terça-feira, 21 de outubro de 2014

15º Capitulo: “Nós vamos para o quarto os dois!”

- Só mais uma não tinha feito mal nenhum...e podíamos ter dançado mais! - a voz de Milicent fez-se ouvir no quarto de Mario e Marlene. Os dois já dormiam mas acordaram a ouvir a rapariga.
- Onde é que é o teu quarto?
- Ui...vamos para o meu quarto...és cá dos meus, Mámá - Marlene e Mario perceberam que era Mandzukić que estava com Milicent.
- Não...a Mi não pode ir para a cama com ele! Ela está bêbeda! - Marlene conhecia a amiga melhor que ninguém...sabia que, pela manhã, Milicent iria arrepender-se.
A jovem rapariga levantou-se começando a vestir-se. Aproveitou para olhar à sua volta e perceber que aquele quarto tinha ficado uma confusão.
- Eu vou lá tu estás...assim! - Mario levantou-se e, como estava de boxers, saiu logo do quarto deparando-se com Milicent num estado...lamentável.
- Ela exagerou um bocado na bebida... - afirmou Mandzukić- Ia levá-la para o quarto.
- Cunhado, cunhado já viste? Nós vamos para o quarto os dois! - Milicent ria-se muito e Mario começava a preocupar-se com ela.
- Obrigado por a teres trazido. Eu levo-a... - Mario puxou Milicent para junto dele, colocando um dos braços dela sobre os seus ombros.
- Mario...o que é que estás a fazer? Eu vou com o Mandzukić!
- Não! Tu vens comigo.
- Eu amanhã passo por cá para saber dela...toma as tuas chaves - Mandzukić deixou as chaves na mão de Milicent, dando-lhe um beijo na testa - cuida de ti.
- Tu é que podias cuidar de mim, Mámá.
- Amanhã. Boa noite, Mario.
- Obrigado e boa noite - Mandzukić saiu do corredor dirigindo-se ao exterior da casa - agora vamos lá pôr-te na cama...
- Mario...eu não faço dessas coisas contigo!
- Nem eu contigo, fica descansada.
- Sou assim tão feia?
- És...horrorosa! - os dois caminhavam até que chegaram ao quarto onde Milicent estava instalada. Assim que alcançou a cama com a ajuda de Mario, Milicent atirou-se para cima dela agarrando o braço dele.
- Porque é que o Marco preferiu o Marcel?
Naquele momento Mario deixou de ver a Milicent alegre e contente para começar ver uma Milicent triste e com os olhos invadidos por lágrimas.
- Ei, miuda...eu não tenho jeitinho nenhum para fazer de ombro amigo de gajas!
- A minha Mare?
- Estava a vestir-se.
- Uh...tu de boxers, ela a vestir-se ao menos vocês que tenham sexo, amor e se tenham um ao outro já que eu olha...nadica.
- As coisas com o Marco...não ficaram bem? - Milicent virou-se de lado, olhando Mario permanecendo agarrada ao braço dele.
- Nós demos um tempo...
- Milicent...a vossa relação foi muito rápida mas já tiveram de lidar com muita coisa. Ele era casado, tu depois foste para Berlim e ele foi atrás. Agora estás aqui e, se calhar, nenhum de vocês está a saber lidar com estas mudanças repentinas - Milicent olhava muito atenta para Mario...e sabia que ele tinha razão - vocês ficam bem juntos e vê-se que se amam - Mario viu uma certa surpresa estampada no rosto de Milicent - é eu também fico surpreendido com o que digo, às vezes - os dois riram-se e Milicent aproveitou para largar Mario e ajeitar-se na cama - eu não posso ficar do lado de um ou do outro...o Marco é meu amigo à anos, mas sei o que sentes. Eu também já tive ciúmes dele...ver o Marco completamente diferente quando está com ele enerva-me e também já vivi algo parecido ao que estás a viver - Mario percebeu que Milicent tinha adormecido, levantou-se tapando-lhe as pernas com um lençol - és a miúda do meu mano...eu não posso deixar que o troques por outro, amando-o como amas.
Mario apagou luz do pequeno candeeiro, dirigindo-se até à porta. Para sua surpresa, tinha Marlene a espreitá-los. Mario saiu do quarto, fechando a porta.
- Com que então não és um bom para ser ombro amigo de gajas...
- Tu estás aqui desde essa altura?
- Sim...e obrigada por teres falado com ela assim.
- Amanhã não se vai lembrar. E, caso se lembre, eu nego tudo.
- Tu és bom menino e eu tinha razão quando disse que estavas com ciúmes do Marcel.
- Oh tu estás a alucinar - Mario virou as costas a Marlene, caminhando em direcção do seu quarto.
- O meu fofinho tem ciúmes! - Marlene correu na direcção de Mario, saltando para as costas - Obrigada por teres falado com ela...mesmo que ela não se lembre.

