- Está,
finalmente, a dormir – disse Milicent, chegando à sala. Sentou-se no sofá,
deitando de seguida a sua cabeça sobre as pernas de Marco – o Mario?
- Eu acho que
ele está a tomar banho.
- Ainda bem que
ele veio connosco, ele está super cansado. Desde que acabou o jogo ainda não
deve ter tido um bocado para se deitar numa cama…
- Não é que ele
merecesse – Milicent olhou o namorado que acabou por se rir – mas, sim, ainda
bem que ele veio. Assim descansa, a Marlene também e amanhã já pode ir mais
fresco buscá-la.
- Será que eles
vão ficar por cá muito tempo? – virou-se de barriga para baixo, ficando com a
sua cabeça sobre a barriga de Marco – a Marlene e o Erik…
- Não sei. O
Mario vai embora amanhã à noite e eu duvido que ela vá aguentar por aqui muito
tempo sozinha.
- Ela não está
sozinha – Marco levou a sua mão ao cabelo da namorada, misturando os seus dedos
com os fios de cabelo de Milicent – ela tem os pais, tem-nos a nós…
- Mili. Nenhuma
mãe pela primeira vez vai querer passar os primeiros dias do bebé sem o pai da
criança – Milicent, por breves segundos desviou o seu olhar do de Marco
voltando logo de seguida a olhá-lo – aposto que também não irias estar tão bem
se eu não estivesse cá quando o Marten nasceu…
- Mas era
diferente…
- Não é assim
tão diferente – Marco agarrou a mão da namorada, entrelaçando-a com a sua – eu
ia para outro continente e o Mario vai estar noutro lado do país. Da mesma
forma que tu ias sentir a minha ausência, a Marlene vai sentir a ausência do
Mario.
- Andas tão… -
Milicent não sabia qual a palavra certa para o descrever naquele momento e
Marco começou a rir-se – não te rias! Eu não estou a conseguir achar a palavra!
- Não precisas
de a achar. Eu só estou a ser sincero…e acho que era o que ias acabar por
sentir, não?
- Acho que sim.
Fez-me muita confusão ter-te visto a sair do hospital e depois não te ver mais?
Claro que fez…
- Então tu
entendes a Marlene. Vais compreender que ela, assim que possa, vá ter com o pai
da criança.
- Sim…eu sei.
Mas acho que os queria por cá mais tempo, sabes? Eu tenho saudades de sair de
casa e simplesmente ir a casa da Marlene a correr porque precisava de lhe
contar alguma coisa.
- Eu percebo.
Também é difícil não ter o Mario por cá…nós também éramos mais ou menos assim.
- Então tu
entendes, isso é bom. Eu só queria mesmo mais tempo com ela…sabes, quando
saíres de Dortmund vai ser um dia super triste – Milicent mudou completamente
de assunto de um momento para o outro, vendo uma expressão completamente
confusa na cara de Marco – eu sei, mudei de assunto depressa demais não foi?
- Um bocado…mas
triste?
- Sim. Os
miúdos adoram-te, os mais velhos adoram-te…tu és um ídolo para muitos dos
meninos que tentam o futebol como profissão. Vai ser triste quando saíres
daqui.
- Tu vens
comigo nesse dia? – Milicent esboçou, logo de seguida, um sincero e bonito
sorriso.
- Claro que
vou. Seria demasiado burra em deixar-te ir sozinho e, além do mais…iria pôr
tudo o que tínhamos criado em espera. E eu não quero fazer isso com o que
temos. É demasiado importante. Vais ter é de aceitar as minhas escapadelas para
visitar toda a família de vez em quando…
- Acho que
consigo lidar com essas escapadelas, sim – Marco depositou um beijo na testa da
namorada, sorrindo-lhe.
- Querem ver
que vim interromper os preliminares? – a voz de Mario fez-se ouvir na sala e,
tanto Milicent como Marco acabaram por rir – já vi que não – Milicent sentou-se
como deve ser no sofá, reparando que Mario se sentava do outro lado junto a
Marco.
