Marco
mantinha a sua mão na coxa de Milicent e olhava-a nos olhos. Por ele ficaria a
olhar para ela durante horas. Milicent, aos olhos de Marco e de muitas outras
pessoas, é uma rapariga linda, com uns olhos super exóticos e uma chama bem
acesa.
- É suposto eu ter medo do que…Marco? –
Milicent estava completamente à
nora, sem saber o que pensar, se deveria realmente ter medo ou não.
- De mim! Sabes perfeitamente que eu
mordo… - dito isto, deu uma pequena
mordidela na perna da rapariga.
- Tu estás muito bem-disposto e não foi
da noite!
- Foi, foi…ou pensas que dormir contigo
não é motivo para me por bem-disposto? – Marco
puxou Milicent para si e os dois trocaram um beijo demorado.
Se não
tivessem sido interrompidos pelo serviço de quartos, teriam tido mais um
momento só deles. Marco foi receber os pedidos e levou tudo para a varanda, colocando
o tabuleiro em cima da cama.
- Tanta coisa para que Marco? – a verdade era que ele tinha exagerado um pouco:
croissants, torradas, fruta, cereais, leite, café, sumo…um verdadeiro exagero.
- Disseste qualquer coisa…eu não sei o
que é qualquer coisa para ti, nem sei o que te apetecia…pedi um bocadinho de
tudo.
- Oh…fruta chegava, mas obrigada.
- De nada, minha princesa – Marco deu um beijo na testa de Milicent e sentou-se
ao lado dela. Chamar-lhe de princesa…era algo que lhe saia do momento, ele gostava
e queria mesmo fazer dela a sua princesa, mas para Milicent era um pouco
estranho. Já era a segunda vez que lhe chamava princesa naquela manhã.
- Porquê “princesa”, Marco? – Milicent tinha de perguntar…aquilo estava a mexer
demasiado com ela e tornava as coisas muito mais…intimas. Pegou numa maçã
trincando-a.
- És uma princesa, a minha pequenina e
mereces ser tratada como rainha. É demasiado?
- É…estranho.
- Tu és estranha e eu gosto de ti na
mesma…por isso.
- Marco! – Milicent não sabia se ele estaria a falar a sério ou
simplesmente a brincar. A verdade era que Marco tinha acordado mesmo muito
bem-disposto. Ele desatou a rir, puxando Milicent para ele deixando o seu braço
em torno do pescoço da rapariga – tu estás mesmo bem-disposto…
- Só para veres que eu não preciso de
uma noite a malhar para ficar alegre e contente.
- É…estou a ver que sim…nem precisas de
beber.
- Agora até estar bem-disposto faz mal?
- Eu não disse isso…é muito bom que
estejas assim.
- Ah! – Marco soltou Milicent que ficou, mais uma vez, a
olhar para a tatuagem que ele tem no braço – Hoje vem cá o Mario.
- O Götze? – Milicent tinha um certo tom de espanto na voz…não
estava mesmo nada à espera daquilo.
- Sim.
- Traidor…
- Milicent!
- Que queres que diga? Quem é que deixa
o Dortmund para ir para Munique? Só mesmo ele…
- Mesmo assim…ele não é traidor. Ele
apenas escolheu o que era melhor para ele, aquilo que lhe iria permitir subir e
progredir como jogador, já que como pessoa esquece…aquilo vai ser puto para
sempre – Milicent e Marco desataram os dois
a rir, mas Milicent conseguia perceber que aquela amizade era muito mais do que
aquilo que pensava.
- Marco…adoro ver que a vossa amizade é
mesmo a valer, mas o que ele fez foi um bocado mau…
- Estou a ver que não te vais dar bem
com ele…
- Eu não me tenho de dar com ele.
- Se eu apresentar-te o Mario…não o
cumprimentas?
- Ai…eu sei lá. O Mario é teu
amigo…logo não posso misturar as coisas. E além disso, se eu o conhecer, é como
teu amigo, nada mais.
- Vou-te apresentar o meu puto hoje.
