segunda-feira, 7 de julho de 2014

12º Capitulo - "Eu prometo..."

Milicent tinha mesmo de fazer aquela pergunta a Marco. Se avançar com a ideia que tem na cabeça, quer que Marco faça parte dessa mesma ideia.
- Marco...é que...bom, eu já ando à imenso tempo a pensar nesta ideia e ando a juntar dinheiro mesmo para realizar esta minha vontade e quero que faças parte dessa ideia - Marco olhava para Milicent um pouco confuso, afinal não estava a compreender nada daquilo que ela estava a dizer - eu sei que não me estas a entender nada...essa cara não engana ninguém, tonto - Milicent deu-lhe um curto beijo nos lábios, voltando a olhar para ele - bom...eu quero tatuar um oito em numeração romana no braço. Não é hoje nem amanhã...só quando sentir que tenho todos os elementos desse oito completos mas...quando eu o tatuar...tu aceitas ser parte dele?
Marco não esperava tal pergunta de Milicent. O que a jovem rapariga deseja fazer é "apenas" um numero mas que, com ele, trás grande parte (se não a maioria) da vida de Milicent.
- E...quando é que estás a pensar fazer a tatuagem?
- Hum...perto do Natal, talvez. Ou então no inicio de 2014.
- Se quiseres...terei todo o gosto em levar-te ao meu tatuador. Ele tem preços acessíveis e é de grande qualidade.
- Marco...isso quer dizer...
- Que terei enorme orgulho em fazer parte do teu oito - Marco sorria e Milicent apenas o beijou. Marco marcou a vida dela, fez com que essa vida mudasse e passasse a existir uma nova vida cheia de vontade de viver, felicidade, novas definições na palavra amor e amizade.
Milicent tem a certeza que pouco sabe da vida, que ainda terá muito para viver e aprender. Sabe que ainda vai encontrar novos amigos, novas amizades...mas sabe que nenhuma será como a sua amizade com Marlene. Sabe que irá encontrar possíveis amores mas, também sabe que poucos serão como Marco.

