segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

24º Capitulo: “Começaram os problemas?”

Marco e Milicent permaneciam sentados na cama, frente a frente sem sequer dizerem uma palavra. Milicent percebia que Marco não sabia o que dizer, percebia que ele estava com algumas dificuldade em começar a falar naquele assunto.
- Meu amor…então? – Milicent aproximou-se mais dele, levando a sua mão à face de Marco – Daqui a nada estás a ir embora e ainda nem falámos…
- Tens razão…desculpa –
Marco deu um pequeno beijo na testa de Milicent, voltando a olhar para ela – ontem estive com a Carolin e com os nossos advogados. Ela estava a aceitar bem demais o divórcio…
- Começaram os problemas?
- Acho que sim…ela está a pedir imensas coisas, a muitas delas não tem direito, mas isso vai atrasar tudo… -
Marco fez uma pausa, baixando um pouco a cabeça – o divórcio poderia ficar tratado no mês que vem…assim vai demorar mais.
- Ei… -
Milicent aproximou-se do namorado, sentando-se nas pernas dele, levantando-lhe a cabeça – é só mais um obstáculo…serão mais uns meses para que possamos ser só nós. Mas não podemos ir abaixo por causa disto, sim? Tens de dar o teu melhor no Borussia, para o ano há Mundial…o teu primeiro. Sim, eu acredito que irás ao Mundial, és um jogador completo que é essencial à nossa selecção. Tens de te focar nos teus treinos, no clube, em mim…e no nosso bebé. Vais ver que, mais tarde ou mais cedo, o divórcio ficará concluído e serás mais livre para mim – Milicent viu Marco rir-se, acabando por se rir também.
- Vais manter esse positivismo mesmo que as coisas não corram bem?
- Vou, vou e vou. E tu também vais…temos de ser positivos, Marco. É o futuro que está em causa, mas temos de nos focar no presente…não fiques triste, nem preocupado. Custa-me ver-te assim…
- Sim, tu tens razão, meu amor –
Marco levou as suas mãos ao pescoço de Milicent, aproximando os seus lábios dos dela. Beijou-a sem qualquer pressa em terminar o beijo. Precisava daquele mimo e amor que recebia da parte dela para se sentir o Marco, o verdadeiro Marco – Sabes uma coisa? – Perguntou Marco, interrompendo o beijo.
- Não sei…mas vais dizer-me, não vais?
- Vou –
Marco deu mais um beijo em Milicent, voltando a olhá-la – eu tenho muito orgulho em ti.
- A grávida sou eu e tu é que ficas lamechas?

- Eu estou a falar a sério, Mili…és uma filha que qualquer pai se pode orgulhar, uma neta que ama os avós como se fossem pais, uma amiga…uma amiga que faz tudo por aqueles que são tudo. A tua relação com a Marlene…é tão, tão bonita. Vê-se que a amas mais que uma amiga…são quase como irmãs. Depois, estudas para uma área difícil, medicina não é fácil muito menos pediatria. Vais entrar no teu último ano da faculdade…grávida – Marco levou a sua mão à barriga de Milicent e, os dois, aproximaram-se ainda mais um do outro – Muita gente, na tua situação, optaria por abortar…mas tu não colocaste essa opção. E ainda bem…eu prometo que farei de tudo para te dar toda a minha ajuda…e quero pedir-te uma coisa – Milicent não conseguiu dizer nada. Acenou apenas que sim com a cabeça e Marco continuou – Não trabalhes…eu sei que queres voltar a trabalhar para ajudar com as despesas dos teus estudos…mas não o faças.
- Marco…
- Faz isso pelo nosso filho…dedicas-te aos estudos, aos teus pais, possivelmente à Mary Alice, aos teus avós, ao nosso bebé, a mim, a ti…e eu ajudo-te. Ires trabalhar iria deixar-te cansada…e estás grávida Mili.
- Marco… -
Milicent juntou a sua mão com a de Marco, olhando-o fixamente – com o dinheiro que consegui juntar quando trabalhava e a ajuda dos meus pais, eu não vou trabalhar mais. Ficas mais descansado, papá?
- Fico, fico! – Marco beijou Milicent, levando as suas mãos ao interior da camisola da rapariga.
- Ei, Marco… - Milicent separou-se dele, olhando-o – tens de ir para o treino e eu vou dormir que estou enjoada.
- Almoçamos juntos?
- Claro…mas aqui em casa, pode ser?
- Sim. Ficas por cá?
- Fico sim, meu amor –
Milicent deu-lhe um pequeno beijo, deitando-se de seguida – bom treino, papá Reus – Marco riu-se, vendo Milicent fechar os olhos. Foi até ela, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Eu amo-te muito, meu amor.
- E nós amamos-te a ti –
Milicent abriu os olhos, dando um pequeno beijo a Marco.
O rapaz foi até à casa de banho onde tomou um duche e se preparou para sair de casa. Tinha um treino pela frente e, ainda antes de almoço, um encontro com a irmã mais velha.



