Se estás a ler isto…é porque a minha ida aí não teve resultado. Se vais ler o que se segue é porque não consegui fazer com que me desculpasses.
Esta carta vai ser uma espécie de “ultimato” ao que nós temos.
Começamos a nossa relação em circunstancias estranhas, diferentes da maior parte dos casais, mas mesmo assim não é pior ou melhor que nenhuma outra. Concordo contigo quando me disseste que precisávamos de espaço um para o outro…
Demos esse espaço, demos esse tempo…e pelos vistos não estamos juntos. Achava que já chegava…que já era tempo afastado de ti o suficiente para voltarmos a ser nós.
Não consigo passar um segundo sem pensar em ti…em nós e no que conseguiste fazer comigo em tão pouco tempo. Mili…tornaste-te uma pessoa fundamental na minha vida, encontrei em ti o amor e o desejo de um futuro enquanto responsável de família, encontrei no nós…o meu futuro. Se hoje me concedessem três desejos, seria sempre o mesmo: ter-te a meu lado.
Comecei a saber o que é amar uma mulher quando te conheci…fizeste com que acabasse com um casamento de dias, uma relação de anos porque…o meu amor por ti é maior do que aquilo que eu tinha. Contigo eu queria começar…melhor eu queria recomeçar. Ser o meu recomeço. O recomeço da minha vida.
Tu não estás aqui. A tua ausência sente-se todos os minutos. Poderias estar aí, no teu estágio, mas se estivéssemos bem esta ausência não era tão sentida. Iríamos conversar todos os dias, ver-nos quando podíamos…iríamos mudar mas estaríamos juntos. Declaro-me completamente apaixonado por ti, completamente viciado no teu amor, no amor que me dás. Declaro-me morto de sentimentos neste momento…porque não estás aqui.
Pois bem…a parte do “ultimato”. Eu sei que isto não é o fim de algo que à tão pouco tempo começou. Irás ser minha por muito tempo, irás ser a mulher que usará Reus no apelido, a mulher que terá bebés meio loiros, meio morenos. Irás ser a minha mulher.
Dentro de quarto semanas irei voltar aí…até lá…precisamos de um pacto. Como quando estivemos um mês juntos. Agora serão quatro semanas separados. Nessas quatro semanas…quero que, tu e eu, escrevamos pequenas frases sobre nós. Que desabafemos com o papel o que nos passa pela cabeça…mas não o vamos fazer todos os dias. Apenas e só quando sentirmos que é mesmo necessário. Para eu saber que vamos seguir com isto para a frente…manda-me uma mensagem com alguma frase…sobre nós.
Preciso de esclarecer uma coisa…sei que tiveste ciúmes do Marcel, sei que até o Mario os tem. Mas ele é uma pessoa muito importante para mim. É quase como um irmão, tal e qual como o Mario. Quero que não tenhas ciúmes dele. Sei que te devia ter avisado, sei que devia ter falado contigo. Errei. Quem não erra?
Fico à espera de…algo.
És demasiado importante para eu te perder. Amo-te demasiado. O teu Marco.
Esta carta vai ser uma espécie de “ultimato” ao que nós temos.
Começamos a nossa relação em circunstancias estranhas, diferentes da maior parte dos casais, mas mesmo assim não é pior ou melhor que nenhuma outra. Concordo contigo quando me disseste que precisávamos de espaço um para o outro…
Demos esse espaço, demos esse tempo…e pelos vistos não estamos juntos. Achava que já chegava…que já era tempo afastado de ti o suficiente para voltarmos a ser nós.
Não consigo passar um segundo sem pensar em ti…em nós e no que conseguiste fazer comigo em tão pouco tempo. Mili…tornaste-te uma pessoa fundamental na minha vida, encontrei em ti o amor e o desejo de um futuro enquanto responsável de família, encontrei no nós…o meu futuro. Se hoje me concedessem três desejos, seria sempre o mesmo: ter-te a meu lado.
Comecei a saber o que é amar uma mulher quando te conheci…fizeste com que acabasse com um casamento de dias, uma relação de anos porque…o meu amor por ti é maior do que aquilo que eu tinha. Contigo eu queria começar…melhor eu queria recomeçar. Ser o meu recomeço. O recomeço da minha vida.
Tu não estás aqui. A tua ausência sente-se todos os minutos. Poderias estar aí, no teu estágio, mas se estivéssemos bem esta ausência não era tão sentida. Iríamos conversar todos os dias, ver-nos quando podíamos…iríamos mudar mas estaríamos juntos. Declaro-me completamente apaixonado por ti, completamente viciado no teu amor, no amor que me dás. Declaro-me morto de sentimentos neste momento…porque não estás aqui.