Os dias iam passando...a correr. A semana de Marlene em Berlim iria acabar dentro de quarenta e oito horas e Milicent começava a sentir que precisava de aproveitar bem cada segundo com a sua melhor amiga. Cada dia tinha uma peripécia diferente. Marlene e Mario estavam cada vez mais próximos e a darem-se super bem como amigos (era isso que seriam por enquanto), Marlene cada vez percebia melhor a relação de Marco e Milicent e, estes dois, andavam cada vez mais apaixonados um pelo outro.
Milicent vivia completamente feliz. Sentia-se completa. Amada por um homem, amada pela sua melhor amiga, amada pelos pais e, sobretudo, ama-se a ela própria.
As duas raparigas tinham combinado encontrar-se com Marco e Mario no quarto de Marco. Passavam ali horas os quatro...e pela noite apenas os dois. Cada tarde faziam algo diferente, algo com que se conseguissem entreter.
Hoje não seria excepção e, contra uma inicial pouca vontade das raparigas, os quatro acabaram por alinhar num momento de PlayStation.
- Eu vou perder! - Barafustava Milicent que jogava contra Marco. A ideia era: quem perde passa o comando a outro. Mario jogou contra Marco e perdeu, passando o comando a Milicent.
- Aposto que o Marco vai fazer de propósito para que ganhes! - Mario estava visivelmente irritado.
- Oh Mariozito, lá porque perdeste e bem, diga-se, não tens de estar chateado... - Marlene rodeou o tronco de Mario com os seus braços, ficando de joelhos em cima da cama atrás dele.
- Eles estão ali os dois concentrados no jogo ou é impressão minha? - Marco e Milicent tinham, simplesmente, feito silêncio e jogavam concentrados. Via-se que Milicent estava ainda mais concentrada já que era o segundo jogo que fazia de FIFA.
Marlene e Mario aproximaram-se deles, sentando-se ligeiramente atrás deles. Estavam os quatro no chão e Milicent pareceu ter despertado daquele seu estado de concentração.
- Até sei jogar um bocadinho a isto...
- Tu estás é com sorte! - Marco respondia a Milicent cortando uma bola na grande área - Tu tentas marcar mas está difícil, amorzinho.
- Amor é amor mas jogos de FIFA à parte, Marco! - Milicent aproximou-se do ecrã percebendo que poderia marcar. E assim foi! Ela marcou o 1-0 aos 10 minutos de jogo - pimba! Eu marquei! - Milicent levantou os braços e ouviu os gritos de golo vindos de Marlene e Mario. Como estava à frente de Marco olhou para ele...era visível que Marco estava contente por ela ter marcado mas, ao mesmo tempo, Milicent percebia que ele teria mau perder - Tenho a ligeira sensação que vou dormir a casa se ganhar o jogo... - Milicent gatinhou na direcção de Marco, sentando-se no meio das pernas dele - Não tenhas mau perder, bebé - Milicent roçou o seu nariz no de Marco, que lhe roubou um beijo.
- Se é para andarem nessas figuras cada vez que marcarem é melhor passarem os comandos a nós e irem para outro lado - Mario decidiu picá-los (mais uma vez) e fez com que Milicent saísse do colo de Marco, sentando-se no chão.
- Não...eu quero ganhar.
O jogo foi decorrendo com golos de parte a parte. No fim Milicent ganhou e Marco teve de passar o comando a Marlene. Ele sentou-se atrás de Milicent rodeando a sua cintura com os seus braços encostando-se a ela.
- Que fique claro que eu te deixei ganhar...
- Sim, sim...então não?! Admite puto, ela joga melhor que tu - Mario, como sempre, metia-se com eles na brincadeira. Também ele estava perto de Marlene, não tão unidos como Marco e Milicent. Mas estavam...juntos.
- Oh e se te calasses? Também perdeste! Jogas com ela perdes também!
- Calem-se lá e observem as pro's a jogarem - Marlene falou, fazendo com que os dois tomassem atenção ao ecrã da televisão.
As duas tinham escolhido a mesma equipa. Então era: Borussia Dortmund contra Borussia Dortmund. Por ser o FIFA 13, Mario ainda estava no Borussia e as duas alinhavam exactamente com a mesma equipa que incluía Marco e Mario.
- Mas vocês estão doidinhas?
- Elas são doidas, Mario - Marco e Mario falavam mas elas fingiam que não ouviam.
- Vá Mi, passa aqui ao Götze passa - dizia Marlene andando com o boneco de Mario de um lado para o outro.
- Espera, tem de ser o Reus a passar mas eu não o vejo!
- Já nem conheces o teu namorado?
- O boneco não tem as mesmas proporções que o verdadeiro. Fica difícil de o reconhecer.
- O Götze é fácil de reconhecer...
- É...é aquele que anda sempre a mexer-se e a ser chato.
- Olha eu estou a ouvir isso!! - Pela primeira vez Mario interrompia a conversa delas - Vocês estão a jogar ou a brincar?
- A brincar jogando, como é óbvio - Marlene respondeu-lhe e Mario aproximou-se dela, pegando nas suas mãos que seguravam o comando.
- Ei isso assim não vale! - Protestou Milicent que, depressa, viu as suas mãos serem cobertas pelas de Marco.
Depressa se tornou num jogo de Marco contra Mario já que eram eles quem tomava conta dos comandos.

Milicent estava no seu quarto a acabar de se arranjar. Iria sair com Marlene, apenas e só com a sua melhor amiga, já que o tempo desta em Berlim estava a acabar. Arranjou-se optando por um conjunto mais descontraído.


Marlene não estava em casa. Depois de terem passado a tarde com os rapazes, Milicent tinha ficado no quarto de Marco a jantar e Marlene foi jantar com Mario. Estava combinado as duas encontrarem-se à porta da discoteca.
Milicent chegou primeiro ao local combinado e percebeu que era uma discoteca normal. Boa música ia passando e o ambiente era agradável. Pelo menos visto do exterior, já que esperava a amiga à porta. Não havia ninguém no seu exterior, excepto o segurança.
Estava distraída a olhar para o telemóvel, ia falando com Marlene e a última mensagem que viu dizia:

“Doida, achas mesmo que te deixo pendurada? Estou quase, quase a chegar.”

A partir daí…o verdadeiro pesadelo de Milicent estava a começar. Tinha sido empurrada por alguém com alguma (bastante) violência, sentiu o seu corpo cair do alcatrão da estrada, sentindo a sua cabeça estilhaçar, entrando, de seguida, num completo estado de raiva. Quem fosse que lhe estivesse a fazer aquilo…tinha criado raiva em Milicent.
- Podes ter a certeza que ainda agora comecei… - Era uma mulher. Milicent nunca tinha visto uma fotografia de Carolin, nem nunca tinha ouvido a sua voz…mas iria jurar que tinha, em cima dela, Carolin Böhs. Actual, e futura ex, mulher de Marco.
Carolin estava sentada sobre a cintura de Milicent e as duas olhavam-se. Milicent queria defender-se, porque sabia que iria andar à porrada com ela, mas estava completamente petrificada, sem saber o que fazer. A raiva, o ódio, o desprezo…estava tudo no olhar de Carolin.
- Eu não contava apanhar-te sozinha…mas assim o queridinho não interfere – as certezas tomavam conta de Milicent. Era ela.

