Milicent e
Marco permaneciam no carro, ela com o seu corpo voltado para o de Marco e ele
com o seu virado para ela. Milicent tinha a cabeça encostada ao banco do
carro…esperando a tal proposta e o tal pacto que Marco tinha para lhe fazer.
- Eu menti-te.
- Mentiste? – Milicent não estava, de todo, à espera daquilo.
- Menti…eu não disse nada à Carolin.
- Ai…ainda bem, Marco.
- Ainda bem?
- Sim…ela não merecia isso.
- Como é que podes ser assim?
- Assim como Marco? Preocupada? A
tentar não estragar a vida a uma pessoa? Eu só acho que…embora eu goste imenso
de ti e queira mesmo que fosses só meu, eu não quero acabar com o que existe
entre vocês. Tu podes pensar que não é nada…mas é. Ela ama-te, Marco.
- Eu não sei se a amo, Mili…esse é que
é o problema.
- Tens de passar mais tempo com ela.
Agora estás de férias…é a altura perfeita para perceberes isso.
- Não…se isso acontecesse, não ia
existir proposta.
- A que me tinhas para fazer? – Milicent puxou as mangas do seu casaco um pouco mais
para baixo. Estava com frio, mesmo que a temperatura no carro fosse agradável.
O frio de Milicent devia-se aos nervos…estava nervosa por causa da conversa e
isso dava-lhe frio.
- Sim…essa mesmo. Estás com frio? – Marco colocou as suas mãos em cima das de Milicent,
que estavam uma entrelaçada na outra.
- É dos nervos…
- Estás nervosa?
- Disto…desta conversa.
- Mili… - Marco aproximou-se um pouco mais de Mili, aquilo que
era possível visto estarem no carro, e deu-lhe um pequeno beijo na testa –
Não tens de estar nervosa…não há razões para isso.
- Há sim Marco…
- Porque, minha tonta?
- Porque…eu tenho medo de te perder de
vez.
- Não tenhas…eu vou ser teu. Nem que
seja durante horas.
- Marco, nós não podemos. Essas horas vão
começar a não ser suficientes, vai começar a doer quando fores embora. E depois
vamos querer mais e mais horas e não podemos porque tens de estar com ela…e eu
estou aqui.
- E eu não estou aqui também? – Milicent deixou que um pequeno sorriso se formasse
nos seus lábios. Porque com Marco…aquela sensação de protecção estava lá,
aquela sensação de estar bem, de estar feliz – vamos falar de coisas sérias.
- Até agora estivemos a brincar?
- Mais ou menos…
- Oh…não é mais ou menos não. Aqui
ninguém brincou Marco.
- Eu sei disso…mas queres o que
primeiro? Pacto ou proposta?
- A proposta…
- Ora bem…como sabes, não tenho
lua-de-mel. A Carolin não pode sair do país e não vamos para lado nenhum.
- Sim…
- Bom, e ela durante o próximo mês vai
para Munique por causa desses problemas que a prendem na Alemanha.
- Mas ela…tem algo assim problemas tão
graves por aqui?
- Se aceitares a minha proposta, eu
conto-te.
- Isso é chantagem Marco.
- Eu não te estou a ameaçar.
- Mas eu quero saber…
- Isso já não é nada comigo.
- Vá, diz lá essa proposta.
- Este mês somos só nós. Aqui. Em
Berlim – Milicent olhava para Marco sem
saber ao certo o que pensar. “Sermos só
nós? Aqui? Em Berlim? Mas…como raio queres fazer isso?”
- Marco…isso não pode ser…os meus
pais…as outras pessoas.
- Posso explicar?
- Podes.
- Eu ficava por cá, um hotel chega-me. E
fazíamos a nossa vida…passávamos o tempo que quiséssemos juntos, as noites que
quiséssemos juntos…éramos só nós como nos últimos dias.
- Isso…significava que te ia ter para
mim quando quisesse?
- Se significasse que eu também te
tinha para mim quando quisesse, sim…significava – Marco deixou as suas mãos deslizarem até às pernas
de Milicent, que seguiu a trajectória que ele fazia com os seus olhos.
- Mas…
- Que é que vais inventar para aí?
- Nada…mas e as outras pessoas? A tua
família…o que é que lhes dizes a eles?
