Depressa chegaram ao aeroporto e, naquele momento, Milicent começava a sentir o seu coração ficar mais apertado. Marco sentia-se a vacilar por dentro ao perceber que Milicent, quando pegou em Marten ao colo para o retirar da cadeirinha do carro, começou a chorar.
Marco retirou as malas de Milicent da bagageira, sendo surpreendido pela presença dela a seu lado.
- Devíamos ter vindo só os dois – afirmou Milicent, fazendo com que Marco olhasse para ela e Marten.
- Eu avisei…
- Eu não preciso que me digas isso neste momento, Marco. Nem isso, nem que precisamos de ir andando porque está na hora – Marco limitou-se a abraçá-la, mesmo com Marten entre eles – eu acho que não quero ir embora – Milicent afastou a sua cabeça de Marco, olhando-o.
- Estás a tempo de cá ficar.
- E dizer que não há Amber? Não pode ser assim...além do mais é um teste para mim. Vou exercer pediatria...
- Isso é verdade.
- Mas vou ficar longe de ti, do nosso filho, das nossas famílias – Milicent olhou para Marten, voltando a deixar cair lágrimas que pareciam não ter um fim – como é que eu vou ficar sem tocar nele todos os dias? Sem sentir o cheirinho dele – Milicent deu um beijo na testa do filho, voltando a olhar para Marco – é um mês e meio à experiência mas eu não consigo ficar longe de vocês.
- Os teus pais vão visitar-te todos os fins-de-semana com o Marten...eu irei quando puder.
- Marco. Se eu não me sentir bem lá...não me censuras por voltar?
- Claro que não, Mili! – Marco levou as suas mãos ao pescoço de Milicent, dando-lhe um beijo na testa – se for preciso até te vou lá buscar.
- Eu não quero ir embora!
- Vamos para casa!
- Não pode ser, Marco – Milicent beijou-o com loucura e um certo desespero. Não o iria fazer dentro do aeroporto daí optar por aquele momento só deles – temos de ir...
Marco pegou nas duas malas de Milicent e os dois começaram a caminhar em direcção do interior do aeroporto. Milicent passou Marten para os braços de Marco...não tinha a percepção de que já estava tão próxima a hora do embarque.
- Vocês tomem conta um do outro, por favor – Milicent levou as suas mãos à cara de Marco, aproximando-se dele. Chorava, aquilo custava mais do que alguma vez tinha pensado – tu, melhor que ninguém, sabes todos os truques dele, adormece-o cedo, para a semana tem a consulta dos três meses – Marco riu-se, deixando escapar, também ele, algumas lágrimas – não te rias, nem chores por favor! – Milicent deu-lhe um curto beijo e Marco deixou a sua testa encostada à dela – Fica com ele todo o tempo que puderes, mete-o na nossa cama só para ele sentir o meu cheiro e diz-lhe o meu nome todas as vezes que falares de mim. Oh meu Deus eu não vos quero deixar!
- Ficas tão frágil a chorar, oh mamã boa – ao fundo foi possível ouvirem que seria a última chamada para o voo de Milicent – queres ficar?
- Quero! É tudo o que eu mais quero, mas não posso. Eu preciso mesmo de ir...não posso adiar esta oportunidade única.
- Então vai, dá o teu melhor e eu prometo que o Marten irá adormecer cedo, com o teu cheiro por perto, que lhe digo o teu nome todos os dias. E, prometo também, que irei fazer isso por ele e por mim.
- Telefona-me a qualquer hora que precises de alguma coisa. Nem que seja só para dizer um amo-te a meio da hora de almoço – Milicent começou a fazer beicinho à medida que tentava controlar-se para não chorar compulsivamente.
- Ai Mili – Marco abraçou-a e, segundos depois, os dois beijaram-se – eu amo-te muito.
- E eu amo-te muito a ti – Milicent voltou a beijá-lo, olhando para Marten – e amo-te a ti, bebé da mãe – beijou a testa do filho, passando com o seu dedo indicador na bochecha do menino – o pai, os avós e as tias vão tratar muito bem de ti. E a mãe vai morrer de saudades tuas, gordinho – Milicent desabou num choro compulsivo e intenso.
Marco voltou a abraçá-la, beijando-lhe a testa. Milicent não proferiu mais nenhuma palavra, limitando-se a dar um último beijo a Marco e a Marten, afastando-se dele. Só conseguiu olhar para trás depois de passar a barreira da segurança. Viu Marco acenar-lhe com a mão um adeus e percebeu que ele chorava. Como é que os vais conseguir deixar assim?