- Não me digas
que tinhas assim tantas saudades do meu esposo?
- Casaram e não
me disseram nada?
- Claro que
casamos! Convidamos toda a gente menos a tua pessoa – Marco só se ria e
Milicent acabou por fazer o mesmo – é quase esposo, vai dar ao mesmo.
- Que eu saiba
ainda nem sequer fiz o pedido – atirou Marco para espanto da namorada.
- E não te
ponhas com ideias para o fazeres, sim? Temos tempo! O Mario é que está com
saudades tuas – Marco passou o seu braço por cima dos ombros de Mario, puxando
Milicent para junto dele.
- Este deve
achar que é bom – Mario depressa lhe deu uma palmada na barriga, olhando para
Milicent – faz lá cafunés à tua namorada e outras coisas que eu não preciso.
- És pobre e
mal agradecido, tu! – comentou Milicent – só não te despromovo de padrinho
porque parece mal.
- Serias
incapaz de tal coisa!
- Pois seria –
acabou por confessar – e, agora que aqui estás… - sentou-se como deve ser no
sofá, olhando para ele – o que é que achas de o Marten ir para o infantário?
- Eu não sou o
pai da criança! Eu não tenho nada a ver com isso, sabes?
- Oh, nós só
queremos uma opinião – acabou por dizer Marco – tanto eu como a Milicent já
começamos a pensar nisso. Ele vai fazer um ano dentro de um mês e uns dias,
começava em Setembro e era bom para conhecer outros meninos.
- E eu retomava
a procura de trabalho, de iniciar a minha carreira em pediatria a sério –
acrescentou Milicent.
- Vocês estão
tão crescidos! Eu acho, então, que devem avançar com isso. Enquanto estiveste
em Munique a trabalhar…tu chegavas a casa tão feliz que nos fazias feliz a nós,
Mi. E tu tens jeito com as crianças, estás mais do que preparada para começar a
sério e, quem sabe, ainda te vamos eleger como a pediatra do nosso Erik… -
Milicent esticou-se na direção de Mario, abraçando-o.
- Obrigada.
- De nada, Mi –
Mario abraçou-a mas muito depressa a viu chegar-se para trás de volta ao seu
lugar.
- Eu vou ter de
começar a mandar emails e a experimentar coisas. Queria muito estar num dos
hospitais mais centrais aqui em Dortmund mas vou ter de esperar e ver o que me
acontece.
- De certeza
que vai conseguir – disse Marco, levando a sua mão às costas de Milicent – e
vai ser, finalmente, a minha oportunidade de te ver de bata branca!
- Não me digas
que tens um fetiche oculto por médicas e nunca lhe pediste que te satisfizesse?
– perante aquela pergunta de Mario não conseguiram fazer outra coisa, se não
rir. Tudo à volta de Milicent começava a ganhar forma, começava a ganhar um
rumo e com pessoas maravilhosas do seu lado.
- Mas vocês
despacham-se ou não? – perguntava Marlene, fazendo com que todos se rissem.
Tinham ido buscá-la ao hospital e a jovem mostrava-se impaciente – não sei do
que é que se estão a rir…eu estou desejosa de chegar a casa!
- Eu sei o que
isso é, sei – acabou por confessar Milicent agarrando o filho pela mão e
colocando as malas de Marlene ao ombro.
- A tua chegada
a casa foi bem dolorosa… - Milicent olhou para Mario, lembrando-se daquele
exato momento.
-
O Marco? – Milicent, com alguma dificuldade, sentava-se no sofá com a ajuda da
mãe e da avó.
-
Querida, o Marco está no jogo como sabes.
