domingo, 12 de junho de 2016

48º Capitulo: “Tens assim tanta vontade de ser mãe outra vez?”

- Ainda bem que vieste almoçar connosco – dizia Milicent, sentando-se num dos cadeirões de jardim na casa de Mario e Marlene. Thiago sentava-se ao lado dela, olhando-a.
- Ainda bem foi que tu vieste cá! Não estava mesmo nada à espera...
- Eu tinha prometido que iria estar presente na tua recuperação e que, se pudesse, te iria visitar – Milicent, que até então olhava para o céu, olhou para Thiago – mas...com a lesão do Marco foi tão complicado.
- Claro e já tínhamos falado sobre isso e eu entendo – Thiago agarrou a mão de Milicent, fazendo pequenas carícias sobre a mesma – como é que está tudo?
- Vai ficando cada dia melhor que o anterior. Estou numa fase tão boa da minha vida, Thiago...
- Sabes que isso se nota?
- Ai nota?
- Perfeitamente. Estás com aquela tua energia tão contagiante e esse sorriso? Nota-se que estás bem, muito bem aliás.
- Posso dizer que, desta vez, as coisas foram todas completamente diferentes. Ele esteve mais descontraído, mais presente do que das outras vezes. Começamos logo a brincar com a situação no primeiro dia e, a partir daí, foi sempre a melhorar.
- Chegaste a ir a alguma sessão de fisioterapia com ele?
- Fui. Até porque ele já me tinha pedido da outra vez – Milicent encostou-se ao cadeirão, cruzando os braços.

Lembrança de Milicent, on:

- Oh Mili, mas então?
- Então eu tenho sono...
- Vou indo, então – Marco que, até então, estava sentado ao fundo da cama levantou-se agarrando-se às muletas.
- E vais sozinho, não é amor? – Milicent virou-se de barriga para cima, olhando para Marco que permanecia estático a olhá-la – Esqueceste-te que eu sou a tua motorista?
- Eu ligo ao Marcel.
- És tão tolo – Milicent meteu-se em pé na cama, caminhando na direção de Marco. Por estar mais alta que ele, teve de se baixar para o beijar – achas que eu não ia? Eu prometi, eu cumpro. Mas que me apetecia ficar na cama, apetecia.
- Mas podes ficar, a sério.
- Shiu, vou tomar um duche rápido e já volto. Podias ir vestindo o menino...
- Vou vestindo sim senhora – Milicent voltou a beijar Marco, descendo da cama para ir em direção da casa de banho.
Antes de entrar para o seu duche, Milicent deixou-se ficar por algum tempo a olhar-se ao espelho. Cada vez mais gostava do que aquele espelho lhe transmitia. Em tempo, olhar-se ao espelho era algo que nunca fazia. Milicent não sentia a confiança necessária para se sentir bem com ela. Foi crescendo, foi amadurecendo sabendo que, no último ano, foi quando cresceu mais e, agora, a olhar-se ao espelho Milicent deixou de ver aquela rapariga do seu antigamente. Milicent via-se como uma das partes de um casal com história, via-se como mãe de um bebé lindo e saudável. Via-se feliz. Imensamente feliz.
Despachou-se o mais rápido que conseguiu já que teriam de estar em pouco tempo no centro de treinos. Chegou ao quarto, calçando o sapato que lhe faltava.
- Estão despachados? – perguntou, capturando a atenção de Marco.
- Mais que despachados! – Milicent aproximou-se deles – Obrigado, Mili – Marco levou as suas mãos até ao rabo da namorada aproximando-a dele.
- Não te ponhas com ideias, rapaz! – Milicent deu-lhe um curto beijo nos lábios, pegando em Marten ao colo – Vamos lá embora que não podes chegar atrasado.
- Sim, chefe! – Marco levantou-se, caminhando com ajuda das muletas. Milicent despachou-se mais depressa que o namorado, acabando por meter Marten na cadeira do carro e esperar no exterior do mesmo até que Marco se aproximasse dela.
- Andas a ficar um lentinho... – antes que Marco pudesse ir para o seu lado do carro, Milicent abraçou-o – eu tenho muito orgulho na pessoa que és.
- Acredita que é proporcional ao orgulho que eu tenho por ti – Milicent sorriu, olhando-o.
- Vá, vamos – abriu-lhe a porta do carro, agarrando nas muletas. Depois de as colocar no porta-bagagem, Milicent foi para o lugar do condutor começando a dirigir-se para o centro de treinos do Dortmund – como é que vai ser hoje?
- Não sei. Todos os dias fazemos coisas diferentes para trabalhar os músculos.
- Não faz mal nós irmos, pois não?
- Não. Eu falei com o fisioterapeuta e ele disse que seria bom.
- É que eu não me quero sentir lá uma emplastra – os dois riram-se e, quando deram por eles já estavam perto da entrada do centro de treinos – será que vão andar por aqui as tuas fãs?
- Não é costume. Isso só acontece quando o treino é aberto ao público.
- Eu ainda não percebi o que é que elas acham de mim, sabes? – Milicent parou o carro junto do segurança abrindo a janela. O senhor viu Marco, abrindo a cancela de forma a que Milicent entrasse.
- Mas elas gostam de ti – Marco retomou a conversa – não viste que até te mandam prendas e tudo?
- Tudo bem, isso é a tua querida Luesne. Mas e o resto? Eu, no outro dia, vi comentários estranhos.
- Como assim?
- Oh daqueles que queriam casar contigo! – Marco riu-se e Milicent acabou por lhe dar uma palmada no ombro – não te rias que o caso é sério! Olha se te apaixonas por uma delas?
- Isso é impossível porque eu sou perdidamente apaixonado por ti.
- Oh cala-te – Milicent estacionou o carro num dos lugares disponíveis, saindo assim que o desligou. Foi buscar as muletas de Marco, entregando-lhas quando ele já estava de pé fora do carro – vamos lá a isto. É para trabalhares, ouviste?
- Claro!
- Acho bem – Milicent retirou Marten da sua cadeirinha, fechando o carro.
- Então hoje trazes companhia? – os dois olharam para trás, vendo Aubameyang aproximar-se deles.
- Oh só cá faltava este! – antes de ir ter com Marco, Auba foi ter com Milicent e, de imediato, Marten começou a esticar o seu corpo na direção dele.
- Olha, olha tens saudades do tio? – com alguma rapidez, retirou o menino do colo de Milicent, fazendo com ele o avião – o Marten tinha saudades do tio Auba!
- Era bem feito que te bolçasse para cima! – Milicent surpreendeu-se com aquele comentário de Marco, acabando por se rir e ver Aubameyang parar e ficar a olhar para o amigo – não me olhes assim, ele comeu à pouco tempo.
- Andas feito um engraçadinho! Não eras assim, oh loiro! – Marten voltou ao colo da mãe, rindo-se imenso – vão lá ter um momento em família na sala de recuperação. Mas não façam bebés que aquilo tem câmaras por lá.
- Ainda bem que nos dás essa informação...é que me estava mesmo a apetecer fazer coisas nessa sala – atirou Milicent.
- E eu a pensar que me ias dar um raspanete! Adeus, fui – ele começou a correr enquanto Milicent e Marco caminharam em direcção da sala de tratamentos.


