- O que é que estás aqui a fazer? – Marcel foi quem levantou a questão que se impunha no momento. Milicent olhou para Marcel por uns momentos, olhando, de novo, para a rapariga que tinha na sua frente. A primeira e última vez que tinham estado juntas…não tinha corrido lá muito bem.
LEMBRANÇA ON
- Podes ter a certeza que ainda agora comecei… - Era uma mulher. Milicent nunca tinha visto uma fotografia de Carolin, nem nunca tinha ouvido a sua voz…mas iria jurar que tinha, em cima dela, Carolin Böhs. Actual, e futura ex, mulher de Marco.
Carolin estava sentada sobre a cintura de Milicent e as duas olhavam-se. Milicent queria defender-se, porque sabia que iria andar à porrada com ela, mas estava completamente petrificada, sem saber o que fazer. A raiva, o ódio, o desprezo…estava tudo no olhar de Carolin.
- Eu não contava apanhar-te sozinha…mas assim o queridinho não interfere – as certezas tomavam conta de Milicent. Era ela.
- É um assunto delicado Marco…é que…a Mi andou à porrada com a Carolin. Elas estão as duas internadas, as duas em estados lastimáveis e…há polícia, há tanta coisa…
- Calma. A Carolin? – Marco congelou, mas depressa se levantou da cama pegando nas chaves do seu carro e saiu do quarto.
- Sim…foi feio.
- Eu estou a ir para aí, cinco minutos e eu estou aí.
- Tem calma Marco. Ela está bem.
- Ela atirou-me ao chão e ficou em cima de mim…eu percebi logo que era ela, sabes? Pela maneira como ela me olhou, pela maneira como ela falou…eu percebi que era a Carolin. Começamos à porrada até que o segurança a tirou de cima de mim…depois ela disse que eu lhe metia nojo, que ia fazer de tudo para nos separar… - Milicent fez uma pequena pausa, falar tanto tempo seguido estava a custar-lhe – A Carolin disse…ela disse que te amava, que te ia conquistar outra vez, que nos ia separar Marco…e quando ela disse isso eu explodi. Eu bati-lhe, arranquei-lhe cabelos…Marco eu bati-lhe! – Marco percebia que Milicent estava com certos remorsos sobre tudo o que se estava a passar.
- Tu não te arrependas de lhe teres batido, amor. Ela mereceu tudo, mereceu mesmo.
- Marco…ela quer separar-nos… - pelo canto do olho de Milicent, havia uma lágrima a escorrer.
LEMBRANÇA OFF
Milicent tinha Carolin na sua frente. A mulher que, no registo civil, é esposa de Marco. A mulher que pertence, legalmente, a Marco. A mulher com quem Milicent andou à porrada por causa de Marco. Essa mulher estava ali, com um sorriso cínico nos lábios, um à vontade enorme e dando certezas a Milicent que algo iria acontecer.
- A Risu disse para eu passar por cá…e, além disso, há um passado entre mim e esta família… - Carolin respondeu a Marcel com firmeza na voz, com a certeza de que nada iria derrubá-la.
Marco, que estava a dançar com a sua irmã, viu-a e quase que congelou por uns segundos.
- Que se passa? – Yvonne olhou para onde Marco estava a olhar, não entendendo o que é que Carolin estava ali a fazer – Marco…eu não a convidei. Tu sabes que eu não faria isso.
- Sim eu sei…mas ela está ali.
- Vai lá…e leva-a daqui – Yvonne saiu da frente de Marco que começou a caminhar na direcção de Milicent e Carolin. Via que Marcel estava por perto e confiava nele o suficiente para ter a certeza que Milicent estava em segurança. Carolin não podia fazer nada à sua namorada…nem sequer dirigir-lhe a palavra. Caso contrário…as coisas tornavam-se graves.
Tentou chegar perto delas mas foi interrompido pela avó Risu.
- Avó, por favor, deixe-me passar.
- Porque é que deixas-te a Carolin? A outra dá-te assim tantas coisas?
- Avó…por favor. Não diga essas coisas. Deixe-me passar… - Marco passou pela avó, sendo que ela o agarrou pelo braço.
- Deixa ver como é que ela reage.
- Elas andaram à porrada à quase três meses atrás…deixá-las sozinhas não é bom resultado.
- Tu estás aqui, o Marcel está lá ao lado…espera – Marco viu que a avó estava a preparar alguma. Sabia que, a presença de Carolin, não tinha acontecido por mero acaso. Sabia que a sua avó estava por detrás da presença dela.
Marcel estava a ser um espectador da conversa, calma mas não tão pacífica, que Milicent e Carolin estavam a ter.
- Foste convidada ou o Marco trouxe-te sem avisar a família? – Milicent sabia que Carolin queria, quase de certeza, arranjar confusão. Mas Milicent sabia, também, que não poderia ceder. Tinha de se manter calma, tinha de ripostar de uma forma tranquila e pacífica. Está grávida, não quer colocar a vida do seu filho em causa por causa de uma pessoa como a que tem na sua frente.
- A Yvonne convidou-me. Mas creio que não seja algo que tenha a ver consigo…
- Pois não…tens toda a razão. Mas há uma coisa que tem a ver comigo…o que é que fizeste para o Marco me deixar? Dás-lhe sexo todas as vezes que ele pede? Um filho…fizeste-lhe um filho? Ou então espera…fizeste-lhe a cabeça!
- Carolin…deixa-te dessas coisas – Marcel interviu para que Carolin terminasse com aquelas palavras pouco (ou mesmo nada) bonitas para Milicent.
- Deixa estar Marcel…há pessoas que não tem noção do quão ridículas são… - ao falar daquela maneira, Marcel percebeu que Milicent estava à vontade para o desenrolar daquela conversa – Carolin…está na hora de termos, talvez, uma conversa séria. Sem ninguém – Milicent levantou-se e, então, percebeu que era mais alta que Carolin. Estavam as duas com o mesmo tipo de salto alto e Milicent conseguia ser mais alta – acompanha-me até lá fora?
- Vamos a isto… - Carolin passou à frente, sendo seguida por Milicent. As duas saíram do edifício e Marco aproximou-se de Marcel.
- Onde é que elas vão?
- A Milicent quer falar com ela a sós…mas talvez não seja boa ideia deixá-las sozinhas.
- Eu sei… - Marco ia dirigir-se ao exterior do edifício mas acabou por perceber que elas estavam ali mesmo ao pé da porta. Deixou-se ficar dentro do edifício, escutando o que elas iam conversando.