Marlene caminhava já em passos apressados. Tinha Milicent à sua espera e já estava atrasada. Ao chegar deparou-se com um cenário lastimável. Estavam duas ambulâncias paradas junto da discoteca e duas raparigas caídas no chão…e não foi preciso muito tempo para Marlene perceber que uma delas era a sua Milicent.
Correu na direcção da melhor amiga, ajoelhando-se do seu lado. Percebia que ela não estava consciente…e sentiu o seu coração explodir.
- O que é que se passou? Ela…ela está viva? – Disparou perguntas na direcção dos bombeiros e as lágrimas começaram a escorrer-lhe pela cara.
- Quem é a senhora?
- Eu sou amiga dela…ela estava à minha espera, mas eu demorei mais tempo…
- A sua amiga ficou inconsciente à pouco tempo, temos de a levar para o hospital o mais depressa possível. Pode vir connosco na ambulância e talvez seja melhor avisar os familiares.
- Claro, claro – Marlene levantou-se e os bombeiros colocaram Milicent na maca. Marlene, por fracções de segundo, olhou para a outra rapariga…estava consciente, com bastante sangue no lábio e via-se que estava arranhada. Marlene não sabia quem ela era…nunca viu Milicent dar-se mal com alguém…e está em Berlim à tão pouco tempo…como é que tudo isto poderia ter acontecido?

Marco estava deitado, com o computador em cima das pernas a ver um filme. Tinha combinado com Mario ficarem ali os dois a jogar, mas não havia sinais do seu amigo em lado nenhum.
O som do seu telemóvel despertou-o para a realidade e, ao olhar para o visor, viu o nome de Milicent. Estranhou…ela estaria com Marlene e não estava à espera que lhe ligasse a estas horas:
- Meu amor…
- Marco, sou eu a Marlene! Não esperava ouvir aquela voz…e logo ali soube que algo não estava bem.
- Marlene…o que é que se passa? A Mili está bem?
- Acho que vai ficar…Marco, a Mi está no hospital. Eu estou aqui no hospital, com ela, com os pais…e o Mario já cá está também.
- E porque é que eu só estou a saber agora? O que é que aconteceu? – Marco colocou o computador para o outro lado da cama, começando a calçar os ténis.
- É um assunto delicado Marco…é que…a Mi andou à porrada com a Carolin. Elas estão as duas internadas, as duas em estados lastimáveis e…há polícia, há tanta coisa…
- Calma. A Carolin? – Marco congelou, mas depressa se levantou da cama pegando nas chaves do seu carro e saiu do quarto.
- Sim…foi feio.
- Eu estou a ir para aí, cinco minutos e eu estou aí.
- Tem calma Marco. Ela está bem.