- Que vou de férias…que vou descansar –
por um lado a ideia agradava a
Milicent…puder ver Marco todos os dias era algo que lhe agradava. Mas, por
outro lado, existiam aquelas dúvidas, o medo de que algo corresse mal.
- Tenho medo, Marco.
- Medo porque?
- E se as coisas se complicam?
- Como é que podem complicar? Se
quiseres estar comigo estamos juntos…se não, não.
- Mas…não é isso.
- Então é o que?
- Não sei…
- Mas não queres?
- Quero…acho que é esse o problema – o medo de Milicent prendia-se, também, com a
possibilidade de ela se habituar a estar com ele. Por mais que quisesse estar
com Marco…havia o medo.
- Queres que me vá embora, é isso?
- Não! – Milicent colocou as suas mãos nas de Marco,
olhando-as – Só…tenho medo – olhou para Marco que lhe sorriu.
- Não tenhas. Venho para cá, ou não?
- Vem…?
- Tens de dormir em casa?
- Hã?
- Teu Marco está cá, minha Milicent
aqui está…é de noite, podíamos dormir juntos hoje.
- Parece-me que pode ser.
- E vamos já?
- Sim, por mim sim.
- Já conheces alguma coisa da cidade?
- Pouco…mas há um hotel perto daqui.
- Isso agrada-me – Marco e Milicent sentaram-se como deve ser nos
bancos do carro, já que ele ligou o motor do mesmo.
Depois de colocar
o cinto de segurança, Milicent olhou para Marco e, depois de passar alguns
(bastantes) segundos a olhar para ele, Marco acabou por se meter com ela.
- Tinhas saudades do teu loirinho, não
tinhas? – Milicent, se não estivesse tão
enamorada por Marco, teria respondido algo do tipo “É isso e o centro do mundo ser no teu umbigo!”. Mas não..,apenas
se limitou a acenar que sim com a cabeça, a encostá-la no banco e começar a
mexer na cabeça de Marco – Aqui o loirinho também tinha saudades da sua
morenaça.
- A tua cabeça é tão redondinha – a rapariga mexia na parte da nuca de Marco, a parte
que tinha menos cabelo. Milicent sentia-se atraída pela cabeça de Marco o que,
para muitos, poderia parecer estranho.
- Deves ser a única que mexe nela…só
mesmo a minha mãe é que tem a mania de mexer sempre.
- É tão redonda e fofa, Marco!
- Olha…pronto, apaixonaste-te pela
minha cabeça?
- Se fosse só pela cabeça… - Marco olhou de relance para Milicent sorrindo-lhe.
Enquanto que ela continuava a mexer na cabeça de Marco, ele colocou a sua mão
direita em cima da perna dela.
Estavam, pela
primeira vez em dias, frente a frente fechados no elevador. Milicent estava
encostada de um lado, agarrada à barra de ferro, enquanto que Marco estava
parado no meio do elevador a olhar para ela. Faltavam, ainda, 4 pisos para
chegarem ao 8º andar do hotel, o andar onde ficava o quarto.
Milicent
olhava para Marco como que esperando algo da parte dele…e Marco sabia
perfeitamente que teria de a tocar, que tinha de a beijar, que tinha de a sentir
nas suas mãos. Marco aproximou-se de Milicent colocando as suas mãos na cintura
dela, levantando a roupa que ela trazia vestida, assim tinha a sua pele em
contacto com a dela. Milicent sentiu o seu corpo a vacilar, as suas pernas
pareciam ter ficado fracas, de um momento para o outro, o seu coração disparou.
Disparou porque aquele toque, aquela proximidade, aquela pele de Marco a fazia
ficar acelerada.
Marco
encostou a sua testa à de Milicent, que rodeou a cintura dele com os seus
braços.
- Odeio-te tanto, Marco – Milicent olhava-o nos olhos e viu que o tinha
apanhado desprevenido.
- Ai sim? Dessa não estava eu à espera…
- Não…eu não te consigo odiar. É
impossível pensar em odiar-te…fazes-me tão feliz, fazes-me sentir bem comigo
mesma, apesar de tudo… - Milicent
sentia um pouco a vergonha a apoderar-se dela, mas teria de dizer o que sente
por Marco cara-a-cara – eu sou a outra, sou quem passa menos tempo
contigo…mas quando estamos assim, eu sinto-me tão perto de ti, sinto como se te
conhecesse o suficientemente bem para saber que estamos os dois em sintonia.