- Eu não posso mentir. Não posso mentir a uma pessoa que viveu anos com outra, que partilhou dias e dias sem fim com essa pessoa. E é, por isso, que eu digo, Carolin, que aconteceu tudo de uma forma natural…no dia em que nos conhecemos, eu sabia que ele ia casar. Eu sabia que ele casaria dali a dois dias. Mas não me importei… - Milicent estava a ser o mais sincera que conseguia com Carolin. Sabe o que é ser traída, sabe qual é a sensação de ser traída…e não quer que Carolin tenha uma imagem distorcida das coisas. Por mais que custe, Milicent quer dar a verdade a Carolin – a partir daí as coisas foram acontecendo, tudo se foi desenrolando sem que nenhum de nós percebesse as proporções que as coisas estavam a tomar. Eu sei que errei…mas só errei ao permitir que existissem aquele dias entre mim e ele quando vocês ainda estavam juntos. Eu não sei se o meu pedido de desculpas fará alguma diferença…mas, a verdade, é que eu sinto muito que tenha destruído a tua vida. Porque eu sei que o fiz…se o amas de verdade, eu sei que destrui um pedaço de ti. Eu sei o que é sentir a traição.
Carolin escutava-a com atenção, parecendo uma estátua sem qualquer tipo de emoção no rosto. Milicent não a conhecia, não sabia se o que tinha acabado de fazer tinha sido o melhor…mas sentia-se melhor consigo mesma. Marco estava surpreendido com tudo o que ouvir e, a sua avó que se tinha juntado a ele, estava igualmente surpreendida.
- Sabes mesmo o que é ser traída?
- Sei…eu vi, ninguém me contou, eu vi mesmo o meu ex-namorado a trair-me. Acredita, eu sei o que se sente.
- Então sabes que eu só quero que desapareças da vida dele. Sabes que quero que deixes o homem que eu mais amei na vida. Sabes, porque sentiste o mesmo, ou não?
- Sei… - Milicent sentia a sua garganta ficar seca…e sentiu o seu chão tremer por completo.
- Mas eu vejo o Marco feliz. Eu percebo que ele está mais feliz do que alguma vez esteve. E culpo-me por não lhe ter dado essa felicidade antes. Eu não consigo, simplesmente, desligar tudo o que sinto por ele.
- É por isso que vais dificultar o divórcio?
- Não. O que eu peço no divórcio é o que tenho direito.
- Tu sabes que não tens direito a tudo o que pedes… - pela primeira vez, Carolin desviou o olhar de Milicent e, assim, Milicent percebeu que Carolin queria continuar casada com Marco o máximo de tempo que conseguia – não te censuro por quereres estar casada com ele. Ambas sabemos o que ele é…mas pensa nele, Carolin. Pensa que o Marco precisa de estabilidade na vida dele…porque tudo pode afectar a carreira que ele está a criar – Milicent tentava chamá-la à atenção…mesmo a saber que Carolin poderia não lhe estar a dar ouvidos – queres entrar…para ir falar com a Yvonne ou o resto da família? Eu fico por aqui… - Carolin voltou a olhar para Milicent, desta vez com um sorriso nos lábios.
- Importas-te?
- Não…eu prefiro ficar por aqui.
- Eu não demoro… - não houve mais nenhuma palavra nem de Milicent, nem de Carolin. Ela ausentou-se, entrando no recinto da festa. Milicent sentou-se no banco de pedra que ali estava…respirou fundo e ficou a olhar para as flores que estavam na sua frente.
Tinha a certeza que o que tinha dito a Carolin era o que sentia…mas não se lembrava nem de metade.
- Será que podemos falar? – segunda conversa-bomba em menos de meia hora… Milicent sentiu o seu estômago contorcer-se todo e os nervos apoderarem-se dela. Era a avó de Marco. A senhora tinha-se sentado ao lado de Milicent, olhando, também, as flores que estavam à frente delas. Rosas. Brancas e vermelhas. Representado a paz e o amor. Aquilo que Milicent mais queria para a sua vida.
- Eu sei que não me deve ver como uma boa pessoa…eu tenho quase a certeza disso. Há tanta gente que me vê simplesmente como a outra, a que destabilizou a vida do Marco… - Milicent tinha optado por ser directa ao assunto…não havia outro assunto para ser falado entre elas.
- Eu só não estava à espera desta mudança na vida do meu neto…quando o Marco casou eu pensei que fosse a sério. Ele demorou algum tempo a marcar a data do casamento…mas quando o fez eu pensava que era sério – Milicent olhou para Risu, reparando que ela também a olhava – tu és boa menina e peço desculpa pela forma como te tratei de manhã.
- Não me tem de pedir desculpa…só quer o bem do Marco.
- Tal como tu…sei bem que queres que ele esteja bem. Caso contrário não terias tido aquela conversa com a Carolin – Risu viu que Milicent estava confusa, passou com a sua mão na face da jovem, sorrindo-lhe – tinhas um namorado muito preocupado ali atrás da porta e a avó dele a acompanhar. Foste muito segura de ti ao falar com ela.
- Eu só quero a felicidade do seu neto…ele é muito importante para mim e pode ter a certeza que farei de tudo para ele ser feliz.
- Ele já é…mais feliz do que alguma vez vi o Marco ser. Vem cá – Risu abriu os braços, recebendo Milicent neles. Abraçou-a, aconchegando-a nos seus braços. Qualquer medo que Milicent tivesse em relação à aceitação da avó de Marco, tinha desaparecido naquele momento.
- Melanie, viste o Marco? – Milicent tinha voltado ao interior do edifício e, depois de ter falado com Yvonne, andava à procura de Marco. Mas não o estava a conseguir encontrar em lado nenhum.
- Ele disse que ia lá fora ter contigo…devem ter-se desencontrado.
- Obrigada, vou lá ver – Milicent voltou a sair, deparando-se com Marco debruçado sobre o parapeito do varandim. Aproximou-se dele, colocando as suas mãos nas costas de Marco e encostou a sua testa nas mesmas.
- Andei à tua procura…
- Já estava lá dentro…só que estava a falar com a Yvonne – Marco virou-se para Milicent, segurando as mãos dela.
- Tem sido um fim de dia complicado, não?
- Pode dizer-se que sim…mas foi um bom fim de dia. Falar com a Carolin acabou por ser bom...e com a tua avó, ainda melhor.
- Sabes que nós ouvimos a conversa?
- Sei…a tua avó contou-me.
- O que é que falaste com ela…?
- Coisas nossas…mas o nosso bebé conheceu a bisavó e acho que ela vai gostar de o conhecer. Está tudo a ficar bem, Marco.
- Eu amo-te tanto…
- E eu amo-te a ti, muito, meu Marco – os dois não precisaram de falar mais sobre as conversas que tinham acontecido. Só precisavam de estar juntos, de se abraçarem e beijarem. Naquele momento, estavam completos nos braços um do outro.
O fim do mês de Novembro estava próximo e o tempo passava a um ritmo alucinante. Entre aulas, namoro e jogos de futebol, tanto Marco como Milicent ainda se dividiam entre as famílias. Milicent estava com dez semanas de gravidez e tudo corria bem. Poucos enjoos, alguns desejos (sobretudo aqueles relacionados com Marco) e estava cada vez mais feliz.
