- Eu nem
acredito que a Marlene já se foi embora – dizia Milicent, assim que Marco se
sentou a seu lado.
- Dentro de um
mês ela está de volta. E vem ela, o Erik e o Mario.
- E depois
vamos de férias – iriam passar uma semana de férias com Marlene, Mario e Erik
em Formentera depois dos anos de Marten e Mario – mas eu já tenho saudades
deles! – Milicent colocou-se de joelhos no sofá, passando para o colo de Marco
– não tens saudades?
- Um bocadinho…
- Marco levou as suas mãos até às costas da namorada – mas a Marlene já estava
cheia de saudades do Mario…
- Eu sei.
Aqueles dois foram feitos um para o outro.
- Assim como
nós.
- Olha que não
sei, não – Milicent juntou, por breves segundos, os seus lábios com os de Marco
– já pensaste no que falámos sobre o Marten?
- Já. E acho
que a tua avó tem razão. Muitos miúdos não tem a oportunidade de passar tempo
com os avós e bisavós…e o nosso filho tem essa possibilidade. Os meus pais
estão reformados, os teus trabalham a tempo parcial e podem ser horários fáceis
de conjugar com os nossos.
- E os meus
avós também…
- Temos de
convocar uma reunião familiar. Depois das férias e falar com eles sobre isso –
Milicent levou as suas mãos ao pescoço de Marco, ficando apenas a olhar para
ele – que foi?
- És mesmo
giro! – Marco riu-se, descendo as suas mãos até às nádegas de Milicent.
- Se não fosse
eu proibia-te de namorares comigo!
- Que
convencido!
- Eu só queria
que tivesses um namorado à tua altura.
- Oh que
querido – bastou um beijo mais quente e demorado para que Marco depressa a
deitasse no sofá, percorrendo todo o pescoço da namorada com os seus lábios.
Milicent nunca
se sentira tão bem. Nunca se tinha sentido tão desejada por um homem, um homem
que é seu há quase dois anos. As mãos de Marco percorreram todo o corpo de
Milicent, assim como ela depressa o agarrou para si voltando a beijá-lo. As
memórias, no momento de prazer que se seguiu, surgiram na sua cabeça como
flashes de luz.
Recordou aquela
tarde na casa da piscina. Na véspera do dia do casamento de Marco com Carolin.
-
Sim, mas como ninguém é normal no Dortmund, juntaram a despedida de solteiro
com o meu aniversário.
-
Calma lá! Ninguém é normal no Dortmund? Boa...já percebi que, então, estás só a
ter mais uma crise de identidade, não? - Mais uma vez, Milicent e Marco riam os
dois ao mesmo tempo. A cumplicidade entre eles começava a notar-se. Marco
mantinha-se agarrado a Milicent e, por sua vez, Milicent queria estar mais
agarrada a Marco. Ela estava agarrada a ele, mas algo lhe dizia que era
possível agarrar-se ainda mais a ele – então...fizeste anos ontem...
-
Por acaso fiz...
-
E eu que não sabia...parabéns.
-
Obrigado – Milicent...sentia-se cada vez mais enfeitiçada por Marco. Aqueles
olhos verdes enfeitiçavam os seus castanhos, aqueles lábios faziam os dela
tremerem e agiu de impulso. Queria que ele soubesse das vontades dela, que
soubesse da vontade louca que tinha de o beijar. E beijou. Beijou e foi
correspondida. Aconteceu. Porque os dois queriam.
E,
por terem esperado tempo demais para o fazer, foi tudo descontrolado. O beijo
em si estava carregado de violência. Não, eles não se queriam bater um ao
outro, mas simplesmente queriam mais e muito mais. Aquele era um beijo, mas
eles queriam que durasse para sempre. Era o beijo...que os ligava para sempre.