Tanto um como
o outro, sabiam perfeitamente que entre os dois as coisas era muito mais que
noites apaixonantes, ou momentos de loucura…porque ambos sabem que podem ficar
simplesmente a dormir nos braços um do outro sem que queiram levar as coisas
por outros caminhos.
- Sinto-me melhor aqui do que em minha
casa. Acho que te chega para perceberes a falta que me tens feito.
- Isto é mais do que noites de loucura,
não é?
- É…
- Como é que pode ser?
- Eu não sei Mili – Marco juntou ainda mais o seu corpo ao dela, subindo
as suas mãos até à zona das costelas.
- Daqui a nada fico despida em pleno
elevador… - Milicent falava com Marco com os
seus lábios quase colados aos dele. Conseguia sentir a respiração quente dele
no seu nariz, sentia que os olhos dele estava colados nela…e ao olhar para ele
percebeu que Marco sorria. Os lábios formavam um sorriso perfeito, os seus
olhos tinham um brilho diferente. Marco estava visivelmente feliz. E Milicent
só conseguia ficar ainda mais feliz.
- A tua sorte é que estamos quase a
chegar ao 8º andar… - dito isto, o
elevador parou e Marco soltou Milicent. Os dois sorriram e saíram do elevador,
encaminhando-se para o quarto que lhes estava destinado.
- Ainda não me deste um beijo… - disse Milicent ao chegarem à porta do quarto.
- Nem vai ser agora. Esqueci-me da mala
no carro, vai entrando.
- Que mala?
- Com roupa…
- Tu já vinhas preparado para ficar?
- Já – Marco piscou-lhe o olho e começou a correr para
apanhar o elevador que agora iria descer. Milicent ficou a olhar para ele, até
ter entrado no elevador e só depois entrou no quarto.
Achou o
quarto acolhedor. Nada daqueles quartos enormes, com mais do que uma divisão.
Era um quarto acolhedor, quase que se sentia em casa. A verdade era que: o
cansaço era tanto que de ver só a cama lhe dava vontade de deitar. E nem pensou
duas vezes.
Descalçou-se,
retirou as calças que trazia vestidas, o casaco e o soutien, deixando-os em
cima do cadeirão. A camisola que trazia vestida era quente e dormir acompanhada
diminuía o frio. Mesmo estando temperaturas de verão de dia, as noites são
frias.
Milicent
abriu a cama e deitou-se. Esperando a chegada de Marco, que não demorou muito.
Depois de ter tirado a mala do porta bagagens, voltou ao quarto onde já
encontrou Milicent deitada, super aninhada nela mesma. Marco pensava que ela
estava a dormir, não se mexia e a respiração estava demasiado pesada.
Depois de,
também ele se ter despido e apenas ter ficado em boxers, foi deitar-se do outro
lado da cama. Meteu-se dentro dos lençóis, colocando uma das suas mãos na
nádega de Milicent, puxando-a para si. Deu um beijo na testa de Milicent e
preparou-se para adormecer também.
- Demoras-te… - Milicent colocou a sua mão direita na barriga de
Marco, colando os seus lábios no peito dele.
- Pensava que já estavas a dormir – Marco subiu a sua mão até às costas de Milicent,
fazendo pequenos círculos no centro das mesmas.
- E só tinha o meu beijo de manhã? – Milicent olhou para Marco, sorrindo. Ele retribuiu-lhe
um sorriso que a começava a desnortear. Nada disse…apenas fez aquilo que já
tinha vontade de fazer à algum tempo. Beijou-a.
A mão que
antes estava nas costas de Milicent, agora pairava sobre o pescoço dela. Nenhum
deles tinha pressa de separarem os lábios um do outro, não tinham pressa de o
tornar em algo mais. Havia desejo, paixão e saudade. Isso eles sabiam que
existia: uma saudade de estarem assim, nos braços um do outro.
Milicent
passou para cima de Marco e separou os seus lábios dos dele. Levantou o seu
tronco, ficando sentada em cima de Marco, e pegou nas mãos dele levando-as para
as suas coxas.
- Conta-me lá os problemas da Carolin.
- A sério?
- O que?
- Tu queres falar dela, em vez
de…hum…tu sabes! – Marco
percorreu as coxas de Milicent com as suas mãos, tentando puxá-la para si.
