- SURPRESA! –
assim que chegaram à sala de sua casa, o espanto no rosto de Marco não poderia
ser maior. Estava ali a sua família, os familiares de Milicent e, ainda, alguns
dos seus companheiros de equipa. E, claro, Marten.
- Como é óbvio eu
não te iria querer só para mim… - disse-lhe Milicent, colocando-se ao lado do
namorado – eu sei partilhar-te com eles – os dois riram-se e, depois de abraçar
e trocar um beijo bem demorado com a sua namorada, Marco foi cumprimentar todos
os presentes.
- Fizeram boa
viagem? – perguntou Renae à filha.
- Sim, por mim
tínhamos lá ficado mais tempo porque não deu para conhecer nem um terço de
Veneza – Milicent passou o seu braço por cima dos ombros da mãe, olhando para Marco
– um dia havemos de lá voltar. Obrigada por teres ajudado a preparar a festa
aqui…
- A tua sogra é
que tratou praticamente de tudo…aquela mulher sabe bem como não parar quieta!
- A Manuela é uma
máquina – as duas riram-se e Milicent pôde ver o seu filho caminhar agarrado ao
sofá até chegar ao pé dela – oh meu gordo! – pegou, de imediato, no filho ao
colo beijando-o nas bochechas – portaste-te bem com a avó? – ele riu-se, olhando
para a mãe de Milicent – ele portou-se bem, avó Renae?
- Portou-se muito
bem, sim senhora! – Renae deu, também, um beijo na bochecha de Marten.
- Pai! – começou
a abanar-se no colo de Milicent que só se conseguiu rir e colocá-lo no chão.
Viu Marten gatinhar, já que era bem mais rápido, até Marco que estava sentado
no sofá. Colocou-se de pé, apoiando-se nos joelhos de Marco, ao mesmo tempo que
o pai o segurava no braço.
- Quem é que está
quase a fazer anos, também, quem é? – Marco aproximou-se do filho, dando-lhe um
beijo na bochecha. Dentro de três dias seria o primeiro aniversário de Marten –
estás a ficar tão crescido, campeão – pegou no filho ao colo, sentando-o sobre
as suas pernas.
- Vão fazer
alguma festinha para o menino? – perguntou Manuela ao filho.
- Andamos a
combinar com a Marlene a ver se conseguimos juntar o Mario à festa, também.
- Ah pois é! O
Mario também faz anos – um dia que ninguém irá esquecer. O aniversário de Mario
do ano passado iria ficar para sempre marcado pelo nascimento de Marten.
-
Miúda, tu tens de ir para o hospital!
-
Até parece que és tu o pai… - comentou Marco aquela afirmação tão preocupada de
Mario.
-
Não sou, mas tu és e estás aí com o rabo sentado enquanto a tua gaja está toda
cheia de dores.
-
Mario…eu não estou cheia de dores – disse Milicent num tom calmo – é só de vez
em quando.
-
É sinal que o meu sobrinho vai nascer. Cancelem a festa, vamos todos para o
hospital! E é já!
Milicent
sentiu-se a congelar por dentro, não estava preparada para ir para o hospital.
Não naquele dia, não naquele momento. Era suposto fazerem a festa de Mario e
não irem para o hospital.
- Por isso
andamos a tentar fazer uma surpresa aos dois. Tanto ao Mario que não espera vir
passar o aniversário com a família, tanto aqui ao pequerrucho para estar com o
tio – esclareceu Marco, olhando para o filho que batia palmas ao ver a mãe
aproximar-se – quem é aquela ciumenta, Marten? Quem é?
- Mã! – Milicent
fazia gestos com as mãos, chamando Marten para si – Mã, cá! – chamava-a e
Milicent começou a andar mais depressa, parando a pouco espaço de distância do
filho – Mãe! – já um bocado irritado por ela não vir ter com ela, Marten
chamou-a de novo e, pela primeira vez, dizia a palavra mãe.