Foram duas horas de viagem em puro sofrimento. Milicent só conseguia chorar ao pensar que estava a ficar cada vez mais longe deles. Só conseguia ver fotos do filho e de Marco...e continuar a chorar. Sabia que lhe iria custar imenso este mês e meio que passaria longe deles. Mas, tal como Marco tinha dito, sabia que iria estar com o filho todos os fins-de-semana.
O avião aterrou e, depois de recolher as suas malas, sabia que tinha Marlene à sua espera naquele aeroporto. Sabia que, dali, seguiriam as duas para casa de Mario e iria estar com duas pessoas que lhe dizem muito. Mas sabia que não iria conseguir rir à gargalhada como sempre o fazia.
Procurou por Marlene e, tal como combinado, estava junto à porta principal do aeroporto. Marlene, assim que viu a amiga, percebeu que Milicent tinha chorado imenso.
- Oh miúda! – recebeu-a nos seus braços, envolvendo-a num abraço quente e ternurento – olha-me o teu estado...
- Fogo! – Milicent não conseguiria dizer mais nada. As duas limitaram-se a sair do aeroporto, rumando a casa.
Assim que lá chegaram e, depois de entrarem em casa, deixaram as malas de Milicent junto das escadas de acesso ao piso de cima da casa, foram até à sala onde estava Mario.
- Olha quem chegou! – começou ele.
- Chegou a miúda com mais saudades do bebé que tem em casa e com os olhos mais inchados do que sei lá quê – Milicent apontou para ela mesma, perante a descrição de Marlene. Sentou-se no sofá, ao lado de Mario, abraçando-o.
- Eu vou precisar que vocês dois me dêem muito mimo! – Marlene sentou-se ao lado de Milicent, abraçando-a também.
- Ai que nojo! Mas agora vou ter duas carentes cá em casa? Não bastava a Marlene com a sua carência linda...agora é a mãe do meu piolho...
- Não sejas inconveniente, Mario! – Marlene repreendeu-o, dando um calduço no namorado.
- Eu, se calhar, devia arranjar outro sítio para ficar. Só venho atrapalhar – Milicent acabou por se afastar, sentando-se como deve ser no sofá.
- Oh, não digas asneiras!
- É, a Marlene tem razão, não te ponhas com coisas. Eu só estou aqui a tentar animar-te, é esse o papel do tio Mario. Aposto que agora vais estar toda tristinha e com saudades dos putos, mas vais ter de aproveitar bem enquanto cá estiveres.
- É isso mesmo! – interrompeu Marlene – o amor que tens por eles e eles por ti, será ainda maior no fim deste mês e meio. Depois, quando voltares a Dortmund, vais dar mais valor a cada segundo que estiveres com eles. É claro que pode ser difícil, vai custar os minutinhos que pensares neles...mas a tua cabeça vai andar a mil!
- Outra vez, a Marlene tem razão. Vais conhecer meninos maravilhosos no centro, vais estar com o pessoal médico que já conheces e conhecê-los melhor. Milicent... – a rapariga olhou-o, estranhando ele a tratar por Milicent – eu sei, já estás habituada ao Mi, não é?
- É.
- Milicent é mais sério. Por isso, Milicent, aproveita este tempo que cá vais estar da melhor forma que conseguires. E, já daqui a três dias, o nosso piolho vem ver-nos! Não é?
- É.
- Então. Vais estar dois dias com ele, vais puder dormir com ele e vai custar menos. Depois, passas a semana a trabalhar e a estudar e, quando deres por ti, já é novamente fim-de-semana outra vez e o Marten estará de volta.
- Nunca Mario Götze falou tão bem na vida dele! – Marlene conseguiu fazer o que Milicent pensou ser impossível: conseguiu fazê-la sorrir.
- Vocês são os melhores amigos que uma mãe deprimida pode ter.
- Eu já acabei os meus discursos lamechas. Agora a tua amiga que tenha os próximos. No máximo dos máximos, eu poso ir buscar-te gelado e pipocas para a depressão.
- Não, Mario, tu queres ir buscar isso que é para alimentares a tua gordura.
- Olha! Para quem está deprimida estás muito saída da casca!
- Vocês animam qualquer um.
- Nós até nos animamos um ao outro – Marlene olhou-o, um pouco chocada – não me olhes assim, pipoca.