No dia seguinte:
Marlene e Mario estavam sentados a tomar o pequeno-almoço no jardim, quando Milicent chegou junto deles. Vinha, ainda, com a roupa da noite anterior e agarrada à cabeça.
- Bom dia... - disse ela com a voz mais baixa que o habitual.
- Bom dia - disseram os dois, não muito alto. Conseguiam perceber que ela estava com uma dor de cabeça enorme.
- Queres café? - perguntou Marlene.
- Sim...pode ser - Milicent sentou-se na espreguiçadeira onde a amiga estava sentada, encostando a sua cabeça nas costas de Marlene.
- A noite deve ter sido animada deve... - comentou Mario.
- Não te faças de engraçadinho. Eu sei muito bem que adormeci a chorar e que o Mandzukić não ficou cá muito tempo.
- E...não te lembras de mais nada?
- Lembro-me que até tens jeitinho para ser ombro amigo da tua cunhada - Milicent desencostou-se de Marlene, pegando na caneca de café e olhou para Mario - mas não te atrevas a contar tudo ao teu amigo!
- Podes ficar descansada.
- Obrigada.
- Planos para hoje, minha gente? - Marlene perguntou, fazendo com que Milicent voltasse a encostar a sua cabeça nas costas dela.
- Acho que vou dormir o dia todo! - respondeu ela.
- Deves ter bebido bem, deves... - comentou Mario.
- Já não bebia assim à muito tempo...
- Ai de ti que se torne um hábito! - repreendeu Marlene.
- Achas?
- Ela ontem só bebeu para esquecer o cheiro do Marco... - Mario voltou a picá-la, fazendo com que Milicent quase o quisesse estrangular.

Os dias foram passando e, com eles, vinham todas as preocupações com o estágio. Milicent não parou nos sete dias que passaram: ou andava a tratar dos papéis necessários, ou a descobrir a forma mais rápida de chegar ao sítio onde iria estagiar, ou, até mesmo, a conhecer o Centro Pediátrico de Munique. Foram precisos dois dias para conhecer, minimamente, o Centro e alguns dos membros da equipa médica que a iriam acompanhar.
Estavam na véspera de começar o estágio e é véspera do seu aniversário. Quando Milicent acordasse na manhã de dia oito faria 22 anos, teria o seu primeiro dia de estágio e continuava a não ter Marco.
- Faltam cinco minutos!! - dizia, animada, Marlene. Faltavam cinco minutos para a meia noite.
- O que é que vocês andaram a tramar? - estavam em casa, mas Milicent sabia que eles tinham preparado alguma coisa.
- Nada de especial...queremos é ser os primeiros a dar-te os parabéns - respondeu-lhe Mario, levantando-se.
Os cinco minutos passaram e, para surpresa de Milicent, Mario surgiu na sala com um queque que trazia uma vela espetada no meio. Marlene levantou-se, juntando-se a Mario e os dois cantaram-lhe os parabéns.
Era visível que Milicent estava emocionada e feliz. Quando apagou a vela pediu, apenas, um desejo: que ele me dê os parabéns. Depois de algumas brincadeiras entre os três, acabaram por se irem deitar. Estava a ficar tarde e o dia seguinte ia ser longo para todos.