- Não sei Marco…eu não posso ficar
muito mais tempo. Não avisei os meus pais que não dormia em casa e devo-lhes
explicações.
- Oh…eu entendo, mas se fores agora e
depois voltares para jantar? O Mario já cá deve estar e jantávamos os três…
- A ver vamos…depende do ambiente lá
por casa… - Milicent aproximou-se de Marco,
beijando-lhe o ombro – não ficas chateado por ter chamado traidor ao Mario,
pois não?
- Achas? Tu e muitos outros adeptos do
Dortmund pensam nisso…é natural. Mas depois de conheceres o Mario mudas de
ideias.
- Terei muito gosto em conhece-lo…mas
Marco, não é estranho estares casado e me apresentares a ele?
- Ele já te chama cunhada, ele odeia a
Carolin…
- Já tenho qualquer coisa em comum com
o Marito… – Milicent olhou para Marco…e ele
ria-se. Percebeu que aquilo não era um ódio de odiar, mas era aquele ódio de
querer que Carolin não existisse – Eu não tenho nada contra ela…
- Eu sei…e eu percebi o que querias
dizer.
- Porque “The biggest adventure you can take is to live your dreams”? – Milicent tinha de matar aquela curiosidade…”A maior
aventura que podes ter é viver os teus sonhos”, aquilo fazia imenso sentido e
era uma frase inspiradora.
- A maior aventura que estou a viver é
o meu sonho…jogar futebol profissional, conhecerem-me pelo talento…tem sido
difícil, tive dias que queria desistir, mas isto é a minha vida.
- Isso é tão bonito, Marco… - Milicent ficava cada vez mais impressionada com a
pessoa que Marco Reus demonstrava ser…nunca, mas mesmo nunca, pensou que ele
fosse assim. Também sabe que está a conhecer um lado de Marco que não é o
“normal”, porque quando está com ele, quando os dois estão juntos, Marco é o
marido infiel que procura…algo em Milicent. Mas, a verdade, é que sabem
perfeitamente que aquilo está a ser muito mais do que um simples caso de
amantes.
Milicent
tinha passado o resto do dia em casa. O seu pai estava no tratamento e a mãe
por casa. As perguntas foram mais que muitas, mas Milicent explicou à mãe as
coisas por alto: “Conheci um rapaz em
Dortmund, temos conversado e ele veio cá ver-me. É lindo, joga à bola e é
conhecido. Tem mulher e sim…sou a amante dele.” As perguntas voltaram a
surgir, os conselhos, o discurso de mãe…mas Milicent já tinha conversado sobre
tudo aquilo com a avó…essa sim lhe deu o maior conselho de sempre “Segue o teu coração…se caíres, tens pessoas
que te amam que te ajudarão a levantar”.
Tinha
combinado com Marco que, sim, iria jantar com ele e Mario. Convencer a sua mãe
de que iria ser responsável foi difícil, mas Renae não poderia duvidar disso…Milicent
é muito mais mulher do que ela alguma vez pensava.
- Mãe, eu vou indo! – Milicent avisou, estava na sala e pegou na sua mala
preparando-se para sair.
- Espera! – Renae pediu à filha que
esperasse e, pouco tempo depois, estava na sala junto dela – Estás…muito
bonita, Mili… - Renae não parava de repetir aquilo nos últimos dias…a
verdade é que, eram poucas as vezes que via Milicent arranjar-se e, este ano, a
mudança de guarda-roupa tinha sido brutal e a mãe ainda não estava muito
habituada ao novo estilo mais…mulher de Milicent.
- Obrigada, mãe…
- Tem cuidado. E, se não vieres dormir
a casa…avisa-me.
- Fique descansada… - Milicent foi ter com a mãe, dando-lhe um beijo na bochecha
– eu já sei cuidar de mim.
- Cresceste depressa demais…e eu ainda
não me habituei.
- Eu sei…para si ainda sou a Mili
pequenina, que precisa de colinho. Às vezes ainda preciso…
- E quando quiseres, a mãe está cá para
te dar. E a avó.
- Eu sei disso…mas agora tenho mesmo de
ir, sim?
- Vai, vai…não te atrases.