- Oh meu amor! –
Milicent aproximou-se bem depressa dele, levando as suas mãos à carinha de
Marten – ai que coisa mais boa da mãe – beijou-lhe as bochechas, a testa e o
nariz – diz lá, quem sou eu?
- Mã! – Marco e
Manuela riram-se e Milicent acabou por dar uma forte palmada no ombro de Marco
– na! Na bati pai! – Marco abraçou-o e Marten começou a rir-se – Mã num bati!
- Mãe, Marten.
Diz mãe, coisa boa – sentou-se ao lado do namorado, vendo o filho segui-la com
os olhos. Marten virou-o de frente para eles, para que ficasse a olhar para os
dois.
- Diz lá, quem é
ela? – perguntou Marco, apontando para Milicent.
- Mãe –
respondeu, batendo palmas – mãe, mã! – começou a mexer-se depressa, querendo
sair do colo de Marco – chão! – Marco colocou-o no chão e o menino foi até à
sua zona dos brinquedos.
- Eu vou ser a
eterna, mã!
- A melhor mã que
ele tem – Marco encostou-se no sofá, puxando Milicent para si. A rapariga
acabou por deixar a sua cabeça em cima do peito do namorado.
- Manuela, diga
lá que o seu filho não anda a ficar cada vez mais giro? – perguntou Milicent, fazendo
com que a sua sogra se risse à gargalhada.
- Ele sempre foi
bonito…
- Obrigado, mãe –
agradeceu Marco, levando a sua mão às costas da mãe.
- Mas não te
cuides, não. Fazes mais tatuagens e começas a ficar um papel branco cheio de
rabiscos! – os três riram-se e Manuela acabou por se levantar indo ter com o
pai de Marco que a tinha chamado.
- A tua mãe é um
máximo!
- Tu gostas muito
da minha mãe, para meu gosto! – Milicent olhou-o, achando estranha aquela
afirmação do namorado – não me olhes dessa maneira – Marco beijou-a, olhando-a
a seguir – eu adoro, mesmo, a forma como te dás com ela. É muito importante
para mim.
- Acredita que
também o é para mim. A tua mãe sempre me aceitou bem na tua vida…e já desabafei
imenso com ela, por isso, já é uma pessoa muito importante na minha vida.
- O que é que tu
desabafaste com a minha mãe? – Marco passou a sua mão para as costas de
Milicent, deslizando-a por todas as costas da namorada.
- Coisas que tu
não podes saber, coisa boa! – Milicent aproximou-se dele, beijando-o – espero
que estejas a gostar do teu dia de anos, meu amor – o dia já ia longo, já
tinham chegado a Dortmund a horas do jantar surpresa que se tinha preparado
para Marco.
- Estou a adorar,
Mili. Obrigado, mesmo!
- Nada de
agradecimentos, coisa boa. Quer dizer…quando ficarmos sozinhos podes pensar em
agradecer, sim.
- Hum que ela
está a dar dicas sobre quando ficar sozinhos… - Milicent riu-se, passando para
cima das pernas de Marco – e não está nada preocupada em estar em cima de mim
com a família toda aqui…
- A família está
entretida com a jóia da casa – os dois riram-se, trocando um fogoso e
apaixonado beijo.
- Olhem para
estas poucas vergonhas! – atirou Aubameyang – não deviam ter mais cuidado, oh
amorzinhos?
- Lá tinha de vir
este estragar o momento – Milicent sentou-se como deve ser no sofá, ajeitando a
sua longa saia – não sabias ir dar beijinhos à tua mulher, também?
- A minha mulher
foi com a minha criança à casa de banho!
- És um chato!
- O jantar está
servido! – anunciou Manuela e todos a começaram a seguir até ao jardim.
Aubameyang, claro, foi um dos primeiros a ir ter com Manuela.