- Chega aqui – a sessão de tratamento já ia a meio e Marco tinha aproveitado que estavam os dois sozinhos para chamar a namorada. Milicent aproximou-se dele, passando com a sua mão pela perna despida de Marco – fazeres isso é perigoso!
- Queres ver que os ligamentos estão assim tão frágeis? – aproximou-se dele, passando a sua mão para dentro da camisola de Marco.
- Estás muito atrevida, estás.
- Devo confessar que te tornas muito irresistível aqui deitado.
- Olha, olha – Milicent riu-se, sentando-se na cadeira a sua lado – anda cá, Marten – Marco abriu os seus braços na direção do filho que, muito depressa, se precipitou na direção do pai – é muito bom ter-vos aqui.
- Também é muito bom estar por aqui – Milicent agarrou a mão de Marco, beijando-a – e estás mesmo irresistível hoje!
- A mãe está tola! – Marten riu-se e foram interrompidos pela entrada do fisioterapeuta.
- Estou a gostar deste bom ambiente! – colocou-se ao lado de Marco, passando com a mão sobre a cabeça de Marten que o olhou – não sabes quem eu sou, não é? Mas eu digo-te que sou o senhor das boas noticias – o fisioterapeuta olhou para Marco, sorrindo-lhe – terminas esta semana a fisioterapia e, em principio, poderás começar a trabalhar com bola no inicio da próxima semana.
- A sério? O senhor está a falar mesmo a sério? – Milicent foi quem se expressou primeiro, para espanto de Marco – não o vão pôr a jogar só porque ele é importante para a equipa, pois não? O Marco precisa de recuperar a sério, totalmente.
- Estou a ver que tens aqui uma defensora...
- Ela nem costuma ser assim tão expressiva, hoje não sei o que lhe está a dar.
- Eu já disse que estás irresistível aí deitado e olha viste agora vou corar – Milicent estava mesmo sem filtro nenhum nas suas vontades de falar, de se expressar e dizer tudo o que lhe ia pela cabeça.
- Não se preocupe, menina. Aqui o rapaz está completamente recuperado. Vamos mantê-lo em fisioterapia mais uns dias para não o prejudicar.
- Graças a Deus! Já vais passar o Natal sem as muletas! – todos se riram e Milicent sentiu o seu coração, finalmente, sossegar.