- Eu dou-te as pipocas, dou!
- Meninos, essas coisas eu não preciso de saber! Da vossa vida íntima dispenso pormenores.
- É por sabermos isso, minha querida cunhada, que vais ficar no quarto mais longe do nosso!
- Onde o Marten foi feito... – constatou Milicent.
- Ai pois foi! Vá, podes escolher outro...
- Não, esse está óptimo. Mas...
- Não me vais pedir para dormir com a Marlene, pois não? – Milicent reparou que Mario estava um pouco para o aflito.
- Podia pedir...mas dormíamos os três! Ele ressona? – perguntou, olhando para a amiga.
- Se estiver de barriga para baixo ressona.
- Então, se ele se metesse de barriga para baixo, mandávamos o Mario pela cama abaixo.
- Não te ponhas com ideias tristes, Milicent – Mario levantou-se, passando com a sua mão pelo cabelo de Milicent – não fiques triste, queridita!
- O teu namorado anda querido demais, oh Marlene. Nunca me tratou tão bem como hoje!
- O Marco pediu-lhe, de certeza.
- Não falem do que não sabem! – Mario, que já se dirigia para a cozinha, voltou à sala – Ele pediu-me, mas foi pelo Marten. Porque ele é cabeçudo e já não sabe ser romântico. Querem gelado ou pipocas?
- Gelado – responderam as duas ao mesmo tempo, olhando uma para a outra.
- Oh que lindas, vá agora vão assumir-se como lésbias querem ver? – as duas riram-se e Milicent acabou por abraçar Marlene.
- Obrigada.
- Não me tens de agradecer nada – Marlene olhou-a – ele está a tentar animar a coisa mas, quando precisares de conversas mais sérias, vem falar comigo. Sim?
- Sim.
- O Marco meteu foto do meu sobrinho! No instagram! – gritava Mario, descendo as escadas até à sala – já viram?
- Não – respondeu Milicent, pegando no telemóvel procurando pela fotografia – oh, ai.
- Não comeces a chorar, outra vez, Milicent! – repreendeu Mario, sentando-se em cima das pernas de Marlene que estava sentada ao lado de Milicent – fogo o vosso filho é mesmo lindo!
- Saiu à mãe – atirou Milicent.
- Convencida!
- Desculpa lá, se saísse ao pai tinha que ser loiro. E não é.
- Continuo a dizer: convencida!
Milicent voltou a olhar para a imagem, lendo bem a descrição que Marco tinha escrito.
Melhor companheiro de sempre! Podes ainda não falar, nem sequer brincar pelo chão...mas enches, neste momento, o meu coração. |
- A esta hora já o Marco encheu o Marten de mimo! – comentou Marlene.
- Isso tenho eu a certeza – disse Milicent, dobrando as suas pernas no sofá – se, mesmo comigo lá em casa, ele já o enchia de beijinhos e colinho, agora sozinho vai ser a loucura.
- Se querem que vos diga, eu não vejo o Marco sozinho lá em casa!
- Claro que não, de certeza que vai chamar os pais dele e da Mi – comentou Marlene – ouçam, temos de fazer o jantar.
- Eu vou tratar disso – Milicent ia a levantar-se sendo empurrada por Mario para que se sentasse outra vez.
- Eu vou fazer o jantar!
- Passou-se – Milicent ficou a olhar para ele, desconfiada – agora vais fazer o jantar para surpreender?
- Não! Eu vou fazer que é para não morrer intoxicado.
- Que parvo! – Mario foi até à cozinha, deixando as duas sozinhas – ouve lá, o Mario anda diferente.
- Como assim? Mais parvo, só pode!
- Também. Mas, não sei...há ali qualquer coisa nele. Ele está querido demais, atencioso até...ele não era assim!
- Tu não sabias que eu tenho esse poder sobre as pessoas? – as duas riram-se e Mario voltou à sala – pronto...agora é aquele momento que precisa de ajuda...
- Não é isso. Mas...é assim, o Thiago telefonou porque discutiu com a Júlia...
- Oh, mais um a precisar de consolo!
- Eu disse para ele vir cá jantar. Não faz mal, pois não?
- Claro que não. Mas és tu que cozinhas, na mesma! – ele riu-se, aproximando-se de Marlene. Deu-lhe um curto beijo nos lábios, voltando à cozinha.