- A tua mãe é a
melhor organizadora de jantares surpresa que eu conheço! – Milicent
levantou-se, ajeitando a sua roupa – temos de lhe agradecer tudo o que ela fez
por cá enquanto nós estivemos no bem bom!
- A ela e à tua
mãe! – Milicent olhou-o – ela ficou com o Marten e também ajudou que eu já sei.
- A minha mãe
anda estranha…ainda não tive tempo de falar com ela como deve ser, mas há ali
qualquer coisa que não está a bater certo.
- Pode ser só
impressão tua – Marco entrelaçou a sua mão com a da namorada e os dois
começaram a caminhar em direção do jardim – e tu? Já não tiveste mais tonturas?
- Não.
Provavelmente é só mesmo a pressão de procurar o trabalho, desta surpresa para
ti e da surpresa para o Mario…
- Tu, Sra.
Pediatra, devias era tomar atenção à tua saúde.
- Deixe lá, Sr.
Futebolista, que a Sra. Pediatra está muito bem e recomenda-se!
- Espero bem que
sim!
Os dois chegaram
ao jardim, sentando-se lado a lado, com Marten sentado na sua cadeira de
refeição ao lado de Milicent.
- Mana? – Mary
Alice apareceu no meio deles dois, olhando para Milicent.
- Diz, meu amor –
Milicent olhou-a, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Tu achas que
eu, um dia, posso ficar com o Marten e com vocês? – Milicent sorriu. Conhecendo
Mary Alice como conhece, aquela era a forma de ela assumir que tinha saudades
de estar com eles.
- Claro que podes
– respondeu logo Marco – aliás, porque é que não vens para cá amanhã e ficas
até ao dia de anos do Marten? Assim ajudas a Mili e tudo… - sugeriu, fazendo
com que a menina esboçasse um sorriso enorme e olhasse para Milicent.
- Eu acho a
proposta do Marco muito boa…
- Podes pedir à
mãe? – perguntou Mary Alice, fazendo com que Milicent se risse.
- Posso. Eu falo
com a mãe.
- Obrigada! –
abraçou primeiro Milicent para, depois, abraçar Marco também – eu adoro-vos!
- E nós
adoramos-te a ti, macaquinha – disse Marco, passando com a sua mão pela cabeça
de Mary Alice. A menina acabou por se ir juntar aos pais e Marco olhou para a
namorada.
- Obrigada –
agradeceu Milicent.
- Deixa-te disso
– beijou a testa da namorada, olhando-a – somos todos uma família.
- Andas a ficar
muito mole de manhã, Marco Reus!
- As manhãs foram
feitas para estar na ronha consigo, Milicent Reus! – os dois riram-se e
Milicent acabou por se sentar na cama, passando as suas mãos pelo tronco do namorado.
- Por enquanto
sou apenas Werner, meu amor.
- Não queres ser
a minha Reus? – Marco levou a sua mão até à coxa de Milicent.
- Claro que
quero. E eu adoro que me chames assim – beijou-lhe a barriga, olhando-o a
seguir.
- Doida!
- Vá, vamos levantar.
Lá porque estás de férias isto não é vida.
- O bebé nem
sequer acordou!
- Não interessa,
eu tenho fome e a Mary Alice há-de estar aí a chegar.
- Isso é verdade
– Marco sentou-se na cama, levando as suas mãos ao pescoço da namorada – e,
relativamente a essa fome, ninguém te manda acordar a meio da noite e
seduzir-me!
- Caluda – beijou
o namorado, levantando-se a seguir – diz lá que não gostaste de ser seduzido a
meio da noite?
- Gostei! – Marco
falou um pouco mais alto, já que Milicent entrou na casa de banho. Apanhou o
seu cabelo, começando a tratar de lavar a cara – mas qual é a pressa? –
perguntou, entrando na casa de banho – a miúda só chega daqui a meia hora…
- Por isso mesmo.