-
Liguem a televisão – tanto Jolandi como Renae não estavam a conseguir entender
aquela preocupação que viam nos olhos de Milicent – liguem a televisão, por
favor. Eu acho que lhe aconteceu alguma coisa – eu só espero que isto seja um
pressentimento errado. Estava com a sensação de que tinha acontecido alguma
coisa com Marco, no momento em que entrou em casa sentiu que algo não estava
bem.
-
Onde é que têm o comando?
-
Não sei, avó. Mas ligue só a televisão, talvez o comando esteja por aí –
Milicent apontou para o pequeno móvel olhando para Marten que dormia sossegado
na sua alcofa. A viagem do hospital até casa não era longa mas ele tinha
adormecido. Milicent sentia-se tranquila a olhar para Marten, mas o som da
televisão…quebrou toda a tranquilidade.
-
…poderá ser uma enorme perda para a selecção. Vamos ter de aguardar por mais
informações, mas não nos parece que seja algo pequeno – eram os comentadores do
jogo que falavam e Milicent olhou para o televisor. Tinha sido intervalo do
jogo.
Tinha
a avó e a mãe especadas a olhar para ela e Milicent focou-se no televisor.
Estavam a dar o resumo da primeira parte…e ela viu o pé esquerdo de Marco
sofrer a entorse, viu o Marco cair no chão agarrado ao pé e as lágrimas
escorriam-lhe pela cara ao ver o sofrimento em que Marco estava.
-
Eu não acredito…
-
Mili, tem calma, filha – Renae ajoelhou-se à frente da filha, levando as suas
mãos até à cara de Milicent.
-
Mãe…é o Marco. Não, não, não isto não lhe pode estar a acontecer. Ele lutou
tanto para estar ali, trabalhou e desafiou-se a ele mesmo. Como é que pode
acabar tudo assim? Sem ele ir para o Brasil, sem ele ter a hipótese de jogar o
Mundial? Como? – Milicent estava completamente atónita. Não conseguia encontrar
qualquer força dentro de si para acreditar que poderia ser algo pouco grave. O
estado em que se viu que o pé de Marco estava…era grave demais para ser algo
pequeno.
-
Não sei que te diga, querida. Mas nós temos de ser fortes…pelo Marco. Temos de
encontrar aquela força e esperança para acreditar que ele está bem.
-
O que é que eu faço aqui sentada? Ele está a precisar de alguém…lá. Os pais
dele ficaram comigo, as irmãs também…era suposto elas irem ter com ele amanhã,
antes de ele apanhar o avião. Mãe, o Marco precisa de alguém ao pé dele!
As lágrimas
tinham-se apoderado de Milicent ao relembrar aquele dia que tanto a tinha
marcado.
- Ei… - Marco
depressa se aproximou da namorada, levando a sua mão até à cintura de Milicent
que, logo de seguida, pousou a sua cabeça no peito do namorado – então, meu
amor?
- Mã bebé! – os
dois não resistiram e acabaram por se rir com aquela saída de Marten.
- Já viste? –
Marco baixou-se, pegando no filho ao colo – a mãe é um bebé a chorar assim, não
é?
- Bebé, mã! –
Milicent riu-se, limpando as lágrimas que teimavam em cair-lhe pela cara.
- Ai eu é que
sou o bebé? – passou a sua mão para a barriga do filho, fazendo-lhe cócegas –
tu é que és o bebé.
- Do pai! –
Milicent viu o filho abraçar Marco que piscou o olho à namorada.
- Ai é do pai?
Então não te dou mais miminho!
- Tá.
- Eu estou
feita ao bife com este rapaz! – cada vez mais era percetível a personalidade
super vincada de Marten. Tinha muita mistura dos dois: a teimosia, sem dúvida,
era dos dois mas foi buscar um lado meigo de Marco e aquela vontade de não
parar quieto de Milicent. Mas começavam a perceber aquela vontade louca dele
dizer tudo o que lhe apeteça.
- Vá, vamos –
Marco deu a mão a Milicent e os dois saíram do quarto, encontrando-se com os
amigos a meio do corredor.