Milicent acordava a sentir que lhe estavam a beijar a bochecha. Tinha sono, queria ficar a dormir mais tempo mas sabia que tinha de se despachar. Abriu os olhos e tinha Marlene na sua frente.
- Parabéns, minha bebé! - Marlene voltou a dar mais beijos na bochecha de Milicent, que abraçou, mesmo deitada, a amiga.
- Obrigada, amor da minha vida. Por todos estes 22 anos estares do meu lado e olha...simplesmente por existires.
- Que lamechas vocês me saíram... - Mario interrompeu as duas, já que estava ali também.
Milicent olhou para ele, reparando que ele tinha nas mãos um tabuleiro.
- Ui, até tenho direito a pequeno-almoço? - Milicent ficou animada com a ideia.
- Deves pensar que eu me chamo Marco Reus... - Mario percebeu, pela cara de Milicent, que não era boa ideia ter dito aquilo. A rapariga virou-se de barriga para cima, olhando o teto - só digo porcaria pela manhã...parabéns, cunhada - Mario deixou o tabuleiro em cima da cama, indo junto de Milicent para lhe depositar um beijo na testa.
Milicent sentou-se na cama, olhando para o tabuleiro. Havia uma rosa vermelha e dois envelopes brancos.
- E eu a pensar que era o pequeno-almoço... - Milicent olhou para Mario - Obrigada...por seres uma pessoa diferente mas boa. E por tomares conta de nós aqui em Munique.
- Não tens nada que agradecer...
- Ele curte de nos ter cá! - disse Marlene, fazendo com que Milicent se risse e voltasse a olhar para o tabuleiro - Os envelopes são só dois miminhos nossos...a nossa prenda só te damos depois de voltares do estágio. A rosa...
- Foi o Marco que me pediu para te dar pela manhã - os dois esclareceram Milicent que, de imediato, pegou na rosa cheirando-a.
- Preciso de me despachar...
- Nós vamos fazer o pequeno-almoço.
- Não é preciso...eu como depois - Milicent levantou-se dando um beijo a cada um deles. Pegou nos envelopes, colocou-os na mala juntamente com a rosa e foi tomar duche.
Depois do duche, Milicent foi ter com Marlene e Mario despedindo-se deles. Saiu de casa indo até ao Centro Pediátrico de Munique, sendo que demorou quase meia hora a lá chegar.
Foi ter com a médica que a iria acompanhar ao gabinete dela. Amber Costleen, uma das mais conceituadas do Centro. Uma senhora com idade na casa dos 40, cabelos longos e morenos sempre apanhados por um elástico feito à pressa.
Ao pedir licença para entrar ouviu logo uma voz muito simpática que lhe dava autorização para entrar.
- Bom dia, Dra. Costleen - Milicent fechou a porta, reparando que a médica se levantava.
- Bom dia. Vamos aqui combinar umas coisinhas - Amber colocou-se à frente de Milicent, sorrindo sempre - todos aqui me tratam por Amber, por isso toca a deixar o doutora e o apelido de lado, pode ser?
- Sim...creio que sim.
- Ainda bem! Outra coisa, a partir de hoje encontramo-nos sempre na enfermaria porque eu começo logo a trabalhar. Tu chegas, vens até aqui, vestes a bata e vais ter comigo.
- Combinado! - Amber virou-se para a secretária pegando num dossier preto.
- Tens ali a tua bata - disse apontando para o cabide - bem-vinda a bordo - esticou a mão na direcção de Milicent que a apertou - eu vou andando, tens 10 minutos para ir ter comigo. Ao fundo do corredor à esquerda.
- Em cinco minutos estou pronta.
- Nós vamos dar-nos bem - Amber abriu a porta, preparando-se para sair - já me esquecia! Parabéns!
- Ah...obrigada – Milicent sorriu e, assim que Amber saiu, retirou os seus saltos, calçando uns sapatos mais baixos, vestiu a bata e apanhou o cabelo. Colocou umas canetas no bolso e levou o seu bloco com ela.
Seguiu as indicações de Amber e encontrou-a na enfermaria.
- A minha ronda aqui está feita...não são estes os casos que vais acompanhar, até porque muitas destas crianças ficam aqui, no máximo, uma semana.
- São os casos menos complexos?
- Sim. Vamos - as duas saíram, começando a percorrer o corredor - é claro que te vou colocar em contacto com esses casos mas, para primeiro dia, quero apresentar-te os meus pequenitos.
- Tudo bem.
- Sabes...já são meninos que estão aqui há um tempo e que se prevê que ainda fiquem mais.
- E...quais são as patologias?
- Ui ainda vens com a linguagem certa...as patologias são das mais complicadas. Aqueles que estão à minha responsabilidade são vários, mas vais acompanhar três: o George, o Sebastien e a Mary Alice. E vão ser eles a explicar-te o que têm. Chegámos - Amber abriu uma porta e as duas entraram. Estavam lá cerca de 6 crianças, era um ambiente calmo mas com magia necessária para crianças pequenas (aos olhos de Milicent tinham, no máximo 9/10 anos) - Bom dia meninos e meninas!
- Bom dia, Amber! - foi num tom em uníssono que todos a cumprimentaram.
- Quem é essa menina? - perguntou um dos meninos.
- Meninos, esta é a Milicent e ela vai acompanhar-me durante dois meses.
- Olá Milicent! - todos disseram o mesmo, mas desta vez menos entusiasmados...talvez com vergonha.
- Olá meninos.
- Vá, anda - Milicent acompanhou Amber e foram ter com um menino do sexo masculino - este é o nosso Sebastien, ele tem 8 anos; Sebastien é a Milicent.
- Olá Milicent...
- Olá. Estás bom?
- Sim...dói-me um bocadinho o braço.
- Queres explicar à Milicent o que tu tens? - interveio Amber.
- Ela não sabe?
- Não...
- Então, senta aqui - o menino fez sinal a Milicent para que se sentasse ao pé dele - a minha mãe, um dia destes, estava a passar a ferro e distraiu-se um bocadinho. O ferro caiu no meu braço, na perna e no pé - Milicent tomou atenção àquelas partes que o menino dizia e viu, com olhos de médica, que aquelas queimaduras eram graves, muito graves.
Olhou à sua volta e...todo aquele ambiente a fazia sentir completa. A sua vida ia começar...iria começar a compreender e aprender tudo o que envolve a prática da medicina. Milicent sabia que não era de ferro e que algumas das histórias dos meninos que ali estavam podiam mexer com ela.