Como é que, ao segundo dia, ainda estás a chorar desta maneira? Milicent tinha saído de casa, indo até ao jardim. Sentou-se na relva, percorrendo as fotografias que tinha no seu telemóvel do filho. Tinha sido um jantar agradável com a presença de Thiago, mas não se sentia em condições de continuar lá dentro.
Queria ligar a Marco...mas não o estava a conseguir fazer. Quase como por transmissão de pensamentos, no visor do seu telemóvel apareceu o número de Marco. Depressa atendeu a chamada, sorrindo.
- Boa noite...
- Olá, olá! Como é que correu o primeiro dia?
- Foi só receber informações da Amber, voltar a conhecer os meninos e por aí. Só lá estive de manhã.
- E, como é que estás?
- Oh.
- Ai, esse oh! Isso diz muita coisa, sabes?
- Diz?
- Sim. Estás com saudades nossas e, quase que aposto, que já viste as fotos que tens no telemóvel mil vezes!
- É normal, não?
- Claro que é. Mas, Mili, é o teu segundo dia aí e tens de começar a relaxar. Amanhã é um dia a sério no centro e depois já vais encher o minorca de beijinhos.
- Falar é mais fácil do que fazer isso...ouve lá, o que é que a médica disse na consulta?
- Que ele está óptimo e saudável. Basicamente foi só isso.
- Fizeste as perguntas das viagens?
- Fiz. E ela disse que são viagens curtas, não são perigosas. Mas para ele ir protegido no avião.
- Hum. E ele? Está a dormir?
- Está. Sossegadinho e direitinho no berço em casa dos teus pais.
- Em casa dos meus pais?
- Sim. Amanhã de manhã tenho de ir para o estágio cedo, eu tinha falado nisso...é estágio da seleção.
- Ah! Sim, sim. Já não me lembrava, desculpa.
- Mais alguma pergunta para o bebé, ou podemos falar de nós um bocadinho?
- De...nós? – Milicent achou aquela pergunta um bocado esquisita, vinda naquele momento.
- Sim, eu também tenho saudades tuas, não é?
- Oh o Marco está carente!
- Estou.
- O teu mal é sono. Vai dormir que isso passa.
- Diz que é o sono diz.
- Podemos não piorar a situação neste momento? Por favor...?
- Sim, é melhor. E eu vou mesmo dormir que amanhã acordo cedo. Diz ao Mario que ele não se pode atrasar!
- Eu digo, digo.
- E tu, boneca, tem um óptimo dia. E sorri que ficas mais bonita com um sorriso nos lábios.
- Vou tentar. Dorme bem, Marco.
- Tu também, Mili. Beijo – Marco desligou a chamada, sem dar hipótese para Milicent finalizar com o típico “amo-te”.
Olhou à sua volta, percebendo que tinham acendido as luzes em volta da piscina. Gostava imenso da casa de Mario e Marlene. Era acolhedora e, cada vez que ali estava, sentia que estava em casa. Quase como se fosse a casa dos seus pais.
- Estás bem? – Milicent assustou-se ao ouvir a voz de Thiago – desculpa, não queria assustar.
- Não tem mal – depois de este se sentar ao lado dela, Milicent olhou para Thiago – só não estava à espera.
- Saudades do pintainho? – Milicent estranhou aquela pergunta e, pela cara que fez, Thiago só se conseguiu rir – foram eles que disseram lá dentro. Que eras uma mãe galinha.
- Ah! Ele é pequenino, sabes? Só faz depois de amanhã três meses...
- E, mesmo assim, conseguiste deixá-lo lá? É preciso muita coragem para isso.
- Eu sei que ele está bem. Com o pai e os avós, obviamente queria-o comigo mas com o trabalho não iria ter tempo para ele. E, é uma oportunidade de vida...não a poderia recusar.
- Eu entendo isso muito bem.
- Tens filhos?
- Não, não. Tenho um irmão, dois anos mais novo, sei o que é sentir saudades dele. Mas quando surgem oportunidades boas para a nossa carreira...há que aproveitá-las.
- O Mario tem amigos que falam muito bem, tem.
- Ai é?
- É, é. Em tempos conheci um que levou um soco do Mario porque se queria fazer a mim a todo o custo.
- O Mandzukic? A sério!? Eles nunca nos contaram isso!
- Olha, e tu agora faz de conta que não sabes de nada, sim?
- Claro, claro – os dois riram-se, acabando por ficar algum tempo à conversa.
