- Não, não, não, não – Milicent acabou por cair na realidade.
Voltou a colocar os pés no chão e afastou-se de Marco. Ambos sabiam
que aquilo que estava a acontecer entre os dois era inexplicável.
Era difícil, para eles, explicarem o que estavam a sentir um pelo
outro, o que estavam a desejar um do outro.
Milicent encostou-se à porta da casa da piscina. Deixou a sua testa
encostada à porta respirando fundo vezes sem conta. Ela precisava de
se acalmar...aquele beijo, só aquele beijo, tinha-a deixado fora de
si. Marco percebia que a rapariga estava insegura...ele também
estava. Queria estar com ela, queria que não existisse um casamento
amanhã. Mas há...e vai acontecer.
Ele chegou perto dela, afastou-lhe o cabelo que estava junto do seu
pescoço e beijou-o. Por mais que soubesse que as coisas entre os
dois não seriam as que ele queria...estava disposto a ter momentos
com Milicent.
- Pára...não pode ser Marco.
- Mas porque?
- Porque não dá. Consegues entender isso?
- Não. Porque para mim poderia dar.
- Mas não pode! Casas amanhã!
- E...não conseguias encontrar-te comigo mesmo que fosse um homem
casado? - Milicent não queria acreditar que estava a ter esta
conversa, a ouvir tudo o que o Marco lhe estava a dizer.
Milicent virou-se para Marco...estava melhor se olhasse nos olhos
dele. Sempre conseguiu olhar nos olhos das pessoas e perceber o tipo
de sentimento que lá estão. Mas nele...não entendia nada. Os olhos
de Marco, por si só, faziam Milicent tremer e perder completamente o
raciocínio.
- É melhor eu ir andando – a jovem queria sair dali...queria que o
seu coração deixasse de bater ansiando por mais um beijo, por mais
um toque, por mais olhares. Ficar ali mais tempo significaria ficar
mais presa a Marco.
- Não vás...responde-me à pergunta que te fiz.
- Nunca pensei, ao longo da minha vida, chegar ao dia em que me iriam
perguntar se era capaz de ser amante de alguém.
- Eu não te estou a perguntar isso...
- Ai não? Olha...então faz a pergunta de outra maneira porque foi
isso que eu percebi.
- Eu vou casar amanhã – Milicent sabia que aquilo era a verdade,
mas ouvi-lo assim, em voz alta e da boca de Marco, parecia um murro
no estômago, uma chapada sem mão – não sei o que é amar. É uma
palavra demasiado perfeita para se saber o significado. Eu não amo a
Carolin...estou apaixonado por ela, tenho um carinho enorme por
ela...mas não a amo. Só devo saber o significado dessa palavra
quando chegar ao dia em que...tiver a noção de que amo alguém. Tu
dás-me pica. Dás-me vontade de estar contigo, de esquecer que o dia
de amanhã existe e fico a pensar no dia de hoje. Eu quero estar
contigo...enquanto tu o permitires. Eras capaz disso? É só isso que
te pergunto: se eras capaz de fazer parte da minha vida...mesmo
existindo uma Carolin Reus?
Milicent...sabia que teria de explicar algumas coisas da sua vida a
Marco. Não poderia, simplesmente, responder àquela pergunta sem lhe
explicar o que a leva a responder da maneira que quer responder.
- Sinceramente...achava, e continuo a achar, que há uma coisa que
acabará por existir entre nós: sexo. Sinto-o quando me tocas,
quando me olhas, quando nos...beijámos. Os relacionamentos que
tive...foram complicados. É estranho, para mim, envolver-me com
rapazes. As coisas não me saem bem, não sei como agir com
eles...deves estar a pensar “como?”. Eu não sei mas ontem na
discoteca tu...surpreendeste-me, mexes-te comigo, com a minha cabeça,
com os meus sentimentos. Estou baralhada, estou confusa, mas
quero-te! Quero-te como nunca quis um rapaz, como nunca quis um
homem. Não me via metida no meio de uma cena destas...vais casar,
vais estar comprometido, mas eu quero-te comigo!
- Eu posso...não casar. Eu tenho dúvidas...
- Não. Tu não as tens. Tu pensas que tens mas as dúvidas não
existem. E...a ideia de ser tua amante agrada-me... - Milicent
percebia que aquilo que estava a dizer era mau demais – ai
não...não me agrada, é horrível, ai não!
Marco calou-a com um beijo, eles precisavam daquele beijo, daquela
entrega, daquele desejo, daquela união. O desejo que tinham um pelo
outro aumentava, aumentava a um ritmo que nenhum saberia explicar.
Beijavam-se, as suas línguas passaram a movimentar-se em sintonia,
as mãos percorriam o corpo um do outro e existia violência. São
violentos, são desejosos um do outro...mas sem se magoarem, sem se
atingirem a nível físico.
