quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

1º Capitulo: “Casamento não me impede de curtir.”

31 de Maio de 2013 - Dortmund

Era mais um dia daqueles que só se estava bem em casa. Milicent, uma rapariga que em tudo se pode comparar com tantas outras, que se pode assemelhar a qualquer outra jovem da sua idade mas que, contudo, é diferente.
Era uma noite que ela podia ter aproveitado para ir sair com as suas amigas e divertir-se...ela saiu de casa, ia estar com as suas amigas num sitio onde pode haver diversão, mas ela tem de trabalhar.
Para conseguir pagar os seus estudos, Milicent arranjou trabalho, tal como muitas outras suas colegas, e a discoteca é o seu ponto de referência às sextas, sábados e domingos. Nunca se imaginou a trabalhar à noite, na noite, mas está a adorar a experiência e sempre é um bom dinheiro ao fim do mês.
Vive com os seus avós paternos, uma vez que os seus pais trabalham numa companhia de viagens e é mais o tempo que estão no ar do que em casa com a filha.
Milicent gosta da vida que tem, gosta de se sentir útil em casa, de se sentir independente mesmo que tenha de demonstrar aos seus avós que podem confiar nela. Este trabalho à noite deu-lhes essa confiança. Desde que tinha começado a trabalhar Milicent tornou-se mais madura, mais responsável.
Hoje, contrariamente a muitas outras noite, queria ter ficado em casa. Estava a ficar doente, tinha dores em todo o corpo e o frio que se fazia sentir na rua não ajudava. Não pode trocar de turno com uma colega, já que todos os empregados da discoteca tinham sido destacados para esta noite. Previa-se uma enchente já que tinha sido reservada a zona VIP para uma despedida de solteiro.
Seria feita a distribuição dos empregados pelas diferentes áreas da discoteca. Uns teriam de ficar no balcão principal e outros nos balcões das diferentes zonas VIP's. Estava a ser dada especial atenção à despedida de solteiro.
- Quero que estejam sempre atentos. Tenham especial atenção às bebidas, podem beber mais do que o normal nestes dias. Não pode faltar nada. No balcão da despedida de solteiro fica o Fagner, a Heike e a Milicent - estava doente e ainda tinha de ficar no sitio com mais trabalho...não era bem o que estava à espera, mas iria fazer o seu melhor.
Foram todos para os seus postos começando a verificar os stok's.
- Devias ter ficado em casa - disse Heike encostando-se ao balcão depois de Milicent se sentar no banquinho que ali tinham.
- Não dá...preciso mesmo do dinheiro.
- Mesmo assim. Se falasses com a D. Carmén (a patroa) ela ia entender.
- Se amanhã não estiver melhor não venho.
- Sim, faz isso que é o melhor.