Marco
encostou Milicent à parede, pegando-a ao colo. A rapariga, que parecia agir de
uma forma completamente natural, rodeou a cintura de Marco com as suas pernas,
sem nunca desgrudar dos lábios dele. Queria conhecer cada pedaço de pele que
aqueles lábios tinham...queria ter a certeza que nunca os iria esquecer mesmo
que, depois disto, tudo acabasse.
Por momentos
Milicent deu por si a contemplar todo o corpo de Marco, antes que pudesse
inverter as posições dos dois. Antes que pudesse percorrer todo o tronco de
Marco com os seus lábios, sentido o calor que começava a emanar da pele do
namorado.
-
Milicent...temos de jantar.
-
Olha que não sei, não... - Milicent deixou o pescoço de Marco passando para os
seus lábios. E, por muito que Marco quisesse que aquela noite não fosse só uma
noite de sexo...começaram mais cedo do que o previsto.
Marco
levou as suas mãos ao rabo de Milicent, tornando aquele beijo ainda mais
fogoso.
Milicent,
ao sentir o toque de Marco, percebeu que iria conseguir que ele lhe fizesse a
vontade. Apesar de serem os dois a querer que tudo acontecesse.
-
Marco...?
-
Sim...? - Os dois falavam entre beijos e já com as respirações meio
descontroladas.
-
Quarto?
-
Sim – Marco levantou-se com Milicent no seu colo, a rapariga acabou por pôr os
pés no chão e os dois começaram a subir as escadas que davam acesso ao piso
superior.
No
corredor...o desejo aumentou ainda mais. A loucura tomou posse dos dois e tudo
se desenrolou com a maior naturalidade entre os dois. Marco foi o primeiro e o
“culpado” de tudo se ter passado. Fez com que as camisolas de Milicent ficassem
espalhadas no corredor...e ela acabou por retirar a dele mesmo antes de
entrarem no quarto.
Já
no quarto, Marco deitou Milicent em cima da sua cama...Milicent olhou o quarto,
enquanto Marco retirava mais uma das suas camisolas.
Marco
percorreu o corpo de Milicent com beijo, chegando perto da sua orelha
trincou-a. E Milicent quis ser ela a provocar.
Trocaram
de posições e a rapariga tirou as suas calças retirando, de seguida, as de
Marco. Tomou posse do corpo dele...Milicent beijou-o, trincou-o, e Marco estava
a desejar cada vez mais ficar no comando. Ele preparava-se para fazer Milicent
sair de cima dele, mas a rapariga fez força nas suas pernas, começando a mexer
no cabelo de Marco.
-
São poucas as pessoas que podem mexer no meu cabelo, sabes isso?
-
Sei! - Milicent sentia-se especial. Estava a deixar Marco, visivelmente em
êxtase, mesmo que ainda agora tenham começado.
Milicent
começava a sentir-se capaz de fazer aquilo porque Marco lhe dava prazer,
fazia-a sentir mulher, porque Marco mexia nela como se a conhecesse, como se lhe
conhecesse cada pedaço de pele. Marco estava surpreendido, pela naturalidade
como as coisas estavam a desenrolar-se, mas Milicent tinha-lhe dado o que à
muito ele não tinha: paixão, prazer, desejo...fogo! Milicent era fogo e Marco
sabia que tinha aproveitado a deixa de ser só sexo...mas para ele era mais do
que isso.
Milicent sentia
que nada, do que aquelas suas memórias lhe transmitiam, tinha mudado. Ambos já
tinham passado por imensa coisa juntos ao longo de dois anos, já existiram
imensos momentos daqueles mas a cada um que passa, Marco consegue fazê-la
sentir ainda melhor, ainda mais deseja e mais amada por ele.
Sabia que
estava a arriscar demasiado ao entregar-se da forma como estava a fazer a
Marco. Mas também sabia que o queria fazer daquela forma, não queria
interromper aquele que estava a ser o momento com mais prazer, desejo e amor
entre os dois nas últimas horas.