Olá meninas! 
Espero que tenham gostado e que, depois de lerem, me deixem as vossas opiniões. O que acham que vai acontecer ao casal? Irá durar muito mais tempo esta separação? 
Aguardo as vossas opiniões e, até, sugestões que queiram fazer.
Obrigada por estarem desse lado.
Beijinhos.
Ana Patrícia. 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

14º Capitulo: “Eu tenho de falar com o Marco.”

Dois dias tinham passado desde a chegada de Milicent a Munique...e nada de sinais de Marco. Milicent começava a perder a vontade de pensar nele, de pensar em estar com ele. Marco estava a magoa-la, mesmo que não soubesse disso.
- Hoje vem cá jantar um colega, importam-se? – Perguntou Mario sentando-se ao lado de Marlene.
- É solteiro?
- Milicent!
- Que foi Mario? Preciso de um ombro amigo.
- Tens o meu! - respondeu-lhe Marlene.
- Mas quero um homem!
- Tens o Marco!
- Mario...esse? Não o vejo à quase um mês! A última vez que ele esteve em Berlim foi à quase um mês! Amanhã vai começar Agosto, ele vai começar a pré época lá não sei onde e pensas que já me ligou? - Milicent fez uma pausa, mas foi incapaz de continuar. Levantou-se, indo até ao "seu" quarto.
- Eu tenho de falar com o Marco.
- Para que?
- Ele está a esquecer-se dela só porque anda lá como amigo.
- Estás com ciúmes, Mario Götze?
- Não Marlene...não estou. Mas se ele tem namorada e sabe destas mudanças da Milicent não devia andar lá com o outro.
- Liga-lhe...
Mario pegou no telemóvel iniciando a chamada. Poucos segundos depois, tinha Marco do outro lado da linha.
- Oh meu grande otário!
- Que é que se passa?
- Ainda perguntas o que se passa? Tens namorada e andas com o Marcel para que?
- Ele é meu amigo, oh!
- E ela é tua namorada! Porque é que não lhe atendes as chamadas nem telefonas?
- Mario...
- Não é Mario, nem meio Mario. É Milicent! É ela que...porra, precisa de ti.
- Mas ela está bem?
- Liga-lhe!
- Ela não atende...
- É para veres a merda se fizeste!
- Vou apanhar o avião para Dortmund e depois resolvo as coisas.
- Devias era apanhar um para Munique, seu parvo!
Mario desligou a chamada reparando que Marlene o olhava.
- Foste um bocado bruto com ele.
- Ele tem de ouvir as verdades.