Pois bem…a parte do “ultimato”. Eu sei que isto não é o fim de algo que à tão pouco tempo começou. Irás ser minha por muito tempo, irás ser a mulher que usará Reus no apelido, a mulher que terá bebés meio loiros, meio morenos. Irás ser a minha mulher.
Dentro de quarto semanas irei voltar aí…até lá…precisamos de um pacto. Como quando estivemos um mês juntos. Agora serão quatro semanas separados. Nessas quatro semanas…quero que, tu e eu, escrevamos pequenas frases sobre nós. Que desabafemos com o papel o que nos passa pela cabeça…mas não o vamos fazer todos os dias. Apenas e só quando sentirmos que é mesmo necessário. Para eu saber que vamos seguir com isto para a frente…manda-me uma mensagem com alguma frase…sobre nós.
Preciso de esclarecer uma coisa…sei que tiveste ciúmes do Marcel, sei que até o Mario os tem. Mas ele é uma pessoa muito importante para mim. É quase como um irmão, tal e qual como o Mario. Quero que não tenhas ciúmes dele. Sei que te devia ter avisado, sei que devia ter falado contigo. Errei. Quem não erra?
Fico à espera de…algo.
És demasiado importante para eu te perder. Amo-te demasiado. O teu Marco.
A primeira coisa que fez ao chegar ao seu quarto foi ler
a carta que Marco havia mandado por Jolandi...e, então, Milicent percebeu o
porquê de Marco ter pedido que ela a lesse no dia seguinte. Chorou. A cada
palavra de Marco. Ambos estão presos um ao outro, magoados, talvez, por algo
estranho e infantil. Mas a pressão de uma relação como a deles…faz quebrar
corações normais, quanto mais dois corações tão apaixonados.
Limpou as
lágrimas que lhe caiam pela cara, dobrou a carta colocando-a no envelope. De
seguida, pegou no telemóvel. Iria existir um novo pacto entre eles. Sabia o que
tinha de escrever para Marco perceber que ela iria seguir com o pacto para a
frente.
“MR &
MW(R) – 08/06/2013”
Sabia que seria o recomeço deles…porque o sentia perto,
mesmo que as coisas estivessem tremidas. Sabia que, mesmo sem se falarem…iriam
estar em sintonia um com o outro.
Atou o seu cabelo com o elástico, deitando-se. Esperou
alguma resposta de Marco, para saber se ele estava bem…mas acabou por
adormecer.
Na manhã seguinte:
Milicent chegava à sala já despachada e pronta para ir
para o seu estágio. Não tencionava encontrar ninguém ali, era demasiado cedo
para Marlene ou Mario estarem acordados.
Para seu espanto, Mario estava deitado no sofá olhando
para a televisão.
- Bom…dia – depois da forma como tinham
terminado a noite, Milicent não sabia bem como falar com Mario.
- Bom dia, cunhada
– se não mudaste a forma de me tratar…não é assim tão mau
sinal.
- Mario…em relação
ao que aconteceu ontem…
- Tu e o Mandzukić
são apenas amigos, o Marco é o teu amor, vocês estão a resolver as coisas. Eu
não me meto…até o outro voltar a tentar comer-te só com os olhos.
- Mario!
- É verdade! O
Mandzukić olha para ti como aqueles velhos tarados olham para um rabo de saias.
Ele só te quer levar para a cama. Tem cuidado…
- Fica descansado
que só voltarei a ter relações sexuais com Marco James Reus.
- Ele não gosta do
James…
- Vai passar a
gostar – os dois
riram-se e Milicent pegou na sua mala –
vou para o estágio. Dizes à Mare que, quando eu estiver despachada, ligo-lhe
para irmos para o teu jogo?
- Digo sim senhora,
minha cunhada. Tem um bom dia.
- Tu também Mario –
Milicent saiu de
casa, em direcção do centro pediátrico.
Assim que lá chegou foi vestir a sua bata, indo à
enfermaria ter com Amber à enfermaria. Encontrou-a perto de algum pessoal.
Percebia que um homem era médico e duas outras senhoras eram enfermeiras.
- Bom dia… - Amber, de imediato, virou-se para
trás sorrindo para Milicent e as duas enfermeiras ausentaram-se.
- Chegaste mais
cedo…bom dia.
- Havia pouco
transito…
- Ainda bem.
Deixa-me apresentar-te o Richard. Ele é médico aqui no centro, Richard é a
Milicent, a estagiária de Dortmund.
- Muito gosto em
conhece-la.
- Igualmente – os dois trocaram um afável aperto
de mão. Richard deveria estar na casa dos 50 anos. Talvez seja um médico conceituado por aqui…
- Richard, nós
vamos para a minha secção que ela hoje já tem trabalho pela frente.