Temos meia hora para eu me arranjar, tu te arranjares, comer, ver se o bebé
acorda…
- Tão linda que
ela anda – Marco rodeou-lhe a cintura com os braços, deixando-se ficar abraçado
à namorada – às vezes dou por mim a pensar que, se eu estivesse casado com a
Carolin, eu acho que não iria ser tão feliz como sou agora – Milicent olhou-o
através do espelho, achando aquela conversa muito estranha – não faças aí rugas
na testa que não é preciso – Milicent fazia sempre umas rugas na testa quando
estava confusa, Marco riu-se dando-lhe um beijo no pescoço – é verdade. Ela não
queria ter filhos pelo menos até fazer 25 anos, não é ligada à família, não a
imaginaria, nunca, a organizar esta casa de uma ponta à outra enquanto tinha um
filho de um ano ao cuidado dela… - Milicent esboçou um sorriso, levando as suas
mãos às que Marco tinha na sua barriga – eu hoje não consigo imaginar a minha
vida se não te tivesse conhecido.
- Sais-te melhor
que a encomenda, tu!
- Deixa lá que tu
também não ficas nada atrás – Marco voltou a beijar-lhe o pescoço.
- Vá, deixa-me lá
arranjar-me e vai tu ver se o Marten acordou – o rapaz afastou-se de Milicent
começando a sair da casa de banho. Milicent continuou a arranjar-se, super bem
descontraída e tranquila.
Enquanto isso,
Marco dirigiu-se ao quarto do filho e, assim que chegou perto do berço de
Marten, deparou-se com o menino deitado, acordado e a brincar com a sua
chupeta.
- Então tu já
estás acordado e não dizias nada, campeão? – assim que ouviu a voz do pai,
Marten começou a rir-se – andas a portar-te muito bem, sim senhor! – fez-lhe
cócegas na barriga, intensificando a gargalhada de Marten – vamos ter com a
mãe, vamos?
- Mãe! – Marten
começou a virar-se de barriga para baixo para, depois, se sentar no berço e
esticar os seus braços na direção de Marco – mã, mã!
- Anda lá – pegou
no filho ao colo, dirigindo-se para o quarto – olha, olha…já viste a preguiçosa
da mãe? – Marco colocou Marten em cima da cama, que depressa gatinhou na
direção de Milicent – primeiro querias despachar-te e agora estás aí?
- Estou mal
disposta… - confessou, ao mesmo tempo que Marten se sentou junto a ela – não
dás beijinho à mãe? – perguntou, passando com a sua mão pelas costas de Marten.
O menino deitou-se a seu lado, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Mã, ó-ó?
- Vou fazer ó-ó
vou. Queres nanar comigo? – num ápice Marten começou a gatinhar na direção de
Marco – pronto, vou entender isso como um não.
- Já estou a
ficar preocupado contigo, Mili… - disse Marco, visivelmente preocupado.
- Eu prometo que
se me continuar assim eu vou ao médico. Isto pode ser uma virose ou qualquer
coisa que eu comi…
- Mesmo assim.
Com as tonturas e agora esta má disposição…
- Eu sei que
estás preocupado – Milicent sentou-se na cama, olhando o namorado – mas eu
estou bem. Prometo!
- Não vou deixar
de estar preocupado na mesma – os dois limitaram-se a ficar a olhar um para o
outro, sendo interrompidos pelo som da campainha – deve ser a Mary.
- Eu vou lá que
tu ainda estás em trajes menores – Milicent levantou-se, ainda um pouco fraca.
Pegou em Marten ao colo e foi com ele até ao andar debaixo para abrir a porta
aos pais e a Mary Alice.
- Bom dia! –
disse Milicent, ao abrir a porta.
- Bom dia! – Mary
Alice abraçou a irmã, olhando-a – estavas a dormir? – talvez pela sua cara de
enjoada, Mary Alice pensasse que Milicent tivesse acabado de acordar.
- Não, eu já
acordei há um bocadinho.
- Mas estás com
cara de quem acabou de acordar – comentou a mãe, fazendo com que Milicent a
olhasse.