- Quero.
- Oh Jesus…
- Oh Marco – Milicent começou a dar-lhe beijos no tronco –
Marquinho…estás assim tão necessitado?
- De ti, até que estou… - Marco tentou puxar Milicent para junto dele, mas a
rapariga percebeu isso e voltou à sua posição anterior.
- Só me convidas-te para dormir, que eu
me lembre!
- Milicent…Mili… - Marco voltou a colocar as suas mãos nas coxas de
Milicent, levantando o seu tronco de forma a ficar com os seus lábios bem junto
aos de Milicent – Vais resistir? – Marco percorreu as costas de Milicent
com as suas mãos, ao mesmo tempo que lhe beijava o pescoço.
- Vou…vou mesmo Marco – Milicent afastou um pouco o seu tronco, para
conseguir olhar Marco – A tua Milicent hoje está cansada…andou o dia todo de
um lado para o outro. Temos um pequeno-almoço que pode muito bem servir para
outras coisas.
- Sendo assim…falemos então – Marco colocou o cabelo de Milicent para trás,
dando-lhe mais um beijo no pescoço e outro nos lábios. Permaneceram os dois sentados,
Milicent em cima das pernas de Marco e ele a agarrar-lhe as coxas.
- Obrigada.
- Oh…nada disso. Tenho saudades tuas,
de estar contigo em todos os sentidos…mas uma noite de conversa e dormir
contigo, já é o suficiente para mim – Milicent
sorriu para Marco, colocando as suas mãos na cara dele e deu-lhe um beijo super
demorado nos lábios. Quando quebrou o beijo, deixou as suas mãos na cintura de
Marco e apenas o olhava – vamos, então, falar de dois temas importantes – Marco
parecia entusiasmado por ir falar com Milicent…ele queria conhece-la em todos
os sentidos, queria saber o máximo de coisas sobre ela e teria a hipótese de
fazer algumas perguntas esta noite.
Recostou-se
na cama entrelaçando as suas mãos nas de Milicent.
- Dois temas? – Perguntou Milicent curiosa.
- Sim…tu queres saber da Carolin e eu
quero saber de ti.
- De mim?
- Sim…mas primeiro vou explicar-te as
coisas da Carolin que demora menos tempo.
- Força.
- Bom…eu conheço a Carolin à quase
quatro anos. Namoramos à dois e casámos à pouco como sabes. Mas a Carolin tem
aí uns problemas com a justiça.
- Problemas com a justiça…do tipo com a
polícia? – Milicent estava super
baralhada…afinal Marco estava a dizer-lhe que a mulher com quem ele tinha
casado…pode estar envolvida em esquemas ou outras coisas quem envolvem a
justiça?
- Sim…a Carolin à cerca de dois meses
esteve em Munique e teve uns problemas graves por lá. Eu ainda não entendi
porque é que ela o fez…afinal ela tem dinheiro suficiente e podia ter comprado
aquilo que roubou.
- Ela roubou?
- Sim…roubou uma pulseira ou um colar,
acho que era um colar, numa ourivesaria…muito cara. E depois foi presa, mas
disse umas coisas aos polícias e isso agravou as coisas.
- Bem…eu meti-me com o homem errado
mesmo!
- Hã?
- Avança que eu explico depois.
- Pronto…como tínhamos o casamento, eu
paguei a fiança e ela saiu em liberdade. Mas ficou agendado uma audiência para
depois de amanhã para ver o que fazer com ela. Mas eu principio vai ter de
ficar a fazer serviço comunitário na prisão.
- E…porque é que tu não vais com ela?
Ela vai precisar de ti, Marco! – Milicent
largou as mãos de Marco…aquele sentimento de culpa voltava a surgir.
- Porque não posso – Marco levantou o seu tronco, ficando olhos nos olhos
com Milicent – não me deixam envolver no caso por estar casado com ela. E
quando ela entrar na polícia não pode ter contacto com o exterior.
- Mesmo assim…um olhar bastava-lhe.
- Ela terá…os da família dela. Mas eu
não posso mesmo, Mili…seria desrespeitar o que os polícias disseram e podia ser
pior.
- Tens a certeza que é mesmo isso
Marco? Não estás apenas a dizer só para ficares…aqui? – Marco entendia o porque daquela pergunta…Milicent
não queria ficar com um peso na consciência (ainda maior) por afastar Marco da
sua mulher.