- Eu queria ter mais tempo aqui contigo... - Marco acabou por
interromper o beijo, era só um beijo mas ambos estavam ofegantes.
- Está na hora de ir embora, é isso?
- Não...não é isso...mas estás a mexer comigo e para fazermos
alguma coisa iria demorar muito tempo.
- Não sabes ser rápido? - Milicent sabia ao que Marco se estava a
referir...porque ela também queria. Ela queria começar a insistir
que as coisas iriam avançar. Que ela ia ser amante dele...durante
pouco tempo, mas iria.
- Sei...mas para primeira vez as coisas têm de ser bem feitas.
- Então não sabes ser rápido, eficaz...e bom.
- Ai...sei! Mas não quero que seja rápido, entendes?
- Acho que sim...
- Esta casa não é minha...
- Não? - antes que Marco conseguisse terminar o seu raciocínio,
Milicent já o estava a interromper devido ao que tinha acabado de
ouvir. Aquela não era a casa de Marco? Então o que é que estava
ali?
- Não. Esta casa é da Carolin, eu é que me mudei para aqui.
- E trouxeste-me para aqui? Juro-te...isto é absolutamente horrível!
- Mas não é por isso que me largaste, por isso caluda! - Marco
beijou a rapariga...mas acabou por quebrá-lo cedo demais, para
Milicent. Ela pensava que aquele beijo ia ser mais longo, mas não o
foi... - querias mais, não era?
Milicent mordeu o seu lábio inferior. Aquele desejo aumentava,
Marco mexia com o mais íntimo do seu íntimo. Marco mexia com ela só
com o facto de respirar, só com o facto de cheirar bem.
- Vamos mesmo ter de parar...vou levar-te onde quiseres mas temos de
ir porque daqui a nada ela deve estar a chegar e deve vir stressada
por causa de amanhã.
- Claro.
- Uma coisa: eu ainda mantenho a minha casa de solteiro...passas a
noite comigo?
- Hoje?
- Sim...acho que amanhã é impossível de passar a noite contigo, mas
hoje...hoje podes ser a minha verdadeira despedida de solteiro.
- Tu metes as coisas nesses termos e o que ainda não começou entre
nós, não chega a começar.
- Falas a sério?
- Falo! É complicado de ouvir as coisas assim...eu sei que posso vir
a ser a outra...
- Serás a única outra e a única que poderá passar as noites
comigo.
- É...e a tua mulher vai ficar a pão e água.
- Pode ficar...ainda falta tempo para acabar os jogos e o cansaço
começa a verificar-se sabes?
- É...mas ouve lá uma coisa – Milicent, que até então
permanecia junto de Marco, afastou-se um pouco mantendo as suas duas
mãos no tronco de Marco – não deixes a rapariga a pão e
água...podia dar nas vistas.
- E aceitas partilhar-me com outra?
- Aceitar...aceito. Desde que depois de estares com ela não venhas
ter comigo a cheirar a perfume de mulher.
- Vou tomar sempre banho e por perfume antes de ir ter contigo, ou
que tu venhas ter comigo.
- Também não exageres...ainda gastas a pele.
- Como é que as coisas acabam por ser assim?
- Esquisitas?
- Não diria esquisitas. As nossas cenas não são esquisitas...são
loucas, tontas, eu desejo-te, tu desejas-me...e são assim. Mas nunca
me imaginei estar prestes a casar e querer estar com outra pessoa.
- Tu estás confuso...viste um rabo de saias e ficas-te todo
entusiasmado. Eu, por acaso, também fiquei entusiasmada aí com as
tuas coisas e sei que isto vai durar muito pouco tempo, mas olha...se
eu não aproveitar ainda te aproveitas de outra.
- Não...só tu mexeste comigo.
- Até aparecer a próxima Marco.
- A ver vamos. Ainda te vou ver como a próxima Reus.
- É...sim, sim. É isso e o Brad Pitt divorciar-se da Angelina para
casar com o Götze.
Marco, depois de ouvir aquilo que Milicent acabara de dizer, só
conseguia rir que nem um perdido. Milicent percebeu que aquilo que
disse tinha a sua piada e os dois acabaram por rir.
O contacto entre os dois era permanente, mas Milicent queria
aproveitar já que eram os últimos minutos que estariam juntos.
Rodeou a cintura de Marco, agarrando as suas próprias mãos. Marco
fez o mesmo, roçando o seu nariz no de Milicent.
- Passas a noite comigo?
- Na tua casa?
- Sim.
- Passo.
- A sério?