- Só estou mal
disposta, está tudo bem.
- Tens a certeza
que não faz mal ela ficar por cá? – perguntou o pai, desviando a atenção para
Mary Alice.
- Claro que não.
Duas mãos extra cá em casa são sempre bem-vindas. Eu tenho de tratar da festa
do Marten e do Mario, por isso…é mesmo uma boa ajuda.
- Se precisares
de alguma coisa podes chamar-nos, também – assegurou a mãe, colocando a sua mão
sob o braço da filha.
- Eu sei,
obrigada.
- Então nós
levamos aqui a menina depois da festa – o pai baixou-se, abrindo os braços.
Mary Alice abraçou-o fazendo, depois, o mesmo com a mãe.
- Fiquem
descansados que ela vai ser tratada como rainha cá em casa! – assegurou Marco,
chegando naquele momento perto de Milicent. Cumprimentou os sogros, pegando em
Mary Alice ao colo.
- Disso não
duvidamos – Renae riu-se, olhando para a filha – qualquer coisa que precisem
digam.
- Obrigado – agradeceu
Marco.
- Vá, então
portem-se bem – Renae e Hinrich despediram-se dos quatro e Milicent fechou a
porta de casa, indo para a sala.
Colocou Marten no
chão a brincar com os seus brinquedos e, assim que Marco colocou Mary Alice no
chão, a menina juntou-se a ele.
- Estás bem? –
perguntou Marco, levando as suas mãos às costas da namorada.
- Estou mal
disposta, só isso.
- Daqui a nada
agarro em ti e levo-te ao hospital.
- Não te
preocupes, porra! Eu estou bem – Milicent afastou-se do namorado, sentando-se
no sofá. Marco encolheu os ombros, achando toda aquela mudança de temperamento
de Milicent esquisito – então, Mary, como é que tu tens andado? Como é que
correu a escola?
- Correu bem. já
não tenho mais.
- Então também já
estás de férias como eu – disse Marco, sentando-se ao lado da namorada.
- Sim! Mas, sabem
uma coisa? – a menina olhou-os por um bocado, voltando a olhar depois para
Marten e os seus brinquedos – o pai e a mãe andam chateados – Milicent olhou
para Marco…ela sabia que algo não estava bem!
- Chateados? –
perguntou, tentando saber algo mais sobre o que Mary Alice lhe dizia.
- Sim. Eles
discutiram, duas vezes. E a mãe diz que não quer estar com o pai mais vezes –
Milicent voltou a olhar para Marco, sentindo-se a quebrar por dentro. Como
assim? Como é que as coisas poderiam estar tão diferentes e ela não se ter
apercebido de nada até ontem? Só ontem é que Milicent percebeu que os seus pais
não estavam bem e, ao que parece, as coisas já não estão bem há algum tempo.
- Tenho a certeza
que eles vão fazer as pazes – garantiu Marco já que Milicent não conseguia
dizer nada – às vezes os crescido têm discussões e dizem coisas que não querem
um ao outro mas…depois as coisas acabam por se resolver e ficar tudo bem.
- Achas? –
perguntou Mary Alice.
- Tenho a
certeza. Eu e a mana já nos chateamos, tu sabes, não é? – ela assentiu que sim
com a cabeça – e olha para nós? Estamos bem agora, temos o bebé e estamos
felizes. Vais ver que eles vão resolver as coisas, se calhar agora que não
estás lá ao pé deles até fazem as pazes, vais ver.
- Eu espero que
sim.
- Já tomaste o
pequeno-almoço? – perguntou Milicent, desviando-se daquele assunto.
- Já!
- E não queres
mais nada?
- Não, mana. Eu
estou bem.
- Então tomas
conta do Marten enquanto eu e o Marco vamos fazer o comer para nós?
- Sim. Eu tomo
conta dele – passou a sua mão pela cara do menino e os dois foram até à
cozinha.