- Confia em mim…é o que se está mesmo a
passar. Se eu pudesse eu estava com ela no dia do julgamento…mas não posso – Marco voltou a pegar nas mãos de Milicent,
colocando-as no seu peito – o que está aqui dentro, neste momento só
consegue bater por ti…fazes-me sentir vivo e sem medos. Desistir nunca foi para
mim, mas agora…agora sinto que nunca vou desistir de nada na vida. Eu não vou
desistir de ti, de nós. Eu estou casado, eu estou casado com ela…mas eu só
consigo sorrir contigo e ele só bate assim por ti.
- Não estarás…a ser demasiado
precipitado ao dizer isso?
- Não. É o que eu sinto, é o que tu me
fazes. Pelas aparências eu tinha de estar com ela, sempre do lado dela. Mas eu
não quero…se me dessem a escolher entre uma hora contigo e uma semana com ela,
eu escolhia a hora contigo sem pensar.
- Porque só…há sexo.
- Não, não! – Marco sabia que aquilo podia estar na cabeça de
Milicent…inicialmente também estava na dele “Pode
ser e apenas será sexo”. Mas era muito mais do que isso, é uma ligação mais
que sexual, mais que carnal – Não é só sexo! Não é nada disso…
- Mas era o que tu querias…se eu não
quisesse falar da Carolin…tu querias sexo – o tom
de voz de Milicent subira ligeiramente…aquilo tinha mexido com ela, essa era a
verdade.
- Porque é que estás a ser assim? – a voz de Marco estava, também ela, mais alta do que
o normal…mas estavam os dois demasiado próximos um do outro para começarem a
discutir. Tinham quase os lábios colados um no outro, à medida que falavam
sentiam a respiração um do outro na cara.
- Porque sou mulher e tenho essas
duvidas…porque apesar de saber que posso estar a ser usada, eu quero ser usada!
Eu nunca me senti assim! Nunca senti que precisasse de ser a amante para me
sentir desejada, por me sentir acarinhada. Tu dás-me tanto e eu sei que significo
tão pouco para ti! – Milicent
falava o que lhe ia na alma…era preciso dizer tudo o que tinha para dizer a
Marco.
- Aí é que tu estás completamente
enganada! – Marco colocou as suas mãos no
pescoço de Milicent, com alguma brusquidão. Rapidamente se apercebeu que o
tinha feito e limitou-se a fazer menos força e a colar a sua testa na dela –
Tu significas mais para mim do que qualquer outra mulher significa ou
significou. Tu és mais do que sexo, és mais do que loucura…começas a ser a
razão dos meus sorrisos, a razão dos meus suspiros…eu começo a achar que eu, eu
é que significo pouco para ti – o que tinha começado numa conversa banal
sobre Carolin, estava a tornar-se uma discussão entre os dois. Mas super
diferente de uma discussão normal. Eles tocavam-se, quando falavam os lábios
tocavam uns nos outros. Eles discutiam…falavam mais alto que o normal, expunham
os sentimentos, mas faziam-no de uma forma completamente estranha.
- Nós estamos a discutir, mas eu só
penso em te beijar, eu só te consigo tocar…explica-me como é que podes duvidar
do que sinto por ti?
- Da mesma maneira como tu duvidas do
que eu sinto por ti.
- É por isto que eu começo a não saber
o que sinto…eu pensava que já tinha amado alguém…mas cada momento contigo me
faz perceber que não…que eu só agora estou a descobrir o que é amar alguém. Com
pequenos gestos. Eu não te amo…mas amo a pessoa que és…e aquilo que me dás.
- Então responde-me: achas que é só
sexo?
Milicent
sabia a resposta àquela pergunta…mas ela tinha dúvidas, tinha de as expor. E foi
melhor faze-lo assim, do momento.
- Não.
- Então porque é que começamos a
discutir?
- Porque tenho duvidas…porque sou nova
e estou a lidar com coisas que nunca antes tinha lidado.
- Então…eu só quero que sejas sempre
assim. Directa e pergunta sempre as coisas…não fiques a pensar.
- Desculpa…
- Desculpa eu…não queria que pensasses
que és só mais uma…eu já te disse, mas volto a dizer, tive três namoradas mas
quero que sejas a minha quarta e última.