****
Era quase meia noite. As pessoas da despedida de solteiro já deviam ter chegado, mas o jantar demorou mais e só quando os ponteiros do relógio marcaram as 23h50 é que a zona VIP onde Milicent estava encheu...não estava completamente cheia porque eram cerca de dez rapazes.
Como tinham pedido, uma garrafa de champanhe os esperava, por isso, enquanto eles bebiam a primeira rodada Milicent e os seus colegas tiveram tempo para se colocarem a postos de servir o que lhes fosse pedido.
Heike, que estava a olhar para os rapazes à já algum tempo, muito apressada, vai ter com Milicent que estava a cortar mais limas.
- Já viste quem é que eles são? - perguntou Heike, no ouvido de Milicent já que a música as impedia de terem uma conversa normal.
- Não me digas que está lá Brad Pitt? - Milicent riu-se, olhando para Heike.
- Melhor! Está ali o meu Lewandowski!
- A sério? Se estiver lá o Götze, vou gozar tanto com a Marlene!
- Ele está! - naquele momento Milicent olha para o grupo de rapazes que ali estavam. Ela conhecia-os, eram todos jogadores do seu clube. Eram todos jogadores do Borussia Dortumund.
Iria "gozar" com Marlene, a sua melhor amiga, a sua amiga de infância. Marlene gosta de Götze e teve a oportunidade de ir trabalhar com Milicent, contudo preferiu um trabalho de dia.
Ao olhar para os jogadores sabia perfeitamente quem era o noivo: Marco Reus. Aquele jogador que ela tanto...detesta. Não consegue, nem por muitos golos que ele marque, gostar dele. O ar de menino inocente, que não parte um prato não a atrai. Não a atrai porque, para ela, ele não é assim. Não existe um Marco Reus bonzinho, que é certinho. O Marco Reus é um "vai com todas" e que só quer é festas e noitadas. Segundo Milicent, este casamento vai existir só por uma razão: a gaja está grávida.
Continuou a fazer o seu trabalho, preparou limas até que os rapazes se começaram a dirigir ao balcão. Depois de satisfazerem alguns pedidos, quando Milicent pensava que poderia descansar um pouco, para seu espanto, a "abelha-mor da equipa" (é assim que Milicent trata Marco) coloca-se junto do balcão a olhar para ela:
- Deseja alguma coisa? - perguntou Milicent.
- Voltar atrás no tempo.
- Isso não servimos aqui.
- Se servissem podias dizer-me onde te encontrar, assim não me comprometia com quem vou casar.
- Isso é tão certo como eu ser a Angelina Jolie.
- Estavas à espera de encontrar aqui o Brad Pitt? - aquilo estava a irritá-la! Aquela voz sexy mas absolutamente irritante, aqueles olhos lindos mas profundamente atiradiços!
- Se ele me aparecesse aqui hoje testava-o.
- Podes sempre testar-me a mim.
- Era preciso que mudasse completamente de atitude. Além do mais... - Milicent inclinou-se sobre o balcão ficando perto dele - vais casar daqui a dois dias.
- Casamento não me impede de curtir.
- Trata-te! Faz lá a tua mulher muito feliz e façam muitos bebés. Se não queres beber nada eu vou continuar o meu trabalho.
- Podes levar uma rodada de shots de mel e vodka à mesa?
- Mel e vodka? Já lá vou levar.
- Obrigado.
"A sério? Mel e vodka? Esta abelha é mesmo...ai que eu odeio-o!" - Milicent estava frustrada aquele gajo dava-lhe uma pica que nem ela sabia que poderia ter, ele tinha um charme que a atraia mas ela não queria! Não queria porque ele é um vai com todas.
Preparou os shot's indo levá-los à mesa. Deixou o tabuleiro em cima da mesa, olhando para Marco. Milicent não queria estar a olhar mas, a verdade é que o estava a fazer. Como é que uma pessoa que ela tanto despreza a pode chamar tanto à atenção?