Renae, Hinrich, Marlene e Mario estavam na sala de espera quando Marco chegou perto deles.
- Como é que ela está? – Via-se perfeitamente que Marco estava completamente aterrorizado com a ideia de que algo de muito grave tivesse acontecido a Milicent.
- Dentro dos possíveis…está bem, Marco – era Renae quem lhe respondia.
- Já sabem o que se passou?
- Parece que…tens uma maluca por ti à solta, com o teu apelido e não gostou que tivesses acabado com ela – Mario era super frontal com Marco. Sempre o foi e, mesmo num momento mais constrangedor, foi super directo com o melhor amigo.
- Mario…
- Que é que queres, Marco? É a verdade! A Carolin espancou a Milicent porque não suporta que tenhas acabado com ela, a Milicent deixou a Carolin num estado…consideravelmente mau. Tiveste duas raparigas à porrada por tua causa. E só podes cuidar de uma! E é essa que mais precisa de ti, oh.
- Está feito o resumo – Hinrich, o pai de Milicent, foi que falou fazendo com que Marco olhasse para ele – ela vai precisar de descanso, de mimo mas aquilo vai ao lugar. A Mili é pacífica, mas quando tocam no que é dela…vira fera.
- Eu peço desculpas…é por minha causa que ela está nesta situação…
- Querido, não – Renae pegou na mão de Marco, continuando a falar – não te podes culpar. A tal Carolin é que não sabe o que é uma separação. A Mili está bem, partiu a cabeça e tem vários hematomas no corpo, mas está bem. Precisa de descanso e mimo. A Carolin tem vários hematomas no corpo também, mas nenhuma vai apresentar queixa…pelos visto poderia prejudicar a Carolin, segundo a Mili…
- Como é que ela pode pensar em não prejudicá-la quando…eu posso vê-la?
- Já lá devias estar. Nós só te avisamos à pouco tempo porque só nos entregaram o telemóvel da Milicent à pouco e o Mario estava com a Marlene a preencher os papeis.
- Eu vou vê-la então…
- Ao fundo do corredor à direita.
Marco caminhou pelo corredor, chegando ao fim do mesmo. Abriu a porta devagarinho, espreitando para o interior. Milicent mantinha os olhos fechados, tinha a sua mão esquerda em cima da barriga e uma ligadura em torno da cabeça.
- Marco… - Milicent abriu os olhos e confirmou as suas suspeitas. Tinha sentido o cheiro dele invadir aquele quarto e, de imediato, sentiu-se protegida.
- Mili… - Marco fechou a porta, indo rapidamente ter com Milicent – Olha o teu estado…
- Só quero que ela esteja um bocadinho pior que eu… - custava-lhe a falar. Tinha a barriga dorida da força que Carolin havia feito, a cabeça latejava com as dores e sentia o seu corpo todo dormente.
- Deve estar princesa…eu espero bem que esteja! Olha o que ela te fez… - Marco começou a dar-lhe leves beijos na testa, descendo até à bochecha, até que chegou aos lábios de Milicent. Não estavam magoados, ao contrário dos de Carolin – A minha rainha está toda magoada.
- Bebé…dói-me tudo…
- Oh minha Mili… - Marco passou com a sua mão pelo braço de Milicent, agarrando-lhe a mão que ela mantinha sobre a barriga.
- Foi tão…horrível. Ela…ela disse coisas horríveis, Marco – Marco sentou-se na cadeira que estava ali perto, chegando-a para perto de Milicent. Continuou a agarrar-lhe na mão sem saber ao certo se haveria de insistir no assunto ou não.
- Não precisas de falar se te custar…
- Ela atirou-me ao chão e ficou em cima de mim…eu percebi logo que era ela, sabes? Pela maneira como ela me olhou, pela maneira como ela falou…eu percebi que era a Carolin. Começamos à porrada até que o segurança a tirou de cima de mim…depois ela disse que eu lhe metia nojo, que ia fazer de tudo para nos separar… - Milicent fez uma pequena pausa, falar tanto tempo seguido estava a custar-lhe – A Carolin disse…ela disse que te amava, que te ia conquistar outra vez, que nos ia separar Marco…e quando ela disse isso eu explodi. Eu bati-lhe, arranquei-lhe cabelos…Marco eu bati-lhe! – Marco percebia que Milicent estava com certos remorsos sobre tudo o que se estava a passar.
- Tu não te arrependas de lhe teres batido, amor. Ela mereceu tudo, mereceu mesmo.
- Marco…ela quer separar-nos… - pelo canto do olho de Milicent, havia uma lágrima a escorrer.
- Ela nunca vai conseguir isso. Nunca mesmo…eu já entrei com os papéis do divorcio. Vai demorar, ainda vai demorar um tempinho e, se ela levantar problemas, ainda vai demorar mais. Mas nós vamos estar juntos sempre, Mili. Eu vou estar sempre do teu lado a cuidar de ti, a dar miminhos a ti, a fazer jantares românticos, a fazer muitas surpresas…Mili nós vamos estar juntos ao acordar, ao adormecer, a lavar os dentes e até podemos estar juntos dentro da banheira…isso é óbvio – os dois riram-se um bocadinho, mas Marco continuou a falar – vamos fazer amor, vamos ter filhos, casar, ter netos, bisnetos e ser felizes o resto dos nossos dias. Eu prometo-te que, nem ela, nem ninguém nos irá separar.
- Eu amo-te tanto, Marco…e tu não me deixes…não me deixes mesmo.
- Mili…eu prometo que só te irei deixar no dia em que morrer. E, se por acaso nos chatearmos como qualquer casal se chateia, eu vou atrás de ti para resolvermos as coisas. As coisas entre nós nunca ficarão mal…porque eu amo-te, como nunca tinha amado ninguém. – Marco encostou a mão de Milicent na sua bochecha, beijando-a de seguida - Eu prometo amar-te e, sejam quais forem os obstáculos que nos possam separar, eu prometo que irei arranjar uma forma de nos juntar outra vez.
Milicent não sabia o que mais dizer. Marco fazia senti-la completa e cada dia mais amada. Marco agora protegia-a…ela tem a certeza disso.