- Coisa fofa do tio! – Mario caminhava pela casa, tentando adormecer Marten.
- O filho é meu, é a mim que me vem visitar e ele é que anda ali com ele – reclamava Milicent, fazendo com que todos se rissem.
- Deixa-o lá. Daqui a nada já se vai embora – disse Marlene, olhando para o relógio – um bocado para o atrasado...
- Mario! – chamou-o Mary Alice – tu tens de ir trabalhar, dá o bebé à mana.
- Olha, olha – Mario ficou especado a olhar para ela – isso é assim?
- É! Depois não podes jogar se chegares atrasado.
- A Mary tem toda a razão! – concordou Marlene.
- Fogo! Quando eu vier já ele não está cá...isto não é justo!
- Podes ir visitá-lo a Dortmund antes de vires para Munique – sugeriu Milicent.
- Tu, muito de vez em quando, até dizer coisas acertadas cunhada – Mario despediu-se de Marten, entregando-o a Milicent.
Depois de Mario se ir embora, Milicent ficou com o filho nos braços até à hora de almoço. Almoçaram todos juntos, sendo que, quando o terminaram, os pais de Milicent e Mary Alice aproveitaram para ir fazer uma visita ao centro pediátrico. Milicent optou por ficar em casa, já que Marten tinha feito aquela viagem e, sendo pequeno, precisava de descanso e sossego.
- Ele está mesmo bonito, Mi.
- E mais gordinho... – Milicent fotografou o filho, partilhando a imagem nas redes sociais.
Juntos para um fim de semana de mimo! |
Marlene ia a deitar-se ao lado de Marten, quando tocam à campainha.
- Será que os teus pais se esqueceram de alguma coisa?
- Não sei...eu vou lá.
- Não, não. Deixa-te estar aí com ele, oh doida – Milicent sorriu, deitando-se ao lado de Marten. Passava a sua mão pela barriga do filho, beijando-lhe a mão quando bateram à porta.
- Sim? – Milicent estranhou, já que não esperava ninguém.
A porta abriu-se e Thiago apareceu do outro lado.
- Posso?
- Claro, entra – Milicent, desde que Marten nasceu, sempre tentou manter o mesmo tom de voz quando ele dormia. Sentou-se na cama, esperando que Thiago se aproximasse.
- Como falamos que ele vinha hoje...decidi passar por cá – cumprimentou-a com dois beijos, olhando para Marten – que homenzinho bonito que ele é.
- Como eu digo, saiu à mãe – os dois riram-se e Milicent acabou por se chegar para trás – senta, aí – apontou para o fundo da cama e Thiago sentou-se.
- O Marco não veio?
- Não. Ele teve de ir para o estágio da seleção.
- Ah, é verdade, pois. Lá o Götze também foi e não se calava com isso ontem.
- Com o quê?
- Que ia ver o Marco – os dois riram-se e foram interrompidos pelo som do telemóvel de Thiago – desculpa, vou atender lá fora.
Milicent sorriu e, quando Thiago saiu, pegou no computador tentando fazer uma vídeo chamada com Marco.
- Temos cinco minutos, fofa.
- Olá, para ti também.
- Sim, olá. Ele está bem?
- A dormir sossegadinho – Milicent mostrou Marten a Marco, voltando a colocar o computador à sua frente – ouve lá, já sabes se jogas amanhã?
- Jogo sim.
- Ai. Tem cuidado.
- Eu não sou de porcelana, Mili – ele riu-se e Milicent acabou por ver Mario, atrás dele, a fazer caretas – o Mario andou nos copos.
- Nota-se!
- Voltei – Thiago entrou no quarto e Milicent percebeu que Marco ouviu.
- Estás acompanhada?
- É o Thiago. Amigo do Mario.
- Estou a ver...e estão no quarto.
- Não comeces a fazer filmes, oh ciumento.
- Eu não, eu não. Tenho de ir. Beijo, miúda boa.
- Beijinhos – desligou a chamada, olhando para Thiago – ele tem ciúmes por tudo e por nada...
- Desculpa...não queria causar problemas.
- Isto? Oh, não é problema nenhum. A sério. Ele agora fala com o Mario e passa-lhe.
- Espero que sim.
Olá
ResponderEliminarGostei muito *_*
Beijinhos
Catarina
Hello :)
ResponderEliminarJá li este e vou já para o próximo :P
Só um aparte!...acho que a presença do Thiago vai provocar mossa na relação da Mili