- Sim! - Milicent tomou ela a iniciativa e beijou-o. Conheciam-se à
pouco tempo e à muito menos tempo tinham dado o primeiro beijo...mas
as bocas dos dois encaixavam na perfeição uma na outra. Era como
se já se conhecessem ou então estavam a deixar-se levar por todos
os sentimentos.
- Onde é que te vou buscar? - perguntou Marco, interrompendo aquele
beijo.
- Onde quiseres...
- A tua casa?
- Se achares que fica bem para ti...
- Não há problema?
- Não...eu moro com os meus avós e já contei a história à minha
avó. Não lhe contei quem és...só as coisas por alto.
- E mesmo assim estás aqui?
- A minha avó só quer que eu seja feliz e que acorde com o mesmo
sorriso que acordei hoje...que já não estava lá à muito tempo.
- A sério?
- Sim...vá, mas vamos lá embora.
Os dois beijaram-se uma última vez. Marco abriu a porta, espreitando
a ver se via algum movimento. Estava tudo tranquilo e os dois saíram
da casa da piscina em direcção ao carro de Marco.
****
Milicent tinha-se esquecido completamente de que teria de trabalhar.
Respondeu à pergunta de Marco sem pensar duas vezes, combinou tudo e
nunca se lembrou que era noite de estar na discoteca. Sabias que, ao
faltar, era menos dinheiro que receberia no final do mês mas também
não contava faltar muitos mais dias. Além de que o facto de ontem à
noite todos a terem visto um pouco constipada ajudou para inventar
uma desculpa: não estava melhor.
Contou tudo à sua avó. A sua fiel companheira e que sempre a
aconselha pelo melhor. É óbvio que Jolandi nunca pensou que a sua
neta se iria envolver com um homem prestes a casar, prestes a
comprometer-se com um futuro com outra mulher. Jolandi iria esperar
que a neta se envolvesse com ele, que o tempo passasse, mas que as
coisas não ganhassem uma dimensão muito grande. Jolandi teria de
ser a mãe da sua pequena e teria de estar com os olhos bem abertos.
Milicent preparou-se, como se fosse trabalhar já que era isso que o
seu avô pensava. Não pensou em produzir-se mais do que o
costume...Milicent não era de exagerar quando sai e muito menos
quando se vai enfiar em casa de alguém...que é o que vai acontecer.
Antes de sair de casa despediu-se dos seus avós e ouviu um último
conselho da sua avó: “toma cuidado...ele é mais velho e tu
tens de ser mais esperta.”
Milicent sabia que Marco era mais velho que ela... Marco tinha
acabado de fazer 24 anos e Milicent fazia em Agosto 21. Ela tinha
essa noção de que ele é mais “vivido”.
Saiu de casa, vendo logo o carro de
Marco à porta. Milicent sentiu o seu corpo tremer...seria do frio?
Ou simplesmente do facto de ir passar a noite com um homem que se irá
casar amanhã? Se Milicent pensasse neste facto...ela voltaria para
trás, iria para casa ou então trabalhar.
Por isso, preferiu não pensar e
simplesmente entrar no carro de Marco.
- Boa noite – disse ela, olhando
para ele.
- Boa noite... - Marco estava feliz.
Sentia-se bastante feliz porque ela estava ali, disposta a estar com
ele. Deu-lhe um pequeno beijo na bochecha e começou a conduzir em
direcção à sua casa – houve algum problema pela tua saída?
- Não. Tudo tranquilo...esqueci-me
de que tinha de ir trabalhar.
- Tinhas trabalho hoje?
- Sim...lá na discoteca. Mas eu
ontem estava meio constipada, disse que estava pior.
- E os teus avós?
- A minha avó sabe...e o meu avô
pensa que estou a trabalhar.
- Andaste a mentir muito nestas
horas que passaram...
- Acho que é por uma muito boa
causa.
- Também acho que sim.
Os dois acabaram por se rir e
trocaram mais uns minutos de conversa. Assunto? Borusia Dortmund, os
golos, os falhanços de Marco, tudo o que envolvesse o clube e a
pessoa que tinha do seu lado. Milicent era aficionada ao clube desde
pequena (graças ao seus avô) e Marco, mesmo sendo jogador, era
adepto desde pequeno.
Depressa chegaram ao destino que os
iria esconder durante toda a noite. Marco abriu a porta de sua casa,
acendendo as luzes.
- Bom...isto agora está um
bocadinho decorado à maneira da minha irmã. Ela esteve aqui a morar
uns tempos.
- É uma casa bonita, Marco.
- É o nosso esconderijo – Marco
agarrou a rapariga pela cintura, beijando-a.
Ambos necessitavam daquilo. Parecia
que estavam já ligados um ao outro sem compreenderem o porque, sem
entenderem como é que tinha acontecido. Os dois estavam desejosos
por mais, por uma noite repleta de desejo e prazer...mas Marco
quebrou tudo.
