ficarmos aqui?
- Sim. Se fosses viver para uma casa onde só estavas tu e a Marlene…quando ela se fosse embora tu ficarias sozinha…e eu não poderia deixar que isso acontecesse… -
Milicent ficava surpreendida pelo quão protector Marco conseguia ser. Mesmo que não tivesse agido da melhor forma…tinha cuidado dela, mesmo que indirectamente.
Milicent olhou para o exterior da casa, inspirando fundo.
- Desde que estou aqui em casa…que me tenho apercebido que vou crescendo a cada dia que passa… - começou Milicent por dizer – O Centro faz-me crescer, perceber que te amo faz-me crescer. Eu nunca pensei que alguma vez me conseguisse voltar a apaixonar desta forma mas, a verdade, é que eu sou completamente apaixonada por ti. E…eu não quero que penses que eu tive outro…porque não tive.
- Eu sei disso –
Milicent sentiu o toque de Marco nos seus braços. Marco encostou as suas mãos nos braços de Milicent que se sentiu a vacilar por dentro – mas fiquei com ciúmes quando te vi aos abraços com…aquele.
- Ele…é uma pessoa a esquecer.
- Mas ele fez-te alguma coisa? –
Mesmo não estando a olhar para Marco, Milicent percebia que ele estava preocupado.
- Não. Mas queria…
- Ai que…
- Esquece, Marco –
Milicent agarrou nas mãos de Marco, rodeando a sua cintura com ela – o Mario deu-lhe um soco bem dado ontem à tarde.
- A serio?
- Sim.
- Eu sabia que o Mario não me deixava ficar mal… -
os dois riram-se e Milicent sentiu-se ser mais apertada contra o corpo de Marco – Mili…tu desculpas-me? 
- Há muito tempo que já o fiz Marco…agora não há nada para desculpar – Milicent sentiu os lábios de Marco chocarem contra o seu pescoço, deixando-a completamente rendida e arrepiada.


Marco, quase desesperando, virou Milicent para si beijando-a sem qualquer tipo de calma. Sentia falta daqueles beijos, daquele amor que emanava dela para ele e dele para ela. Sentia falta do seu carinho, da forma como o fazia sentir bem.
Num impulso, Milicent começou a retirar o casaco a Marco que, sabendo que nenhum dos dois iria colocar algum tipo de travão, acabou por retirar a camisola de Milicent.
- Oh meu Deus…as saudades que eu tenho de sexo! – Disse Milicent, mordendo o seu lábio inferior ao sentir os beijos de Marco pelo seu pescoço e peito.
- Acredita que não és a única… - Marco olhou-a, voltando a unir os lábios dos dois. Milicent começou a percorrer as costas de Marco, levantando a camisola dele. Acabou por conseguir retirá-la e, quando se viu livre dela, Marco agarrou-a pelo pescoço, aproximando-se dela.
 



- Tinha saudades disto…deste amor… - Milicent não estava preocupada ao falar descontraída. Precisava de estar perto dele…de ter o amor dele. Começou a empurrá-lo em direcção da cama e Marco acabou por se deitar, ficando com Milicent em cima dela – sabes que isto é mais do que sexo… - Milicent aproximou os seus lábios dos de Marco, sussurrando – eu amo-te – deu-lhe um beijo nos lábios agarrando nos pulsos dele. Colocou as mãos de Marco em cima das almofadas, começando a beijar o tronco dele como que devolvendo aos seus lábios o sabor da pele do seu namorado.
 