Viviam juntos. Aos fins-de-semana. Durante a semana Milicent fazia a sua vida perto de casa dos avós, já que andava entre a faculdade e casa. Almoçava sempre com Marco, mas aos fins-de-semana é que tinham aqueles momentos só deles.
Tanto Milicent como Marco gostavam daquela rotina que criavam. Quando Marco tinha jogos em Dortmund, Milicent já assistia no camarote com a família dele. E não se preocupavam com as especulações que a imprensa levantava “Marco Reus deixa Carolin para encontrar o amor” ainda não tinham assumido nada publicamente, mas faziam a vida deles naturalmente.
Tão naturalmente que decidiram ir até Londres. Eles os dois mais Marlene e Mario. Tal como Milicent tinha previsto, Marlene tinha escolhido uma faculdade em Munique, assumindo assim a sua relação com Mario.
- Eu preciso mesmo de comer! – Milicent estava sentada ao lado de Marco e à frente de Marlene que a seu lado tinha Mario. Estavam à espera do metro, para chegarem ao estádio do Chelsea. Tinham ido visitar um amigo de Marco e Mario que ainda não conheciam.
- Até parece que estás grávida! – disse Mario, fazendo com que Milicent e Marco olhassem um para o outro - Tu estás grávida!? – Mario falou um pouco mais alto, fazendo com que Marco e Milicent olhassem para ele com um sorriso nos lábios.
- Nós queríamos ter-te dito à mais tempo…mas estávamos com medo que acontecesse alguma coisa.
- Eles queriam o bebé só para eles, não o iam partilhar contigo Mario – Marlene falou inocentemente para, segundos depois, perceber que tinha acabado de se denunciar. Ela sabia e não tinha contado nada a Mario.
- Calma…tu sabes? – Mario virou o seu corpo para Marlene, esperando uma resposta. A rapariga apenas sorria – Tu dormes na mesma cama que eu e omitiste o facto de ir ser tio, Marlene Costa? – Todos se riram e Marlene limitou-se a beijar Mario.
- Agora que já sabes, podes ir buscar comida para a tua cunhada, Mario… - pedinchou Milicent, quase desesperando por comida.
- Vais passar a usar o puto como desculpa?
- Vá, calma, vamos todos até ali ao bar – foram até ao pequeno bar que estava por ali, levando as malas que tinham em sua posse. Iam ficar por um hotel, para não fazerem mais nenhuma viagem naquele dia.
Mario foi quem fez os pedidos e acabou por exagerar na conta. Segundo ele: “o meu sobrinho vai ter fome durante a viagem”.
Depois de terem os pedidos na mão, Marco e Mario decidiram brincar com Milicent, fugindo dela.
- Marco James Reus! O teu filho vai nascer com cara de donuts se não me deres esses que tens na mão – Marco continuou encostado a Mario que se ria – juntem-se os dois juntem…e depois admirem-se que o meu filho goste mais de mim e da tia!
- Ui que a Milicent está toda desesperada por comida!
- É o teu sobrinho, Mario Götze!
LEMBRANÇA ON
- Podes ter a certeza que ainda agora comecei… - Era uma mulher. Milicent nunca tinha visto uma fotografia de Carolin, nem nunca tinha ouvido a sua voz…mas iria jurar que tinha, em cima dela, Carolin Böhs. Actual, e futura ex, mulher de Marco.
Carolin estava sentada sobre a cintura de Milicent e as duas olhavam-se. Milicent queria defender-se, porque sabia que iria andar à porrada com ela, mas estava completamente petrificada, sem saber o que fazer. A raiva, o ódio, o desprezo…estava tudo no olhar de Carolin.
- Eu não contava apanhar-te sozinha…mas assim o queridinho não interfere – as certezas tomavam conta de Milicent. Era ela.
- É um assunto delicado Marco…é que…a Mi andou à porrada com a Carolin. Elas estão as duas internadas, as duas em estados lastimáveis e…há polícia, há tanta coisa…
- Calma. A Carolin? – Marco congelou, mas depressa se levantou da cama pegando nas chaves do seu carro e saiu do quarto.
- Sim…foi feio.
- Eu estou a ir para aí, cinco minutos e eu estou aí.
- Tem calma Marco. Ela está bem.
- Ela atirou-me ao chão e ficou em cima de mim…eu percebi logo que era ela, sabes? Pela maneira como ela me olhou, pela maneira como ela falou…eu percebi que era a Carolin. Começamos à porrada até que o segurança a tirou de cima de mim…depois ela disse que eu lhe metia nojo, que ia fazer de tudo para nos separar… - Milicent fez uma pequena pausa, falar tanto tempo seguido estava a custar-lhe – A Carolin disse…ela disse que te amava, que te ia conquistar outra vez, que nos ia separar Marco…e quando ela disse isso eu explodi. Eu bati-lhe, arranquei-lhe cabelos…Marco eu bati-lhe! – Marco percebia que Milicent estava com certos remorsos sobre tudo o que se estava a passar.
- Tu não te arrependas de lhe teres batido, amor. Ela mereceu tudo, mereceu mesmo.
- Marco…ela quer separar-nos… - pelo canto do olho de Milicent, havia uma lágrima a escorrer.
LEMBRANÇA OFF
Milicent tinha Carolin na sua frente. A mulher que, no registo civil, é esposa de Marco. A mulher que pertence, legalmente, a Marco. A mulher com quem Milicent andou à porrada por causa de Marco. Essa mulher estava ali, com um sorriso cínico nos lábios, um à vontade enorme e dando certezas a Milicent que algo iria acontecer.
- A Risu disse para eu passar por cá…e, além disso, há um passado entre mim e esta família… - Carolin respondeu a Marcel com firmeza na voz, com a certeza de que nada iria derrubá-la.
Marco, que estava a dançar com a sua irmã, viu-a e quase que congelou por uns segundos.
- Que se passa? – Yvonne olhou para onde Marco estava a olhar, não entendendo o que é que Carolin estava ali a fazer – Marco…eu não a convidei. Tu sabes que eu não faria isso.
- Sim eu sei…mas ela está ali.
- Vai lá…e leva-a daqui – Yvonne saiu da frente de Marco que começou a caminhar na direcção de Milicent e Carolin. Via que Marcel estava por perto e confiava nele o suficiente para ter a certeza que Milicent estava em segurança. Carolin não podia fazer nada à sua namorada…nem sequer dirigir-lhe a palavra. Caso contrário…as coisas tornavam-se graves.
Tentou chegar perto delas mas foi interrompido pela avó Risu.
- Avó, por favor, deixe-me passar.
- Porque é que deixas-te a Carolin? A outra dá-te assim tantas coisas?