- Para mim?!
- Sim Milicent…a Yvonne mandou isso para ti, abre! –
Marco parecia entusiasmado. O que estava naquele papel ela a confirmação de que aceitavam Milicent na família.
Milicent abriu o envelope percebendo que se tratava de um convite…de casamento. Papel trabalhado, letras douradas, fotografia dos noivos…o Marco é parecido com a irmã…Milicent começou a ler o que estava escrito e, de imediato, percebeu que era um convite personalizado.


Querida Milicent. Já ouvi tantas coisas de ti que acho que já te conheço à anos…mas quero conhecer-te pessoalmente. Daí este convite.
O Marco talvez tenha falado contigo sobre isto. Caso dentro de duas semanas e teria imenso gosto em ter-te como minha convidada. Não penses em dizer que não, por favor. Se pensares…o Marco está encarregue de te fazer mudar de ideias.
Muitos beijinhos, espero por ti.
Yvonne Reus
PS: Convidada com direito a convite personalizado…és cunhada, especial.

- Nem sei que dizer… - Milicent estava um pouco sem reacção. A verdade é que não estava à espera de tal coisa…mas sentia-se verdadeiramente feliz.
- Que vais?
- Sim…vou, claro que vou. E tenho de agradecer muito à tua irmã por este gesto… -
Milicent voltou a colocar o convite dentro do envelope, chegando-se para perto de Marco. Ainda não tinham almoçado mas Milicent queria estar perto dele.
- Fico muito contente, meu amor. Obrigado.
- Não tens de me agradecer…assim nenhuma convidada da tua irmã se faz a ti… -
Marco riu-se, aconchegando Milicent nos seus braços – Como é que correu o treino?
- Correu bem…vamos almoçar?
- Deixa-me ficar aqui só mais uns segundos… -
Milicent enterrou a sua cabeça no peito de Marco, fechou os olhos e suspirou – Agora tenho de pensar em vestidos…ai meu Deus.
- Aviso já que eu gostava assim de um bem curtinho…
- Marco! –
Milicent levantou-se, olhando para o namorado.
- As tuas pernas iam arrasar com tudo…
- Marco, é um casamento…é preciso algo mais clássico, algo verdadeiramente bonito. Como princesas, entendes?
- Mas…então pode ser justinho? Assim realça as curvas… -
Marco rodeou a cintura de Milicent com os seus braços, dando-lhe um beijo.
- Está decidido: não vou contigo às compras!
- Podias ir…imagina lá: nós dois nos provadores a vestir e despir vestidos.
- Tu saíste-me cá um tarado!
- Mas tu gostas…
- O problema é que eu amo… -
Milicent levou as suas mãos até à cara de Marco, voltando a beijá-lo.
Ficaram ainda algum tempo a namorar apenas e só depois foram almoçar. Milicent pouco comeu já que os enjoos a estavam a afectar muito naquele dia.