- Eu vou lá! - Milicent avisou Mario e Marlene, que estavam na cozinha, que ia abrir a porta.
Foi até à porta, abrindo-a. Do outro lado...os colegas do Mario são tão altos...e fortes...e tatuados.
- Boa noite - disse ele - deve ser a namorada do Mario.
- Não, não. Essa está na cozinha com ele. Eu sou a Milicent - Milicent aproximou-se do rapaz dando-lhe dois beijos - sou amiga da namorada do Mario.
- Mais descansado...eu sou o Mario...Mandzukić.
- Entra.
- Obrigado - Milicent deu passagem a Mario, fechando a porta, de seguida. Quando voltou a olhar para a sala, já estavam Marlene e Mario presentes. Os três cumprimentaram-se e Milicent aproximou-se deles.
- Mi, tens uma chamada em espera para ti – avisou Marlene.
- Quem é?
- Vai lá - disse Mario com uma voz mais esquisita.
Milicent foi até à cozinha pegando no telefone.
- Sim?
- A única maneira de falar contigo era assim?
- Quem fala? - Milicent sabia perfeitamente quem era...era ele.
- Milicent...
- Deve ser engano...boa noite - Milicent desligou a chamada, indo até à sala.
- Já estás de volta? – Perguntou Mario espantado.
- Era engano.
- Mi...
- Obrigada pelo que estão a fazer, mas eu não consigo falar com ele!
- Vocês são complicados...
- Somos nós Mario, e é melhor avançarmos!
Milicent sentou-se ao lado de Mandzukić, tentando abstrair-se de Marco.
Marlene e Mario voltaram a ir à cozinha, deixando Milicent com o rapaz.
- Estás bem? - perguntou ele um pouco a medo.
- Sim...
- Problemas com o namorado?
- É...
- Hum...queres falar? Sei que sou completamente estranho para ti, mas às vezes faz bem.
- Não sei...talvez depois de jantar?
- Como queiras!
- Então e tu és ali amigo do Mario...?
- Pois é...conhecemo-nos à pouco tempo - Mario (Götze) tinha-se mudado para Munique esta época mas já tinha conseguido criar alguma cumplicidade com os seus novos companheiros de equipa - mas acho que o tenho ajudado a ambientar-se.
- Ele é muito chato não é?
- Não...acho que não. E tu, já o conheces à muito tempo?
- Há uns dois meses...e ele é chato.
- És, então, amiga da namorada dele...foi por isso que se conheceram?
- Não...bom...o meu possível namorado é amigo dele.
- Então mas não tinhas namorado? Estou confuso...
- Eu tinha...agora não sei se tenho. Deve estar a voltar lá da Suíça com o seu apêndice - Mandzukić olhava confuso para Milicent - namoro com o Marco...o Reus. Só que ele foi para Zurique com um amigo antes de estar comigo, sabendo que eu ia mudar-me de Dortmund para aqui.
- Bem...um valente parvo esse... - Milicent não esperava aquela atitude por parte de Mandzukić, mas percebia que ele estava a constatar um facto. São surpreendidos pela entrada, inesperada, de Mario.
- E tu queres fazer-te ao que é dele?
- Mario?! - Milicent estava um pouco, se não bastante, chocada com o que Mario tinha acabado de perguntar - Que é que estás para aí a dizer?
- Nada...o jantar está pronto - Milicent e Mandzukić levantaram-se e, enquanto que o rapaz avançou, Milicent acompanhou os passos de Mario.
- Mario...porquê aquilo?
- Porque, tanto o Mandzukić, como tu se estão a esquecer do Marco. Ele é o meu melhor amigo e eu não posso deixar que tu avances já para outro.
- Até me ofendes! - Milicent parou de andar, colocando-se à frente de Mario - Eu amo muito o Marco...mas não consigo suportar nem sequer entender o facto de ele preferir ter andado pela Suíça do que...estar comigo.
- Eu não o quero defender...nem fiques a pensar isso. O Marcel não é boa companhia para o Marco...quando eles dois estão juntos, o Marco quer andar a beber mais, a divertir-se mais...fica um Marco diferente. Mas...não o podes culpar a ele.
- Então culpo quem?
- O Marcel. O Marco...
- Mario...vamos jantar que é melhor. E eu não me vou fazer a ninguém porque eu estou comprometida com ele.
Os dois foram até à sala de jantar onde encontraram Marlene e Mandzukić.