- Avó…por favor. Não diga essas coisas. Deixe-me passar… - Marco passou pela avó, sendo que ela o agarrou pelo braço.
- Deixa ver como é que ela reage.
- Elas andaram à porrada à quase três meses atrás…deixá-las sozinhas não é bom resultado.
- Tu estás aqui, o Marcel está lá ao lado…espera – Marco viu que a avó estava a preparar alguma. Sabia que, a presença de Carolin, não tinha acontecido por mero acaso. Sabia que a sua avó estava por detrás da presença dela.
Marcel estava a ser um espectador da conversa, calma mas não tão pacífica, que Milicent e Carolin estavam a ter.
- Foste convidada ou o Marco trouxe-te sem avisar a família? – Milicent sabia que Carolin queria, quase de certeza, arranjar confusão. Mas Milicent sabia, também, que não poderia ceder. Tinha de se manter calma, tinha de ripostar de uma forma tranquila e pacífica. Está grávida, não quer colocar a vida do seu filho em causa por causa de uma pessoa como a que tem na sua frente.
- A Yvonne convidou-me. Mas creio que não seja algo que tenha a ver consigo…
- Pois não…tens toda a razão. Mas há uma coisa que tem a ver comigo…o que é que fizeste para o Marco me deixar? Dás-lhe sexo todas as vezes que ele pede? Um filho…fizeste-lhe um filho? Ou então espera…fizeste-lhe a cabeça!
- Carolin…deixa-te dessas coisas – Marcel interviu para que Carolin terminasse com aquelas palavras pouco (ou mesmo nada) bonitas para Milicent.
- Deixa estar Marcel…há pessoas que não tem noção do quão ridículas são… - ao falar daquela maneira, Marcel percebeu que Milicent estava à vontade para o desenrolar daquela conversa – Carolin…está na hora de termos, talvez, uma conversa séria. Sem ninguém – Milicent levantou-se e, então, percebeu que era mais alta que Carolin. Estavam as duas com o mesmo tipo de salto alto e Milicent conseguia ser mais alta – acompanha-me até lá fora?
- Vamos a isto… - Carolin passou à frente, sendo seguida por Milicent. As duas saíram do edifício e Marco aproximou-se de Marcel.
- Onde é que elas vão?
- A Milicent quer falar com ela a sós…mas talvez não seja boa ideia deixá-las sozinhas.
- Eu sei… - Marco ia dirigir-se ao exterior do edifício mas acabou por perceber que elas estavam ali mesmo ao pé da porta. Deixou-se ficar dentro do edifício, escutando o que elas iam conversando.
- Eu não posso mentir. Não posso mentir a uma pessoa que viveu anos com outra, que partilhou dias e dias sem fim com essa pessoa. E é, por isso, que eu digo, Carolin, que aconteceu tudo de uma forma natural…no dia em que nos conhecemos, eu sabia que ele ia casar. Eu sabia que ele casaria dali a dois dias. Mas não me importei… - Milicent estava a ser o mais sincera que conseguia com Carolin. Sabe o que é ser traída, sabe qual é a sensação de ser traída…e não quer que Carolin tenha uma imagem distorcida das coisas. Por mais que custe, Milicent quer dar a verdade a Carolin – a partir daí as coisas foram acontecendo, tudo se foi desenrolando sem que nenhum de nós percebesse as proporções que as coisas estavam a tomar. Eu sei que errei…mas só errei ao permitir que existissem aquele dias entre mim e ele quando vocês ainda estavam juntos. Eu não sei se o meu pedido de desculpas fará alguma diferença…mas, a verdade, é que eu sinto muito que tenha destruído a tua vida. Porque eu sei que o fiz…se o amas de verdade, eu sei que destrui um pedaço de ti. Eu sei o que é sentir a traição.
Carolin escutava-a com atenção, parecendo uma estátua sem qualquer tipo de emoção no rosto. Milicent não a conhecia, não sabia se o que tinha acabado de fazer tinha sido o melhor…mas sentia-se melhor consigo mesma. Marco estava surpreendido com tudo o que ouvir e, a sua avó que se tinha juntado a ele, estava igualmente surpreendida.
- Sabes mesmo o que é ser traída?
- Sei…eu vi, ninguém me contou, eu vi mesmo o meu ex-namorado a trair-me. Acredita, eu sei o que se sente.
- Então sabes que eu só quero que desapareças da vida dele. Sabes que quero que deixes o homem que eu mais amei na vida. Sabes, porque sentiste o mesmo, ou não?
- Sei… - Milicent sentia a sua garganta ficar seca…e sentiu o seu chão tremer por completo.
- Mas eu vejo o Marco feliz. Eu percebo que ele está mais feliz do que alguma vez esteve. E culpo-me por não lhe ter dado essa felicidade antes. Eu não consigo, simplesmente, desligar tudo o que sinto por ele.
- É por isso que vais dificultar o divórcio?
- Não. O que eu peço no divórcio é o que tenho direito.
- Tu sabes que não tens direito a tudo o que pedes… - pela primeira vez, Carolin desviou o olhar de Milicent e, assim, Milicent percebeu que Carolin queria continuar casada com Marco o máximo de tempo que conseguia – não te censuro por quereres estar casada com ele. Ambas sabemos o que ele é…mas pensa nele, Carolin. Pensa que o Marco precisa de estabilidade na vida dele…porque tudo pode afectar a carreira que ele está a criar – Milicent tentava chamá-la à atenção…mesmo a saber que Carolin poderia não lhe estar a dar ouvidos – queres entrar…para ir falar com a Yvonne ou o resto da família? Eu fico por aqui… - Carolin voltou a olhar para Milicent, desta vez com um sorriso nos lábios.
- Importas-te?
- Não…eu prefiro ficar por aqui.
- Eu não demoro… - não houve mais nenhuma palavra nem de Milicent, nem de Carolin. Ela ausentou-se, entrando no recinto da festa. Milicent sentou-se no banco de pedra que ali estava…respirou fundo e ficou a olhar para as flores que estavam na sua frente.
Tinha a certeza que o que tinha dito a Carolin era o que sentia…mas não se lembrava nem de metade.
- Será que podemos falar? – segunda conversa-bomba em menos de meia hora… Milicent sentiu o seu estômago contorcer-se todo e os nervos apoderarem-se dela. Era a avó de Marco. A senhora tinha-se sentado ao lado de Milicent, olhando, também, as flores que estavam à frente delas. Rosas. Brancas e vermelhas. Representado a paz e o amor. Aquilo que Milicent mais queria para a sua vida.
- Eu sei que não me deve ver como uma boa pessoa…eu tenho quase a certeza disso. Há tanta gente que me vê simplesmente como a outra, a que destabilizou a vida do Marco… - Milicent tinha optado por ser directa ao assunto…não havia outro assunto para ser falado entre elas.