- Já fizeste a
rapariga chorar, Marco? – questionou Marlene depois de olhar para a amiga.
- Eu? Alguma
vez? Foi o teu namorado que a fez lembrar do dia em que chegou a casa!
- Só fazes
asneira, Mario Götze! – todos se riram, saindo do hospital. Estranharam não
haver uma resposta de Mario mas ia tão entretido a olhar para o babycoque onde
ia o filho que, o mais provável, seria não ter ouvido.
Milicent foi
com o namorado e o filho até ao carro para, de seguida, se encaminharem para
casa de Marlene.
- Achas que,
depois, dá para dar um saltinho a casa dos meus avós? – perguntou Milicent,
olhando para o namorado através do retrovisor.
- Claro. Já não
os vemos há algum tempo…
- Queria falar
com a minha avó sobre as opções que tenho em cima da mesa.
- Acho que
fazes muito bem! Ela saberá aconselhar-te melhor do que ninguém.
- Pode ser que
ela me conte mais alguma história de quando eras pequeno e ias ao médico… - os
dois riram-se e Milicent percebeu que Marten tinha adormecido – acho
impressionante como é que ele adormece tão depressa!
- Muita sorte
temos nós! Não nos dá noites muito complicadas.
- É um anjinho
este menino!
- Que sejam
assim os próximos – os dois voltaram a olhar-se e Milicent parecia estar mais
apreensiva do que Marco – que foi?
- Já queres
pensar no próximo?
- Não…não é que
tenha pressa mas é algo que quero. Tu não?
- Claro que é –
passou a sua mão para o peito do namorado, sempre a olhá-lo – temos é de marcar
para uma altura que não haja euros nem mundiais! – os dois riram-se e depressa
chegaram a casa de Marlene – agora está este rapaz a dormir… - saiu do carro,
indo até à outra porta para conseguir tirar o filho da cadeirinha. Assim que o
teve nos seus braços, sentiu Marco a abraçá-la por trás – olha…o que é que me
queres pedir?
- Eu? Nada –
Marco depositou-lhe um beijo no pescoço – não posso dar miminho, é?
- Podes, podes…
- Posso
fazer-te uma proposta?
- Eu sabia! –
virou-se para Marco, vendo-o rir à gargalhada – não te rias! Eu conheço-te como
as palmas das minhas mãos, rapazinho!
- Eu sei –
aproximou-se rápido da namorada, roubando-lhe um beijo super rápido.
- Diz lá, vá.
Rápido antes que percas a oportunidade!
- Ainda não é
nada em concreto mas…o Marcel vai lançar uma marca de roupa – Milicent ficou
surpreendida com aquela afirmação de Marco – é eu também tive essa reação – os dois
acabaram por se rir – ele pediu-me para ser um dos modelos masculinos a usar a
roupa para a campanha…
- Oh…mas é
roupa mesmo? Ou roupa interior?
- Hum! – Marco
levou as suas mãos até ao rabo da namorada, puxando-a para junto dele – se
fosse roupa interior ias ter ciúmes?
- Claro! Eu
posso muito bem partilhar o meu homem com cartazes gigantes por Dortmund mas em
roupa interior o assunto muda de figura…
- Se fosse de
roupa interior eu não teria esta proposta para te fazer – Marco piscou-lhe o
olho – aceitas pensar, já que só em Julho é que ele vai avançar com tudo, em
seres a modelo feminina?
- Não! Eu?
Porquê eu? Vocês podem ir buscar modelos lindíssimas alemãs que fazem melhor
figura que eu – Milicent falava tão depressa que Marco a teve de calar com um
beijo super demorado e calmo.
- Sabes eu já
disse ao Marcel que eras tu… - disse Marco assim que interrompeu aquele beijo.
- Se eu não
tivesse as mãos ocupadas com este bebé, levavas já uma palmada! Isso não pode
ser assim…eu não sou modelo, eu não tenho qualquer tipo de à vontade nessas
coisas!