- Marlene…o vestido não me serve! – Milicent começava a entrar em pânico. Marco iria buscá-la dentro de meia hora e ainda não tinham conseguido fechar o fecho do vestido.
- Calma…isto está preso.
- Eu engordei! Oh meu Deus…eu engordei! Já é a barriga que se nota? –
Milicent tentava perceber se já se notava algo na sua barriga, mas foi surpreendida pelo fechar do fecho – Fechou?
- Fechou Milicent…entras em stress por pouco, rapariga! Estava só preso…
- Ai, obrigada –
Milicent virou-se para a melhor amiga, abraçando-a – estou nervosa…
- Não és tu que vais casar…
- Oh sim mas…vai lá estar a família dele toda.
- Vai correr tudo bem, vais ver.

Milicent acabou de se arranjar, colocando alguns acessórios e maquilhagem. Estavam entretidas no quarto, quando são interrompidas por Jolandi.
- Milicent…estás tão linda, minha querida.
- Obrigada avó… -
Milicent abraçou a avó, dando-lhe um beijo na bochecha – Acha que engordei? – Milicent afastou-se da avó, olhando para a barriga.
- Eu acho foi que emagreceste, Milicent. Não comeces com essas paranóias das dietas.
- Pronto, pronto…eu acredito em vocês.
- Bem…o Marco já está lá em baixo.
- Já!?
- Sim…já está na hora, Mi –
Marlene falou, levantando-se da cama.
- Ai…pronto, vamos – as três saíram do quarto, indo até à sala. Milicent ficou para último, ouvindo assim Marlene a cumprimentar Marco.
- Oh cunhado, mas tu ainda não estás vestido?
- A tua amiga tem de me ajudar… -
Milicent riu-se com aquela afirmação de Marco, ajeitando a parte debaixo do vestido. Chegou, finalmente à sala, olhando para Marco.
De imediato dois sorrisos enormes surgiram nos lábios deles. Milicent aproximou-se de Marco, beijando-o muito ao de leve pois não queria estragar a maquilhagem. Olhou-o e voltou a sorrir.
- Justinho como querias, meu amor… - Marlene ouviu aquilo e desmanchou-se a rir. Marco quase que fez o mesmo, mas optou por agarrar Milicent pela cintura. 
- Estás uma verdadeira rainha e só minha – Marco deu-lhe um beijo na testa, contemplando-a novamente.



