31
de Maio de 2013 - Dortmund
Era mais um dia
daqueles que só se estava bem em casa. Milicent, uma rapariga que
em tudo se pode comparar com tantas outras, que se pode assemelhar a
qualquer outra jovem da sua idade mas que, contudo, é diferente.
Era uma noite que
ela podia ter aproveitado para ir sair com as suas amigas e
divertir-se...ela saiu de casa, ia estar com as suas amigas num sitio
onde pode haver diversão, mas ela tem de trabalhar.
Para conseguir pagar
os seus estudos, Milicent arranjou trabalho, tal como muitas outras
suas colegas, e a discoteca é o seu ponto de referência às sextas,
sábados e domingos. Nunca se imaginou a trabalhar à noite, na noite,
mas está a adorar a experiência e sempre é um bom dinheiro ao fim
do mês.
Vive com os seus
avós paternos, uma vez que os seus pais trabalham numa companhia de
viagens e é mais o tempo que estão no ar do que em casa com a
filha.
Milicent gosta da
vida que tem, gosta de se sentir útil em casa, de se sentir
independente mesmo que tenha de demonstrar aos seus avós que podem
confiar nela. Este trabalho à noite deu-lhes essa confiança. Desde
que tinha começado a trabalhar Milicent tornou-se mais madura, mais
responsável.
Hoje, contrariamente
a muitas outras noite, queria ter ficado em casa. Estava a ficar
doente, tinha dores em todo o corpo e o frio que se fazia sentir na
rua não ajudava. Não pode trocar de turno com uma colega, já que
todos os empregados da discoteca tinham sido destacados para esta
noite. Previa-se uma enchente já que tinha sido reservada a zona VIP
para uma despedida de solteiro.
Seria feita a distribuição dos empregados pelas diferentes áreas da discoteca. Uns
teriam de ficar no balcão principal e outros nos balcões das
diferentes zonas VIP's. Estava a ser dada especial atenção à
despedida de solteiro.
- Quero que estejam
sempre atentos. Tenham especial atenção às bebidas, podem beber mais
do que o normal nestes dias. Não pode faltar nada. No balcão da
despedida de solteiro fica o Fagner, a Heike e a Milicent - estava
doente e ainda tinha de ficar no sitio com mais trabalho...não era
bem o que estava à espera, mas iria fazer o seu melhor.
Foram todos para os
seus postos começando a verificar os stok's.
- Devias ter ficado
em casa - disse Heike encostando-se ao balcão depois de Milicent se
sentar no banquinho que ali tinham.
- Não dá...preciso
mesmo do dinheiro.
- Mesmo assim. Se
falasses com a D. Carmén (a patroa) ela ia entender.
- Se amanhã não
estiver melhor não venho.
- Sim, faz isso que
é o melhor.
****
Era quase meia
noite. As pessoas da despedida de solteiro já deviam ter chegado,
mas o jantar demorou mais e só quando os ponteiros do relógio
marcaram as 23h50 é que a zona VIP onde Milicent estava encheu...não
estava completamente cheia porque eram cerca de dez rapazes.
Como tinham pedido,
uma garrafa de champanhe os esperava, por isso, enquanto eles bebiam
a primeira rodada Milicent e os seus colegas tiveram tempo para se
colocarem a postos de servir o que lhes fosse pedido.
Heike, que estava a
olhar para os rapazes à já algum tempo, muito apressada, vai ter
com Milicent que estava a cortar mais limas.
- Já viste quem é
que eles são? - perguntou Heike, no ouvido de Milicent já que a
música as impedia de terem uma conversa normal.
- Não me digas que
está lá Brad Pitt? - Milicent riu-se, olhando para Heike.
- Melhor! Está ali
o meu Lewandowski!
- A sério? Se
estiver lá o Götze, vou gozar tanto com a Marlene!
- Ele está! -
naquele momento Milicent olha para o grupo de rapazes que ali
estavam. Ela conhecia-os, eram todos jogadores do seu clube. Eram
todos jogadores do Borussia Dortumund.
Iria "gozar"
com Marlene, a sua melhor amiga, a sua amiga de infância. Marlene
gosta de Götze e teve a oportunidade de ir trabalhar com Milicent,
contudo preferiu um trabalho de dia.