- E achas que
eu tenho?
- Mais do que
eu deves ter de certeza!
- Eu acho que
te irias safar muito bem! E, além do mais, vais estar comigo…
- Vou pensar no
teu caso!
- Mas pensa com
carinho… - levou as suas mãos ao pescoço da namorada, dando-lhe mais um beijo.
- Vais andar a
subornar-me com beijos e coisinhas queridas até que diga que sim, estou mesmo a
ver – os dois riram-se, acabando por ir até à porta de casa de Marlene.
Seria ali que
ela iria ficar durante os próximos dias, mesmo que Mario se fosse embora no
final daquele dia. Assim que entraram em casa de Marlene viram-na logo junto de
Erik.
- Olha outra
que fica petrificada a olhar para o filho… - disse Marco, fazendo com que
Marlene lhe atirasse logo uma almofada – eh lá que ela é violenta!
- Meteste-te
com ela é o que dá! – Milicent sentou-se no sofá, com Marten nos seus braços a
dormir, olhando para a amiga que estava no chão – ela está apaixonada, não há
nada que possamos fazer – Marlene olhou-a.
- Até parece
que vocês não são assim ainda hoje!
- São, são! –
interrompeu Mario – ontem, antes de irem dormir, ficaram a olhar para o Marten
os dois parados à porta do quarto de menino.
- Vês Marco
Reus? – Marlene olhou-o – eu sabia!
- Eu também
sempre soube que o teu namorado era um cusco de primeira – todos se riram e
Marlene voltou a fixar o seu olhar no filho.
- Os teus pais?
– perguntou Milicent, fotografando aquilo que tinha na sua frente.
- Assim que
chegaram foram buscar a minha avó para ela ver o Erik.
- Então…nós
podíamos ir até casa da minha avó, Marco – Milicent olhou-o – assim eles ficam
sozinhos durante um bocadinho!
- A tua
namorada às vezes pensa – tanto Milicent como Marlene olharam para Mario que se
riu – eu estou a brincar, caramba!
- Estás, estás
– Milicent levantou-se, indo até junto do namorado – nós depois voltamos,
queridos! – voltaram a sair de casa, fechando a porta – desculpa…mas eles,
provavelmente, precisam deste bocadinho para eles, não achas?
- Acho sim
senhora! – Marco passou o seu braço para cima dos ombros de Milicent – queres
que o leve?
- Não. Ele não
é assim tão pesado…e a casa da minha avó é já ali – desde pequenas que sempre
viveram assim. Perto uma da outra e todas estas mudanças tinham atingido
Milicent de uma forma que nem ela se tinha apercebido.
Fizeram o
percurso até à sua antiga casa, tocando à campainha assim que chegaram à porta.
Não demorou muito até que se abrisse, era Abelard. O avô.
- Vejam só quem
são eles! – logo aí, Milicent soube que já estava em falha com os avós há algum
tempo – entrem! – Abelard deu-lhes passagem e, antes de irem até à sala, os
dois o cumprimentaram – Jolandi! Temos visitas! – falou na direção da cozinha –
sentem-se! – os dois sentaram-se lado a lado, vendo o avô sentar-se à frente
deles – então?! Já cá não vinham há muito tempo!
- Pois não…e
temos de pedir desculpa por isso mas tem sido uma loucura os últimos tempos.
- Então e o
rapaz adormeceu? – perguntou, olhando para o bisneto.
- Desde que
saímos da maternidade para ir buscar a Marlene – respondeu Marco – o que ele
mais faz é dormir em viagens – os três riram-se e, nesse momento, Jolandi chega
à sala.
- Oh meus
queridos! – Marco levantou-se de imediato para cumprimentar Jolandi que, de
seguida, se sentou ao lado da neta – estava a ver que nunca mais nos visitavam!