Milicent nada conseguiu
dizer…apenas colou os seus lábios aos de Marco e os dois envolveram-se num
beijo carregado de paixão.
Marco acabou
por quebrar o beijo e se deitar, mesmo com Milicent sentada em cima dele.
- Querias falar de mim?
- Sim…anda aí uma coisa a baralhar-me.
- Em mim?
- Sim.
- Bem…o que é que eu baralhei aí dentro
dessa cabeça?
- Na verdade, tudo…
Milicent não conseguiu
responder…aquilo tinha-a feito derreter por dentro. A forma como Marco dizia as
coisas, com tanta espontaneidade, fazia com que ela fosse apanhada várias vezes
de surpresa. Milicent aproveitou para se deitar em cima de Marco e beijar-lhe o
peito.
- Baralhas aqui o sistema todo da tua
Mili…
- Desculpa lá…mas tu fazes o mesmo.
- Oh… - Milicent saiu de cima de Marco, ficando sentada do
lado da cama que lhe pertencia a olhar para ele – mas vá, diz lá o que é que
te baralhou.
- Bem…eu conheci os teus avós e eles
são loiros, mesmo loiros. E tu és aí toda morenaça, sem qualquer semelhança,
nesse aspecto, com eles…
- Então foi o moreno que te baralhou… -
Milicent riu ao lembrar de algumas
das vezes em que já teve de explicar o porque de ser morena – bom, tu
estiveste com os meus avós paternos. Todo o lado do meu pai, todos os Werner
são loiros. Mas o lado da minha mãe é completamente diferente. A minha avó
materna é loira, mas o meu avô era moreno e angolano.
- Então a tua mãe é uma mistura…
- Sim. A minha mãe é super morena,
também, e super clara de pele. Eu saí assim…morena de cabelo e quando apanho
sol fico logo mais escura.
- Então tu tens acesso a duas culturas
diferentes…
- Mais ou menos. O meu avô morreu
quando eu era muito pequena…e a minha avó não é angolana, é mesmo alemã. Por
isso conheço mais do alemão do que desse lado do meu avô.
- Lamento isso…
- Não tem mal. Eu não me lembro dele…eu
era mesmo pequena, tinha dois anos ou qualquer coisa assim.
- Hum…mas anda cá – Marco puxou Milicent para junto dele – sejamos
muito honestos…a mistura dos teus avós, passando os genes para a tua mãe, que
os juntou com os do teu pai…deu a morenaça mais linda que eu alguma vez
conheci.
- Exagerado.
- Realista.
- Oh…obrigada, sim? É um grande elogio,
vindo do loirinho mais lindo desta Alemanha, cheia de loirinhos - Milicent deu um beijo a Marco, pousando a sua cabeça
no peito de Marco.
Milicent
estava completamente cansada e não demorou muito até adormecer, no peito de
Marco. A ouvir o batimento do coração daquele que começa a ser o homem que a
faz mais feliz.
Estava uma manha de sol magnífica. Marco
acordou, mas ao ver Milicent a dormir tão calmamente, tão serena e bonita, que
nem teve coragem de a acordar. Deu-lhe apenas um beijo na testa e levantou-se
da cama, saiu do quarto indo até à varada. Deitou-se no grande sofá, mais
parecido a uma cama, que se encontrava na varanda e ficou apenas a observar a
paisagem de Berlim. Podiam ser só prédios, mas era bonita.
Passaram-se
cinco minutos desde que Marco se tinha levantado, foram precisos esses cinco
minutos para Milicent dar pela falta dele. Abriu os olhos, a luz do sol
batia-lhe na cara mas uma sensação de bem estar e de conforto estavam nela.
Espreguiçou-se
e conseguiu ver Marco através da porta de vidro que separava o quarto da
varanda. Ficou ainda alguns segundos a olhar para ele e só depois se levantou.
As pernas pareciam fraquejar e estava super mole, mas lá conseguiu chegar junto
de Marco.
- Bom dia… - Milicent sentou-se ao lado de Marco, roubando-lhe um
beijo.
- Bom dia, minha morenaça linda.
- Ai…dormi tão bem – Milicent rodeou o pescoço de Marco com os seus
braços e roçou o seu nariz no dele.
- Dormiste tu e eu…e acordar e ter-te
assim, aqui a dar beijinhos a mim.