Ao olhar para os
jogadores sabia perfeitamente quem era o noivo: Marco Reus. Aquele
jogador que ela tanto...detesta. Não consegue, nem por muitos golos
que ele marque, gostar dele. O ar de menino inocente, que não parte
um prato não a atrai. Não a atrai porque, para ela, ele não é
assim. Não existe um Marco Reus bonzinho, que é certinho. O Marco
Reus é um "vai com todas" e que só quer é festas e
noitadas. Segundo Milicent, este casamento vai existir só por uma
razão: a gaja está grávida.
Continuou a fazer o
seu trabalho, preparou limas até que os rapazes se começaram a
dirigir ao balcão. Depois de satisfazerem alguns pedidos, quando
Milicent pensava que poderia descansar um pouco, para seu espanto, a
"abelha-mor da equipa" (é assim que Milicent trata Marco)
coloca-se junto do balcão a olhar para ela:
- Deseja alguma
coisa? - perguntou Milicent.
- Voltar atrás no
tempo.
- Isso não servimos
aqui.
- Se servissem
podias dizer-me onde te encontrar, assim não me comprometia com quem
vou casar.
- Isso é tão certo
como eu ser a Angelina Jolie.
- Estavas à espera
de encontrar aqui o Brad Pitt? - aquilo estava a irritá-la! Aquela
voz sexy mas absolutamente irritante, aqueles olhos lindos mas
profundamente atiradiços!
- Se ele me
aparecesse aqui hoje testava-o.
- Podes sempre
testar-me a mim.
- Era preciso que
mudasse completamente de atitude. Além do mais... - Milicent
inclinou-se sobre o balcão ficando perto dele - vais casar daqui a
dois dias.
- Casamento não me
impede de curtir.
- Trata-te! Faz lá
a tua mulher muito feliz e façam muitos bebés. Se não queres beber
nada eu vou continuar o meu trabalho.
- Podes levar uma
rodada de shots de mel e vodka à mesa?
- Mel e vodka? Já
lá vou levar.
- Obrigado.
"A sério? Mel
e vodka? Esta abelha é mesmo...ai que eu odeio-o!" - Milicent
estava frustrada aquele gajo dava-lhe uma pica que nem ela sabia que
poderia ter, ele tinha um charme que a atraia mas ela não queria!
Não queria porque ele é um vai com todas.
Preparou os shot's
indo levá-los à mesa. Deixou o tabuleiro em cima da mesa, olhando
para Marco. Milicent não queria estar a olhar mas, a verdade é que
o estava a fazer. Como é que uma pessoa que ela tanto despreza a
pode chamar tanto à atenção?
****
Era uma noite para
"esquecer", segundo Milicent. O facto de ter,
constantemente, o seu olhar preso no de Marco deixava-a
desconcentrada. Ela não queria, simplesmente, mudar de opinião
sobre ele. Não queria porque ele está noivo e tinha-se atirado a
ela! É mesmo um vai com todas.
Tinha terminado o
seu trabalho e ia para casa. Cinco da manhã e a única coisa que ela
não tem é sono.
Estava a caminhar
até à paragem do autocarro, quando percebe que um carro pára ao
seu lado. Assustou-se. A estas horas, por vezes, tem medo de sair da
discoteca sozinha. A janela do lado do pendura abriu-se e, se fosse
por vontade de Milicent, mais valia que fosse o Brad Pitt.
- Precisas de
boleia? - perguntou Marco.
- Para ir parar ao
hospital? Se bebeste tudo o que os teus amigos pediram até eu, que
ainda não tenho carta, deveria conduzir melhor.
- Fica sabendo que
eu não bebi quase nada e...podia levar-te para um quarto de hotel.
- O melhor mesmo é
tentares arranjar outra rapaz. Essas coisas comigo nunca pegam.
- Porque é que
pensas sempre que eu me estou a meter contigo porque quero sexo? -
Marco era super frontal com Milicent, nem o nome dela sabia mas
estava encantado com a pessoa que ela demonstra ser. Saiu do carro,
indo na direcção dela.
- Pode vir aí a
polícia e o carro ir à vida... - acabou Milicent por dizer.
- Se isso significar
que fica tudo esclarecido entre nós.
- Mas o que é que
há para esclarecer?
- Que eu não quero
ir para a cama contigo!
- Não...pois não.
Isso é tão certo como eu ser...
- A Angelina Jolie?
- Alguém!
- Mas a
sério...acredita, eu não sei nada sobre ti, nem o teu nome, mas
chamas-me à atenção. Há qualquer coisa em ti que mexe comigo e
que me fez pensar se casar é a melhor opção.