- Avó,
desculpa… - Milicent encostou a sua cabeça no ombro da avó – com tudo o que se
tem passado…
- Já soube do
Loresn…como é que está a Camile?
- Acho que se
vai aguentando como pode…também lhe devia ir fazer uma visita.
- Fico muito
contente que tenham cá vindo – Jolandi passou um dos seus braços para as costas
da neta, levando a sua outra mão à face de Marten – está tão bonito o nosso
menino.
- Cada vez mais
parecido com a mãe! Então na teimosia… - atirou Marco, fazendo com que Milicent
o olhasse – não me olhes assim! A personalidade desse rapaz é a fotocópia da
tua!
- Já que nas
parecenças físicas foi buscar tudo ao pai – Jolandi riu-se e Milicent acabou
por se afastar da avó.
- Menos o
cabelo, sim? – todos se riram e Milicent viu logo o seu avô começar a falar com
Marco sobre o Borussia – avó, podemos falar?
- Claro,
querida, aconteceu alguma coisa?
- Não, não…vou
começar a ponderar todos os hospitais na área. Quero começar a trabalhar na
minha área lá para Agosto ou Setembro.
- Isso é tão
bom – Jolandi passou a sua mão pela cara da neta, beijando-lhe a testa de
seguida – e porquê só nessa altura?
- O Marten só
faz ano dentro de umas semanas e ainda queria aproveitar as férias do Marco com
ele. E, depois, também pensamos que o Marten poderia ir para o infantário em
Setembro também…
- Já? Ele ainda
é tão pequeno, Mi – Milicent olhou para o filho – eu entendo o que queres
fazer. Que queiras deixá-lo com alguém responsável, num sitio onde ele possa
conviver com meninos da idade dele. Mas, ambas sabemos, que os miminhos dos
avós são sempre melhores – Milicent riu-se olhando para a avó.
- O que é que
estás a sugerir?
- Que o vás
deixando connosco, com os teus pais e os do Marco. Tenho quase a certeza que
todos seriam de acordo com essa ideia.
- Tenho de
falar com o Marco…mas nós não queremos sobrecarregar ninguém. Não parece justo
para nós que fiquem com ele.
- Esta conversa
que estás a ter comigo só a precisas de ter com todos. E ver o que te dizem. Já
sabes a minha opinião.
- Obrigada… -
Milicent sorriu – outra coisa. De todas as opções que tenho em Dortmund, no que
diz respeito à pediatria, qual é a melhor?
- Hum. Por
experiência própria o hospital central tem a melhor ala de pediatria do país! –
Jolandi não tinha sido apenas médica em Dortmund. Antes de se fixar nesta
cidade, andou por Berlim, Estugarda e Munique – mas também tens o centro
pediátrico que é muito bom. Ambas são ótimas opções e, se precisares de ajuda,
eu posso fazer uns contatos.
- Não… - disse
muito prontamente – eu quero fazer as coisas à minha maneira, avó. Pelo meu
currículo e não pelos contatos.
- Eu já sabia
que ias dizer isso – Jolandi sorriu, voltando a beijar a testa da neta – vou
fazer um lanchinho! – Milicent não poderia contrariar a avó. Ela iria insistir
e levar a ideia dela em diante.
Aproveitou que
Marten ainda dormia e Marco ainda falava com o avô para publicar a fotografia que
tinha tirado há pouco a Marlene e Erik.
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A mãe e bebé mais espetaculares do
mundo!
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Olá meninas!
Eu sei, eu sei. Já há algum tempo que não trazia capítulos. Seja nesta fic, ou nas outras que tenho. Mas, se querem que vos diga, tem sido complicado arranjar inspiração para pegar nestas histórias. Este capítulo já é um dos que tinha de reserva e, por isso, é que está aqui. Espero que seja apenas uma fase, até porque quero terminar com a Veo Que Te Debo Tanto y Lo Siento este ano.
Espero pelos vossos comentários!
Beijinhos,
Ana Patrícia.