- Porque é que ainda não estás arranjado, posso saber? – Perguntou Milicent ao saírem de casa.
- Olha…a minha roupa está em casa da minha irmã, assim eu vim buscar-te primeiro e agora vamos para lá e eu visto-me.
- Está bem, está bem…vais ter gravata ou laço?
- Gravata…e eu sei fazer nós, não te preocupes.
- Mais descansada… -
Marco abriu a porta do carro do lado de Milicent, dando-lhe passagem para entrar. Ainda a ajudou a ajeitar a parte debaixo do vestido, de maneira a não ficar preso no carro.
Depois de uma curta viagem, chegaram a casa da irmã de Marco. Os dois saíram do carro e Milicent, muito depressa, juntou-se a Marco. Deu-lhe a mão, agarrando-a firmemente.
- Isso é tudo nervos…? – Perguntou Marco quando começaram a dirigir-se à porta.
- Nervos dos grandes…enormes!
- Vai correr tudo bem…é só a minha família e eles já gostam de ti.
- Esse “é só a minha família”, é enorme Marco. São os teus pais, os teus avós, as tuas irmãs, tios, primos, tudo… -
Marco percebeu que Milicent estava a entrar em “pânico” por ir a este casamento. Acabava por compreender. Ela é aquela que o fez desistir de um casamento, ela é aquela pessoa que ele ama, aquela pessoa que ele precisa no seu dia-a-dia. Mas é aquela pessoa que ninguém conhece, aquela pessoa que não sabe se será aceite por algumas pessoas…Marco estava com receio, mas quis demonstrar que estava ao lado de Milicent.
Colocou-se à frente dela, colocando as suas mãos na cintura da namorada.
- Independentemente do que aconteça neste casamento, do que aconteça quando te apresentar ao resto da minha família…eu é que sou o teu namorado, eu é que quero ser o teu marido e o pai dos teus filhos. Nada mais importa, meu amor.
- Não podes fazer isso a uma grávida…se bem que não é chorar que me apeteça… -
Milicent aproximou-se de Marco, rodeando o pescoço dele com os seus braços – Eu vou ser aquilo que sou para os teus familiares, vou ser a Milicent e não vou fingir nada. Tu estás do meu lado…e se eles não gostarem de mim…é muito bom saber que tu me amas.
- Podes ter a certeza que eles vão adorar-te…e podes ter ainda mais certeza que eu te amo – Marco juntou a sua testa com a de Milicent, dando-lhe um pequeno beijo no nariz – esse batom não vai durar muito tempo porque eu quero beijar-te, sabes?
- Deixa só chegarmos à igreja e depois as fotos, assim estou apresentável –
os dois riram-se e Milicent acabou por juntar a sua mão com a de Marco – eu amo-te muito, meu amor.
- E eu amo-te a ti –
Milicent abraçou-o, sentindo o seu corpo relaxar. Precisava daquele contacto com ele, de se sentir completamente dele para conseguir relaxar.
Os dois voltaram a andar, até irem à porta. Estava aberta e Marco entrou primeiro, segurando a mão de Milicent, que entrou atrás dele.
- Devem andar todos lá para cima… - estava tudo muito calmo naquela casa. Contrariamente ao que ambos esperavam. Para um casamento, esperavam ver pessoas a correr de um lado para o outro, fotógrafos, familiares…mas não estava vazio o andar debaixo – vamos subir – Marco deu passagem a Milicent, que começou a subir as escadas. Milicent foi surpreendida por Marco quando este a ajudou com a parte debaixo do vestido. Esperou até chegarem ao topo das escadas para lhe agradecer.
- Obrigada, meu amor – levou a sua mão à cara dele, ficando como que “hipnotizada” com ele – és uma pessoa…tão bonita, meu amor.
- Essa do “meu amor” era minha. Tu não me tratavas assim…
- Bebé não é para ti…sabes bem para quem é.
- Tens razão –
Marco levou, também, a sua mão à cara de Milicent e os dois sorriram. Marco começou a ouvir vozes a aproximar-se e percebeu que era a sua mãe a falar com Nico, o seu sobrinho.
Colocou a sua mão nas costas de Milicent e esperaram pela chegada de Manuela. Vinha com o pequeno Nico no colo e, quando viu os dois, esboçou um sorriso enorme.
- Meus queridos, já chegaram! – Manuela chegou perto de Marco deu-lhe dois beijos e fez o mesmo com Milicent – Estás deslumbrante, minha querida.
- Muito obrigada, Manuela.
- Ainda bem que chegaram, sabes? Marco, a mãe precisa de se ir vestir, arranjar e tal…podes ficar com o Nico?
- Claro que fico…aliás, ficamos os dois que eu tenho de me ir vestir, também –
Marco pegou no sobrinho ao colo e Milicent, aí, percebeu o porquê de se sentir cada vez com mais vontade de ser mãe e ter Marco como o pai dos seus filhos.
A forma como ele pegou no sobrinho, o sorriso que esboçou e o brilho que os seus olhos transmitiam fizeram um clique em Milicent. Sentiu o seu coração encher-se, ainda mais, de amor, sentia que iria chorar mas conseguiu controlar-se. Aquilo que não controlou foi o facto de levar as suas mãos à barriga…dentro dela, crescia a continuação dos dois.
Manuela acabou por ir embora e Marco começou a caminhar até um dos quartos.
- Mili, apresento-te o Nico. Com treze meses é o bebé aqui do tio Marco – Marco olhou para Nico, voltando a olhar para Milicent.
- Ele é parecido contigo…
- A minha irmã sabe fazer coisas bonitas…
- Convencido…
- Tira-nos uma foto, por favor, meu amor –
Marco passou o seu telemóvel a Milicent, que os fotografou – podes segurar no Nico, se faz favor?
- Claro! –
Milicent entregou o telemóvel a Marco, recebendo Nico nos seus braços. Viu o menino sorrir para ela e, de imediato, levou a sua mão à bochecha do menino, sussurrando um Olá bebé do tio Marco. Reparou que Marco permanecia intacto, mexendo no telemóvel – Marco…se calhar, mas só se calhar mesmo, era melhor começares a vestir-se…
- Estava só a por a imagem no instagram.
- Aquele que tu manténs privado para toda a gente…
- Dá trabalho por público.