- Isso é o álcool
a falar.
- Não. Sou mesmo
eu. Queres ou não ir comigo para um quarto de hotel? Podíamos tomar
o pequeno-almoço.
- A serio...? -
Milicent estava completamente perdida. Nunca foi rapariga de ser
impulsiva, sempre pensou muito bem no que fazer, no que dizer e neste
momento só quer ser impulsiva. Aventurar-se e ver o que dá - vais
casar daqui a dois dias e queres ir para um hotel com uma gaja
qualquer?
- Eu vou ser
brutalmente sincero contigo.
- Tenho medo!
- Eu não mordo...
- Mas podias! -
ficaram os dois a olhar um para o outro, acabando por se rirem.
- Mas eu não te
mordo...por enquanto.
- Ias
ser...sincero...
- Sim. Achei-te
parecida comigo. Estavas no teu canto a trabalhar mas, aos olhos dos
meus amigos, és uma vai com todos. Quando fui ter contigo, foi para
lhes provar que estavam errados. E eu estava certo. Somos parecidos.
Aposto que pensas que eu sou um vai com todas.
- É verdade...
- Mas é mentira. A
mulher com quem me vou casar foi a terceira mulher com quem me
envolvi. Não me perguntes porque, mas tu...fazes-me pensar que tu
serás a quarta e a última.
- O casamento é uma
coisa séria, é um compromisso com uma pessoa que espera fidelidade,
que espera amizade, amor e uma vida repleta de momentos a dois. E, se
foi a essa mulher que pediste em casamento, é essa mulher que te faz
pensar isso.
- Quero
conhecer-te. Quero estar contigo, mostrar-te que não sou um vai com
todas. Vens comigo para o hotel?
- Não. Vou para
minha casa porque é o mais correcto a fazer. Foi bom falar contigo,
mas não passará disso.
- É a tua última
palavra?
- É. Adeus Marco –
Milicent preferia ficar a pensar o dia todo que tinha recusado uma
proposta para conhecer melhor Marco, mas preferia ter a sua
consciência tranquila. Preferia que aquele casamento acontecesse
porque ela não é a pessoa que destrói relações.
Seguiu o seu
caminho, chegando a casa dos seus avós sã e salva. Era cedo e
nenhum deles estava acordado, Milicent foi até ao seu quarto
deitou-se mesmo sem tirar a roupa e adormeceu. O sono tinha chegado
e estava na hora de dormir.
Jolandi, avó de
Milicent, acordou eram 9 da manhã. Foi até ao quarto da neta e
constatou que ela já estava em casa. Tinha orgulho na sua pequena,
na sua única neta. Cada dia que passava Milicent deixava a sua avó
cada vez mais orgulhosa.
Enquanto a sua
pequena dormia, Jolandi tratou de preparar o pequeno-almoço para
ela e o seu marido, Abelard. Os dois mantiveram uma manhã normal.
Era cerca das onze e meia quando Milicent apareceu na sala, meio
despenteada, com um maço de lenços de papel na mãos.
- Bom dia – disse
ela, dando um beijo a cada um dos avós.
- Bom dia – os
dois falaram ao mesmo tempo, animados.
- Como é que
correu a noite? - perguntou Abelard.
- Foi...normal.
- Estás a ficar
doente, Milicent – constatou a avó.
- Eu sei...mas isto
já passa. Um cházinho e um comprimido?
- Anda lá comigo –
Jolandi colocou o seu braço em torno da cintura da neta, indo com
ela até à cozinha. Enquanto a água para o chá fervia, avó e
neta mantiveram-se à mesa.
- Avó? Preciso de
lhe perguntar uma coisa...
- Diz minha
querida.
- Eu conheci um
rapaz...
- Pretendente a meu
neto?
- Não...
- Não é isso que
vejo nos teus olhos.
- Mas não deve ver
nada de especial...
- Vejo que essa tua
cabecinha anda a pensar em muita coisa e ainda agora acordas-te –
Milicent sabia que a sua avó a conhecia como as palmas das mãos.
Milicent sente que a sua avó é a sua mãe, nunca tem a sua por
perto mais que dois dias e a avó sempre a compreendeu desde
pequena.
- Digamos que...é
um rapaz que trás problemas.
- Problemas?
- Sim...eu
detestava-o...até o conhecer melhor. Não sei mas...ele ontem
estava na discoteca e...foi estranho porque era a despedida de
solteiro dele.