- Eu só não estava à espera desta mudança na vida do meu neto…quando o Marco casou eu pensei que fosse a sério. Ele demorou algum tempo a marcar a data do casamento…mas quando o fez eu pensava que era sério – Milicent olhou para Risu, reparando que ela também a olhava – tu és boa menina e peço desculpa pela forma como te tratei de manhã.
- Não me tem de pedir desculpa…só quer o bem do Marco.
- Tal como tu…sei bem que queres que ele esteja bem. Caso contrário não terias tido aquela conversa com a Carolin – Risu viu que Milicent estava confusa, passou com a sua mão na face da jovem, sorrindo-lhe – tinhas um namorado muito preocupado ali atrás da porta e a avó dele a acompanhar. Foste muito segura de ti ao falar com ela.
- Eu só quero a felicidade do seu neto…ele é muito importante para mim e pode ter a certeza que farei de tudo para ele ser feliz.
- Ele já é…mais feliz do que alguma vez vi o Marco ser. Vem cá – Risu abriu os braços, recebendo Milicent neles. Abraçou-a, aconchegando-a nos seus braços. Qualquer medo que Milicent tivesse em relação à aceitação da avó de Marco, tinha desaparecido naquele momento.
- Melanie, viste o Marco? – Milicent tinha voltado ao interior do edifício e, depois de ter falado com Yvonne, andava à procura de Marco. Mas não o estava a conseguir encontrar em lado nenhum.
- Ele disse que ia lá fora ter contigo…devem ter-se desencontrado.
- Obrigada, vou lá ver – Milicent voltou a sair, deparando-se com Marco debruçado sobre o parapeito do varandim. Aproximou-se dele, colocando as suas mãos nas costas de Marco e encostou a sua testa nas mesmas.
- Andei à tua procura…
- Já estava lá dentro…só que estava a falar com a Yvonne – Marco virou-se para Milicent, segurando as mãos dela.
- Tem sido um fim de dia complicado, não?
- Pode dizer-se que sim…mas foi um bom fim de dia. Falar com a Carolin acabou por ser bom...e com a tua avó, ainda melhor.
- Sabes que nós ouvimos a conversa?
- Sei…a tua avó contou-me.
- O que é que falaste com ela…?
- Coisas nossas…mas o nosso bebé conheceu a bisavó e acho que ela vai gostar de o conhecer. Está tudo a ficar bem, Marco.
- Eu amo-te tanto…
- E eu amo-te a ti, muito, meu Marco – os dois não precisaram de falar mais sobre as conversas que tinham acontecido. Só precisavam de estar juntos, de se abraçarem e beijarem. Naquele momento, estavam completos nos braços um do outro.
O fim do mês de Novembro estava próximo e o tempo passava a um ritmo alucinante. Entre aulas, namoro e jogos de futebol, tanto Marco como Milicent ainda se dividiam entre as famílias. Milicent estava com dez semanas de gravidez e tudo corria bem. Poucos enjoos, alguns desejos (sobretudo aqueles relacionados com Marco) e estava cada vez mais feliz.
Viviam juntos. Aos fins-de-semana. Durante a semana Milicent fazia a sua vida perto de casa dos avós, já que andava entre a faculdade e casa. Almoçava sempre com Marco, mas aos fins-de-semana é que tinham aqueles momentos só deles.
Tanto Milicent como Marco gostavam daquela rotina que criavam. Quando Marco tinha jogos em Dortmund, Milicent já assistia no camarote com a família dele. E não se preocupavam com as especulações que a imprensa levantava “Marco Reus deixa Carolin para encontrar o amor” ainda não tinham assumido nada publicamente, mas faziam a vida deles naturalmente.
Tão naturalmente que decidiram ir até Londres. Eles os dois mais Marlene e Mario. Tal como Milicent tinha previsto, Marlene tinha escolhido uma faculdade em Munique, assumindo assim a sua relação com Mario.
- Eu preciso mesmo de comer! – Milicent estava sentada ao lado de Marco e à frente de Marlene que a seu lado tinha Mario. Estavam à espera do metro, para chegarem ao estádio do Chelsea. Tinham ido visitar um amigo de Marco e Mario que ainda não conheciam.
- Até parece que estás grávida! – disse Mario, fazendo com que Milicent e Marco olhassem um para o outro - Tu estás grávida!? – Mario falou um pouco mais alto, fazendo com que Marco e Milicent olhassem para ele com um sorriso nos lábios.
- Nós queríamos ter-te dito à mais tempo…mas estávamos com medo que acontecesse alguma coisa.
- Eles queriam o bebé só para eles, não o iam partilhar contigo Mario – Marlene falou inocentemente para, segundos depois, perceber que tinha acabado de se denunciar. Ela sabia e não tinha contado nada a Mario.
- Calma…tu sabes? – Mario virou o seu corpo para Marlene, esperando uma resposta. A rapariga apenas sorria – Tu dormes na mesma cama que eu e omitiste o facto de ir ser tio, Marlene Costa? – Todos se riram e Marlene limitou-se a beijar Mario.
- Agora que já sabes, podes ir buscar comida para a tua cunhada, Mario… - pedinchou Milicent, quase desesperando por comida.
- Vais passar a usar o puto como desculpa?
- Vá, calma, vamos todos até ali ao bar – foram até ao pequeno bar que estava por ali, levando as malas que tinham em sua posse. Iam ficar por um hotel, para não fazerem mais nenhuma viagem naquele dia.
Mario foi quem fez os pedidos e acabou por exagerar na conta. Segundo ele: “o meu sobrinho vai ter fome durante a viagem”.
Depois de terem os pedidos na mão, Marco e Mario decidiram brincar com Milicent, fugindo dela.
- Marco James Reus! O teu filho vai nascer com cara de donuts se não me deres esses que tens na mão – Marco continuou encostado a Mario que se ria – juntem-se os dois juntem…e depois admirem-se que o meu filho goste mais de mim e da tia!
- Ui que a Milicent está toda desesperada por comida!
- É o teu sobrinho, Mario Götze!
Eles continuaram os dois juntos, brincando com a comida a provocar Milicent, que começou a alinhar na brincadeira e partilhou uma imagem deles no instagram:
E são eles jogadores da bola…seus gordos, feios!
- Eu não acredito que me chamaste gordo! – “Reclamava” Mario.
- E tu és gordinho, tartaruga… - disse Marlene, encostando-se ao ombro dele.
- Ainda diziam que nós é que éramos mel… - comentou Marco.
- Ter mel é bom…e depois podemos ter abelhinhas, como é o vosso caso – assim que Mario acabou de falar todos se riram.
O metro acabou por chegar e os quatro entraram nele. A viagem foi curta e chegaram depressa ao estádio. Mario e Marlene iam na frente e foi então que Marco decidiu puxar um assunto que o inquietava.