- Eu aviso-a, caso fique por lá.
- Porta-te bem, Mili – Renae deu um beijo na filha e Milicent saiu de casa.
Foi de
autocarro até ao hotel, era a forma mais rápida de lá chegar. Depois de se
dirigir à recepção perguntando por Marco, rapidamente ele apareceu no átrio no
hotel. Vinha com um sorriso enorme que, mais uma vez, fez o coração de Milicent
disparar.
Ele fez-lhe
sinal para Milicent ir atrás dele e, os dois, foram até um corredor escondido.
Marco rodeou a cintura da sua pequena, encostando-a à parede.
- Mas isto agora é assim? – Perguntou Milicent, rodeando o pescoço de Marco com
os seus braços.
- Por muito que me apetecesse beijar-te
ali fora…não podemos dar nas vistas.
- E estás à espera de que?
- Para?
- Me beijares… - Marco sorriu, envolvendo-se num beijo bem demorado e
apaixonado. Marco pegou em Milicent ao colo, permanecendo com ela encostada na
parede, e agarrou as coxas dela com firmeza e alguma força – Acho que fiz
bem em optar pela saia… - Milicent disse por entre beijos, levando Marco à
loucura.
Começou a
caminhar com Milicent no seu colo, até à casa de banho mais perto. Estava com
um papel na porta a dizer “Avariada”…isso só garantia que ninguém iria entrar
ali. Foram rápidos, foram apaixonados, selvagens, loucos e despreocupados.
Vibraram com o momento, esqueceram-se de que existia um mundo lá fora, de que
iriam ter de viver escondidos e apenas foram um do outro. E Marco provou a
Milicent que sabe ser rápido, eficaz e bom.
- Marco ajuda-me, por favor – Milicent precisava de ajuda a apertar o soutien.
Estava à imenso tempo a tentar fechá-lo mas sem qualquer tipo de sucesso. Marco
aproximou-se dela, apertando o soutien de Milicent. Aproveitou e beijou-lhe o
pescoço, deixando as suas mãos rodearem à cintura dela – temos o Mario à
espera… - disse Milicent, virando-se para Marco.
- Diz lá sei ou não ser rápido?
- Sabes…e é bom de qualquer maneira – Milicent beijou-o, percorrendo com as suas mãos as
costas ainda despidas de Marco.
Os dois
despacharam-se e saíram daquela casa de banho. Enquanto caminharam pelo
corredor foram de mãos dadas mas, ao chegarem ao átrio do hotel, acabaram por
se afastar um pouco. Foram até à sala de refeições e Milicent avistou logo
Mario que olhava para eles. No rosto do casal de amantes haviam sorrisos, os
olhos brilhavam e isso não passou despercebido a Mario.
Chegaram
perto da mesa onde ele estava e Mario levantou-se.
- Desculpa a demora…Mario esta é a
Milicent, Mili…é o Mario – Marco
falou, olhando para os dois e esperava a reacção de Milicent.
- Boa noite – disse ela, cumprimentando Mario com dois beijos.
- Boa noite – os três sentaram-se, a mesa era redonda e acabou por
ser melhor. Assim Milicent conseguia manter uma certa distância de Marco, para
não dar tanto nas vistas.
- Já pediste alguma coisa? – perguntou Marco a Mario.
- Vinho, não sei se bebem os dois.
- Bebes? – Marco olhou para Milicent e, por instinto, os dois
se riram.
- Sim… - a rapariga respondeu, retirando o casaco.
- Acho que me vou vomitar… - disse Mario, chamando a atenção de Marco e Milicent.
- Estás mal disposto? – Milicent perguntou, olhando atentamente para Mario.
- Não, não…vocês é que é só sorrisinhos
e olhinhos…aposto que me deixaram aqui 20 minutos para…vocês sabem!
- Mario! – Marco chamou-o à atenção, mas acabou por não dizer
mais nada já que Milicent…se sentia à vontade para falar com ele. O que acabava
por ser estranho para ela.