- Claro, claro.
Tenham um bom dia, meninas.
- Obrigada e
igualmente – Amber
e Milicent saíram da enfermaria, indo até aos internamentos.
Um cenário calmo, grande parte das crianças que ali
estavam ainda dormiam.
- Há uma menina que
não para de perguntar por ti… - Milicent olhou para Amber esperando ouvir o nome da
menina…mesmo que tivesse quase a certeza de quem era – sim…a Mary Alice. Ela diz que nunca mais a vieste visitar. Ela
pensava que já eras mesmo médica cá.
- Que
querida…Amber?
- Sim?
- A Mary…o que é
que ela tem?
- Neste momento
está com uma grande pneumonia. O estado dela esta noite agravou-se e mudámo-la
de sítio. Está num quarto individual…mas, como já reparaste, sendo ela
invisual…sente-se um pouco sozinha.
- E…os pais?
- Ela quer
contar-te a história dela. E eu preciso que fiques com ela. Estamos com os
médicos já muito atolados de trabalho e, como vocês se deram bem…queria que
ficasses encarregue dela.
- Mas…eu não tenho
muita experiencia…
- Vais ganhá-la…aqui.
Vem comigo – as
duas voltaram a sair daquela sala, andando poucos passos. De uma janela de
vidro, Milicent viu Mary Alice a dormir. Parecia cansada e estava a soro…ontem não estavas assim, pequenina. – Tens todos os princípios de uma médica.
Já fizestes imensos estágios. O teu currículo é exemplar. Faz-lhe companhia,
fica atenta aos valores dela, a tudo o que se passa. Fazes o dia até às quatro
da tarde…és tu, ela e a enfermeira Daysi que aparecerá por aqui daqui a pouco.
- Mas…Amber eu não deveria
aprender?
- Acredita,
Milicent, ali dentro irás aprender o que é preciso para ser pediatra. Tu tens
tudo aqui – Amber
apontou para a cabeça de Milicent, piscando-lhe o olho – é só actuares conforme foi necessário. Bloco, caneta e telefone do
centro?
- Sim…
- A qualquer
momento que precises ligas para mim e eu venho aqui. Vais conhecendo o pessoal,
vais começando a ambientar-te…quem sabe não fique cá mais do que dois meses… - as duas sorriram e Amber seguiu
até à sala dos internamentos.
Milicent passou cerca de 40 minutos a falar com as
enfermeiras responsáveis por aquela área. Elas colocaram-na mais à vontade com
o estado clínico de Mary Alice até que a menina acabou por acordar. De imediato
dirigiu-se ao quarto da menina. Abriu a porta, fechando-a de seguida, inspirou
fundo como que preparando-se para ser…médica.
- Não és a
Amber…nem a enfermeira Daysi – Milicent sorriu…os
invisuais têm os outros sentidos apurados…ela deve ter reparado no perfume.
- É…é a Mili, Mary.
- Mili! – Mary Alice, de imediato, esboçou
um enorme sorriso nos lábios – Pensava
que nunca mais ia estar contigo!
- Enquanto não
estiveres boa eu não te deixo, meu anjo – Milicent chegou perto de Mary Alice,
depositando-lhe um beijo na testa.
- És tão querida
para mim…
- Tu também és para
mim. Só estou a retribuir…e, para dizer a verdade…és uma menina muito linda e
eu gosto muito de ti.
- Eu também
Mili…gosto muito mesmo de ti. Olha, mas a Amber?
- A Amber hoje só
vem cá mais logo ou se eu precisar da ajuda dela. Hoje sou eu que tomo conta de
ti.
- A sério!?
- Sim…vou
auscultar-te, vais abrir a boquinha para eu ver essa garganta como deve ser que
tenho de mostrar a Amber a tua evolução, sim?
- Sim, sim. Depois
podemos conversar e brincar?
- Claro que sim,
princesa.
- Tu tens namorado,
Mili? – oh boa…entrámos nessa parte da
conversa…
Milicent e Mary Alice estavam a conhecer-se uma à outra. Maior parte das vezes
era a menina que fazia as perguntas e Milicent tentava que ela se sentisse bem
e acompanhada ao responder-lhe.
- Mais ou menos…
- Como é que tens
mais ou menos um namorado?
- Eu não tenho mais
ou menos… - Milicent
riu-se, continuando a falar – eu tenho
namorado…mas estamos um bocadinho chateados.
- Ah…ele é bonito?
- É muito bonito,
Mary. É…um príncipe.
- Então não deviam
estar chateados.
- São coisas dos
crescidos…tu um dia irás entender.
- Sabes uma coisa,
Mili?