- Tu meteste uma foto minha e do Mario no teu instagram… - assim que ouviu o que o namorado lhe disse, Milicent parou ficando a olhar para ele.
- Fiz porcaria…
- É assim…não. A não ser que prefiras apagar a imagem…só por precaução por causa dos jornalistas que possam surgir.
- Quem me segue são amigos e família…é que eu não pensei à bocado, quando pus lá a foto.
- Não te preocupes…muito em breve iriam acabar por saber, meu amor.
- Não ficas chateado?
- Oh Mili, por favor – Marco colocou as suas mãos na cara de Milicent, beijando-a – achas mesmo que eu me iria chatear?
- Não…
- Então. Está tudo bem…mas como o fizeste de uma forma muito natural, tinha de te alertar.
- Obrigada – Milicent beijou-o para, de seguida, começarem a andar até chegarem perto de Mario e Marlene.
Estavam acompanhados de uma bonita rapariga. Milicent não conhecia, mas pelo que tinha conversado com Marco seria a namorada de André Schürrle.
- Boa tarde – Milicent e Marco falaram, despertando a rapariga a olhar na direcção deles. Um sorriso encantador que fez Milicent sorrir também.
- Montana, é o Marco e a Milicent. Putos, é a Montana, a namorada do André – Milicent avançou primeiro para cumprimentar a rapariga, sendo que Marco o fez pouco depois.
Foram até à bancada onde assistiram ao jogo. Bastante disputado entre as duas equipas (Chelsea e Manchester City) sendo o empate um resultado justo. Todos vibraram bastante com aquele jogo e, no final do mesmo, ficaram à espera que André chegasse ao pé deles.
Quando já estavam junto de André e a almoçarem num restaurante no centro da cidade, as raparigas afastaram-se, ficando as três a conversar enquanto os rapazes falavam sobre…futebol!
- Eles não se vêem todos os dias e quando estão juntos é de futebol que falam? – Perguntou Montana, fazendo com que Milicent e Marlene se rissem.
- Ainda dizem que nós é que falamos sempre das mesmas coisas…eles são iguais – Marlene sentia-se bastante à vontade para falar, já Milicent estava demasiado mal disposta para falar.
- Estás bem, Milicent? – Oh boa…ela notou.
- Estou só um bocadinho mal disposta…
- Não devias ter comido os donuts todos! – Mario, que estava mais perto delas do que os outro, foi quem ouviu o que Milicent tinha dito e acabou por comentar.
- Sabes bem que ela estava com necessidades… - Marlene fez sinal a Mario para que se calasse, mas naquele momento Milicent levantou-se da mesa, indo até à casa de banho.
Tanto André como Montana olhavam para Marco.
- Vocês dois olham para mim porque?
- Não sei…não tens nada para nos contar? Ou esta visita foi só porque sim? – André estava desconfiado à imenso tempo. Desde que Marco lhe tinha dito que iam a Londres, que desconfiou.
- Era só para vos avisar que lá para o meio do próximo ano, nasce o primeiro bebé Reus… - tanto André como Montana o felicitaram. Viam a felicidade estampada no rosto de Marco ao afirmar que ia ser pai. Viam que aquele rapaz estava mesmo muito feliz.
Milicent acabou por regressar da casa de banho, sendo recebida com todos a olharem para ela.
- Só vos posso dizer que esta é a pior parte de estar grávida… - todos se riram e Milicent sentou-se ao colo de Marco. Sentia-se cansada e a precisar de estar bem perto dele. A conversa voltou a surgir, mas Marco aproveitou para falar com ela.
- Como é que te sentes?
- Cheia de enjoos…e cansada.
- Nós já vamos para o hotel, meu amor. E descansas tu e o nosso bebé.
- Sim… - Milicent olhou para Marco, encostando a sua testa com a dele. Fechou os olhos e, se não tivessem feito uma pergunta, ela teria adormecido ali.
Milicent acordava naquela cama do quarto de hotel, sem a presença de Marco. Fazemos seis meses de namoro e ele não está aqui, oh que bela maneira de começar o dia!
Milicent abriu os olhos, reparando no ramo de rosas vermelhas que tinha do seu lado. Sorriu e pegou no bilhete que as acompanhava.
Fui só despedir-me do André com o Mario. Prometo que volto para a nossa manhã de seis meses de namoro. Amo-te, amor da minha vida.
Milicent pegou nas rosas e no seu telemóvel. Começou uma chamada para Marco que, segundos depois, atendeu.
- Bom dia, meu amor. E parabéns a nós.
- Era mais bom dia se estivesses aqui…mas parabéns a nós.
- Quem diria que isto já dura à seis meses…
- O tempo passa depressa…e é bom que passe depressa enquanto estou aqui sozinha.
- Acordaste mal disposta?
- Não Marco…acordei com falta de sexo.
- Assim que chegar aí, tratamos dessa tua falta, minha rainha.
- É bom que sim…sabes bem que andamos em falta nessa área.
- Estou no meio deles…acho melhor não comentar isso.
- É melhor é…e também é melhor espreitares o instagram da tua namorada daqui a cinco minutos, sim?
- Porque?
- Também tenho surpresas. Beijo, meu amor. Despacha-te que precisamos de nossa manhã de seis meses.
- Vou despachar-me sim, meu amor. Amo-te.
- E eu amo-te mais – Milicent desligou a chamada, começando a despir-se. Precisava de um duche rápido para acordar. Vestiu o robe, acabando por tirar uma fotografia que colocou no instagram.
O oito é meu, é da família e é nosso, mais recentemente. São seis meses do teu lado, fazes-me muito feliz. Surpresa, meu amor.
Depois de colocar a imagem no seu perfil, não demorou até receber uma mensagem de Marco com a reacção.
Então é por causa da surpresa que não dormiste com o teu mini pijama sexy! És tão doida, meu amor. Amei a surpresa. O oito passou a ser nosso. Já estou a caminho da manhã de seis meses, sua doida.
Milicent riu-se sozinha, deitando-se na cama. Ia esperar por Marco ali. Estava com preguiça e o frio que se fazia sentir fora dos lençóis era de fazer tremer uma pessoa.
- Marco Reus…importas-te de namorar com a tua namorada e não com o telemóvel? – já estavam em Dortmund à uns 45 minutos e Marco não largava o telemóvel.
- Espera só um bocadinho…é que acho que soltei uma bomba de manhã, sem perceberes.
- Hã?
- Eu meti uma foto nas redes sociais…e, bom, já sabem que eu não estou com a Carolin, que tenho uma outra namorada, mas...
- Oh Marco…
- Desculpa… - Marco olhou para Milicent, percebendo que talvez não tivesse feito a melhor coisa – eu acabei por revelar o teu nome, também.
- Ainda estou para ver que foto é essa…
- Uma manhã de seis meses que tu querias sexo e deixaste-me a ver navios com os enjoos…fiquei entretido a tirar fotos.