Colocou
as mãos de Marco em cima das almofadas, começando a beijar o tronco dele como
que devolvendo aos seus lábios o sabor da pele do seu namorado.
Milicent
aproveitou para dominar naquele momento. Mais do que: ah e tal fizemos as pazes
agora vamos ter sexo, aquele momento era o reencontro de dois corpos separados
pelos ciúmes. Aquele momento era despreocupado, de entrega total.
Como
sempre, Marco não gosta de se sentir, durante muito tempo, dominado e, por
isso, acabou por mudar de posição com Milicent. Retirou as calças do corpo da
rapariga, acabando por fazer o mesmo com as suas. Voltou a colocar-se em cima
dela, agarrou-lhe nas coxas beijando-a desde a barriga até aos lábios. Marco ia
vagueando com as suas mãos pelo corpo da rapariga. Tanto um como o outro sabia
o que fazer para se satisfazerem um ao outro.
Quando
Milicent começava a sentir-se completamente sem forças (indo apenas nos
preliminares) Marco conseguiu fazer com que, interiormente, Milicent se
revitalizasse. Com estímulos nas zonas mais sensíveis da rapariga, Marco
conseguiu que ela se voltasse a encher de desejo por mais. Milicent percorria
as costas de Marco que, quase de certeza, deveriam estar num estado pouco
apresentável.
-
Marco… - quase num sussurro Milicent conseguiu chamar o namorado –
preservativos – Marco deixou de fazer o seu caminho de beijos, parando no
ventre de Milicent, olhando-a um pouco atrapalhado.
-
Eu sabia que me tinha esquecido de algo em Dortmund… - Marco deixou o seu corpo
cair sobre o de Milicent, ficando com a sua cabeça na barriga dela.
-
Ei, tu nem penses que eu vou ficar a meio! Nesta casa o que não devem faltar
são preservativos! – Marco riu-se do desespero que a voz de Milicent tinha.
Olhou-a, subindo o seu corpo até que os seus lábios tocaram os dela.
-
Eu não vou ao quarto do Mario buscá-los…
-
Nem eu queria…mas, vê se há alguns aqui. E se não houver…não estou no meu
período fértil.
-
Sabes que isso não é assim…
-
Eu sei Marco…vá vê lá antes que…o meu Marco vá abaixo! – Marco riu-se,
esticando-se para chegar à mesa-de-cabeceira.
Abriu
todas as gavetas e não havia nada. Esticou-se para o outro lado e, na primeira
gaveta, encontrou duas bolsinhas cor-de-rosa.
-
Preservativos de morango…?
-
Antes isso que um filho daqui a nove meses! – Milicent tomou controlo da
situação. Agarrou no preservativo colocando-se em cima de Marco – não te
esqueças: é o nosso amor.
Milicent
tomou as rédeas e toda a intensidade dos movimentos que se seguiram foram a
prova que, tanto um como o outro, desejava que aquilo acontecesse mais cedo ou
mais tarde. Os dois gemeram, Milicent mordeu Marco no ombro, deixando uma
grande marca naquele sitio e Marco viu Milicent deixar escapar uma lágrima mas,
no segundo seguinte ouviu um gemido e Milicent dizer, com poucas forças, “Sou
tua”.
Aquela terá
sido a tarde em que conceberam Marten. Ou, pelo menos, o principio da fase em
que tentaram, sem saber, ter um filho. Milicent sentia-se cada vez mais
completa e só com Marco é que o conseguia ser.
- Psiu –
Milicent sentia-se tão mole que nem sabia se conseguiria abrir os olhos – tenho
a minha namorada acordada ou não? – Milicent sorriu, levando as suas mãos às
costas de Marco – está acordadinha, está – Marco juntou os seus lábios com os
de Milicent por algum tempo, olhando-a de seguida – está na hora de eu ir
treinar, gordinha – passou a sua mão pela perna despida de Milicent, fazendo-a
rir e abrir os olhos.