- Se o Marco quis…aproveitar-me, é
porque contigo não dá Mario – aquela resposta,
aquele à vontade de Milicent, fez com que Marco gargalhasse e ficasse embevecido
a olhar para ela.
- Calma…calma que ela não é como a
Carolin.
- Por alguma razão estou aqui eu e não
ela…ou não? – Milicent nem precisava de pensar o
que responder…e até que estava a gostar de estar assim: solta. Marco era apenas
um espectador no meio deles.
- Fica sabendo que, por mim, o
casamento do teu amigo não tinha acontecido. Mas ele deve gostar mais das
coisas como amantes…
- Mario…a verdade é que dá muito mais
pica.
- Ei! Vocês…pimba pimba todo o dia,
quase que aposto!
- Oh Mario…Mario, Mario – Milicent sorriu relembrando o que tinha acontecido à
bem pouco tempo – se fosse só pimba pimba…estávamos lá em cima e não aqui.
- Tarados!
- E tu tens falta…
- Tenho…fica sabendo que deve ser mais
activo que vocês os dois.
- Não exageres puto… - Marco, que até então não tinha falado, interrompeu –
que eu saiba não tens ninguém, estás solteiro, sozinho com a tua mão.
- Marco, essa era escusada! – Disse Milicent, contendo o riso – acabei de ficar
mal disposta…
- É porque estás a imaginar a situação!
– Atirou Mario.
- Menos…muito, muito menos, seu tra… - Milicent travou a tempo, olhando para Marco como que
pedindo desculpa.
- Arranjaste uma que é toda do Dortmund
e que não vai à bola comigo…isto vai correr tão bem – Mario percebia perfeitamente o que Milicent queria
dizer, não era a primeira nem a última pessoa que achava aquilo.
- Eu peço desculpa…eu estou a
conhecer-te como o melhor amigo do meu Marco, não como o Mario parvo que deixou
o Dortmund. Por isso, desculpa – Marco olhou
para Mario, esperando algo do amigo.
- Ela chamou-me parvo!
- Mario…ela está magoada, como muitos
adeptos. Talvez porque gostavam de ti no Dortmund.
- E…e então? Eu mudei de clube…mas continuo
a gostar do Dortmund.
- Podemos não falar disto? – Perguntou Milicent – estávamos muito melhor a
falar de pimba pimba do que disto.
- Quando é que deixas a Carolin? – Perguntou Mario, olhando para Marco.
- Porquê essa pergunta agora?
- Porque a Milicent é que deveria ser
minha cunhada, toda para a frente, só pimba pimba…sim senhora puto.
- Olha…respeito pelas senhoras, Mario!
- Ela é que falou nisso…
- O Mario tem razão, Marco – Milicent, no momento de pura inocência, colocou a sua
mão em cima da de Marco – nós é que nos atrasamos com o pimba pimba.
- Eish, a sério? Eu não vim jantar com
dois amigos…eu vim jantar com dois tarados sexuais! – Milicent e Marco riram-se imenso, já Mario
permaneceu estático por uns segundos mas depois acabou por se rir.
- Vamos falar de coisas sérias…
- O pacto? – perguntou Mario, deixando Milicent confusa. Se Mario
estava a falar daquele pacto é porque sabia o que envolvia.
- Isso mesmo.
- Vamos nessa – Mario esfregou uma mão na outra, colocando os
cotovelos em cima da mesa ficando a olhar fixamente para Milicent.
- Um pacto que vos envolve aos dois e
tem a ver comigo…ok, começo mesmo a ficar com medo.
Marco sorriu, agarrando na mão
de Milicent sem qualquer problema. Aquela sensação de que os dois sabiam algo
que ela não sabia, deixava Milicent a morrer de curiosidade…e eles nunca mais
abriam a boca para falar do tal “pacto”.
Olá meninas!
Espero que tenham gostado do capitulo e que me deixem as vossas opiniões! São sempre muito importantes para mim, é sinal de que existe mesmo quem está aí a ler.
Este capitulo, é todinho para a minha Ana Rita Pereira, obrigada por tudo e, sobretudo, por existires, por me teres "dado" o meu bombom.
Beijinhos.
Ana Patrícia.