- Não…mas quero que
me digas.
- Todos os dias
peço aos meus papás que eu consiga ver outra vez… - Mary Alice está cega à quase um
ano e meio. Tem uma infecção em ambos os olhos que a impossibilitam de ver.
- Querida…isso é
algo que vai ser tratado com calma…e não são teus pais que te podem trazer a
visão de volta…
- Mas eles lá no
céu podem fazer magia.
- No céu…claro que
podem…é claro que sim, meu anjo – Milicent estava imóvel…a cada minuto que passava com esta
menina, sentia-a cada vez mais especial, guerreira mas frágil.
- Só me apetecia
trazê-la comigo, Mare… - as duas chegavam aos seus lugares na bancada do Allianz Arena – o mítico
estádio do Bayern München – já que não quiseram ficar na tribuna dedicada aos
familiares.
Falavam de Mary Alice:
- Mi…não te
afeiçoes demasiado a ela…
- Acho que já
estou, Mare. Ela é realmente especial…o que será dela quando sair do centro?
Será daquelas meninas que ficam nos orfanatos muito tempo?
- Não sei, meu
anjo, mas há muitos casais que querem adoptar hoje em dia.
- E se não a tratam
bem?
- Isso…já não é um
assunto nosso.
- Sinto que devo
fazer alguma coisa por ela… - as duas sentaram-se nos seus lugares, olhando para o
relvado – Isto não tem nada a ver com
Dortmund…
- Nada é comparável
com Signal Iduna Park, nada é comparável com o Borussia.
- Bem verdade isso.
- Mi… - Milicent olhou para a amiga, que
continuou a falar – O que é que estás a
pensar em relação à Mary Alice? Tu queres…
- Não. Eu não…mas
os meus pais sempre quiseram adoptar.
- Com a vida deles?
- Sim…eles sempre
disseram que, quando deixassem os voos, queriam adoptar um menino ou uma
menina. Com este problema do meu pai, eles vão deixar os voos mais cedo. A Mary
Alice…pode ganhar uma família.
- Sabes que
isso…não depende de ti, certo?
- Sim…eu vou falar
com eles. Mas quero mesmo fazer algo por ela…ela é tão especial, Mare…
- Eu estou para ver
quando fores mãe.
- Porque?
- Se tu, com uma
criança que não é tua, ficas assim imagina com um bebé que irá crescer dentro
de ti.
- Oh… - Milicent focou-se no relvado,
fugindo àquela conversa com Marlene. As duas estavam ali para ver o jogo, a
convite de Mario, mas aquele não era o clube delas, nem o ambiente a que
estavam habituadas.
- É preciso uma
hora e meia para tomar um duche, vestir umas cuecas, umas calças e uma
camisola? Tu nem te penteaste, Mario, e demoraste séculos! – Mario ainda nem estava junto da
namorada e Milicent quando Marlene já estava a barafustar com ele.
- Há coisas que se
chamam: entrevistas, sim?
- E perderam ainda
por cima…devem ter montes de perguntas a fazer… - Milicent não resistiu em provocar
Mario.
- Eu sei que és do
Borussia, deves estar contente com a derrota do Bayern, mas não vamos falar
sobre o jogo sim?
- À vontade, senhor
Götze.
- O pessoal vai
jantar todo…
- Para comemorar a
derrota… - foi
mais forte que Milicent que, de imediato, levou com uma cotovelada de Marlene – Desculpa Mario…fui um bocado parva.
- Bom, vocês jantam
connosco? É aqui no estádio, não há imprensa…
- Mario…não é um
bocado estranho? – Perguntou Marlene, chegando perto dele.
- É…eles vão pensar
que depois do jantar nós os três vamos, juntos, para a mesma ca…
- Casa, Milicent
Werner, tu ias dizer casa – Marlene interrompeu a amiga, levando a que os três se
rissem.
- Eles sabem que eu tenho
namorada e que a amiga dela está cá a viver também. Alguns deles vocês já
conhecem…quer dizer estes não foram à festa. Mas vocês também…podiam ter vindo
mais tapadas.
Milicent |
Marlene |
- Mario, tapadas é
no inverno. É verão temos de aproveitar o calor que Agosto ainda nos dá – respondeu Marlene, dando um curto
beijo nos lábios de Mario.
- Sim…mas eles
assim vão andar só a olhar para o teu umbigo.
- Vão fofinho, vão.
E depois tu armas-te em macho e defendes aqui a tua princesa. Vamos jantar?
- Vamos, vamos – Mario entrelaçou a sua mão com a
de Marlene e os três começaram a andar –
eu nem acredito que vocês vieram assim vestidas para um jogo de futebol. E
ficaram no meio de gajos, de certeza!