- Não vale
fazer isso!
- Porquê? –
voltou a fazer o mesmo trajeto pela perna de Milicent e ela acabou por puxá-lo
para junto dele – hum, ficas com vontade de ter o Marquinho aqui, é?
- Hum-hum…
- Mas não pode
ser – Marco deu novamente um beijo à namorada, saindo da cama – vou buscar o
bebé mais lindo do mundo?
- Já acordou?
- E já tomou o
pequeno-almoço!
- Esmeraste-te
em manter-me adormecida…
- Acho que
merecias – Marco saiu do quarto e Milicent acabou por se ajeitar na cama.
Não demorou
muito até que começasse a ouvir as gargalhadas de Marten. Entraram os dois no
quarto e Marco acabou por se sentar na cadeira que havia ao fundo da cama,
colocado Marten no chão.
- Mã! – o menino
depressa gatinhou pelo quarto, colocando-se em pé ao pé da cama – Mã, pai! –
desatou a correr, desta vez para junto de Marco, abraçando-se às pernas do pai.
Deitou a cabeça sobre as pernas de Marco.
- Estou feita!
Ele é mesmo menino do papá! – os dois riram-se e Marco pegou no telemóvel – não
te atrevas, eu não estou em condições!
- Shiu –
Milicent depressa levou as mãos aos olhos – és tão tola! Mas ficou linda –
Marco pegou em Marten ao colo, levando-o para a cama. Assim que Marten se
sentou na cama, começou a gatinhar até Milicent, deitando a sua cabeça sobre o
peito da mãe.
- Oh o bebé
quer miminho! – começou a dar beijinhos pelas bochechas de Marten que se ria à
gargalhada.
- Então eu vou
indo – Marten olhou para o pai, dizendo-lhe adeus – ai é xau?
- Xau! Mã é
mina – escondeu a cara no peito de Milicent, que piscou o olho a Marco.
- Também é
menino da mamã – Marco aproximou-se de Milicent dando-lhe um beijo nos lábios.
Deu, também, um beijo na bochecha de Marten, saindo do quarto.
Até
chegar ao carro teve tempo, ainda, para publicar a fotografia que tinha tirado
a Milicent.
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A dorminhoca mais linda deste mundo! |
- O que é que
vamos fazer hoje, Marten? – o menino estava sentado em cima da cama, brincando
com o telemóvel da mãe – vamos ter de começar a pensar na festa de anos do pai…
- Maio tinha chegado depressa demais. Tinha passado uma semana desde que Erik
tinha nascido e Maio tinha entrado em força. Marco iria fazer anos no final do
mês e Milicent já começava a pensar no que é que poderia fazer para surpreender
o namorado.
- Pai.
- Temos de
fazer uma festa ao pai – Milicent aproximou-se do filho, beijando-lhe a
bochecha – e temos de ir, os dois, fazer qualquer coisa boneco – Milicent
levantou-se, pegando em Marten ao colo que levava o telemóvel nas mãos – só te
peço que não deixes cair o telemóvel, sim? – Marten riu-se e Milicent começou a
descer as escadas.
- Tia Lelene?
Num tá – Marten levou uma das suas mãos aos olhos, retirando-a logo de seguida
– num tá!
- A tia foi
para ao pé do tio, não foi? – assim que chegou à sala, deixou Marten no chão
retirando-lhe o telemóvel – vamos telefonar aos tios – Milicent passou com a
ponta da camisa pelo ecrã do telemóvel que estava mais babado do que outra
coisa, guardando-o na prateleira. Ligou o computador, iniciando logo de seguida
uma chamada via skype para Marlene.
Aguardou até
que ela atendesse para puder colocar o computador em cima da mesa de centro
para que Marten também participasse naquela vídeo chamada.
- Olá meus amores! – disse Marlene
visivelmente animada e feliz – Marten,
olá! – ia-lhe acenando com a mão – estás
bom?