Lembrança de Milicent, off.

- Acho que, se o Marten não tivesse passado aquela noite com cólicas tínhamos feito o bebé número dois – acabou Milicent por se confessar a Thiago.
- Tens assim tanta vontade de ser mãe outra vez?
- Não, por agora fico bem só com o meu menino – Milicent recostou-se no cadeirão – mas sinto que voltamos a ser os mesmos de antigamente, sabes? Ao inicio, eu e o Marco éramos tão focados um no outro e nos prazeres bons da vida que, aqueles dois lá dentro, muitas vezes nos ligavam e perguntavam logo: “interrompemos o sexo?” – os dois riram-se com fortes gargalhadas.
- Isto está muito animado por aqui – ao ouvir a voz da amiga, Milicent só conseguiu olhar para Marlene.
- A Milicent estava aqui a falar de quando tu e o Mario lhe ligavam a interromper momentos íntimos – comentou Thiago.
- Não, não! Eu nunca interrompi momentos desses – Marlene sentou-se em cima das pernas de Milicent que levou as suas mãos até à barriga da amiga – o Mario talvez!
- O Mario sim! E depois o Marco não lhe desligava nunca a chamada. Ficavam horas à conversa e lá se ia o momento – os três riram-se e Milicent começou a sentir os pontapés de Erik – eu bem rezei para que fosses menina – começou a passear com uma das suas mãos pela barriga de Marlene, rindo-se – mas vais fazer é a vontade ao teu pai, não é?
- Parece que é Mi – Marlene agarrou as mãos de Milicent e as duas olhavam para Thiago – sabias que ela queria que o Mario apanhasse um desgosto ao saber que era uma menina e não menino?
- Sabia, sabia. O Mario contou-me.
- Mas as minhas preces não foram ouvidas!
- Eu gostava de ver, no dia em que descobríssemos que seria menina, o que é que tu e o Mario faziam – comentou Marlene – tu, provavelmente, fazias uma festa.
- Oh, não...eu acho que só o dizia mesmo para picar o Mario. Mas que queria uma menina, lá isso queria.
- Ainda com essa conversa? – questionou Mario, chegando ao jardim.
- Só faltavas mesmo tu, senta ao colo do Thiago – disse Milicent, fazendo com que todos se rissem. Mario sentou-se ao lado de Thiago, olhando para elas – que foi?
- Estás demasiado animada e elétrica para meu gosto.
- A isto se chama falta, imensa falta!
- Do teu filho? – perguntou Thiago, fazendo com que todos se rissem – ah! De sexo!
- Mas não vamos falar sobre isso...até porque ainda só passaram umas doze horas desde a última vez.
- Que tarada, Mi!
- Mario, shiu, tu sabes que é preciso muito treino para manter os músculos a funcionar. E, quando o Marco estava lesionado, uma pessoa habituou-se a muito...oh por favor, vocês estão a fazer com que eu, desbocada, esteja aqui a falar da minha vida íntima!
- Vou telefonar ao teu companheiro, então.
- Mario, não que vergonha! – demasiado tarde. Mario já fazia a chamada, olhando sério para Milicent – algo me diz que vais fazer videochamada.
- Vês como tu sabes!?
- Oh que vergonha. Esconde-me, Mare – Milicent tentou esconder-se atrás de Marlene mas acabou por espreitar para ver o que Mario estava a fazer – ele vai mesmo fazer videochamada?
- Vai, boneca – Marlene riu-se e Milicent acabou por se recostar no cadeirão.
- Fogo, tanto tempo para atender porquê? Não eras assim, oh macaco! – começou Mario por dizer, assim que Marco atendeu a chamada.
- Experimenta ter um bebé super agitado e logo vês como ficas sem tempo para atender videochamadas de amigos parvos!
- Oh só a voz dele me está a deixar maluca – comentou, baixinho, Milicent. Algo que não passou despercebido a Marlene que depressa olhou para a amiga – estou cheia de vontade de sexo, sim.
- Não caias em tentação...
- Só com o Marco. E algo me diz que ainda vou hoje para Dortmund.
- Oh, mas agora nem ficas connosco?
- Quem não fica? – perguntou Mario, ouvindo o que Marlene perguntava.
- Eu! Vou comer um gelado – avisou Milicent, olhando para o amigo.
- Nem queres ver o teu namorado?
- Mais vale ela não o ver – interveio Marlene – ainda começam com preliminares via telemóvel – Milicent e Thiago riram-se, juntamente com Marlene. Mario olhava-os sério – oh tartaruga, estás tão sério porquê?
- Porque me parece que está tudo a pensar demasiado em sexo! – Mario voltou a olhar para o telemóvel e, juntamente com Thiago, falavam com Marco.
- Deixa-me ir ali, Mare – Milicent esperou que a amiga se levantasse para que pudesse ir ter com eles. Sentou-se em cima das pernas de Thiago, olhando para o telemóvel – oh Mario, não me queres apresentar este teu amigo?
- Eu também não sei porque é que ele não nos apresentou antes...
- Vocês parecem dois adolescentes com as hormonas aos saltos! – comentou Mario, fazendo com que Thiago se risse.
- O teu amigo anda demasiado atraente...fica tão difícil controlar estas vontades, Mario.
- Olha aí! O teu filho ainda ouve o que estás a dizer! E ele não pode ser como a mãe.
- Oh! Se for como tu deixa lá que também não é melhor! Onde é que anda o nosso fofo?
- Está no quarto a ser mimado pela avó. A minha mãe veio cá e está lá em cima com ele.
- Já compraste a minha prenda?
- Mas tu fazes anos por acaso? – perguntou Mario, interrompendo a conversa dos dois.
- Não! Mas amanhã é dia dos namorados! Eu mereço uma prenda...
- Eu não te chego? perguntou Marco, capturando a atenção de Milicent.
- Chegas...mas assim com muito menos roupa do que essa que tens vestida.
- Olha, a sério parem lá com essas coisas! Que tarados, que vergonha! Nem com visitas se comportam – Mario queria parecer revoltado com aquela situação mas acabou por se rir.
- A visita não é nenhum estranho e, é verdade, devíamos combinar um jantar os três – Milicent olhou para Marco, vendo que Thiago também o olhava – que acham?
- Por mim é quando der mais jeito ao Thiago...
- Havemos de combinar qualquer coisa, sim – Milicent sorriu, vendo que os dois estavam em sintonia e que, até, se poderiam dar bem.