Milicent aproveitou para dominar naquele momento. Mais do que: ah e tal fizemos as pazes agora vamos ter sexo, aquele momento era o reencontro de dois corpos separados pelos ciúmes. Aquele momento era despreocupado, de entrega total.
Como sempre, Marco não gosta de se sentir, durante muito tempo, dominado e, por isso, acabou por mudar de posição com Milicent. Retirou as calças do corpo da rapariga, acabando por fazer o mesmo com as suas. Voltou a colocar-se em cima dela, agarrou-lhe nas coxas beijando-a desde a barriga até aos lábios. Marco ia vagueando com as suas mãos pelo corpo da rapariga. Tanto um como o outro sabia o que fazer para se satisfazerem um ao outro.
Quando Milicent começava a sentir-se completamente sem forças (indo apenas nos preliminares) Marco conseguiu fazer com que, interiormente, Milicent se revitalizasse. Com estímulos nas zonas mais sensíveis da rapariga, Marco conseguiu que ela se voltasse a encher de desejo por mais. Milicent percorria as costas de Marco que, quase de certeza, deveriam estar num estado pouco apresentável.
- Marco… - quase num sussurro Milicent conseguiu chamar o namorado – preservativos – Marco deixou de fazer o seu caminho de beijos, parando no ventre de Milicent, olhando-a um pouco atrapalhado.
- Eu sabia que me tinha esquecido de algo em Dortmund… - Marco deixou o seu corpo cair sobre o de Milicent, ficando com a sua cabeça na barriga dela.
- Ei, tu nem penses que eu vou ficar a meio! Nesta casa o que não devem faltar são preservativos! – Marco riu-se do desespero que a voz de Milicent tinha. Olhou-a, subindo o seu corpo até que os seus lábios tocaram os dela.
- Eu não vou ao quarto do Mario buscá-los…
- Nem eu queria…mas, vê se há alguns aqui. E se não houver…não estou no meu período fértil.
- Sabes que isso não é assim…
- Eu sei Marco…vá vê lá antes que…o meu Marco vá abaixo! –
Marco riu-se, esticando-se para chegar à mesa-de-cabeceira.
Abriu todas as gavetas e não havia nada. Esticou-se para o outro lado e, na primeira gaveta, encontrou duas bolsinhas cor-de-rosa.
- Preservativos de morango…?
- Antes isso que um filho daqui a nove meses! –
Milicent tomou controlo da situação. Agarrou no preservativo colocando-se em cima de Marco – não te esqueças: é o nosso amor.
Milicent tomou as rédeas e toda a intensidade dos movimentos que se seguiram foram a prova que, tanto um como o outro, desejava que aquilo acontecesse mais cedo ou mais tarde. Os dois gemeram, Milicent mordeu Marco no ombro, deixando uma grande marca naquele sitio e Marco viu Milicent deixar escapar uma lágrima mas, no segundo seguinte ouviu um gemido e Milicent dizer, com poucas forças, “Sou tua”.


- Oh meu Deus…eu estou tão cansada… - depois de permanecerem algum tempo a tentar controlar as respirações, Milicent foi a primeira a falar.
- Coitadinha, do meu amor.
- Cansar-me assim é bom… -
Milicent olhou para Marco e os dois beijaram-se.
- Se não existissem preservativos de morango…eu acho que tínhamos feito um bebé em casa dos tios.
- Sou muito nova para ter um bebé –
Milicent passou para cima de Marco, encostando a sua cabeça no peito dele – deixa-me dormir um bocadinho, aqui…
- Dorme, meu amor.
- Eu amo-te tanto, tanto Marco –
Milicent deixou o seu corpo relaxar, sentindo os braços de Marco abraçarem-na.
- Eu também te amo, meu amor – deu-lhe um pequeno beijo na cabeça, inalando aquele cheiro do perfume dela tão intenso.


- Olha que lindo! – disse Mario ao entrar em casa, vendo Marco e Milicent sentados no sofá aos beijos – Ainda bem que não tenho de matar ninguém.
- Ias matando…o meu desejo se não houvessem preservativos naquele quarto! –
Milicent estava à vontade naquele ambiente, sentou-se no colo de Marco olhando para Marlene (que estava chocada com o que a amiga tinha acabo de dizer) e, de seguida, olhou para Mario que se ria.
- E havia disso no quarto?
- Haviam…de morango –
respondeu Marco.
- Ainda tenho de saber onde há daqueles que eu gostei…e calo-me por aqui que se trata da intimidade dos Reus – Milicent olhou para Marco, beijando-o outra vez.
- É possível que esses preservativos estejam fora de prazo…
- Não rebentaram…foi uma bela tarde –
Milicent estava feliz e isso estava aos olhos de todos. Aproveitaram que Marlene e Mario tinham regressado para serem eles a sair. Milicent queria aproveitar o resto do dia com Marco…e sabia exactamente o que fazer com ele, onde o levar e aproveitar todo o amor que sentia por ele. Agora…Milicent estava a sentir-se, em todos os sentidos, uma mulher completa.
Olá meninas!
O capítulo de hoje é muito especial. Para além de Milicent e Marco se voltarem a juntar, estamos a celebrar um ano desta fic. À exactamente um ano atrás, publiquei o primeiro capitulo e hoje, ao fim de 21 capitulos, posso dizer-vos que é um prazer escrever esta histórias. De todas as que tenho é a que consigo escrever com liberdade e o que realmente quero. Por isso acho que nunca irei conseguir acabar com ela (...terá de acabar eventualmente).
Bom, eu não vos quero maçar. Quero, sim, agradecer a cada uma que está desse lado a ler o que escrevo, agradecer por comentarem e deixarem sempre opiniões tão positivas. Ler-vos é muito bom, acreditem.
Agradeço-vos muito.
Espero que tenham gostado, que deixem o vosso comentários e..."vemo-nos" no próximo capitulo.
Beijinhos.
Ana Patrícia.