- Olha a tia,
mor – Milicent agarrou a mão do filho, trazendo-o para a frente do computador –
diz olá à tia, diz – Marten acenou-lhe com a mão, aproximando-se do ecrã.
- Bebé?
- Queres ver o bebé, é? Já não gostas da tia?
- Não! Bebé –
tanto Milicent como Marlene se riram.
- Foste
oficialmente trocada pelo Erik! – acabou por dizer Milicent, sentando Marten
nas suas pernas.
- Estou a ver que sim! Vou buscar o bebé,
então! – Marlene desapareceu da imagem e Marten voltou a aproximar-se do
computador.
- Tia Lelene!?
Mã, tia Lelene num tá?
- Ela já vem,
bebé – beijou as costas do filho, sendo surpreendida pela imagem de Mario do
outro lado.
- Cucu! – Mario desapareceu por uns
instantes, voltando de seguida – cucu! –
voltou a fazer o mesmo por mais duas vezes, fazendo com que Marten se risse à
gargalhada – coisa boa do tio! –
Mario parou, ficando a olhar para Marten e Milicent – tinhas saudades do tio?
- Não! Bebé! –
voltou a responder o mesmo a Mario, fazendo com que Milicent se risse.
- Penso que ele
esteja com saudades do primo – acabou por dizer, vendo Mario olhar para o seu
lado esquerdo e a imagem de Marlene com Erik ao colo surgiu. Sentou-se ao colo
de Mario e os dois ainda ficaram algum tempo a olhar para o filho – não quero
interromper o momento fofinho, mas e que tal partilharem?
- Bebé, mã.
Bebé, tia Lelena! – Marten fazia gestos com as mãos, como que chamando por Erik
– faz ó-ó?
- Agora não, olha – respondeu-lhe Marlene,
mostrando Erik na imagem – vês? Está
acordado.
- Pois tá.
Adeus – Marten saiu do colo da mãe, indo brincar com os seus brinquedos.
- Cansou-se
depressa – disse Milicent, ficando ela a olhar para o sobrinho – que coisinha
mais linda. Eu já estou a morrer de saudades vossas!
- Podes sempre vir fazer uma daquelas tuas
visitas prolongadas, cunhada – atirou Mario, rindo-se de seguida – onde é que anda o teu loirinho?
- Foi treinar.
E olhem, temos de combinar qualquer coisa para os anos dele…o que é que vamos
fazer? O Marco está quase a fazer anos.
- Que exagerada! Ele só faz anos daqui a duas
semanas, não são dois dias.
- Mare…isso
passa num instante! – tanto Marlene como Mario se riram – riam-se! É o segundo
aniversário dele…o primeiro que passamos juntos estava ele na sua despedida de
solteiro! E o segundo…só estivemos juntos de manhã e faz nesse dia 2 anos que
nos conhecemos, dois anos que nos apaixonamos…
- Tão romântica que ela está!
- Oh Mario! Não
gozes! Ainda não conseguimos ter um dia de anos dele em condições. E, depois
das surpresas que vocês todos fizeram para os meus anos, eu quero mesmo
surpreendê-lo a ele…
- Ora bem… - Marlene mexia no telemóvel – ele faz anos num domingo…
- E tem jogo no
sábado para a final da taça.
- Que, surpreendentemente, não será contra o
Bayern – depois daquela afirmação de Marlene, Milicent só se riu.
- Não sei qual é a piada, mas pronto!
- Não fiques
chateado, vá. Assim entras de férias mais cedo!
- Tive uma ideia! – disse Marlene, olhando
para a amiga – vais com ele para Berlim
por causa da final. Depois pegas nele e vão até Veneza!
- Isso era
muito lindo – Veneza seria a cidade que Milicent sempre desejara conhecer e a
cidade que Marco também desejava conhecer – mas é complicado. Se eles
ganharem…não vai dar para fazer nada de especial naquele dia!