- Por mais tempo que passe, estes jogos com a seleção são sempre os que me deixam mais nervosa – comentava Milicent com a sua sogra.
- Acredita que estamos as duas na mesma situação.
Marco estava em estágio com a seleção. Tinham um compromisso com a Geórgia rumo ao europeu de 2016 e, desde que Marco se tinha ido embora, Milicent não conseguia sossegar.
- Vá lá, bebé. Colabora com a mãe...é só abrires a boca e comer, isto é tão bom! – Marten estava num daqueles dias em que birra era a única coisa que conseguia fazer. Milicent e Manuela tentavam entretê-lo de todas as maneiras mas nada o conseguia pôr de bom humor.
- Pode ser que sossegue a ver o pai jogar... – disse Manuela, fazendo com que Milicent sorrisse.
- Obrigada por ter vindo para ao pé de nós – agarrou a mão da senhora, recebendo um beijo na testa.
- É tão bom estar com vocês. Por mais birras que aí o nosso menino faça, ele consegue ser bem disposto.
- Anda a ficar tão irrequieto...desde que começou a gatinhar como deve ser não quer outra coisa.
- Então prepara-te quando começar a andar! – Manuela riu-se e Milicent acabou por fazer o mesmo.
- Dá, dá – Marten agarrava a mão de Milicent, puxando-a para si – du dá.
- A mãe dá, mas tens de comer! – Milicent aproximou a colher de Marten que depressa se afastou dela – Marten, bebé, assim não dá!
- Vamos para a sala – Manuela aproximou-se da cadeira de Marten olhando para Milicent – daqui a pouco começa o jogo e vamos conseguir que ele coma.
- Deus a ouça! Tu hoje estás tão teimoso – Milicent colocou-se de pé, dando um beijo na bochecha do filho que se riu – assim consegues que a mãe se esqueça da tua teimosia!
- Acho que nisso saiu ao pai. O Marco era igualzinho com a idade do Marten.
- A minha mãe diz isso de mim...ele tem teimosia dos dois lados.
- Mas tu não me pareces tão teimosa como o Marco.
- Tem os seus dias, Manuela – as duas riram-se e, depois de Manuela pegar em Marten ao colo, foram os três até à sala. Sentaram-se as duas no chão em frente da televisão.
Manuela mantinha Marten entre as suas pernas e o menino, muito animado, batia palmas olhando para a televisão. Milicent ia conseguindo dar-lhe a comida para seu contentamento. Manuela mantinha o neto sempre distraído para que Milicent conseguisse engana-lo com a comida.
Estavam tão entregues àquele momento que só quando ouviram os comentadores falar um pouco mais alto é que se aperceberam que tinha sido golo de Marco.
- Foi golo do pai, Marten! Foi golo! – dizia Manuela visivelmente feliz.
- Pai! – surpreendendo as duas aquela palavra saiu da boca do menino que olhava e apontava fixamente para a televisão. A imagem era de Marco a sorrir. Milicent deu um beijo na bochecha do filho, passando com a sua mão pela barriga de Marten.
- É o pai, sim senhora – olhou para Manuela que sorria – já seria de esperar, sabe? Ele já tentava mas só lhe saia “pá”. Marten? – o menino olhou-a – mãe, agora tens de aprender a dizer mãe, mãe!
- Mã!
- Mãe, meu amor. Mãe.
- Pai! Pai, pai, pai – batia palmas à medida que falava, causando a gargalhada entre as duas.