- Como é que eu
não percebi que as coisas não estavam bem? – atirou, assim que fechou a porta
da cozinha e ficou a sós com Marco. Andava de um lado para o outro, retirando
comer do frigorífico, dos armários e todos os utensílios de que precisaria – eu
tenho andado tão distraída que não percebi que os meus pais não andam bem,
Marco!
- Hey – Marco parou-a, levando as suas mãos ao
pescoço da namorada – acalma-te e pensa direito. Tu, nestes últimos tempos,
andas com imensa coisa em mãos. São as entrevistas de emprego, os nãos que elas
trazem, o meu aniversário e agora o do Marten. Ainda para mais com as minhas
lesões, esta casa que temos de gerir e um filho pelo meio…tu não podes estar a
olhar para todos ao mesmo tempo. Quando nem para ti olhas como deve ser.
- Tu não estás a
perceber – Milicent afastou-se dele, como que não ouvindo aquilo que ele lhe
estava a dizer – os meus pais nunca, mas nunca tiveram discussões. No máximo
tinham aquelas picardias mas acabavam a beijar-se e às gargalhadas. Desde que
eles deixaram de voar, desde que deixaram de fazer o que gostam que eles se
tiveram de ajustar a uma nova vida. E eu não percebi se eles se estavam a
ajustar a essa vida, se eles estavam felizes. Para a Mary Alice dizer que a
minha mãe diz que não quer estar com o meu pai…as coisas não estão mesmo nada
bem, Marco! – o rapaz conseguia perceber que Milicent estava perdida. Conseguia
perceber que, naquele momento, a sua namorada tinha perdido todo o seu norte.
- Acalma-te, por
favor – puxou-a pelo braço, encostando a cabeça da namorada ao seu peito – não
te podes martirizar, nem culpar por nada. Tu és uma mãe de família agora,
também. Tu estás a ganhar a tua vida e a ser independente. Não podes estar com
mil e um olhos em cima de todos, nem eu o estou – levou as suas mãos à cara da
namorada, olhando-a. Milicent já tinha lágrimas a escorrerem-lhe pela cara –
chora à vontade, mas tem calma. As coisas vão resolver-se, vais ver. Pode ser
que estes dias sem a Mary lá por casa lhes sirva para se acalmarem aos dois e
perceberem o que se passa.
- Eu acho que
devia falar com a minha…
- Não –
interrompeu Marco prontamente – não vais falar com ninguém. Deixa-te ficar
sossegada e espera que seja a tua mãe a contar-te o que se passa.
- Se eles se
separarem…
- Eles vão
continuar a ser os teus pais. Nada disso mudará, Mili.
- E a Mary? Será
que a podem retirar aos meus pais?
- Não comeces já
a pensar nisso, por favor. Eu sei que não é fácil, que neste momento deves
estar com a cabeça a mil. Mas calma, tenta abstrair-te por um bocado. Pode ser?
- Vou tentar –
encostou novamente a sua cabeça ao peito do namorado, sentindo-o aconchegá-la
nos seus braços.
Ambos sabiam que
os próximos tempos seriam complicados. Talvez Milicent tivesse mais consciência
disso já que Marco pretendia manter uma visão mais positiva de tudo. Milicent
sabia que, a qualquer momento, poderia estourar a bomba de ver os seus pais separados
com todos os problemas que essa separação poderia trazer.
Olá, olá!
Trago-vos um novo capitulo e espero que gostem.
Beijinhos,
Ana Patrícia.
Olá, olá!
Trago-vos um novo capitulo e espero que gostem.
Beijinhos,
Ana Patrícia.
Olá :)
ResponderEliminarNão penses que desisti de ler a fic, porque não o fiz :P
Apenas tenho tido uns problemas e não tenho tido tempo e paciência para nada.
Quero dizer que adorei o capitulo e quero mais capítulos ;)
Espero que os pais da Mili não se separem :/
Beijos :*