- Mario! – em uníssono, Marlene e Milicent
disseram o nome dele, como que pedindo que ele se calasse.
Depressa chegaram a um pequeno restaurante, mesmo dentro
do estádio. Pelo que perceberam, não era a equipa toda que ali estava. Milicent
conseguiu ver Mandzukić, Schweinsteiger e Boateng sentados numa mesa. Tanto
Schweinsteiger como Boateng estavam acompanhados de duas mulheres e Mandzukić
era o único solteiro da mesa.
- Logo duas, Mario?
– Schweinsteiger
foi quem se pronunciou com a chegada dos três.
- Eu disse que isto
ia ser estranho… - sussurrou Marlene.
- Ele está a
brincar… - ainda
não tinham chegado à mesa, caminhavam na direcção dela, mantendo aquela
conversa discreta.
- Vamos brincar
também… - Milicent
estava a sentir-se demasiado à vontade e já que só conhecia Mandzukić,
sentiu-se solta, passando por trás de Marlene e Mario, ficou ao lado dele
entrelaçando o seu braço com o dele. Tudo isto, enquanto andavam. Chegaram
perto da mesa e Schweinsteiger parecia confuso – Nós estávamos com vergonha de admitir, daí o Mario dizer que uma é
namorada e a outra é amiga da namorada…mas sim…lá em casa é tudo a três – o
trio viu, no olhar de Schweinsteiger, Boateng e as suas companheira, uma
surpresa apoderar-se dele.
- Acho que
conseguiste chocar tudo e todos, Mi… - Marlene olhou para a amiga, também ela um pouco
espantada.
- Até eu fico
chocada comigo mesma… - Milicent largou, de imediato, Mario –
Não queria ter abusado. Desculpa Mario. Desculpa Mare. E desculpem vocês…estava
só a brincar – ela tentou parecer séria mas desmanchou-se a rir…bem como
todos os presentes.
- Então não é nada
a três? – Perguntou
Boateng.
- Não…só almoços,
jantares e ver televisão. Eles depois vão para o quarto do Mario e eu fiquei
com a casota do cão.
- Quem te ouvir
pensa que eu te deixei a dormir na pocilga!
- Não Mario...vá
apresenta-nos aos teus amigos, vá.
- Claro, já devem
ter percebido que esta…é a Marlene, a minha namorada… - todos se riram à excepção de
Milicent que pensava que Mario a iria apresentar a ela – E esta é a amiga dela. A Milicent.
As duas acabaram por cumprimentar cada um deles,
sentando-se à mesa. Marlene e Mario ficaram juntos e Milicent optou por ficar
com Mandzukić. Afinal conhecia-o. São amigos.
- Como é que estão
as coisas com o Marco? – Perguntou Mandzukić, quando serviam a sobremesa.
- Tremidas,
estranhas…e depois de ontem ele não atende chamadas a ninguém.
- Porque?
- Ele viu-nos
juntos…
- Queres que eu
fale com ele?
- Não…isso só iria
fazer com que ele pensasse que aconteceu mesmo algo entre nós.
- Mas não aconteceu
nada.
- Eu sei…mas…nós
precisamos de um tempo. São quatro semanas – Milicent colocou a sua mão na face de Mandzukić,
acariciando-o – obrigada por me ouvires
quando eu mais preciso.
- Podes contar
comigo nem que sejam três, quatro ou cinco da manhã. És muito especial, Mili…
- Não – Milicent afastou-se de Mandzukić – por favor não me chames isso. Tudo menos
isso.
- Peço desculpa – Mandzukić voltou a aproximar-se
dela, agarrando nas mãos de Milicent.
- Não tem mal…mas
só que…não o faças mais vez nenhuma.
- Fica descansada –
a distância que
os separava já era quase nula. Mandzukić estava a avançar cada vez mais,
tentando juntar os seus lábios com os de Milicent. A rapariga, apercebendo-se
do que ele queria, afastou-se olhando para as suas mãos aconchegadas pelas de
Mandzukić.
- Não vai
acontecer, Mario…
- Tinha de tentar…
- ele
aproximou-se dela, dando-lhe um pequeno beijo na bochecha.
- …o Reus está na melhor fase da carreira dele.
- Mas deixou a mulher…para estar com outra
– assim que o
nome Reus foi pronunciado por Mario, Milicent focou-se na conversa que ele
mantinha com Schweinsteiger.
- A outra é que o
faz feliz…pena é que as coisas agora não estejam bem. Ela é ciumenta e ele
também…acredito que, neste momento, o Marco não ia gostar de ver certas coisas
– Mario olhou
para Milicent fazendo com que Schweinsteiger, que estava de costas para
Milicent, se virasse para ela.