- Esperas que o jogo acabe. E depois logo vês
se consegues passagem de avião e estadia para dois – disse Mario.
Milicent estava
a gostar daquelas ideias, estava a ficar entusiasmada mas, ao mesmo tempo,
sabia que poderia ser difícil conseguir fazer tal surpresa a Marco.
- Porque é que
não vamos para casa? Eu só quero ir para casa, Mili – iam no avião. Milicent
tinha conseguido planear a surpresa para Marco, mesmo que Dortmund tivesse
perdido contra o Wolfsburg – onde é que vamos? – até aquele momento, Marco
tinha estado sempre com auscultadores e música a dar e a venda nos olhos.
- Tendo em
conta que nunca celebramos os teus anos como deve ser…a tua namorada preparou-te
uma surpresa.
- Ai sim? Mas
não podíamos ir para casa?
- Como é que
sabes que não estamos a ir para casa?
- Se
estivéssemos a ir para casa tínhamos ido com a equipa. E para me teres vendado
e ter ouvido música o caminho todo é porque não vamos para casa, tola – Marco
beijou a bochecha de Milicent.
- Eu sei que
não deves estar com o melhor dos humores…mas vamos mudar isso, sim?
- Se me
disseres onde é que vamos…
- Ah, não! Não
sejas assim que não vale – Milicent encostou a cabeça no ombro de Marco – hás-de
saber não tarda nada.
- Demora muito
tempo?
- Não sejas
cusco! Eu vou dormir – claro que Milicent não iria dormir, não ia ter tempo
para tal. Dentro de pouco mais de uma hora estariam a aterrar no aeroporto de
Veneza.
- O Marten está
bem?
- Claro que está.
Ficou feliz da vida com os meus pais e a Mary.
- E não
quiseste que ele viesse connosco para lhe fazermos um irmão?
- Claro! – os
dois riram-se, acabando por ouvir no intercomunicador do avião que demorariam
mais cinquenta minutos até chegarem a Veneza.
- Veneza… -
Marco olhou-a – esmeraste-te.
- Foi tudo uma
questão de consultar os nossos amigos – Milicent beijou o namorado, descansando
o resto da viagem.
- Acorda gordo!
– Milicent estava sentada em cima do rabo de Marco. Tinham chegado a Veneza já
tarde e, depois de uma pequena viagem num pequeno barco, chegaram ao hotel onde
iriam ficar. Com vista sobre um dos canais de Veneza e uma garrafa de champanhe
à sua espera, os dois tiveram um inicio de noite como há muito desejavam – vá
lá, morzinho. Só temos o dia de hoje para aproveitar, Marco!
- Planeasses
melhor! Eu tenho sono!
- Ai que lindo!
Acordou mal disposto quando faz 26 anos! – Milicent deitou-se sobre o corpo de
Marco, dando-lhe um beijo na bochecha – parabéns gordinho, parabéns! – voltou a
beijá-lo várias vezes na bochecha, fazendo com que Marco se risse – ah! Vá lá,
tive direito a um sorriso!
- Acordaste
muito bem-disposta, nossa senhora!
- A noite foi
boa – Milicent saiu de cima de Marco, indo pegar numa garrafa de vinho que ali
estava também. Abriu-a, servindo um pouco do vinho em dois copos – anda, vamos
celebrar – abriu a varanda do quarto, esperando por Marco. Sabia que, só assim
ele iria sair do quarto à procura dela.
- Que animação
toda é essa?
- Fazes anos,
amor – entregou-lhe um dos copos, levando a sua mão até à nuca de Marco.
Aproximou-se dele, sentindo a mão livre do namorado ir até ao seu rabo –
parabéns, Marco. Espero que sejas muito feliz, por muitos mais anos e sempre
com esse sorriso lindo.
- E que tu me
acompanhes em todos esses anos – os dois beijaram-se, olhando-se de seguida –
vinho logo de manhã, rapariga?