****
Era uma noite para "esquecer", segundo Milicent. O facto de ter, constantemente, o seu olhar preso no de Marco deixava-a desconcentrada. Ela não queria, simplesmente, mudar de opinião sobre ele. Não queria porque ele está noivo e tinha-se atirado a ela! É mesmo um vai com todas.
Tinha terminado o seu trabalho e ia para casa. Cinco da manhã e a única coisa que ela não tem é sono.
Estava a caminhar até à paragem do autocarro, quando percebe que um carro pára ao seu lado. Assustou-se. A estas horas, por vezes, tem medo de sair da discoteca sozinha. A janela do lado do pendura abriu-se e, se fosse por vontade de Milicent, mais valia que fosse o Brad Pitt.
- Precisas de boleia? - perguntou Marco.
- Para ir parar ao hospital? Se bebeste tudo o que os teus amigos pediram até eu, que ainda não tenho carta, deveria conduzir melhor.
- Fica sabendo que eu não bebi quase nada e...podia levar-te para um quarto de hotel.
- O melhor mesmo é tentares arranjar outra rapaz. Essas coisas comigo nunca pegam.
- Porque é que pensas sempre que eu me estou a meter contigo porque quero sexo? - Marco era super frontal com Milicent, nem o nome dela sabia mas estava encantado com a pessoa que ela demonstra ser. Saiu do carro, indo na direcção dela.
- Pode vir aí a polícia e o carro ir à vida... - acabou Milicent por dizer.
- Se isso significar que fica tudo esclarecido entre nós.
- Mas o que é que há para esclarecer?
- Que eu não quero ir para a cama contigo!
- Não...pois não. Isso é tão certo como eu ser...
- A Angelina Jolie?
- Alguém!
- Mas a sério...acredita, eu não sei nada sobre ti, nem o teu nome, mas chamas-me à atenção. Há qualquer coisa em ti que mexe comigo e que me fez pensar se casar é a melhor opção.
- Isso é o álcool a falar.
- Não. Sou mesmo eu. Queres ou não ir comigo para um quarto de hotel? Podíamos tomar o pequeno-almoço.
- A serio...? - Milicent estava completamente perdida. Nunca foi rapariga de ser impulsiva, sempre pensou muito bem no que fazer, no que dizer e neste momento só quer ser impulsiva. Aventurar-se e ver o que dá - vais casar daqui a dois dias e queres ir para um hotel com uma gaja qualquer?
- Eu vou ser brutalmente sincero contigo.
- Tenho medo!
- Eu não mordo...
- Mas podias! - ficaram os dois a olhar um para o outro, acabando por se rirem.
- Mas eu não te mordo...por enquanto.
- Ias ser...sincero...
- Sim. Achei-te parecida comigo. Estavas no teu canto a trabalhar mas, aos olhos dos meus amigos, és uma vai com todos. Quando fui ter contigo, foi para lhes provar que estavam errados. E eu estava certo. Somos parecidos. Aposto que pensas que eu sou um vai com todas.
- É verdade...
- Mas é mentira. A mulher com quem me vou casar foi a terceira mulher com quem me envolvi. Não me perguntes porque, mas tu...fazes-me pensar que tu serás a quarta e a última.
- O casamento é uma coisa séria, é um compromisso com uma pessoa que espera fidelidade, que espera amizade, amor e uma vida repleta de momentos a dois. E, se foi a essa mulher que pediste em casamento, é essa mulher que te faz pensar isso.
- Quero conhecer-te. Quero estar contigo, mostrar-te que não sou um vai com todas. Vens comigo para o hotel?
- Não. Vou para minha casa porque é o mais correcto a fazer. Foi bom falar contigo, mas não passará disso.
- É a tua última palavra?
- É. Adeus Marco – Milicent preferia ficar a pensar o dia todo que tinha recusado uma proposta para conhecer melhor Marco, mas preferia ter a sua consciência tranquila. Preferia que aquele casamento acontecesse porque ela não é a pessoa que destrói relações.
Seguiu o seu caminho, chegando a casa dos seus avós sã e salva. Era cedo e nenhum deles estava acordado, Milicent foi até ao seu quarto deitou-se mesmo sem tirar a roupa e adormeceu. O sono tinha chegado e estava na hora de dormir.
Jolandi, avó de Milicent, acordou eram 9 da manhã. Foi até ao quarto da neta e constatou que ela já estava em casa. Tinha orgulho na sua pequena, na sua única neta. Cada dia que passava Milicent deixava a sua avó cada vez mais orgulhosa.
Enquanto a sua pequena dormia, Jolandi tratou de preparar o pequeno-almoço para ela e o seu marido, Abelard. Os dois mantiveram uma manhã normal. Era cerca das onze e meia quando Milicent apareceu na sala, meio despenteada, com um maço de lenços de papel na mãos.
- Bom dia – disse ela, dando um beijo a cada um dos avós.
- Bom dia – os dois falaram ao mesmo tempo, animados.
- Como é que correu a noite? - perguntou Abelard.
- Foi...normal.
- Estás a ficar doente, Milicent – constatou a avó.
- Eu sei...mas isto já passa. Um cházinho e um comprimido?
- Anda lá comigo – Jolandi colocou o seu braço em torno da cintura da neta, indo com ela até à cozinha. Enquanto a água para o chá fervia, avó e neta mantiveram-se à mesa.
- Avó? Preciso de lhe perguntar uma coisa...
- Diz minha querida.
- Eu conheci um rapaz...
- Pretendente a meu neto?
- Não...
- Não é isso que vejo nos teus olhos.
- Mas não deve ver nada de especial...
- Vejo que essa tua cabecinha anda a pensar em muita coisa e ainda agora acordas-te – Milicent sabia que a sua avó a conhecia como as palmas das mãos. Milicent sente que a sua avó é a sua mãe, nunca tem a sua por perto mais que dois dias e a avó sempre a compreendeu desde pequena.
- Digamos que...é um rapaz que trás problemas.
- Problemas?
- Sim...eu detestava-o...até o conhecer melhor. Não sei mas...ele ontem estava na discoteca e...foi estranho porque era a despedida de solteiro dele.
- Calma...ele vai casar?
- Sim avó...eu estou atraída por um rapaz que se casa amanhã.
- Minha querida...
- E é uma figura pública... - Jolandi queria falar, amparar a sua neta, queria dar-lhe aquelas palavras que ela espera, aqueles conselhos que a fazem pensar e pensar.
- Eu não quero saber quem ele, só quero que me expliques o que é que se passou para estares nesse estado...tão indeciso.
- Nós quase nem falámos à noite, praticamente foram olhares...que me fizeram mudar de opinião. Antes de vir para casa, ele quis que eu fosse com ele para nos conhecermos melhor...eu quis...avó eu quis ir com ele, mesmo sabendo que se vai casar.
- Eu não sei o que dizer...não esperava isso de ti.
- Eu sei avó, eu sei...nem eu esperava isto de mim. Devo te-la desiludido por causa deste desabafo, mas agora não o devo voltar a ver...e mesmo que o veja, porque haveria de existir algo? Ele vai casar!
- Milicent...não me desiludiste, quando disse que não esperava isso de ti é no sentido de te ver assim...apaixonada! Tu estás apaixonada, com aquele brilho no olhar, com aquele sorriso...tu estás a sorrir pela manhã, uma coisa que eu não via à meses!
Milicent sabia que a sua avó estava certa. Ela, podia só ter percebido agora, mas estava a sorrir desde que acordou. E tudo culpa de Marco.
- Mas...eu não posso avó. Não por ele...
- Que tal ires dar uma volta? Vai até Fredenbaum, mas agasalha-te – Fredenbaum, o jardim preferido de Milicent, ia lá quando precisava de estar sozinha, quando precisava de pensar e quando queria correr.
- Se calhar vou...
- Primeiro o chá, torrada e o comprimido!