- A outra está aqui, mas não tem outro – esclareceu Milicent.
- És tu que andas
com o Marco Reus?! – Perguntou, incrédulo, Schweinsteiger.
- Fez dois meses no
meu dia de anos.
Schweinsteiger levantou-se, indo até à mesa onde estava
Milicent e Mandzukić. Mario seguiu o seu companheiro de equipa e, Marlene ao
ver a situação, foi atrás do namorado.
- Pensava que tu e
o Mandzukić…
- Não…há dois meses
que o meu único companheiro de cama é o Marco.
- Ela é sempre
assim tão…directa? – Schweinsteiger, surpreendido, fez a pergunta a Marlene.
- Desde que
conheceu o Marco ficou mais desinibida…
- Só estou a
responder às perguntas que me fazem…da forma mais sincera possível.
- Então e…eras
amante dele à muito tempo?
- Acho que te estás
a esticar nas perguntas… - disse Mario, tentando fazer com que Milicent não respondesse.
- Fui amante dele
um dia antes do casamento, na noite de núpcias e duas semanas depois do
casamento. A partir daí…sou a namorada dele. Mais alguma questão? – Milicent, por sua vez, não
esperou que ele respondesse e continuou a falar – O Marco não está aqui para ver o que eu faço, não está aqui para ver
que eu tenho amigos. Vamos continuar num ambiente agradável e paremos de falar
da minha relação com ele, pode ser? – Depois de falar, Milicent acabou por
derramar uma lágrima, dirigindo-se para a casa de banho.
- Não devia ter
falado tão alto… - disse Mario a Marlene, quando os dois ficaram sozinhos.
- Eu sei que tu
estás a tentar protege-los aos dois…mas Mario, eles são adultos. Eles sabem
resolver as coisas…não digas mais nada. A Mi precisa que tu não estejas sempre
a insinuar que ela tem outro. Sabes que isso não é verdade.
- Sim eu sei…mas
não suporto que o Mandzukić esteja a tentar ter algo com ela, sabendo que ela
tem o Marco. Se o Marco deixou a Carolin é porque ama, de verdade a Milicent…eu
não quero que ele sofra.
- Eles estão a
sofrer neste momento…mas vai ficar tudo bem.
- Achas que…lhe
deva pedir desculpa?
- Em casa…não faças
nada aqui. Ela é capaz de se passar…
Chegando a casa, e envoltos num silêncio anormal,
Milicent preparava-se para subir em direcção ao quarto.
- Vou dormir…tenham
uma boa noite – disse, num tom calmo como se não fosse Milicent a falar.
- Achas que…podemos
falar? – Perguntou
Mario de imediato.
- Para que? – Milicent não esperava tal
pergunta de Mario…não queria que, aquela conversa, fosse incidir novamente no
assunto Mandzukić.
- Podemos ou não
falar?
- Eu vou subindo… -
disse Marlene,
deixando-os a sós.
- Força…podes
começar.
- Ficaste chateada?
- Porque é que
haveria de ficar chateada? Estás sempre a dizer que eu estou a tentar ter
outro…
- Eu não digo isso.
- Então dizes o
que, Mario? Tu mal me conheces… - Milicent sentia que Mario e, talvez, alguns dos seus
companheiros de equipa (e, sobretudo, Marco), a estivessem a julgar apenas pelo
que tudo aparentava ser.
- Sim…eu mal te
conheço, mas acho que já vi demasiadas coisas que não posso ignorar.
- Mario…tu só vês
dois amigos que se dão bem. Nada mais.
- Eu vejo o
Mandzukić que quer levar-te para a cama, vejo o Mandzukić que quer
aproveitar-se do facto de tu e o Marco terem dado um tempo – Mario fez uma pausa…haveria
imensa coisa que ele via em Mandzukić mas que não era capaz de dizer a Milicent
– e depois…vejo uma Milicent que não lhe
mete travões.
- Ai eu não meto
travões!? Deixa-me rir…se eu não metesse travões já tinha havido qualquer
coisa. Tu não sabes o que dizes.
- Sei o que digo
sim…se te meteste com o Marco mesmo sabendo que ele era casado, o que é que te
impediria agora de te meteres com o Mandzukić?
- O meu namorado…o
Marco.
- Duvido um bocado
disso… - Milicent
sabia que aquela conversa, a partir de agora, só iria piorar. Mario estava a
insistir num assunto que não tinha pés nem cabeça, Milicent não consegue
calar-se quando a “atacam”.
- Duvidas? Ainda
bem. Sabes que mais? Isso são ciúmes. São…porque se tu não tivesses a Marlene,
se não nos tivesses aqui às duas estavas sozinho.
- Cala-te! Estás a
ouvir o que dizes?