- A serio, Mare, eu fico bem – Milicent estava já em casa, deitada na sua cama e despedia-se da melhor amiga que tinha de rumar a Dortmund.
- Se acontecer alguma coisa liguem-me, eu vou andar sempre a mandar-te mensagens! – Marlene deu um beijo na bochecha de Milicent, levantou-se da cama e começou a caminhar – E tu toma bem conta desta preciosidade! Sei onde moras, tenho o teu número e posso muito bem espancar-te como ela fez com a outra – Marlene falava com Marco que se mantinha de pé ao fundo da cama de Milicent. Deu dois beijinhos a Marco, despedindo-se, também, dele.
- Marlene Costa! Eu fico bem! – Milicent garantiu à melhor amiga que ficaria bem. Afinal, tinha Marco a viver lá em casa…era essa a nova condição deles.
- E eu tomo bem conta dela – assegurou Marco.
- Beijinhos então…e não vou ter saudades vossas não.
- Nem nós tuas! – Como era notório, as duas amigas estavam a brincar uma com a outra.
Marlene voltou a dar um beijo a Milicent e saiu do quarto dela. Ainda se despediu de Renae e Hinrich, rumando, de seguida, para Dortmund.
Marlene tinha ficado até mais tarde. O relógio marcava 21:50…iria chegar tardíssimo a Dortmund, já que iria de carro.
- Ela vai chegar tão tarde a Dortmund… - comentou Milicent, ajeitando-se na cama.
- Lá pelas duas da manhã…ela podia ter ido com o Mario de manhã.
- Ela não deixa o carro…e queria ficar aqui com a jeitosa das nódoas negras…dá-lhe um desconto – Milicent tinha saído do hospital na manhã daquele dia e estava mais animada.
- E a jeitosa das nódoas negras tem dores?
- Não, não senhor enfermeiro – os dois riram-se e Marco retirou a camisola, preparando-se para se deitar – mas…senhor enfermeiro? – Marco olhou para Milicent, esperando que ela continuasse – a jeitosa agora ficou assim com calores.
Marco riu-se e foi para perto de Milicent, dando-lhe um beijo na testa.
- Não tens febre…
- Sabes perfeitamente que disso eu não tenho… - Milicent esticou a sua mão direita, chegando à barriga de Marco, passou-a para o braço dele puxando-o para si – a Mili queria assim…uns miminhos mais nossos, Marco.
- Tu estás toda dorida, Mili. Só beijinhos e conchinha, nada disso.
- Marco…eu só queria beijinhos também.
- Diz que sim… - Marco beijou-a e Milicent percorreu as costas despidas do namorado com as suas mãos.
- Vais ficar corcunda assim…devagar…mas mesmo devagar, Marco, anda cá – Milicent puxou ainda mais Marco para cima dela acabando por se colocar em cima da cama, em cima dela, com cuidado.


3 semanas depois:

O dia que nenhum desejou…chegava. O dia em que Marco teria de voltar a Dortmund. Iriam começar os testes médicos, a preparação da nova época…e iria começar a separação entre os dois.
Milicent começava a sentir, já, saudades dele. Já se tinha habituado a dormir com ele todas as noites, a acordar com ele todas as manhãs. Já se tinha habituado a escovar os dentes ao lado dele depois de cada almoço, de cada jantar. Já se tinha habituado a ficar na varanda até tarde a olhar o céu. Já se tinha habituado…a ele.
Os dois acordaram quase ao mesmo tempo, mas mantinham-se na cama.
- Quando é que nos vemos?
- Agora ainda estamos no inicio e acho que consigo vir cá aos fins de semana…e acho que depois, depois havemos de arranjar uma solução – Marco puxou-a para si, beijando-lhe a testa.
- Eu vou ter tantas saudades tuas, Marco.
- E eu ainda mais saudades tuas vou ter, Mili – Marco aconchegou-a nos seus braços, “apresentando” ao mundo a sua Milicent.

You are the one that I'm loving, M.
Milicent ficou surpresa com o que Marco acabara de fazer…mas também ficou emocionada, por ser a prova de que ele não está preocupado com os outros.
A despedida foi complicada para os dois e apenas ficaram duas imagens e duas frases:

Amo-te meu M.

Não chores...eu amo-te, minha M.
Iria ser um novo começo…um começo que poderia significar mais do que aquilo que eles estariam à espera.