- Ainda bem que abriste uma excepção para a tua namorada quando aceitas-te o meu pedido para te seguir…
- É claro que iria abrir, não é? Tu és tu…
- Sim, sim, vai vestir-se vá –
Milicent sentou-se na cama, olhando para Nico – o teu tio é tão doido, não é bebé? – Nico riu-se, deixando cair a chucha – ah pois é doido é! – Nico voltou a rir e Milicent percebeu que Marco se tinha colocado em cima da cama. Sentiu os lábios dele no seu pescoço e a respiração dele bem perto.
- Não ensines essas coisas ao meu sobrinho…já basta as minhas irmãs.
- O tio Marco é doido, o tio Marco é doido –
Milicent ia falando com Nico, levantando-o no ar. O menino ria-se que nem um perdido e Milicent também.
- Estou feito com esta gente toda… - Marco saiu da cama, começando a vestir-se. Milicent virou-se para ele já que, algo que ela adorava fazer, precisava de ver o corpo despido de Marco.
- Estás a ficar com o rabo maior, Marco.
- Estou? –
Marco olhou para Milicent, que lhe acenou afirmativamente com a cabeça – e tu gostas, não gostas?
- Desde que isso não seja silicone...
- Já cá mexeste e sabes bem que é tudo natural.
- E é o natural mais perfeito de Dortmund.
- Só de Dortmund?
- Se disser que é da Alemanha ou do Mundo, ficas convencido –
Milicent riu-se, mantendo os seus olhos presos nos de Marco – Despacha-te…já devem estar à nossa espera.
- Tens razão.
 
Milicent aproveitou que Nico estava entretido com o seu brinquedo para ver a fotografia que Marco tinha colocado no Instagram:
 
Príncipe do tio. Que comecem os preparativos para o casamento. Primeira irmã a casar, padrinho e este bebé a alegrar todos. E mais? Ela.
 