- Ai Marco…até tenho medo de abrir a internet.
- Não tenhas. Os comentários até são bons…
- Devem ser óptimos…tenho em conta a outra vez. Aqueles que li eram muito maus.
- A sério…são bons.
Milicent deitou a sua cabeça sobre as pernas de Marco, esticando-se no sofá. Ligou a internet no telemóvel, sendo bombardeada com notificações. Já se devia saber que era ela…percorreu o instagram, até que encontrou a tal fotografia de que Marco falava.
Fazes de mim um homem mais feliz, Milicent. Seis meses #AllMyLoveIsForYou
Milicent ia vendo alguns dos comentários e, tal como Marco havia dito, até eram bons. Muitos eram os que o felicitavam, outros que queriam ver como era Milicent, ver o rosto dela, e ainda haviam aqueles tipos comentários a dizerem para Marco deixar de namorar e ir treinar. Milicent ria-se à medida que ia lendo alguns deles e, aí, Marco percebeu que ela estava bem em relação a tudo aquilo.
- Os teus fãs são engraçados Marco! Ouve este comentário: “Marco, por favor, cuida bem dessa rapariga se não espeta-te as unhas em sítios delicados!” diz lá que isto não é épico?
- Desde que não te ponhas com ideias…
- Fica descansado… - Milicent continuou a navegar pelas redes sociais, percebendo que a impressa já falava dela, também.
- Tenho uma coisa para ti…
- Ai tens?
- Tenho… - Marco levantou a cabeça de Milicent, saindo do sofá. Foi até ao pequeno móvel que estava junto da porta, abriu uma das gavetas, retirando de lá um envelope. Voltou para junto de Milicent e os dois sentaram-se frente a frente – de manhã foram as rosas, à noite temos um jantar romântico…e agora há isto.
- Não me digas que, aí dentro, está assim uma viagem só de ida para mim? Fartaste-te de mim, Marco?
- Não sejas doida…vá, toma – Milicent pegou no envelope, abriu-o e retirou, de dentro do mesmo, duas folhas dobradas. Era uma carta, com a letra de Marco.
- Vai lá acima, na segunda gaveta da minha mesa-de-cabeceira, tens lá a tua prenda. Deixa-me ler isto sem público… - os dois olharam-se e Marco não mexeu um único músculo – vá lá Marco, vai… - Marco acabou por se levantar, deu um pequeno beijo nos lábios de Milicent e foi até ao quarto.
Enquanto isso, Milicent começou a ler aquela carta. Ele e a sua mania das cartas…
- Os teus fãs são engraçados Marco! Ouve este comentário: “Marco, por favor, cuida bem dessa rapariga se não espeta-te as unhas em sítios delicados!” diz lá que isto não é épico?
- Desde que não te ponhas com ideias…
- Fica descansado… - Milicent continuou a navegar pelas redes sociais, percebendo que a impressa já falava dela, também.
- Tenho uma coisa para ti…
- Ai tens?
- Tenho… - Marco levantou a cabeça de Milicent, saindo do sofá. Foi até ao pequeno móvel que estava junto da porta, abriu uma das gavetas, retirando de lá um envelope. Voltou para junto de Milicent e os dois sentaram-se frente a frente – de manhã foram as rosas, à noite temos um jantar romântico…e agora há isto.
- Não me digas que, aí dentro, está assim uma viagem só de ida para mim? Fartaste-te de mim, Marco?
- Não sejas doida…vá, toma – Milicent pegou no envelope, abriu-o e retirou, de dentro do mesmo, duas folhas dobradas. Era uma carta, com a letra de Marco.
- Vai lá acima, na segunda gaveta da minha mesa-de-cabeceira, tens lá a tua prenda. Deixa-me ler isto sem público… - os dois olharam-se e Marco não mexeu um único músculo – vá lá Marco, vai… - Marco acabou por se levantar, deu um pequeno beijo nos lábios de Milicent e foi até ao quarto.
Enquanto isso, Milicent começou a ler aquela carta. Ele e a sua mania das cartas…
Seis meses, hã? Quem me dissesse, à sete meses atrás que, neste momento, estaria a atravessar um divórcio, a viver um amor lindo contigo e que estaria a acompanhar a gravidez da minha namorada…eu dizia que essa pessoa era maluca da cabeça.
Passou meio ano desde que te pedi para me considerares teu namorado. Tu fizeste-o e, desde então, fazes de mim o homem mais feliz desta galáxia. Como é que é possível? Como é que se ama desta maneira sem ter medo? É impossível…tenho medos, e tantos, minha Mili. Medo de te perder, de que nos julguem e coloquem em causa o meu amor por ti, que duvides do que sinto por ti, de não ser um homem à tua altura. E…tenho medo de desiludir-te.
Cada um de nós tem os seus dias, os seus momentos e tu já me aturaste em dias difíceis, em dias horríveis mesmo. Já me mandaste ir passear num desses dias e eu não fui nada simpático contigo. Tentaste dar miminho no fim de uma derrota e eu preferi afastar-te. É do meu feitio…é da minha personalidade. Mas peço-te desculpa porque acredito que te magoou. Porque me magoa ao lembrar-me disso.
Passamos os últimos seis meses numa montanha russa de emoções. Dias em que o amor era tudo, dias em que estivemos separados e ainda dias em que vivemos com a certeza que esse bebé que está dentro de ti…é a prova de que o nosso amor é para durar.
Eu não te prometo uma vida brilhante, cheia de coisas boas e tudo muito bonito. Tu sabes que a vida não é assim…sabes que, por mais que tentemos, algo pode derrubar o pequeno e, por enquanto, frágil castelo que construímos.
Mas uma coisa te prometo: ficar a teu lado. Posso não estar fisicamente presente, mas tens-me a teu lado sempre.
Quem diria que, ao fim de seis meses, és a mulher que me enche de orgulho, que me faz feliz e com quem quero passar o resto da minha vida. Sei que, quando estiveres a ler isto, não queres que eu esteja à tua frente…por isso peço-te que me procures pela nossa casa e me dês um daqueles beijos nossos. Amo-te para sempre, meu amor.
O teu Marco.
PS: Já me esquecia de uma coisa…e tão importante! Obrigado por me teres dado a melhor prenda da minha vida. Esse nosso primeiro filho.
Passou meio ano desde que te pedi para me considerares teu namorado. Tu fizeste-o e, desde então, fazes de mim o homem mais feliz desta galáxia. Como é que é possível? Como é que se ama desta maneira sem ter medo? É impossível…tenho medos, e tantos, minha Mili. Medo de te perder, de que nos julguem e coloquem em causa o meu amor por ti, que duvides do que sinto por ti, de não ser um homem à tua altura. E…tenho medo de desiludir-te.