Dois dias depois:
Milicent estava sozinha em casa. Eram nove da noite e estava a ver televisão. Marlene e Mario tinham saído para um jantar romântico (sendo que nenhum deles o admitiu). Estava tão sossegada que o som da campainha a assustou. Depressa se levantou, indo abrir a porta.
Para seu espanto (e era muito) era Marco quem estava do outro lado da porta. Que é que TU estás aqui a fazer e tão...sexy?!
- Olá... - a voz de Marco era preocupada...e triste.
- O Mario não está.
- É contigo que quero e preciso de falar.
- Lembraste-te...entra - Milicent deixou que Marco entrasse, fechando a porta de seguida.
- Como é que estás?
- Ainda perguntas? Como é que tens a lata de me perguntar como é que estou?
- Desculpa...
- Não achas que és um bocadinho crescido para saber que as desculpas são para se evitar?
- Milicent...eu estava com o Marcel, na Suíça...
- E escolheste ficar com ele, em vez de mim. Está certo, ele até está à mais tempo na tua vida.
- Tu ficaste assim tão chateada?
- Não é chateada...mas que me desiludiste...nós estamos juntos à quase dois meses...fizeste-me tua namorada para que? Para te esqueceres de mim a seguir?
- Eu não me esqueci de ti... - Marco aproximou-se de Milicent, que recuou - Mili - há quanto tempo um Mili não a fazia tremer dos pés à cabeça... - Se te fiz minha namorada é porque te amo.
- Então porque é que eu sinto que só porque tiveste tempo é que te lembraste que eu estava aqui?
- Isso não é verdade...
- Marco! Marco, tu estiveste com o Marcel, a divertirem-se e disseste-me que, quando pudesses, vinhas cá! Tu preferiste ele em vez de mim. Estas mudanças afectaram-me...de Dortmund fui para Berlim, depois tu vieste para a minha vida, agora Munique...
- E eu tentei estar sempre do teu lado...eu prometi que ia ficar do teu lado, eu amo-te mas estava a precisar de estar longe.
- Eu acho que precisamos os dois estar longe...um do outro.
- Por causa disto...tu queres acabar?
- Não seu estúpido! Amo-te demasiado para pensar em acabar contigo, mas precisamos de um tempo...um tempo para nós. Eu posso estar a parecer ciumenta, mas eu preciso de esquecer que preferiste...o outro.
- Eu não acredito...tu estás mesmo é com ciúmes, Mili...mas não os tens de ter, princesa - Mili e princesa na mesma frase é que não!
- Mas tenho Marco...eu tenho! Eu queria-te comigo, precisava dos teus miminhos e tu não estavas cá! Eu preciso de esquecer, acha-me infantil, mas eu preciso de esquecer.
- Posso só dizer-te umas coisas?
- Não...eu vou chorar, eu estou cheia de vontade de te beijar, cheia de vontade de te abraçar e se tu disseres mais alguma coisa eu vou ceder. Eu preciso de tempo, Marco...por favor.
Marco nada mais disse...ele percebia que tinha estragado as coisas. Percebia que a tinha magoado. Avançou na direção dela, dando-lhe um curto beijo na testa.
- Eu amo-te - os dois olharam-se intensamente...mas nada mais aconteceu. Marco saiu e Milicent ajoelhou-se no chão, chorando sem um fim à vista.

- Milicent? - Marlene chamava por Milicent. Ela e Mario já tinham chegado e não encontravam Milicent em casa.
- Eu acho que ela não está em casa...
- Onde é que ela terá ido?
- Não sei... - Mario sentou-se no sofá, vendo um papel escrito em cima da mesa de centro. Pegou nele, percebendo que era de Milicent - Um recado da Milicent.
- Lê - Marlene sentou-se ao lado de Mario, encostando a sua cabeça no ombro dele.
- Meus fofos, com o rebuliço que será a vossa noite nem devem ler isto - Mario fez uma pausa para se rir fazendo com que Marlene se risse também - mas se por acaso estiverem a ler: espero que o vosso jantar tenha corrido bem e que aproveitem ainda mais a noite!
- Ela deve pensar que somos tarados! – interrompeu Marlene.
- Ainda não experimentamos...porque depois de experimentares...
- Respeitinho! Continua lá isso vá!
- O Marco veio cá...ah pois, lembrou-se que eu existo! Adiante...as coisas foram faladas e eu precisei de apanhar ar. Fui dar uma volta. Não se preocupem comigo, estou com o Mandzukić. Beijinhos e comam-se! - Mario colocou o bilhete de lado, agarrando a mão de Marlene - A tua amiga é ciumenta.
- Se me fizesses o mesmo, eu reagia da mesma forma...
- Mas eles acabam por coisas assim?
- De certeza que eles não acabaram...Mario? - Marlene, num movimento rápido, sentou-se em cima das pernas de Mario - Vamos experimentar as coisas?
- Afinal a Milicent tem razão ao achar que somos tarados!


Olá meninas!
Aqui têm mais um capitulo. Espero que tenham gostado e que deixem os vossos comentários. A história começa a ganhar um novo rumo e gostava imenso de saber as vossas opiniões.
Obrigada por estarem desse lado.
Beijinhos.
Ana Patrícia.