Depois de Marco se vestir, saíram do quarto em direcção do de Yvonne. Marco ia à frente de Milicent, que tinha o pequeno Nico nos braços que tinha adormecido. Depois de Marco bater à porta do quarto da irmã, os dois entraram.
- A Barbie estava demorada a chegar… - foi inevitável para Milicent não rir com aquela afirmação de Yvonne.
- Nem no dia do teu casamento deixas as piadas de lado? – Marco foi ter com a irmã, dando-lhe dois beijos.
- Hoje é dos nervos…dá desconto.
- Claro, claro…junta-te à tua cunhada, com essa coisa dos nervos! –
Marco esticou a sua mão na direcção de Milicent que caminhou até ele. Marco colocou a sua mão no fundo das costas de Milicent, olhou para ela e voltou a olhar para a irmã – apresento-te, pessoalmente, a Milicent. Milicent, é a minha irmã mais velha, a Yvonne.
- Fico muito feliz que tenhas vindo, Milicent –
Yvonne precipitou-se na direcção de Milicent, cumprimentando-a com dois beijos – estou a ver que o Nico já trocou o tio pela tia… - Yvonne olhou para Milicent vendo uma rapariga emocionada e nervosa.
- Obrigada pelo convite, Yvonne…
- Não tens nada que agradecer. Fazes parte da vida do meu irmão…logo, faz todo o sentido que estejas aqui, com ele e connosco –
Milicent estava sem palavras. A verdade era que se sentia bastante confortável junto deles – e estás muito, mas muito mesmo bonita.
- Muito obrigada…mas a Yvonne está…uma verdadeira noiva, uma princesa –
Milicent viu que Yvonne se emocionou e deixou escapar uma lágrima.
- Ai que agora vai começar tudo a chorar… - comentou Marco, sentando-se na cama.
- E tu vais não fazer nada…como de costume – Yvonne sentou-se na cadeira que estava ao pé dela, olhando para Milicent – é melhor sentares-te também, querida. Daqui a nada vem aí o resto do mulherio e vamos andar de um lado para o outro – as duas riram-se e Milicent, antes de se sentar, entregou Nico à mãe.
Ficaram alguns minutos os três naquele quarto apenas a falar sobre Nico. Milicent estava interessada em perceber como é que era a relação de Marco com o sobrinho, como tinha sido a gravidez…o facto de estar a seguir pediatria fez com que o interesse na gravidez passasse despercebido.
Quando começaram a entrar mais pessoas no quarto, Milicent começou a sentir-se cada vez mais nervosa. Conheceu a outra irmã de Marco, Melanie, os seus avós paternos que foram muito queridos com ela, uma tia e um primo. Pelo que lhe iam dizendo, a “pior” estaria para chegar. A avó materna de Marco, Risu.
- Vem aí a avó… - comentou Melanie.
- Como é que sabes? – Perguntou Marco.
- Ouvi no corredor a voz dela na sala a falar alto com a mãe…
- Típico da avó…sempre a reclamar com tudo… -
ao acabar de afirmar aquilo, foram surpreendidos pela entrada de uma senhora no quarto.
Aparentava não ter mais de 60 anos, mas Milicent sabia que tinha 74. Loira, de olhos muito clarinhos e uma jovialidade notória. Milicent sentiu as pernas tremerem quando se levantou…
- Não precisam de ficar todos a olhar para mim assim, meus netos – Risu riu-se sozinha, cumprimentando Melanie. Foi ter com Yvonne, olhando-a de alto a baixo – estás muito bonita, minha querida neta – foi perceptível que a senhora estava emocionada mas, nem por um segundo, deu parte fraca. Depois de cumprimentar Yvonne, foi ter com Marco, dando-lhe dois beijos na face – como estás, Marco?
- Muito bem e a avó?
- A tua avó já é boa desde que nasceu…trouxeste companhia…sem convite.
- Eu convidei a Milicent, avó –
Yvonne ripostou, fazendo com que a sua avó olhasse para ela – ela faz parte da vida do meu irmão, é minha cunhada e faz todo o sentido que ela aqui esteja.
- Podias ter convidado, isso sim, era a Carolin. Ela sim é tua cunhada…ela… -
Risu olhou para Milicent, de alto a baixo como que examinando cada aresta da rapariga. Pareceu perder-se no raciocínio e olhou para Marco – Espero bem que não te arrependas das escolhas que fazes.
- Estou a ver que a avó continua com a sua ideia que casamento é para o resto da vida…mas, sabe uma coisa? Quando não há razões para acreditar num casamento, o mais correcto é terminar com ele. Sei que gosta da Carolin como sua neta, que preferia que fosse ela a estar aqui…mas não é –
Marco esticou a mão na direcção de Milicent que agarrou a mão do namorado, caminhando até ele – quem está comigo é a Milicent. É ela que está aqui, que é a mulher da minha vida. Caso esteja interessada em conhece-la…tem a sua oportunidade, aqui e agora – Risu olhou para Milicent, voltando a olhar para Marco.
- Talvez um dia – Risu saiu do quarto, deixando todos em choque. Principalmente Milicent…sabia que iria ser difícil conquistar todos naquela família…e custava-lhe aceitar que a avó de Marco não a aceitava.
- Com licença… - Milicent dirigiu-se à casa de banho, numa tentativa de controlar aquela vontade enorme de chorar. Obviamente não o conseguiu fazer e acabou por chorar. Foi surpreendida pelo bater da porta.
- Posso? – Era Melanie quem estava do outro lado. Milicent tentou limpar um pouco das lágrimas que lhe caiam pela cara, mas era impossível disfarçar.
- Sim…entra – Melanie entrou, deparando-se com Milicent chorosa.
- Ai que o furacão Risu deixou marca na Milicent… - Melanie voltou a fechar a porta, aproximando-se de Milicent. Colocou uma das suas mãos nas costas dela, olhando-a através do espelho – Não fiques assim, querida. A nossa avó é assim…antiga, não aceita tudo o que o mundo actual permite que façamos, mas ela vai acabar por entender o porquê de seres tu a estar aqui e não qualquer outra.
- Eu entendo-a…eu sou a outra, aquela que acabou com tudo o que o Marco tinha com a Carolin…
- Mas és aquela que o meu irmão ama. Eu nunca vi o Marco tão feliz como tem andado. E eu só te posso agradecer por fazeres do meu pequenito um homem mais feliz. Os nossos pais estão encantados contigo, a mim já me conquistas-te e creio que à Yvonne também. O Nico já te adora e pede o teu colinho, os nossos outros avós adoraram-te, também…só precisamos de dar tempo a D. Risu. Vá…não chores…pode ser?
- Obrigada, Melanie… -
Melanie recebeu Milicent nos seus braços, abraçando-a fortemente – obrigada mesmo…por essas palavras.
- Não tens nada que me agradecer. Sou tua cunhada, agora – as duas olharam-se e Milicent esboçou um sorriso – ficas muito mais bonita a sorrir, sabes? Vá recompõe-te que eu vou ali tranquilizar o namorado histérico – Melanie riu-se, deixando Milicent sozinha na casa de banho, de novo.
Estava a retocar a maquilhagem, quando Marco entra na casa de banho.
- Meu amor… - Marco estava sem saber ao certo o que dizer, mas soube o que fazer: abraçá-la. Milicent não chorava mais…com ele só conseguia sentir-se feliz e tranquila.
- Já passou, Marco.
- Desculpa…eu sabia que ia ser difícil. A minha avó é mais reservada e conservadora…mas tem calma.
- Está tudo bem, Marco. Se todos me aceitam…eu vou fazer de tudo para que a tua avó também o faça.
- E eu estarei aqui, bem pertinho, para ajudar –
Milicent olhou-o acabando por o beijar. Aquele beijo era calmo e despreocupado. Milicent, se dependesse só dela, ficava horas a beijar Marco, a olhá-lo, a tocar nele e a sentir aquela felicidade que ele lhe transmite.