- Estou…e acredita
que o digo em plena consciência. Tu és, simplesmente, o melhor amigo do meu
namorado e namorado da minha melhor amiga…não me és nada…eu não te sou nada. Se
é para abrir o jogo: vamos abri-lo.
- Então, se é
assim, há coisas que te tenho de dizer – interiormente, Milicent sentiu-se quebrar. Tinha,
na sua frente, um Mario completamente diferente. Alterado, nervoso e iria
falar…custava-lhe aquilo…estava a gostar dele como um irmão e ver aquela raiva
no olhar de Mario fez o seu coração disparar. Tentou não transportar emoções
para fora…mas poderia explodir a qualquer momento – quando o Marco me contou, no dia do casamento, que tinha estado
contigo…eu fiquei com aquela ideia que todos tínhamos quando foi a despedida de
solteiro dele: ias com todos – Eu
lembro-me…o Marco tinha dito isso -
Conforme as vossas coisas foram avançando, eu mudei de ideias…parecias
realmente diferente, uma rapariga decente e com princípios. Mudaste o Marco…ele
está diferente, parece um rapaz novo. Mas, sinceramente, nem sei se isso é bom
ou não.
- Porque…? – A voz de Milicent saiu meia
seca…começavam-lhe a faltar as forças interiores…começava a não conseguir ouvir
mais nada.
- Porque?
- Porque é que
estás a dizer isso tudo…agora? E dessa maneira.
- Estou a dizer-te
porque quero que o saibas. Quero que o saibas agora do que depois quando as
coisas estiverem bem.
- Então…antes que
as coisas fiquem bem, isto vai ficar mal. Mudaste-te agora para aqui, conheces
pouca gente…ou fazias festas todos os dias ou comias uma gaja diferente todas
as noites…pensas que tens tudo mas falta-te amor. Estás a descobri-lo com a
Marlene, mas ela não te muda de um dia para o outro. Nem pode ser só ela a
mudar-te – Ok…tu estás a falar assim isto
não vai correr nada bem – e sabes que mais? Tens muita
sorte em ela dormir contigo todas as noites. Porque tu não sabes, nem imaginas,
o que é teres a pessoa que mais amas longe. Não imaginas o que é passares o dia
à espera de uma chamada que não chega. Não sabes o que é disserem-te que só
quando tiverem tempo é que vêm ter contigo – Mario passou a ver uma Milicent revoltada, com os
olhos a ficarem baços e brilhantes com a água que se acumulava neles. Milicent
levantou o tom de voz e falava de Marco com uma mistura de raiva e saudade – Acredita que, quando eu te conheci, tinha
raiva de ti, por teres deixado o Dortmund, por teres feito a Marlene chorar.
Mais do que tua namorada neste momento, ela foi das poucas que deve ter sentido
a tua saída do Dortmund como ninguém. E sabes que mais? Tu não mereces nem um
pouco. Não mereces que sofram daquela maneira por ti. Não mereces a maneira
como ela te venera – ao mesmo tempo que falava do que se passou com
Marlene, Milicent lembrava-se de Marco e as lágrimas começaram a escorrer-lhe
freneticamente pela cara – Tu não
mereces o que te dão, porque tu não sabes, nem sonhas o que é sofrer por alguém
que se ama…
- O que? Tu não me
conheces…não sei o que é sofrer? O que é que achas que se sente quando todos os
adeptos do clube onde jogas te odeiam? O que é que achas que se sente quando
tens os teus pais e irmãos a quilómetros de distância? Ao contrário do que
pensas…eu sei o que é sofrer.
- Se soubesses…de
verdade, não dizias que eu ando a tentar ir para a cama com o Mandzukić.
- É o que está aos
olhos de todos! Ele faz-se a ti e tu recebes tudo dele. Metem nojo quando estão
juntos.
- O que? – Milicent estava incrédula com o
que acabara de ouvir.
- Vocês importam-se
de pararem por aí? – Marlene, que ouvia a conversa desde que esta tinha começado,
interrompeu-os.
- Tens razão…é
melhor parar mesmo antes que diga mais coisas – respondeu Mario.
- Estás à vontade.
Se eu te meto nojo, só te posso agradecer estes tempos aqui em tua casa. Podes
ter a certeza que não voltarás a por os teus olhos de porcelana em cima de mim
– ouvir aquilo
da boca de Mario…tinha tido o mesmo impacto como se tivesse sido Marlene a
dize-lo…a desilusão tomava de assalto o coração de Milicent e as lágrimas
pareciam não cessar – ficas com a tua consciência
tranquila depois de tudo o que disseste, não ficas?
- Fico…podes ter a
certeza que não me arrependo de nada do que disse.