- De manhã é
que se começa o dia – piscou-lhe o olho, bebendo um pouco do seu vinho – e
estamos em festa! O teu dia de anos é uma festa só para nós!
- Não sei mas…a
minha mãe vai cobrar por não estar com ela!
- Fica
descansado que ela incentivou para nós virmos – Milicent pegou no telemóvel e
chocou com o seu copo no de Marco. Aquele que, para Milicent, seria um dia a
festejar tinha acabado de começar da melhor forma.
![]() |
Parabéns, meu amor. Que o teu dia se
repita por imensos anos e que estejamos assim. Juntos, apaixonados e felizes.
Amo-te imenso, Marco.
|
Milicent voltou
a beber um pouco do seu vinho, encostando o seu corpo a Marco. Os dois olhavam
para todo aquele ambienta à sua volta, bem agarrados um no outro.
- É, sem
dúvida, um dia de aniversário que não esquecerei. Obrigado, Mili.
- De nada –
olhou o namorado, reparando que Marco estava com os olhos fechados – fico muito
feliz que tenhas gostado.
- Amei, meu
amor – Milicent sentiu tudo andar à volta a seu lado, cambaleando ao mesmo
tempo. E Marco sentiu isso. Sentiu que, mesmo que ela estivesse agarrada a ele,
Milicent estava a perder o equilíbrio – ei, ei, que se passa?
- Hum…é uma
tontura.
- Senta aqui –
Marco ajudou-a, sentando-a numa cadeira que ali estava. Baixou-se junto a ela,
retirando-lhe o copo da mão – então? O que é que sentes?
- Nada. Está
tudo muito turvo… - Marco puxou-lhe os cabelos para trás, passando a sua mão
pela cara da namorada.
- Vou buscar-te
água – Marco foi até ao quarto, voltando de lá com uma garrafa de água – toma –
abriu-lha e Milicent bebeu um pouco daquela água – achas que é da tensão?
-
Provavelmente…já está a passar – Milicent riu-se – a tua namorada adora um
pouco de drama, já devias estar habituado – riram-se os dois e Marco acabou por
beijá-la e os dois ficaram por algum tempo ali sentados.
Mesmo que não
quisesse demonstrar, Marco estava preocupado. Já não era a primeira vez que
isto acontecia. Ainda há dois dias Milicent se tinha sentido mal, ficando cheia
de suores frios e tonturas. Marco começava a achar que não seria normal tudo
aquilo mas Milicent desculpava tudo aquilo com o stress de estar a procurar
trabalho.
- Deixa-te
estar aí! – Marco agarrou o telemóvel, fotografando a namorada – estás com um
ar tão sofisticado! Eu até diria que és italiana! – disse, aproximando-se da
namorada.
- Se calhar
fui, noutra vida!
- Está a ser um
dia lindo! – ainda não tinham parado um segundo desde a hora do almoço.
Passearam imenso pelas ruas de Veneza, até que encontraram um bom sitio para
almoçarem. Passearam de gôndola, comeram gelados…Milicent comeu dois gelados e
Marco deixou-se ficar apenas por um.
- É pena que já
esteja a acabar… - dentro de duas horas já estariam a ir para Dortmund de novo
– mas a celebração ainda não fica por aqui – olhou para o namorado piscando-lhe
o olho.
- Andaste a tramar alguma! – Marco mostrou-lhe o telemóvel com a publicação
que tinha feito.
![]() |
Não poderia pedir um dia melhor do que
o que estou a ter. Tudo graças a ti. Obrigado, meu amor. Por seres a melhor
mulher que poderia ter. Amo-te, minha Mili.
|
- Quando
chegarmos a Dortmund é que a festa vai começar!
Olá meninas!
Cá está um novo capítulo! Peço desculpa pela demora mas sempre que puder vou trazendo-vos novos capítulos! Espero que gostem.
Beijinhos,
Ana Patrícia.