Depois de uma cerimónia emocionante, das típicas fotografias com os convidados, um almoço bastante bom e as primeiras danças, Milicent e Marco tinham parado por uns minutos. Estavam sentados num típico banco de jardim, no exterior do edifício onde decorria o copo de água.
- A tua família é muito querida, Marco.
- Eles gostam de ti, meu amor. Dá para ver isso.
- Estás nervoso porque? –
Milicent percebia que Marco não parava de mexer as pernas e de olhar para trás dela.
- É que…o Marcel está por aí a aparecer…
- Mais uma apresentação, portanto.
- É…e ficas bem com isso?
- Porque não haveria de ficar? É teu amigo, tal e qual como o Mario…eu só tenho de esperar que ele me aceite tão bem como o Mario e a tua família.
- Ele aceita…e vem aí –
Milicent olhou para trás, vendo um rapaz vir na direcção deles. Os dois levantaram-se e, quando Marcel chegou perto deles, cumprimentou Marco com um aperto de mão, dando, logo de seguida, dois beijinhos a Milicent.
- Finalmente conheço a Milicent…eu sou o Marcel, costumo ser amigo do Marco mas, na verdade, só o sou porque é para ele não ficar sozinho – de imediato Marcel se riu, fazendo com que Milicent também se risse.
- Pois…eu sou a Milicent, não é? Namoro com ele e à uns tempos quase que morri de ciúmes teus – Marco não estava à espera que Milicent fosse tão sincera com Marcel. Mas acabou por se orgulhar ainda mais dela. Marcel olhava-a de uma maneira estranha, como que esperando uma explicação – Longa história mas, resumindo, tu e ele em Zurique, eu em Munique e pois…aqui a Milicent teve ciúmes.
- Ai que eu já dei problemas aos pombinhos sem perceber…
- Não é isso, Marcel…e quero que saibas que estou a dizê-lo porque acabei por perceber que és uma pessoa muito importante para ele…por isso desculpa.
- Oh rapariga, tu és mesmo especial. Tal e qual como o Marco dizia…eu achei que ele estivesse a exagerar…mas não –
Milicent foi surpreendida por um abraço espontâneo de Marcel – fico muito contente por te conhecer.
- Acredita que é recíproco.
 