- Calma...ele vai
casar?
- Sim avó...eu
estou atraída por um rapaz que se casa amanhã.
- Minha querida...
- E é uma figura
pública... - Jolandi queria falar, amparar a sua neta, queria
dar-lhe aquelas palavras que ela espera, aqueles conselhos que a
fazem pensar e pensar.
- Eu não quero
saber quem ele, só quero que me expliques o que é que se passou
para estares nesse estado...tão indeciso.
- Nós quase nem
falámos à noite, praticamente foram olhares...que me fizeram mudar
de opinião. Antes de vir para casa, ele quis que eu fosse com ele
para nos conhecermos melhor...eu quis...avó eu quis ir com ele,
mesmo sabendo que se vai casar.
- Eu não sei o que
dizer...não esperava isso de ti.
- Eu sei avó, eu
sei...nem eu esperava isto de mim. Devo te-la desiludido por causa
deste desabafo, mas agora não o devo voltar a ver...e mesmo que o
veja, porque haveria de existir algo? Ele vai casar!
- Milicent...não
me desiludiste, quando disse que não esperava isso de ti é no
sentido de te ver assim...apaixonada! Tu estás apaixonada, com
aquele brilho no olhar, com aquele sorriso...tu estás a sorrir pela
manhã, uma coisa que eu não via à meses!
Milicent sabia que
a sua avó estava certa. Ela, podia só ter percebido agora, mas
estava a sorrir desde que acordou. E tudo culpa de Marco.
- Mas...eu não
posso avó. Não por ele...
-
Que tal ires dar uma volta? Vai até
Fredenbaum,
mas agasalha-te – Fredenbaum, o jardim preferido de Milicent, ia
lá quando precisava de estar sozinha, quando precisava de pensar e
quando queria correr.
-
Se calhar vou...
-
Primeiro o chá, torrada e o comprimido!
****
Milicent
caminhava já há algum tempo. Não estava assim tanto frio, mas
mesmo assim sentia o seu nariz congelado. Aquele jardim dava-lhe
paz. Todas aquelas flores, aquelas árvores e o barulho do rio
faziam-na sonhar.
Sentou-se
num dos bancos junto do rio, mirando os movimentos calmos que quase
passavam despercebidos que este fazia. Milicent só tinha uma pessoa
na sua cabeça: Marco. Queria esquece-lo. Será sempre uma boa recordação, de uma boa noite, mas nada mais que isso. Nunca irá ser
mais nada. Milicent poderia gostar de estar com ele, não sabe, não
tem certezas, mas que ele mexeu com ela...isso não pode negar.
-
Não esperava ver-te tão cedo... - aquela voz, Milicent tinha
sonhado com aquela voz. Tinha-a ouvido já algumas vezes, mas nunca
tinha significado tanto como na noite passada e no dia de hoje.
Marco...Marco estava ali, sentado ao lado de Milicent, olhando o rio.
Olá!
ResponderEliminarEu já tinha lido e sei que já te disse o que achava mas mesmo assim quero deixar o meu comentário! Quanto ao capítulo em si amei tal como já te tinha dito.
Quanto ao geral e à história...É uma história com um conteúdo diferente do que tens escrito...um começo diferente mas uma História PERFEITA! É mesmo daquelas histórias que dá vontade de ler mais e mais! Tal como todas as que escreves mas esta tem aquele gostinho especial por o Marco se ir casar! Por isso, olha que venha o próximo e muitos mais!
Beijinhos.
Sofia
Olá outra vez!
ResponderEliminarVamos la ver se me lembro do que tinha dito. Era algo como:
Gostei muito deste inicio apesar de preferir ler um bocadinho mais, mas pronto espero pelo proximo!!!
Beso
Ana Santos
P.S. Porque é que eu leio Mincelet em vez de Milicent? o.O Nomes alemaes... Odio odio odio -.-
Olaaaa
ResponderEliminarAmeiii e esta história promete ser maravilhosa :)))
Quero o próximo :))
Beijinhos
Catarina
Olá...amei e fiquei agarrada a esta história *.*
ResponderEliminarAmo a Mili (diminuitivo, para n escrever o nome tudo) e o Marco Reus...eles amam-se pah ;)
Espero pelo próximo sff bj
Amei muito <3
ResponderEliminarEstou ansiosissima por mais... *-*
Perfeito
Besitos :*