Milicent ficou a olhar para ele,
quando já estavam os dois deitados no sofá.
- O que te ofereci foi: um jantar e
uma noite comigo. Não querias passar já à parte da noite porque
temos de jantar.
- Ai Marco! Isso não podia ficar
para depois? - Milicent começava a ficar ansiosa...desejosa que
chegasse o momento em que seria toda de Marco. Mas ele...queria
seguir todos os seus planos para aquela noite à rica.
- Não.
- Tens a certeza? - Milicent não ia
aguentar, decidiu fazer uma investida e perceber se Marco a seguia ou
se simplesmente ia jantar.
Milicent sentou-se em cima das
pernas de Marco, começando a beijar-lhe o pescoço. O rapaz percebia
o que ela queria e riu-se.
- Milicent...temos de jantar.
- Olha que não sei, não... -
Milicent deixou o pescoço de Marco passando para os seus lábios. E,
por muito que Marco quisesse que aquela noite não fosse só uma
noite de sexo...começaram mais cedo do que o previsto.
Marco levou as suas mãos ao rabo de
Milicent, tornando aquele beijo ainda mais fogoso.
Milicent, ao sentir o toque de
Marco, percebeu que iria conseguir que ele lhe fizesse a vontade.
Apesar de serem os dois a querer que tudo acontecesse.
- Marco...?
- Sim...? - os dois falavam entre
beijos e já com as respirações meio descontroladas.
- Quarto?
- Sim – Marco levantou-se com
Milicent no seu colo, a rapariga acabou por pôr os pés no chão e
os dois começaram a subir as escadas que davam acesso ao piso
superior.
No corredor...o desejo aumentou
ainda mais. A loucura tomou posse dos dois e tudo se desenrolou com a
maior naturalidade entre os dois. Marco foi o primeiro e o “culpado”
de tudo se ter passado. Fez com que as camisolas de Milicent ficassem
espalhadas no corredor...e ela acabou por retirar a dele mesmo antes
de entrarem no quarto.
Já no quarto, Marco deitou Milicent
em cima da sua cama...Milicent olhou o quarto, enquanto Marco
retirava mais uma das suas camisolas.
Marco percorreu o corpo de Milicent
com beijo, chegando perto da sua orelha trincou-a. E Milicent quis ser
ela a provocar.
Trocaram de posições e a rapariga
tirou as suas calças retirando, de seguida, as de Marco. Tomou posse
do corpo dele...Milicent beijou-o, trincou-o, e Marco estava a
desejar cada vez mais ficar no comando. Ele preparava-se para fazer
Milicent sair de cima dele, mas a rapariga fez força nas suas
pernas, começando a mexer no cabelo de Marco.
- São poucas as pessoas que podem
mexer no meu cabelo, sabes isso?
- Sei! - Milicent sentia-se
especial. Estava a deixar Marco, visivelmente em êxtase, mesmo que
ainda agora tenham começado.
Milicent começava a sentir-se capaz
de fazer aquilo porque Marco lhe dava prazer, fazia-a sentir mulher,
porque Marco mexia nela como se a conhecesse, como se lhe conhecesse
cada pedaço de pele. Marco estava surpreendido, pela naturalidade
como as coisas estavam a desenrolar-se, mas Milicent tinha-lhe dado o
que à muito ele não tinha: paixão, prazer, desejo...fogo! Milicent
era fogo e Marco sabia que tinha aproveitado a deixa de ser só
sexo...mas para ele era mais do que isso.
Olá. Amei este capitulo :)
ResponderEliminarEspero que o Marco não se case :)
Ele e a Mili amam-se e desejam-se :)
Espero pelo próximo sff
bjs
Olá!!!
ResponderEliminarAmmeeii!
Isto ficou caliente e pegou fogo!
Ai eu amo estes dois! Amante ou seja lá que palavra se dê....eles têm é de estar juntos case ele ou não! Porque vesse que ali há o inicio de um amor, há paixão e muito desejo!
Eu Agora só tou pa ver como vai ser daqui para a frente se ele se casar! E se eles são apanhados? Pela Carolin, por fotógrafos, por alguem....mas não interessa isso dá mais pica! E eles que continuem a encontrar-se que eu estou a amar esta fic e toda a historia ate Agora!
Próximmooo!!
Beijinhos!
Olá
ResponderEliminarAdorei *_*
Quero a Milicent e o Marco juntos .... e vá ele não pode casar , mas mesmo que ele case, o que importa é que eles lutem para ficar juntos na mesma, ela pode ser a " outra " mas para ele ela é a única e isso sim é importante.
Esta fic promete, adoro, adoro , adoro !
PRÓXIMO !
Beijinhos
Catarina