****
Milicent caminhava já há algum tempo. Não estava assim tanto frio, mas mesmo assim sentia o seu nariz congelado. Aquele jardim dava-lhe paz. Todas aquelas flores, aquelas árvores e o barulho do rio faziam-na sonhar.





Sentou-se num dos bancos junto do rio, mirando os movimentos calmos que quase passavam despercebidos que este fazia. Milicent só tinha uma pessoa na sua cabeça: Marco. Queria esquece-lo. Será sempre uma boa recordação, de uma boa noite, mas nada mais que isso. Nunca irá ser mais nada. Milicent poderia gostar de estar com ele, não sabe, não tem certezas, mas que ele mexeu com ela...isso não pode negar.
- Não esperava ver-te tão cedo... - aquela voz, Milicent tinha sonhado com aquela voz. Tinha-a ouvido já algumas vezes, mas nunca tinha significado tanto como na noite passada e no dia de hoje. Marco...Marco estava ali, sentado ao lado de Milicent, olhando o rio.

5 comentários:

  1. Olá!
    Eu já tinha lido e sei que já te disse o que achava mas mesmo assim quero deixar o meu comentário! Quanto ao capítulo em si amei tal como já te tinha dito.
    Quanto ao geral e à história...É uma história com um conteúdo diferente do que tens escrito...um começo diferente mas uma História PERFEITA! É mesmo daquelas histórias que dá vontade de ler mais e mais! Tal como todas as que escreves mas esta tem aquele gostinho especial por o Marco se ir casar! Por isso, olha que venha o próximo e muitos mais!
    Beijinhos.
    Sofia

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  2. Olá outra vez!
    Vamos la ver se me lembro do que tinha dito. Era algo como:
    Gostei muito deste inicio apesar de preferir ler um bocadinho mais, mas pronto espero pelo proximo!!!

    Beso
    Ana Santos

    P.S. Porque é que eu leio Mincelet em vez de Milicent? o.O Nomes alemaes... Odio odio odio -.-

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  3. Olaaaa

    Ameiii e esta história promete ser maravilhosa :)))


    Quero o próximo :))


    Beijinhos


    Catarina

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  4. Olá...amei e fiquei agarrada a esta história *.*
    Amo a Mili (diminuitivo, para n escrever o nome tudo) e o Marco Reus...eles amam-se pah ;)
    Espero pelo próximo sff bj

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  5. Amei muito <3
    Estou ansiosissima por mais... *-*
    Perfeito
    Besitos :*

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