- Todos os que quiseres, meu pequeno.
- Tu é que és minha pequena, sim?
- Oh… - Milicent apenas não argumentou e envolveram-se numa
demorada troca de beijos.
- O que é que a minha princesa quer
para o pequeno-almoço? – Marco quebrou
o beijo, porque a ele lhe dava a fome.
- Qualquer coisa… - Milicent afastou-se encostando-se nas costas do
sofá.
Marco pegou no telefone do
quarto e fez os pedidos do pequeno-almoço. Enquanto que Milicent pegou no seu
telemóvel e partilhou mais uma fotografia (desta vez no seu perfil de
Instagram) que tinha tirado com o seu Marco. Ninguém saberia que era ele, nem
que eles estavam juntos…mas ela sabia e adorava aquelas fotografias deles.Dizer bom dia é pouco. Começar o dia com ele é um óptimo dia! |
- Mili… - Marco já não falava ao telefone e olhava agora para
ela.
- Diz?
- Há uma coisa que tenho de te pedir.
- É por causa das fotos? Ninguém
percebe que és tu…
- Não, não. Nada disso – Marco percorreu com a sua mão, a perna de Milicent.
- Então?
- Está relacionado com o pacto…e a
noite de ontem.
- Começo a ficar com medo.
- Eu teria…
Buenas noches!
ResponderEliminarEpa eu gosto destes dois! E sei que é repetitivo mas é a verdade! Gosto de casais diferentes quase estranhos! E eles para além disso são fofos!
E não sei bem porque mas fiquei com a sensação que a Carolin não é assim tãoooo boa pessoa (e eu que pensava que ela já era uma carta fora do baralho, mas não...o menino Marco mentiu sobre isso)
Eu já espero o próximo!
Ana Santos
Olá!!
ResponderEliminarAmei, amei, ameiiii!!
Eles não conseguem parar de ser fofos e queridos um com o outro pois não?
Claro que não! E ainda bem!
Opa as conversas deles fazem-me derreter e sorrir...eles são super queridos um com o outro!! E vê-se a léguas que gostam muito um do outro!
Um mês só os dois em Berlim será muito bom!!!
Depois veio a conversa séria....não esperava aquela revelação sobre a Carolin! E tava a ver que o casalinho ia ter uma discussão feia mas não. Apesar das dúvidas dá para percever que gostam um do outro. E o Marco quer que a Mili seja a quarta e a ultima *_*
Depois o acordar delesfoi lindo...até à parte da foto....depois ceio o telefonema que estragou tudo! Que vem ai?? Ai já tou com medo também!
Próximooooo!!
Beijinhos,
Sofia.
Olá. Não preciso de dizer que adoro a tua fic e também adoro estes dois que tão depressa sabem o que querem, como tão depressa não sabem (porque isso tu sabes ;) ).
ResponderEliminarEspero que aproveitem muito bem o mês que o Marco estará em Berlim e quando digo muito bem é porque tem que ser ;).
Adorei a foto que a Mili tirou...mas aquele telefonema...hum!...espero que não seja nada de grave :/.
Espero pelo próximo sff bjs
Olá
ResponderEliminarAmeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Beijinhos
Catarina
Olá , olá ,olá ou é melhor dizer hallo ou hi ( o google tradutor nao ajuda)
ResponderEliminarCá está o espírito santo ( Marco e Mili) , os santos lá da zona.
Isto consegue ser tão perfeito. Cada palavra escrita é perfeita, realmente não sei como consegues tanta perfeição.
Eles são tão hot pá , aquilo em qualquer lado que seja lado dá para uns movimentos sexys.
Ah :o Ladra, não gosto dela! É ladra! Ele não devia ter casado com uma ladra ! A Mili devia ter entrado na igreja e ter dito não em alemão.
E ali a proposta sexy de um mês só a dois e na brincadeira, ai não que ela não aceitava não!
Mais uma vex urhdwsqii9 eg2wqolaksiuweyr tftgyhuioiuy6trewsa poiutrtrewaqsxdcfgvhnjkl oiuytrdfvgbhjkl [traduzindo] Amqi isto, está lindo, perfeito , maravilhoso, muito melhor que um bolo de chocolate.
Quero o próximo, quero quero , isto é um vicio.
Beijinhosss , *Rita