Cada um de nós tem os seus dias, os seus momentos e tu já me aturaste em dias difíceis, em dias horríveis mesmo. Já me mandaste ir passear num desses dias e eu não fui nada simpático contigo. Tentaste dar miminho no fim de uma derrota e eu preferi afastar-te. É do meu feitio…é da minha personalidade. Mas peço-te desculpa porque acredito que te magoou. Porque me magoa ao lembrar-me disso.
Passamos os últimos seis meses numa montanha russa de emoções. Dias em que o amor era tudo, dias em que estivemos separados e ainda dias em que vivemos com a certeza que esse bebé que está dentro de ti…é a prova de que o nosso amor é para durar.
Eu não te prometo uma vida brilhante, cheia de coisas boas e tudo muito bonito. Tu sabes que a vida não é assim…sabes que, por mais que tentemos, algo pode derrubar o pequeno e, por enquanto, frágil castelo que construímos.
Mas uma coisa te prometo: ficar a teu lado. Posso não estar fisicamente presente, mas tens-me a teu lado sempre.
Quem diria que, ao fim de seis meses, és a mulher que me enche de orgulho, que me faz feliz e com quem quero passar o resto da minha vida. Sei que, quando estiveres a ler isto, não queres que eu esteja à tua frente…por isso peço-te que me procures pela nossa casa e me dês um daqueles beijos nossos. Amo-te para sempre, meu amor.
O teu Marco.
PS: Já me esquecia de uma coisa…e tão importante! Obrigado por me teres dado a melhor prenda da minha vida. Esse nosso primeiro filho.
Milicent chorava…era impossível não o fazer. Tudo o que Marco tinha dito era sentido e verdadeiro. Enquanto Milicent lia a sua carta, Marco estava a abrir a sua prenda. Depois de retirar o embrulho que envolvia aquele objecto, Marco percebeu que se tratava de uma moldura, com uma foto que ele desconhecia que existia. Eram eles…disso ele tinha certezas.
Encontrou, também, um bilhete junto da moldura. Era a letra de Milicent. Começou a ler…e tudo ganhou significado.
Deves estar a perguntar-te o porquê desta imagem…pois, acredita que é das mais bonitas que temos. Foi a Marlene que tirou, quando chegámos a Londres. Sim…foi à pouquíssimo tempo. Quando a vi…todo o meu corpo tremeu com ela.
Nós dois, mãos dadas, beijo…tipicamente nosso. E mais? Foi a primeira vez que reparei que a minha barriga se começa a notar…se calhar estava mais inchada nesse dia, mas nota-se ali o nosso pequenino. Podemos dizer que é a nossa primeira foto de família…
Ainda me custa acreditar em tudo isto…a nossa relação, a nossa gravidez…mas, acredita, que cada dia do teu lado se tornam os melhores dias da minha vida.
Obrigada por seis meses completos do teu amor…pode ter sido difícil, mas agora tudo está bem. E eu sou tão feliz do teu lado.
Sabes que não tenho jeitinho nenhum para estas coisas…amo-te. Apenas e só te digo que te amo com todas as minhas forças e, por ti, sinto-me capaz de qualquer coisa. Tornaste-me uma mulher capaz de lutar pelo homem que ama…de ti eu não desisto.
Amo-te, meu amor mais lindo.
Milicent.
Nós dois, mãos dadas, beijo…tipicamente nosso. E mais? Foi a primeira vez que reparei que a minha barriga se começa a notar…se calhar estava mais inchada nesse dia, mas nota-se ali o nosso pequenino. Podemos dizer que é a nossa primeira foto de família…
Ainda me custa acreditar em tudo isto…a nossa relação, a nossa gravidez…mas, acredita, que cada dia do teu lado se tornam os melhores dias da minha vida.
Obrigada por seis meses completos do teu amor…pode ter sido difícil, mas agora tudo está bem. E eu sou tão feliz do teu lado.
Sabes que não tenho jeitinho nenhum para estas coisas…amo-te. Apenas e só te digo que te amo com todas as minhas forças e, por ti, sinto-me capaz de qualquer coisa. Tornaste-me uma mulher capaz de lutar pelo homem que ama…de ti eu não desisto.
Amo-te, meu amor mais lindo.
Milicent.
Marco colocou a moldura em cima da mesa-de-cabeceira e foi até à sala. Encontrou Milicent a limpar os olhos, levantando-se. Percebeu que ela ia ter com ele…quando os dois se viram…nada foi dito e só precisavam de uma coisa: amarem-se, amarem o corpo um do outro e terem momentos só deles.
Olá meninas!
Espero que tenham gostado deste capítulo e que me deixem as vossas opiniões sobre ele. A história está a entrar numa nova fase e, espero, que seja do vosso agrado.
Beijinhos
Ana Patrícia
Olá
ResponderEliminarAdoreiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii *_*
Beijinhos
A.M
Olá!
ResponderEliminarPrimeiro, fiquei completamente a tremer quando vi que a Carolin tinha aparecido e sabes porquê?! Porque ainda pairam em mim restinhos da Veo (sim acabei de ler e já vou comentar a serguir, tou a ganhar coragem!), pensei que haveria tanto drama, uma discussão aquelas enormes, puxões de cabelos e coisas do género, e que ela acabaria por perder o bebé, graças a deus que isso não aconteceu!!
A Avó, foi a doçura, foi mais que ternurento a rendição daquela mulher à doce Mili, amei, amei mesmo.
As cartas dos seis meses, foram boas demais, a sério que sim, que coisas boas minha nossa. E os desejos dela de sexo que acabaram por deixa o Marquito pendurado? ahah foi lindo.
Estou a amar cada capítulo desta fic, estou mesmo e quero muito muito que tudo resulte com eles, sem stresses nem complicações, para isso basta a Veo sim guapa?!
Espero o próximo super ansiosa, besitos.
Ola : )
ResponderEliminarAdorei como é lógico! A Mili conseguiu conquistar a avó mas acho que também deixou Carolin sentida e por isso ela vai dar o divorcio, pelo menos assim o espero ahah
Aguardo o proximo!
Beijinhos
Ritááá xD
Olá!
ResponderEliminarAmeiii!!
Demorei a ler mas fiquei contente quando estava a ler e cheguei à parte em que finalmente a avó do Marco aceitou a Mili. Também como podia não aceitar? Ela faz o Marco tão feliz! Assustei-me foi com a Carolin mas ainda bem que a conversa foi pacífica!
Depois no fim as cartas dos 6 meses, foram linddass!
Vou ao próximo!
Hello!
ResponderEliminarBem!...já vi que tenho capitulos em atraso..mas vou já actualizar-me :P
Adorei a coragem da Mili em enfrentar a Carolin :)
Amei a simpatia da Avo Risu *.*
Fartei-me de rir com a reacção do Mário e tb com a cena dos donuts :P
No geral adorei tudooooooooooooo :)
Próximo please rápido bjs