- Perfeito – Milicent pegou na sua mala, olhou
para Marlene voltando a olhar para Mario –
lembra-te: ela é o que tens de mais valioso, fazes-lhe alguma coisa que a faça
sofrer e eu acabo contigo no segundo a seguir. Conseguiste destruir a imagem de
irmão que começava a ter de ti.
Milicent nada mais disse. Saiu de casa deixando lá a sua
vida. Sentia-se…sozinha.
- Vocês…disseram
coisas feias… - começou Marlene.
- Ouviste tudo?
- Sim…como é que
lhe conseguiste dizer tudo?
- Marlene…ela tem
razão. Eu nunca soube o que é o amor, nem sei acho eu. Mas, desde que vieste
para a minha vida tudo mudou. E…eu apenas lhe consegui dizer tudo porque…acho
que só sei fazer mal às pessoas.
- Não digas isso,
Mario!
- É verdade…eu
disse-lhe coisas que são muito más. Eu tenho noção disso…e tenho noção que ela
era a única que era capaz de me dizer tudo na cara, que eu era o único que
conseguia dizer-lhe a ela – Mario aproximou-se de Marlene, agarrando-lhe nas mãos – tu não eras capaz de ter uma discussão
assim comigo, nem com ela. É preferível que ela me odeie a mim do que a ti. Só
espero é que…tenha conseguido alguma coisa com isto porque, tenho a certeza que
esta discussão mexeu comigo.
- Obrigada, Mario.
De verdade.
- Não me tens de
agradecer…se ela não voltar a casa dentro de uma hora ligo ao Mandzukić.
- E se ela não
estiver lá?
- Vamos à procura
dela. Tal como ela me via como um irmão…também eu a começo a ver como uma irmã
mais nova e não quero ser responsável por lhe acontecer alguma coisa.
Marlene ia, pela quinta vez, ao quarto de Milicent e
voltava a encontrá-lo vazio. Voltou a ir ter com Mario ao quarto deles,
sentando-se na cama.
- Ela ainda não
chegou…
- Mas também ainda
não apareceu em casa do Mandzukić. Caso contrário ele já te tinha dito algo.
- Podemos ir à
procura dela?
- Claro… - os dois levantaram-se indo até ao
exterior da casa. Como Milicent não tinha levado o carro, era impossível ter
ido muito longe com os sapatos que tinha calçados.
Marlene e Mario entraram no carro começando a vaguear
pelas ruas de Munique.
Procuraram a
noite toda, procuraram-na até que o sol apareceu nos céus de Munique e não a
encontraram. Milicent não voltara a casa, Milicent não atendera nenhuma chamada
da melhor amiga. Milicent desaparecera sem deixar rasto.
Olá meninas!
Deixo aqui mais um capítulo. Já tenho alguns de reserva e assim fica mais fácil dar-vos um capitulo com mais regularidade.
Espero que tenham gostado, que o rumo que a história está a levar seja do vosso agrado. Quero aproveitar para agradecer a quem comenta, é muito importante.
Por isso, fico à espera dos vossos comentário.
Muito obrigada por tudo.
Um bom resto de Domingo.
Ana Patrícia
Olaaa
ResponderEliminarAdorei *_*
Beijinhos
A.M
Olá!
ResponderEliminarPrimeiro de tudo, lamento muito pelo tempo que demorei a comentar. Basicamente, tinha 3 caps em atraso e precisei de fazer uma mini-maratona de leitura à hora de almoço para me atualizar!
Bem, eu gosto de discussões acesas, fica mal dizer isto, mas é a verdade. Tem emoção e eu não resisto a isso. Esta foi uma daquelas discussões bem feias e sinceramente não sei se a Mili merecia ouvir aquilo. E o rapaz com o nome que eu não sou capaz de escrever não parece tão mau como o Mario pinta. Va, é verdade que tentou com a Mili mas não tentou de uma forma assim tão chocante. Tentou beija-la, ela disse não e ele respeitou. O Mario exagera na forma como fala deles.
A Mili está carente, é normal que se refugie nos amigos!
E eu acho que apesar de desaparecida, ela está bem. Está a arejar a cabeça. Quem sabe se não está com a menina do hospital!
Espero o próximo!
Ana Santos
Ólá :)
ResponderEliminarBem que alta discussão :O
O Mário foi um pouco parvo pah...mas acho que tem razão...a Mili anda a dar mt conversa ao outro e n pode ser (eu sei q ela ama o Marco)...mas n gosto dos avanços do outro -_-
Marco James Reus?...adorei kkkkk
O Bastian tem que ter tento na lingua porra :P
Quero saber onde a Mili se enfiou please :)
Próximo bjs :*