Os três ficaram ainda algum tempo a conversar, até que começou a escurecer e voltaram para dentro do edifício. Naquele resto de noite, Milicent acabou por servir de fotografa de Marco, que queria colocar fotografias com as irmãs no seu instagram.

Marco e Melanie

 Marco, Yvonne e Manuela

 
Enquanto que Marco andava a dançar com Melanie, Milicent ficou com Marcel na mesa que lhes estava destinada. Estava descansada e tranquila, quando é abordada por alguém…especial. 
 
 
Olá meninas! BOM ANO!
Espero que tenham gostado deste capítulo, que deixem as vossas opiniões e...já repararam no novo fundo? Novo ano, nova imagem do blog.
Fico à espera dos vossos comentário.
Beijinhos.
 
Ana Patrícia

5 comentários:

  1. Olá

    Adorei *_*


    Beijinhos

    A.M

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  2. Oláá!!
    Distrai-me e deixei passar dois capítulos mas soube bem ler dois de uma vez! E como sempre ameeeiiiii!!
    Está a ser tããooo mas tão lindo estes primeiros dias da Mili e do Marco como futuros papás! É com cada momentos mais lindo, como aquele dos dois a falarem para a barriga *__*
    Depois foi aquele momento no capítulo anterior do reencontro da Mili com a Mary Alice, foi tão emocionante!
    Agora neste capítulo....é bonito ver que eles estão mais que unidos e dure o tempo que durar o processo de divórcio lá com a outra e aconteça o que acontecer como ela conhecer a família (a avó do Marco podia ter sido menos mázinha :o ) ...eles vão estar sempre um lado do outro para o que der e vier!
    Aquele momento em que a Milicent conheceu o Marcel, pensei que podia ser mau mas não até foi engraçado com ela a dizer que teve ciumes :)
    Agora quem é a pessoa especial? Quero o próximooo!!
    Beijinho,
    Sofia

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  3. Hello :)
    Vá...desta vez não me atrasei na leitura :P
    Sobre o capitulo?...primeiro que tudo...adorei e quero mais ;)
    Amei ver que cada vez o casal está mais unido, apesar da Carolin ser uma enorme chata -_-
    Bem!...este encontro com a avo Risu correu bastante mal...ela é mesmo á antiga :/, Espero que ela reconsidere e aceite a Mili porque é ela que faz o neto feliz ;)
    Ainda bem que a Mili está bem com o amigo Marcel :P
    Aí!...quem será a pessoa especial?...quero muito saber please *.*
    Próximo please sff :)
    Bjs :*

    P.S. - Amei o fundo novo :D

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  4. Olá!

    Olha merda para isto, estou tão revoltada que nem sabes! Ai mas que cabra essa Carolin, grrr ela podia ir morrer bem longe, ai bem que podia mesmo!
    Eles, bem juntinhos é que estão bem, amo amo amo a relação deles.
    Oiiiin todos gostaram da Mili, até o pequeno Nico, mas porra asério?! Avó é Avó, mas a Carolin não presta, a Mili é que é linda *-* (ela não sabe que a Carolin faz trabalho comunitário por ter roubado?! Ah pois devia saber, mudava logo de opinião!) E pronto, este Marcel,..não gosto dele, não me dá confianças que cheguem para gostar, unf! e esta pessoa especial?! estou curiosa demais!

    Espero o próximo muy muy rápido sim?

    Besitos.

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  5. Adorei!
    Espero que a avózinha reconheça que a Mili é muito melhor que a outra...
    Que pessoa especial?
    Quero mais por favor...
    Fico ansiosa à espera
    Beijos
    Nana

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