Milicent já dormia quando Marco chegou a casa. Tentando fazer pouco barulho para não acordar a namorada e o filho, Marco acabou por perceber que Milicent tinha acordado. A rapariga agarrou as mãos do namorado, encostando o seu corpo ao dele.
- Dorme, ainda é de noite – disse-lhe, baixinho, Marco.
- O Marten disse a primeira palavra como deve ser – Milicent não resistiu e acabou por se virar para ele – como é óbvio disse “mãe”.
- A sério? – Marco deu-lhe um beijo na testa, envolvendo o corpo da namorada com os braços – gravaste?
- Gravei...pega aí o meu telemóvel – Marco fez o que Milicent lhe disse – agora tu sabes onde ir. Eu vou dormir – Milicent encostou a sua cabeça no peito de Marco, esperando que ele visse e ouvisse a gravação.
Milicent tinha feito um vídeo a dar banho a Marten onde se ouvia o menino a repetir por diversas vezes a palavra “pai”.
- Estás com ciúmes...
- Não. Eu sou a “mã”! É fofinho – voltou a olhá-lo – ele disse pai assim que te viu na televisão.
- Ele disse pai! – Marco abraçou a namorada, visivelmente feliz.
- Não fiques convencido! O próximo vai ter de dizer mãe primeiro! – os dois riram-se e acabaram por permanecer acordados e a falar durante algum tempo.

O mês de Abril tinha começado e, com ele, grandes acontecimentos estariam por chegar. Para começar? Um Dortmund vs Bayern Munique com o regresso de Thiago à convocatória do Bayern, Mario de volta a Dortmund. O mês traz, também, a fase final da gravidez de Marlene. Algo que Milicent sente estar prestes a acontecer.
- Achas que não faz mal estar aqui? – perguntava Milicent a Marco. Tinha ido ter com ele à entrada para o relvado, levando Marten consigo.
- Claro que não.
- A Marlene está estranha hoje – já tinha estado com a amiga – não pára quieta e diz que o Erik está irrequieto.
- Achas que...
- Não sei mas, se o jogo for uma animação, ainda a temos de levar à maternidade.
- Marco? – uma voz que Milicent conhecia muito bem fez-se ouvir. Os dois olharam para trás de Marco, vendo Thiago a acenar.
- Vai lá – incentivou Milicent.

Talvez não esperasse aquele momento num jogo como o de hoje mas ia acontecer. Marco e Thiago iriam estar frente a frente. 


Olá meninas! 
Aqui fica mais um capítulo! Fico a aguardar pelos vossos comentários! 
Beijinhos, 
Ana Patrícia. 

1 comentário:

  1. Olá :)
    Finalmente estou actualizada nas fic's :D
    Adorei ver o Marten a chamar pai *.*
    Estou ansiosa para ver a conversa entre aqueles dois gajos :P
    Bjs :*
    Quero o próximo rapidinho sff :)

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